Miradas góticas. Del miedo al horror en la narrativa argentina actual | Adriana Goicochea

ACECHAR LO GÓTICO. UNA APROXIMACIÓN CORAL A LA NARRATIVA ARGENTINA ACTUAL

En Fantasy. Literatura y subversión, Jackson recurre al concepto óptico de paraxis (de par-axis: junto al eje) para presentar la tesis central de su libro: “es un área en la que los rayos de luz parecen unirse en un punto detrás de la refracción. En esta área el objeto y la imagen parecen chocar, pero en realidad ni el objeto ni la imagen reconstituida residen ahí verdaderamente: ahí no hay nada” (Jackson, p. 17). Lo fantástico constituye así una mirada a lo real que lo ensombrece y amenaza: “Toma lo real y lo quiebra” (Ib. p. 18). Esta característica subversiva y problematizadora de la percepción constituye una de las marcas centrales de las Miradas góticas que, compiladas por Adriana Goicochea, se disponen a acechar las modulaciones de “lo gótico” en la narrativa argentina reciente. Leia Mais

Leituras de Áfricas: epistemologias, ancestralidades, corporiedades e processos educativos em tempos pandêmicos | Perspectivas e Diálogos – Revista de História Social e Práticas de Ensino | 2021

2021 foi um ano de muitos enfrentamentos. Até o momento, 619.065 mil pessoas morreram de COVID-19. Um número assustador e motivo de indignação em qualquer país. O Brasil, no entanto, não se configura como qualquer país. Todo e qualquer indicador social necessita ser atravessado pela questão étnica e de gênero para se atingir as camadas mais profundas da realidade e o problema ser desnudado.

Estudo realizado pela Rede de Pesquisa Solidária (Jornal da USP, 2021) apontou que as desigualdades raciais e de gênero aumentam a mortalidade da COVID-19 no mesmo grupo ocupacional, sendo que as mulheres negras morrem mais que homens negros, homens brancos e mulheres brancas na base do mercado de trabalho. Leia Mais

Caminhos da História. Montes Claros, v.26, n. 1, 2021.

DossiêHistória das Diversões“, sob a coordenação e organização dxs professorxs/pesquisadorxs Igor Maciel da Silva (UFJF/UFMG), Sarah Teixeira Soutto Mayor (UFJF) e Cleber Dias (UFMG).

Editorial

  • Editorial
  • Ester Liberato Pereira, Rafael Dias de Castro | PDF

Dossiê

Artigos Livres

Resenha

Perspectivas e Diálogos. Caetité, v.1, n.7, 2021. e Diálogos. Caetité, n.47, jan. 2022.

HISTÓRIA, EDUCAÇÃO E INTELECTUAIS BRASILEIROS

DOSSIÊ TEMÁTICO

Publicado: 2021-07-01

 

Los más ordenaditos. Fascismo  y juventud en la dictadura de Pinochet | Yanko González Cangas

Los más ordenaditos. Fascismo y juventud en la dictadura de Pinochet es el título del nuevo libro del antropólogo Yanko González. En este, el autor realiza un estudio detallado, a partir del trabajo etnográfico y de fuentes, sobre el pro­ceso de fascistización al régimen institucional de Augusto Pinochet que vivieron los jóvenes derechistas chilenos. En consecuencia, González busca comprender y reconstruir, desde la memoria de los protagonistas, la producción de subjeti­vidades, experiencias juveniles y generacionales vinculadas a las juventudes de Estado de Pinochet y Jaime Guzmán.

En su “Introducción”, González plantea que la dictadura tuvo desde sus ini­cios la misión de organizar a los jóvenes para que fuesen agentes que la apoyaran y perpetuaran, buscando así formar “juventudes leales” al régimen. A través de la pregunta ¿Cómo cambia la formación identitaria con 1973? El autor explica que, una vez ocurrido el golpe de Estado, Pinochet, y sobre todo Guzmán, simpatizan­te del franquismo e inspirado en este, articularía la fascistización de la juventud. El concepto hace referencia a un proceso inacabado, capaz de aprehender ele­mentos menos mutables del fascismo y resignificarlos bajo la institucionalidad vigente en aspectos políticos, socioculturales y económicos, profundizando así el proceso mismo. Leia Mais

Pilquen. Buenos Aires, v.24, n.2, 2021.

Revista Pilquen. Sección Ciencias Sociales

  • Período abril-junio. Publicado 30/06/2021

ARTÍCULOS

RESEÑAS

PUBLICADO: 2021-07-01

Novos combates pela história: desafios, ensino | Carla Bassanezi Pinsky e Jaime Pinsky

[…] nossos adolescentes detestam a História. Votam-lhe ódio entranhado e dela se vingam como podem, ou decorando o mínimo de conhecimento que o “ponto” exige ou se valendo lestamente da “cola” para passar nos exames. Demos absolvição à juventude. A História que lhes é ensinada é, realmente, odiosa. (MENDES apud NADAI, 1992/1993, p. 143)

Ensinar História no Brasil é um ato desafiador. Perspectivas eurocêntricas e narrativas que se distanciam da realidade da maioria de nossos alunos pautam os conteúdos propostos nos currículos e materiais didáticos. Soma-se aos impasses mencionados, a desvalorização da carreira docente, os bombardeios negacionistas, relativistas e anticientíficos proferidos nas falas de tantas autoridades do meio político. A História, tida por muitos estudiosos como ciência das revoluções, hoje se encontra ferida no meio acadêmico, nas escolas e no cotidiano. Leia Mais

História social, história local-regional | Politeia: História e Sociedade | 2021

A historiografia deste começo de século XXI herdou do século passado a sua concepção de história social, que se relaciona com as duas vertentes fundamentais, ligadas, de um lado, ao materialismo histórico, ou marxismo e, do outro, àquela ligada à revista Annales d’histoire économique et sociale, surgida em 1929.

Ao longo do século XIX e no início do século XX, a historiografia praticada nos grandes centros de produção intelectual concebia a história como uma espécie de história militar ou diplomática, admitida essencialmente a partir de e através do Estado. Marcada por uma produção historiográfica com o predomínio na narrativa, povoada de acontecimentos, grandes vultos, estava centrada nas grandes batalhas, nas guerras e nas negociações envolvendo os diferentes estados. Leia Mais

Histórias marginais, alteridades e críticas epistêmicas | Fronteiras – Revista de História I 2021

O olhar interdisciplinar e interseccional presente nesse dossiê é fundamental para refletir como a necropolítica e o neoliberalismo atuam sobre as “minorias” na história. Estas seguem tendo sua vida violentada simbólica e concretamente por regimes de dizibilidade – por um “tanatos-político”, ou seja, a produção da morte legitimada pela negligência do estado. Vivemos a perversidade da imbricação entre neoliberalismo, racismo e desigualdade operando sob nossas vidas.

Pensar e visibilizar historias marginalizadas pela episteme colonial é tornar visíveis as injustiças históricas que já vinham sendo vivenciadas nos corpos de mulheres e homens negros e indígenas – corpos racializados. O racismo foi e continua sendo o eixo principal do sistema patriarcal e dominante que administra o poder e mantém povos historicamente oprimidos em situações injustas. Os efeitos do racismo e do sexismo na atualidade são tão brutais que acabam por impulsionar reações capazes de recobrir todas as perdas já postas na relação de dominação. Leia Mais

O que os jovens brasileiros pensam da ciência e da tecnologia? | Luisa Massarani, Yurij Castelfranchi, Vanessa Fagundes e Ildeu Moreira

As mudanças climáticas, suas origens e seus impactos estão entre os temas mais estudados das últimas décadas. Existe um significativo nível de concordância entre diferentes correntes de pesquisas científicas sobre o tema ( Bastin et al., 2019 ). A comunicação dos resultados dessas pesquisas amplia a importância do desenvolvimento científico e tecnológico e fortalece o nível de percepção da sociedade sobre esse fenômeno. Estudos mostram que os jovens tendem a um maior engajamento nesse contexto quando conhecem a dimensão dos impactos dessas mudanças, contudo, com raras exceções, são excluídos das discussões sobre a dimensão desse problema que os desafiará em breve (Lee et al., 22 fev. 2020). E no contexto nacional, o que pensam os jovens sobre mudanças climáticas? Sobre pesquisas científicas? Sobre tecnologia? Esta resenha trata de uma produção muito importante que responde a essas e outras incertezas sobre os jovens brasileiros. Leia Mais

Mentalidades, ideas y conceptos/Quirón/2020

Como Comité editorial de la revista Quirón nos enorgullece presentar nuestro número 15, el Dossier “Mentalidades, ideas y conceptos”; su nombre, claramente, proviene de tres corrientes de producción historiográfica que fueron protagónicas (lo que no quiere decir que fuesen las únicas en el continente europeo después de la primera mitad del siglo XX: las Mentalités de la tercera generación de Annales; la Historia de las ideas, de mayor influencia anglosajona con la Escuela de Cambridge como gran exponente; y la Historia de los Conceptos, resultante de los trabajos de los historiadores constitucionalistas alemanes. El título “Mentalidades, ideas y conceptos” fue la cristalización de nuestro deseo como comité de poner sobre la mesa una propuesta que llamara a los autores a reflexionar en torno a las estructuras mentales y de pensamiento del ser humano a través del tiempo. De este modo, encontramos la manera de dar sentido, tanto para el lector como para nosotros, a un título que puede ser llamativo y, por qué no, incluso problemático.

Reflexionar en torno a las Mentalités, ejercicio retomado dentro de la escritura de la historia por Georges Duby en 1961, buscaba, a grandes rasgos, profundizar en el “imaginario colectivo” que abarcaba “los comportamientos y las representaciones colectivas inconscientes”1. El término “mentalidades”, por la descripción anteriormente presentada, terminó por modificarse a “imaginario” como el mismo Duby replanteó su trabajo acerca de los tres órdenes de la sociedad de la Edad Media2. A pesar de ser un término en cierto modo descartado por parte de la academia, decidimos emplear “Mentalidades” para destacar la importancia de la tercera generación de Annales en la apertura de nuevos horizontes de estudio para la disciplina histórica, y cómo dejó cimientos (y otras posturas que fueron cuestionadas y repensadas subsiguientemente) para los posteriores desarrollos de la historia cultural. Leia Mais

Quirón. Medelin. v., 7, n.15, 2021.

Mentalidades, Ideas y Conceptos

Editorial

Artículo

Reseña

Transcripciones

Publicado: 2021-07-01

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.10, n.2, 2021.

Revista Brasileira de História da Mìdia

DOI: https://doi.org/10.26664/issn.2238-5126.1022021

Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mìdia

Capa

  • Capa
  • Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia
  • PDF

Expediente

  • Expediente
  • Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia
  • PDF

Expediente/Sumário

  • Sumário
  • Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia
  • PDF

Editorial

Artigos Gerais

Antíteses. Londrina, v. 14, n.28, jul-dez, 2021.

Expediente

  • Expediente da edição Vol. 14, n. 28, Jul-Dez / 2021 Semestral
  • PDF

Editorial

Traduções

Dossiê

Artigos

Primeiros Passos

Resenhas

Corporeidades em Luta: Feminismos e Corpos de Resistências ao Sul Global | Ofícios de Clio | 2021

A proposta deste dossiê nasceu pela recente conquista ao outro lado da fronteira, a da legalização do aborto na Argentina, em dezembro de 2020. Uma luta histórica que marca, não somente o acesso aos direitos sexuais e reprodutivos, mas o reconhecimento do direito à vida das mulheres, dos homens transgêneros e de outros corpos que engravidaram (ou foram engravidados) sem interesse ou condições para gestar. Tendo o corpo como foco, as pesquisas analisadas partem das corporeidades enquanto processo histórico de resistência, de disputa e de opressão, para os diferentes períodos, seja no Brasil ou no restante do sul global – região dos países em desenvolvimento. Para além das ações feministas coletivas e individuais, o dossiê trata de pesquisas atentas aos usos políticos dos corpos; à interferência do Estado, da Medicina, do Judiciário e da Igreja no dizer-fazer-saber dessas corporeidades; à precariedade diferenciada entre as vidas, à performatividade, às generificações e às resistências a essas generificações, às formas repressivas e produtivas de enunciar os corpos. Além disso, os textos protagonizam corpos marcados pela raça, gênero, classe, território, sexualidade e geração, ou seja, que consideram a interseccionalidade. Leia Mais

Estudios Filosofía Práctica e Historia de las Ideas. Mendonza, v.23, n.2, dic. 2021.

Artículos

Cartografia da promessa. Potosi e o Brasil num continente chamado Peruana

1 Certos livros, passadas décadas de sua publicação, continuam seminais. Visão do paraíso, de Sérgio Buarque de Holanda, é um desses casos. O texto de titularidade do historiador é denso, erudito, com uma tese instigante que continua a movimentar a leitura e o debate mesmo 60 e poucos anos depois de seu surgimento.

2 Em Visão, Sérgio Buarque afirma que lhe interessava fazer a “biografia de uma ideia”, de como se forjou uma visão do Brasil como terra edênica. No longo e sinuoso percurso para construir seu argumento, ele advoga que os portugueses, no Brasil, deixaram a maravilha de lado em nome da experiência, da concretude de uma terra sem os achados de riqueza dos vizinhos espanhóis. Por antítese, os espanhóis, pródigos em minas de ouro e prata, abraçaram o discurso do maravilhoso. Ademais, ele constatou que, nos mapas portugueses, o Brasil aparece não como uma separata, mas como um complemento à montanha de prata de Potosí. Leia Mais

Jesuítas e Modernidade | Antíteses | 2021

Além da missionação, aspecto que, por muito tempo, mais atenção recebeu da historiografia – para exaltar as atividades dos religiosos, numa primeira vertente, e para rever os resultados dos encontros e tensões culturais entre eles e os “nativos” ou povos originários, num outro movimento –, os jesuítas se envolveram em discussões teológicas, com a manutenção de fazendas, de hospitais e de enfermarias, com a investigação e utilização da natureza, com o sistema escravista (sua justificação e sua participação), com a sistematização de línguas até então desconhecidas dos europeus, com a instrução formal, básica e universitária (de indígenas, de colonos e de reinóis), com a política em seus mais diferentes níveis – vide, por exemplo, as querelas com Marquês de Pombal que desencadearam na expulsão desses religiosos dos domínios lusos –, enfim, com uma gama ampla de camadas que envolviam o cotidiano moderno, muito além da atribuição primeva de zelar pelas almas. É sobre essa múltipla atuação da Companhia de Jesus, uma das ordens religiosas mais presentes – senão a mais – no Brasil ao longo do chamado período colonial, nas então colônias da Coroa espanhola na América e em diversos territórios à leste, como em Macau e Goa, além da própria Península Ibérica, que os estudos aqui reunidos se debruçam. Leia Mais

Província, região e metrópole:  o interior nos projetos de modernização nacional na América Latina | Antíteses | 2021

É amplamente reconhecido que ao longo do século XX se aceleraram os processos de migração do campo para as cidades, fenômeno iniciado com a revolução industrial e que em alguns países latino-americanos já estava presente nas primeiras décadas do século passado. Nessa direção, a partir, principalmente, do segundo pós-guerra, os termos “cidade, modernização e desenvolvimento”, que na América Latina começaram a se entrelaçar a partir da década de 1930, fundiram-se em um vetor dinâmico que, mesmo sem fazer parte de programas completamente explícitos, promoveu ainda mais a tendência, com consequências não intencionais ou não de todo controladas, como, entre outras, a do aprofundamento dos desequilíbrios regionais.

Na contramão desta tendência geral ao redor da “cidade, modernização e desenvolvimento” ou mais propriamente da associação entre “metrópoles, modernização e desenvolvimento”, pensadores como Bernardo Canal Feijóo, na Argentina, e Gilberto Freyre, no Brasil, desenvolveram posições descentradas frente aos relatos metropolitanos nacionais ou nacionalistas então em voga, quer em direção a um entendimento/ enfrentamento dos problemas regionais (CANAL FEIJÓO, 2018) quer elegendo uma região e sua cultura (o Nordeste brasileiro) como “ferramenta metodológica” de interpretação nacional (FREYRE, 2001). Leia Mais

Guerras de papel: comunicação escrita, política e comércio na monarquia ultramarina portuguesa | Romulo Valle Salvino

O livro de Romulo Valle Salvino, adaptação de sua tese de doutorado (SALVINO, 2018), se propõe a analisar a história de um projeto fracassado: a tentativa de atuação de representantes do Correio-mor na América portuguesa entre os séculos XVII e XVIII. As guerras de papel, aludidas no título, se referem aos dissensos e disputas, políticas e judiciais, travadas em diferentes instâncias da monarquia portuguesa pelos grupos e indivíduos envolvidos nesse processo que se estendeu entre meados de 1650 até, aproximadamente, 1750.

A abordagem se estrutura ao redor de três eixos principais, com envergaduras cronológicas distintas e naturezas específicas. Primeiro, o deslocamento de uma concepção jurisdicionalista do poder e da administração da economia para uma economia política. Em segundo lugar, o ofício de Correio-mor é tomado como um indício da lógica patrimonial de gestão administrativa da monarquia que passa a receber profundas críticas. Por fim, o terceiro eixo consiste nas estratégias específicas das coletividades e agentes engajados na instalação, ou oposição, do Correio-mor nos domínios portugueses na América completando, assim, a unidade de análise esboçada pelo autor. Leia Mais

Politiques et géopolitiques de la traduction, circulation multilingue des savoirs et histoires transnationales de la géographie: perspectives françaises | Terra Brasilis | 2021

1 Le dossier que nous présentons aujourd’hui, « Politiques et géopolitiques de la traduction. Circulation multilingue des savoirs et histoires transnationales de la géographie », possède une histoire qui s’inscrit elle-même dans un contexte de circulation de la géographie dans un monde globalisé. Ou plutôt de la circulation de géographes. En effet, ce numéro spécial est d’abord l’histoire de rencontres. J’ai fait la connaissance Guilherme Ribeiro en 2014, à l’occasion d’un congrès de la Commission Histoire de la géographie de l’UGI (Union Géographique International) qui avait lieu à Rio de Janeiro. Nous y avons échangé sur nos travaux respectifs, et j’ai été d’emblée frappée par sa maîtrise impeccable de l’histoire de la géographie française contemporaine, mais aussi de l’anglais, du français qu’il parle en plus du portugais, sa langue maternelle. Nous nous sommes ensuite revus plusieurs fois en France (Paris), mais aussi au Canada (Québec en 2018). Quant à Archie Davies, j’ai eu le plaisir de faire sa connaissance grâce à Guilherme, qui au début de l’année 2020 nous a tous les deux sollicités pour co-éditer ce dossier. Nos profils présentent de fortes similarités. Nous sommes tous les trois intéressés par l’histoire de la géographie et nous questionnons sur les modalités de production des savoirs géographiques (voir par exemple : Davies, 2019 ; Péaud, 2016 ; Ribeiro, 2014). Chacun d’entre nous navigue, ou a navigué, entre plusieurs sphères linguistiques, à la fois pour communiquer des résultats scientifiques mais aussi et surtout pour explorer des pans de l’histoire de la discipline. Anglais, français, portugais pour Archie et Guilherme ; français, anglais et allemand pour moi. Nous faisons régulièrement l’expérience du bonheur de circuler ainsi entre plusieurs langues, plusieurs traditions nationales et systèmes de pensées, de même que nous ressentons parfois l’inconfort de nous situer dans des entre-deux, de passer de l’un à l’autre. C’est donc bien, du moins en partie, de nos travaux et vécus personnels que naissent les questionnements qui traversent ce dossier. Au-delà de la résonance qu’ils entraînent dans nos esprits et dans nos corps (la pratique d’une langue autre procurant autant de sensations d’inconfort que de plaisir), ces enjeux de circulations entre, au-delà et à travers des sphères linguistiques plurielles font écho à des préoccupations montantes dans le champ de la géographie. Je me placerai ici du côté de la sphère française et francophone de la géographie, et des sciences humaines et sociales plus largement, quand Archie et Guilherme dressent de leur côté un bilan du côté des sphères anglophones et lusophones, offrant ainsi une entrée en matière à trois voix plutôt qu’à une seule. Leia Mais

Políticas e geopolíticas de tradução. Circulação multilíngue do conhecimento e histórias transnacionais da geografia. Perspectivas brasileiras | Terra Brasilis | 2021

A ideia desse dossiê partiu da sensibilidade de Sergio Nunes Pereira (UFF), a quem agradeço a gentileza do convite e todo o aprendizado nos últimos vinte anos. Imediatamente, concebi tal projeto como uma empreitada coletiva e internacional. Para tanto, tive a fortuna de ter parceiros generosamente inteligentes como Laura Péaud (Université Grenoble Alpes) e Archie Davies (The University of Sheffield), cujos interesses genuínos na construção de histórias da geografia para além dos centros e línguas canônicos atuaram como bússola a sintonizar nossas ideias. Enfim, tendo em vista o ocaso sofrido pelos geotradutores no interior da academia, não posso furtar-me a dizer que o autor estrangeiro que eu mais ansiava ler, e cujas obras sobre espaço até o final do século passado ainda não haviam sido traduzidas para o idioma de Maria Carolina de Jesus, chama-se Henri Lefebvre. Assim, que me seja permitido fazer uma menção honrosa ao trabalho realizado silenciosa e meticulosamente por Margarida Maria de Andrade (USP) e Sergio Martins (UFMG), pois ambos possibilitaram o acesso ao revolucionário Lefebvre no conforto da minha língua brasileira.

Se trata de una toma de postura marcada por mi propia subjetividad e historia: un intelectual blanco, macho, hispanohablante, lleno de contradicciones, pero en esfuerzo de inserción en un proceso de aprendizaje marcado permanentemente por la crisis, la ruptura y la afectación de la relación con otros y otras desplazados y desplazadas en el decir y en el saber. Queremos pensar esta comunicación desde la situación límite del sabernos parte de un espacio de poder, pero en permanente confrontación de uso y reflexión con otras formas de saber, de pensar, de decir y de callar. (Garcés, 2007: 219) Leia Mais

As narrativas dos mestres e uma história social da capoeira em Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares | Robson Carlos da Silva

Se você é leigo nos estudos da capoeira e está buscando aprimorar seus estudos sobre esse esporte considerado “genuinamente nacional”, você deve antes de tudo entender que a capoeira não é simplesmente baiana em sua constituição. A capoeira institucionalizada com Mestre Bimba e Mestre Pastinha na Bahia nos anos de 1920, era só uma parcela da prática que já havia sido registrada em outros estados, principalmente no Rio de Janeiro, como as pesquisas de (SOARES, 1999; 2002) nos mostram.

Entretanto desde o início do século XXI, inúmeras pesquisas surgiram e ampliaram nossos encontros com a história da capoeira em outros estados. Foram ampliados os estudos de capoeira na Bahia com a dissertação de (OLIVEIRA, 2004) e a historiografia da capoeira passa a construir uma lógica de prática regional, consolidada sobretudo nos estudos do século XX, presente nos trabalhos de (LEAL,2002) com a história da capoeira no Pará republicano, recentemente com a história da capoeira no Maranhão por (PEREIRA, 2019) e com as dissertações de (CUNHA, 2012) e (AMADO, 2019) traçando a prática da capoeira no estado de São Paulo, desde a monarquia até a república. E ainda pouco divulgado temos a história da capoeira no Piauí, escrita pelo Mestre Bobby2 e objeto de reflexões dessa resenha. Leia Mais

Masculinidades y feminidades: estereotipos, estigmas e identidades colectivas (Latinoamérica en el siglo XX) | Historia y sociedad | 2021

Ruth Lopez Oseira recebe distincao academica Imagem UNAL
Ruth López Oseira recebe distinção acadêmica | Imagem: UNAL

El torbellino de la modernidad generó un ciclo de permanentes transformaciones en la organización política de los nuevos Estado-nación, en la expansión capitalista ultramarina, en las metrópolis que fueron el escenario privilegiado de esos cambios y en la vida cotidiana de distintos sectores sociales. En un contexto que también era de una profunda incertidumbre ante el vértigo del movimiento incesante emergió la necesidad de hallar puntos de fijación a través de medios que incluyeron la reinvocación al estadio ejemplar que iluminaba el arquetipo, término que los griegos asociaron a la noción platónica de idea originaria y que Johann Winckelmann buscó plasmar mediante la historia del arte. Un paso más adelante fue dado cuando aquello que era un modelo idealizado tendió a convertirse en un presupuesto socialmente aceptado y por ello más proclive a plasmarse en hechos concretos.

La idea individualizada del arquetipo a seguir pasaba a ser el estereotipo, entendido como un patrón plasmado en la caracterización de colectivos sociales precisos. Nacido en el siglo XVIII en la imprenta, con el molde que sustituía al tipo original para reproducirse de manera sólida e inmutable en forma indefinida, el estereotipo no tardó en convertirse en una metáfora social que venía a exaltar la impresión de rasgos inmodificables devenidos del vínculo entre un registro, una imagen y las cualidades morales que le fueron atribuidas. Si en estos desplazamientos subyacía una voluntad de fijar algo inmutable en una sociedad de permanentes cambios, ello no entrañaba una desvaloración per se porque el estereotipo podía ser positivo o negativo, de manera que destacar esta última condición requirió adicionar las representaciones generadas desde el estigma, para convertir lo que inicialmente eran las marcas que llevaban en el cuerpo los esclavos, en un atributo deplorable para cualquier otro colectivo considerado indeseable. Leia Mais

O pacto entre Hollywood e o nazismo: como o cinema americano colaborou com a Alemanha de Hitler | Ben Urwand

É bem conhecida a produção de filmes antinazistas pelos estúdios de Hollywood no período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Marc Ferro identifica que enquanto no cinema da França ainda não havia um inimigo definido, se era o nazismo ou o comunismo, nos Estados Unidos a escolha já havia sido feita pelo combate ao nazismo antes mesmo de 1939, sendo este fenômeno mais claro no cinema do que no mundo da palavra escrita, no jornalismo ou na pesquisa.1 Assim, construiu-se uma memória da “resistência” do cinema norte-americano contra o totalitarismo, amplamente aceita e difundida ao longo do tempo.

Indo em uma direção contrária, o livro O pacto entre Hollywood e o nazismo: como o cinema americano colaborou com a Alemanha de Hitler, de Ben Urwand, originalmente de 2013, procura desmistificar a memória da “resistência” de Hollywood na chamada “Era de Ouro” do cinema, contra o nazismo. Urwand é doutor em História dos Estados Unidos pela Universidade da Califórnia, mestre em Cinema e Estudos de Comunicação pela Universidade de Chicago e junior fellow2 da Society of Fellows, da Universidade de Harvard. A ideia para o livro foi a partir de um comentário do roteirista e romancista Budd Schulberg sobre Louis B. Mayer, o chefe da MGM, de que este, na década de 1930, projetava filmes para o cônsul alemão em Los Angeles e cortava tudo aquilo que o cônsul objetasse. (p. 14). Leia Mais

Escritos de Liberdade: literatos negros, racismo e cidadania no Brasil oitocentista | Ana Flávia Magalhães Pinto

A narrativa sobre a circulação e experiências de homens negros livres, letrados, pensadores ativos na vida social no Rio de Janeiro e em São Paulo nas últimas décadas de vigência da escravidão é o tema predominante nessa obra, que teve sua origem no trabalho de pesquisa para o doutorado da autora, defendido na Universidade de Campinas em 2014. Agora vertida em livro e compondo o 46º volume da coleção Várias Histórias.

Marcada por um trabalho procedimental baseado na micro-história, a pesquisa é fartamente ancorada em um trabalho diligente e preciso sobre a documentação escolhida, explorada sob a autoridade de quem oportuniza ao leitor superar a visão, dominante em certa historiografia, de que se tratava de homens únicos e/ou isolados em sua geração e sociedade. Oferece-nos a autora desse livro a oportunidade de acessar, em sua proposta narrativa, uma prosopografia de negros brasileiros em atividade política e conexões urbanas, nas últimas décadas do século XIX, marcada pela “politização da raça a partir de escritos de liberdade (p.24). Leia Mais

Estilo Avatar: Nestor Macedo e o populismo no meio afro-brasileiro | Petrônio Domingues

A pesquisa em história social do pós-abolição ampliou-se consideravelmente no país nos últimos anos. Expoente dessa historiografia são os trabalhos do autor resenhado. Petrônio Domingues aborda diversos temas ligados ao estudo do pós-abolição, como o associativismo e a imprensa negra, os projetos educacionais da Frente Negra brasileira, além de diversas biografias e trajetórias (coletivas e individuais) de sujeitos que lutaram, resistiram e escreveram a história negra desse Brasil. Apesar do país continuar racista, os sujeitos revelados pela escrita do historiador Domingues ganham vida ao saírem dos documentos investigados e trazem à tona a pluralidade de personagens históricos: homens e mulheres negros que participaram de diversos e distintos movimentos políticos na sociedade brasileira. Este é o ponto auge da obra de Petrônio Domingues em Estilo Avatar, na qual aborda de maneira relevante a trajetória do ativista afro-brasileiro Nestor Macedo, conhecido como o “Rei do Baile” e fundador da Ala Negra Progressista. Também atuante como cabo eleitoral de Adhemar de Barros, um populista da nossa República democrática nos anos 50 e 60. É crível que Domingues aborde de maneira muito competente e articulada a história dos afro-brasileiros na sociedade pós treze de maio com o tema sobre o populismo. Pode soar estranho aos leitores essa simbiose, mas não o é, pois Petrônio Domingues tem um trabalho expressivo de cruzamento de fontes, tais como: documentos policiais, jornais e atas do clube negro, evocando a participação dos negros na construção da democracia brasileira no período político marcado pela tônica populista. Leia Mais

A casaca do Arlequim: Belo Horizonte – uma capital eclética do século XIX | Heliana Angotti-Salgueiro

ANGOTTI SALGEUIRO Heliana
ANTOTTI H A casaca do ArlequimHeliana Angotti-Salgueiro | Foto: TV Unesp 2019

Heliana Angotti-Salgueiro | Foto: TV Unesp 2019O livro A casaca do Arlequim: Belo Horizonte – uma capital eclética do século XIX foi publicado primeiro em francês há muitos anos [1], e agora sai em português – ele é o resultado da reelaboração de uma tese de doutoramento apresentada em 1992 na École des Hautes Etudes en Sciences Sociales por Heliana Angotti-Salgueiro – trata-se de um livro que tem uma história, e uma história importante.

1. Parto do título, pois na minha opinião é um título belíssimo – quão bela é a “Casaca do Arlequim”! – eis um título particularmente apropriado, capaz de despertar curiosidade, tanto em francês, como em português, e sobretudo atualmente, uma vez que todos nós precisamos de cores e mesmo de alegria (ou pelo menos de serenidade) nesse momento. Faz alusão ao fato de que a veste do Arlequim é composta de pedaços de tecido costurados, podendo se referir à fragmentação da cidade. A expressão é de Paul Planat (como explicou Heliana na sua “Apresentação” à edição brasileira do livro), remetendo-a a um texto deste arquiteto francês em volume sobre habitações privadas de 1890 [2] – mas esse título também pode nos remeter à inevitável multiplicidade de perspectivas dos diferentes atores que intervêm no processo constitutivo de uma nova cidade, que neste caso é a nova capital (Belo Horizonte) de um estado brasileiro (Minas Gerais). Leia Mais

Historia y Sociedad. Medelín, n.41, julio-diciembre, 2021.

Masculinidades y feminidades: estereotipos, estigmas e identidades colectivas (Latinoamérica en el siglo XX)

Editorial

Dossier

Tema Libre

Documentos

Evaluadores

Publicado: 2021-07-01

Caminhos da Paleografia | LaborHistórico | 2022

Vivemos na era da emergência do digital. As relações humanas, assim como os registros de sua interação, transformam-se pressionados pelos meios de comunicação, pelos processos e pelas formas de documentar os acontecimentos.

Com o olhar sempre a frente, as sociedades, por vezes, esquecem-se do trajeto já percorrido. Pelo caminho, estão os documentos a lembrar-nos dos fatos e de seus contextos, dos indivíduos e das comunidades, das instituições e dos Estados. Contudo, apesar de conterem em si informações textuais, não textuais e subliminares de valor inestimável para a compreensão da ação do homem em seu tempo, sem o emprego de metodologias apropriadas para a leitura e interpretação de fontes, o conhecimento sobre elas torna-se limitado. Leia Mais

Entre o impossível e o necessário: esperança e rebeldia nos trajetos de mulheres sem-terra no Ceará | Paula Godinho, Adeaide Gonçalves e Lourdes Vicente

Como mensurar o interesse e a utilidade de um livro? Não somente de um texto, de um relato ou de uma história, mas do todo que constitui o objeto? Um caminho certamente é pensar naquilo que tal encontro desperta nos sentidos e traz como potencial de transformação ou elaboração. No quanto está em sincronia com as questões do próprio tempo, mas vai além e, por vezes intuitivamente, destila o que permanece, oferece o que não se esvai. Ou mesmo se traz mais do que seria suposto, não apenas porque se renova a cada leitura, mas pelo intangível que não controla, nem prevê, mas no qual seu todo participa. Seja por que caminho for, essas são balizas que podem guiar a leitura de Entre o impossível e o necessário: esperança e rebeldia nos trajetos de mulheres sem-terra no Ceará, lançado pela editora Expressão Popular no denso e tenso ano de 2020.

Composto por estudos e relatos correlacionados, mas que mantém independência entre si, tem a qualidade de que cada parte é mais do que se propõe a ser. Isto é, não seria incorreto dizer que o livro se centra em 15 relatos vida de 16 mulheres sem terra do Estado do Ceará, Nordeste do Brasil, a partir de entrevistas realizadas pela antropóloga portuguesa Paula Godinho, autora da introdução e do epílogo. É também organizado pela historiadora brasileira Adelaide Gonçalves e a pedagoga Lourdes Vicente, ambas professoras e militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que também assinam o estudo “Essencial é a travessia”, como em Guimarães Rosa, à guisa de prefácio. Mas, depois de lido, dizer isso torna-se insuficiente ou inexato. Leia Mais

Historia Caribe. Barranquilla, Vol. 16, Num. 39, Julio-Diciembre, 2021

Editorial

Artículos

Tema Abierto

Reseñas

Indices General

Publicado: 2021-07-01

Mythos – Revista de História Antiga e Medieval. Imperatriz, n.2, 2021.

Mulheres no mundo antigo

Edição II – 2021

  • Lourdes M. G. Conde Feitosa, Pedro Paulo Abreu Funari
  • Editorial: Protagonismo Feminino
  • Alcinedja Alves da Silva
  • As virtudes das mulheres aristocratas e os deveres relacionados ao gênero na Atenas clássica
  • Amabile Helena Zanco
  • Heródoto e as mulheres bárbaras: a nomeação e não-nomeação de mulheres na história
  • Amanda Gabrielly Araujo Dias e Hianny Renally Nascimento Silva
  • Faces de Helena: o feminino homérico e sua representação cinematográfica
  • Ana Beatriz de Santana Bandeira Santos
  • Safo de Lesbos e a complexidade da educação feminina na Grécia Antiga
  • Ana Flávia Pereira Basileu
  • As Mulheres de Eneias: Breves Considerações O que Aristófanes e Hipócrates têm a nos dizer sobre a sabedoria feminina antiga
  • Bárbara Alexandre Aniceto
  • O que Aristófanes e Hipócrates têm a nos dizer sobre a sabedoria feminina antiga
  • Filomena Barata
  • A violência entre as divindades: as mulheres como espelho
  • Jerrison Patu
  • A subordinação da mulher ateniense através do mito de Pandora
  • Juarez Oliveira
  • Uma mulher para a todos condenar: a instrumentalização de Helena para o fim da linhagem dos heróis
  • Juliana Avila Pereira e Jussemar Weiss
  • A tragédia grega Troianas e as mulheres que a envolvem: Reflexões sobre Cassandra, Hécuba e Helena
  • Karolini Batzakas de Souza Matos
  • Uma revisão historiográfica das mulheres de Atenas: as Bacantes como possibilidade de feminino
  • Letticia Batista Rodrigues Leite
  • Safo: uma mulher antiga nas páginas da “vida moderna”.
  • Lucas Dias Ferreira
  • Philia e solidariedade feminina em Tesmoforiantes
  • María Cecilia Colombani
  • Cuerpo, tiempo, palabra y espacio. Las marcas subjetivantes del colectivo. Una lectura antropológica de lisístrata
  • Marina Pereira Outeiro
  • As “rainha-sacerdotisas”: o papel das mulheres na sucessão e sacerdócio na sociedade homérica (VIII a.C.)
  • Marina Regis Cavicchioli e Laysse Leda Dantas Cavalcanti
  • Afrodite nos poemas gregos arcaicos sob a perspectiva de gênero: muito além de uma deusa do amor
  • Marjore Lacerda
  • O universo de Safo e a crítica ao biografismo
  • Pedro Ricardo de Souza Velasco e Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi
  • A luta de Antígona: direito divino e ritos fúnebres como resistência
  • Rafael Silva dos Santos
  • O adultério como Hybris: uma análise da transgressão conjugal a partir da narrativa mítica da deusa hera nos primórdios da polis (séc. VIII a.C)
  • Renata Cardoso Belleboni Rodrigues
  • A bela e monstruosa: Medusa e a questão do gênero
  • Priscilla Gontijo Leite e Ana Carolina Simões Silva
  • Gênero e retórica: a representação da mulher em três discursos de Iseu
  • Tatielly Almeida Santos
  • Exclusão e inferioridade: a condição feminina na comédia grega de Aristófanes

Publicado: 14.12.2021

 

Mythos – Revista de História Antiga e Medieval. Imperatriz, n.1, 2021.

Corpo, poder e resistência no mundo antigo e medieval

Edição I – 2021

  • María Cecilia Colombani
  • Editorial: El desvelo por el alma y por el cuerpo. Epimeleia, epistrophe y therapeuo en la metáfora política
  • Allana de Azevedo Trajano
  • A subversão de Antígona: gênero e cidadania na Atenas Clássica
  • Giselle Moreira da Mata
  • O corpo feminino na antiguidade grega: os discursos de locus de poder em Hesíodo e Aristóteles
  • Gustavo da Silva Gonçalves
  • Governo das almas e hagiografia: Francisco de Assis e frades menores no generalato de Boaventura de Bagnoregio (1257-1274)
  • Jaquelyne de Aquino Souza
  • Os sofistas e o teatro: o domínio público e político da cidade
  • A construção do imaginário social frente à homossexualidade na Europa durante a idade média
  • João Vitor Natali de Campos, Wekslley Machado
  • A construção do imaginário social frente à homossexualidade na Europa durante a idade média
  • Juan Manuel Gerardi
  • La tradición antipopular en los ciclos de cambio constitucional de Polibio y Cicerón
  • Mariana Carrijo Medeiros
  • Aspectos da circulação das obras na urbs romana a partir dos poemas de Catulo e de Ovídio (I a.c./I. D.)
  • Mateus Dagios
  • Uma retórica do pranto: o choro em um relato de neoptólemo no filoctetes de sófocles
  • Newton Pinto Cordeiro
  • As perseguições aos cristãos nas cartas de Plínio, o jovem no império romano (séc. I – II d.c.)
  • Paulo Samuel Viana Castro
  • A literatura espírita brasileira e as representações da roma antiga no romance “há dois mil anos”
  • Raimundo Carvalho Moura Filho
  • A santidade tardo-medieval em perspectiva
  • Samila Silva Mesquita, Fabricio Nascimento de Moura
  • Tuoba-xianbei: o processo de assentamento dos seminômades no norte da china entre os séculos III e V d.e.c
  • Sidney de Souza Barros
  • A conquista do tribunato e a ascensão política da plebe romana
  • Pedro Paulo Abreu Funari

Resenha: Marco Valério Marcial, O Livro dos Espetáculos. Tradução, notas e ensaios de João Angelo Oliva Neto e Fábio Paifer Cairolli. São Paulo, Assimetria, 2018. ISBN 9788290699323.

Publicado: 14.12.2021

 

Mythos – Revista de História Antiga e Medieval. Imperatriz, n3, 2021.

Antiguidade Oriental no Brasil pesquisas e perspectivas

Edição III – 2021

  • Josué Berlesi

Editorial: A História Antiga Oriental No Brasil: Ontem e Hoje

  • André Bueno
  • Estudos sobre Confúcio no Brasil: a gênese de um problema
  • Ana Paula Scarpa
  • Práticas mágico-religiosas no Egito Romano: uma análise dos Papiros Mágicos Greco-Egípcios (PGM)
  • Bruno Alves Coelho e Matheus da Silva Carmo
  • Monarquia Unidade Israel e Judá: crítica de um conceito
  • Élcio Valmiro Sales de Mendonça
  • Óstracos de Samaria: Epigrafia e História de Israel Norte do século IX e VIII AEC
  • Flávia Lima Corpas
  • O emprego de referências egípcias no cenário burlesco brasileiro
  • Janaina Zdebskyi
  • A presença na Imagem: Ritos de animação de estátuas na Suméria
  • Juliana Cavalcanti
  • A pluralidade religiosa de Dura-Europos: alguns apontamentos metodológicos.
  • Katia Pozzer, Priscila Scoville e Wellington Rafael Balém
  • Desafios e possibilidades da pesquisa em Antiguidade Oriental no Brasil
  • Rafael Felipe Almeida Nascimento e Alexandre Galvão Carvalho
  • A Economia e a sociedade Acadiana no seio do debate entre Marxistas, Substantivistas E Formalistas
  • Rogério Lima de Moura
  • A Ordem Cósmica versus O Caos: a estrutura mítica da religião de Ugarit
  • Thiago Henrique Pereira Ribeiro
  • O Uno, o Múltiplo e o Egito

Publicado: 14.12.2021

 

CuaCuadernos de Historia – Serie Economía y Sociedad. Córdoba, n.26/27, 2021.

ARTÍCULOS

DOSSIER

RESEÑAS

PUBLICADO: 2021-07-01

Revista de Educação Histórica. Curitiba, n.23, jul. /dez. 2021.

APRESENTAÇÃO……………………………………………………………………… 09

Estudios Históricos. Rivera, n.25, jul. 2021.

Estudios Históricos. Rivera, n.25, jul. 2021.

Editorial

Artículos de este número

  • 01 – O Despertar do Dragão. O Nascimento do Imperialismo Chinês. A Via Chinesa da Restauração Capitalista. (1949-2002)
    The awakening of the dragon. The Birth of Chinese Imperialism. The Chinese Way of Capitalist Restoration. (1949-2002)
  • Dr. Mário Maestri
  • 02 – Portugal e Espanha: vítimas do próprio pioneirismo
    Portugal and Spain: victims of the pioneering own
  • Dr. Iraci del Nero da Costa (Brasil)
  • 03 – The role of domestic musical and educational traditions in the cultural life of European countries during the first wave of Russian emigration
    Роль отечественных музыкально-образовательных традиций в культурной жизни европейских стран в период первой волны русской эмиграции
    El papel de las tradiciones musicales y educativas nacionales en la vida cultural de los países europeos durante la primera ola de emigración rusa
  • Dr. I. N. Suetin (Rusia)
  • 4 – Políticas Linguísticas na Fronteira de Mato Grosso do Sul/Brasil
    Language Policies at the Mato Grosso do Sul/Brazil Border
  • Grayson Wellington Toliver, Rosangela Villa da Silva (PPGEL/UFMS) ( Brasil)
  • 05 – A literatura infantil na década de 50: um olhar para algumas edições da Revista do Ensino do Rio Grande do Sul
  • Dr. Alessandro Bica, Raissa Lamadril, Zíla Rêgo. (Brasil)
  • 06 – Professional training of police officers in the territory of the Middle Volga region of the USSR in the pre-war period (1938-1941).
    Formación profesional de agentes de policía en el territorio de la región del Volga Medio de la URSS en el período anterior a la guerra (1938-1941)
  • Dr. Pashkin A.G. (Rusia)
  • 07 – As formas de organização do Estado e entendimento da nação através do ódio aos judeus: os casos da Action Française e do nazismo
    Forms of State organization and understanding of the nation through hatred of Jews: the cases of Action Française and Nazism
  • Dr. Felipe Cazzeta (Brasil)
  • 08 – O “abrasileiramento” de Jerônimo: o hibridismo cultural na obra O Cortiço
    The “brazilianization” of Jerônimo: cultural hybridism in the literary work O Cortiço (The Slum)
  • Dr. Jéferson Luis Staudt, Dra. Magna Lima Magalhães, Ernani Mügge (Brasil)
  • 09 – A manifestação do sagrado medieval ocidental em O Senhor dos Anéis
    The manifestation of the sacred western medieval in The Lord of the Rings
  • Dra. Cristina Ennes da Silva,
    Rodrigo Gustavo Pires Heckler. (Brasil)
  • 10 – Os monges barbudos de Soledade e o conflito com o estado em 1938: memórias compartilhadas entre gerações.
    Soledade’s bearded monks and the conflict with the state in 1938: memories shared between generations.
  • Ms. Simone Pinho de Oliveira (Brasil)
  • 11 – O coronelismo retratado na literatura brasileira: análise da obra “São Bernardo”, de Graciliano Ramos
    Coronelismo pictured in brazilian literature: analysis of the book “São Bernardo”, by Graciliano Ramos.
  • Ms. Carolinne Nhoato dos Santos,
    Dra. Janaína Rigo Santin. (Brasil)
  • 12 – Afro-porteños propietarios de esclavos a fines de la época colonial.
    Afro-porteños slave owners in late colonial times.
  • Dr. Miguel Á. Rosal (Argentina)
  • 13 – Brasília, Patrimônio Mundial da UNESCO: entre Cidade Modern(ist)a e Cidade Histórica (1981-1990)
    Brasília, UNESCO World Heritage: between Modern(ist)a and Historic City (1981-1990)
  • Vinícius José Mira, Dr. Fernando Cesar Sossai,
    Dr. Diego Finder Machado. (Brasil)
  • 14 – Madres de Clanes Urbanos: Hogares clave en Ciudades
    Urban Clan Mothers
  • Dra. Susan Lobo (U.S.A.)

 

Menores/tutela estatal e instituciones de reforma/Buenos Aires/1890-1930 | María Carolina Zapiola

Entre fines del siglo XIX y principios del XX, en Argentina emergieron y se consolidaron diversas instituciones estatales nacionales, en un contexto de fuerte expansión de una economía capitalista centrada en la exportación de materias primas. La llegada de extranjeros para suplir la falta de mano de obra nativa para las demandas del mercado y las inversiones de capitales foráneos dieron forma a una renovada ciudad de Buenos Aires, que se convirtió en epicentro de los efectos sociales más visibles del proceso modernizador. Estos cambios tan profundos y sensibles a la mirada de las elites y funcionarios expertos son la clave de la indagación de la autora. En efecto, el foco de atención del libro se centra en la conformación de las instituciones estatales y el singular abordaje para dar respuesta a la conflictividad social en la infancia, que apareció como “fenómeno nuevo” como consecuencia de los rápidos cambios económicos y materiales. Leia Mais

Leer en el encierro | Bettina Caron

El sistema penitenciario mundial cuenta con fuertes variables negativas que repercuten directamente en la reinserción social de las personas privadas de la libertad. Las consecuencias de la pandemia dejan en evidencia las grandes desigualdades y los distintos aislamientos entre los privilegiados y aquellos que viven en el hacinamiento. Dentro de ese contexto inhumano, hay una búsqueda de intimidad que se cruza con la vigilancia constante y la violencia institucional que predomina en las cárceles del mundo. La escritura y la lectura son herramientas fuertes que no toman el valor que corresponden en un espacio que predomina el castigo y la vigilancia. Leia Mais

Delito y castigo en Uruguay (1907-1934) | Daniel Fessler

En América Latina, como posiblemente ocurre en otros lugares del mundo, la relación seguridad/ inseguridad tiene memoria corta. Todos los días nos enfrentamos a posturas o planteos que insisten en que el auge del delito que atravesamos en nuestras sociedades es inédito, que el pasado era lozano y seguro. El trabajo de Daniel Fessler dialoga con ese presente porque aborda la genealogía de algunas de las ideas que permean el sentido común punitivo sobre el vínculo entre la sociedad y el crimen. Sin entablar comparaciones o analogías infructuosas con la actualidad, Fessler demuestra que las primeras tres décadas del siglo XX consolidaron la idea del delito como un problema inherente a la sociedad uruguaya. El trabajo, resultado de la investigación para obtener el título de doctor en la Universidad de la República en Uruguay, se podría considerar una continuación de su libro anterior, titulado Derecho penal y castigo en Uruguay (1878-1907), de 2012, en el que analiza el proceso de modernización penal que comenzó en 1878 con la promulgación del Código de Instrucción Criminal, pasó por la aprobación del Código Penal en 1889 y se cerró en 1907 con la abolición de la pena de muerte. En este punto final comienza el nuevo libro que se extiende hasta 1934 fecha en la que se aprobó el segundo Código Penal. Leia Mais

Memorias de la prisión política durante el terrorismo de Estado en la Argentina (1974-1983) | Santiago Garaño

El encuadre de una entrevista, del vínculo que va forjándose entre el investigador y el sujeto entrevistado, aparece descripto en las páginas de este libro como marca propia de la etnografía. Brotan así, en el relato, algunas huellas de los “diarios de campo” que componen el quehacer del antropólogo. En el cruce entre esa disciplina –de la que proviene su autor– y los intereses de la historia reciente se sitúa el apasionante libro de Santiago Garaño, asumiendo un tono que en ciertos momentos escapa de los corsés del estricto discurso académico. Entre el análisis detallado de documentos y del discurso de ex presos políticos, emergen también algunos elementos fortuitos que trazaron caminos en el estudio originalmente planteado, desnudando así la trastienda de la práctica investigativa. Es este uno de los aspectos singulares del trabajo que nos convoca, que resulta una invitación a sumergirse en los marcos de sentido que estructuraron la experiencia carcelaria en los años setenta y ochenta. Leia Mais

Tzintzun. Revista de Estudios Históricos. Morelia, n.74, Jul./Dez. 2021.

Artigos

Arquivos e documentos

Resenhas

  • GAFF, Alan D. y Donald H. GAFF (editores), From the Halls of the Montezumas, Mexican War Dispatches from James L. Freaner, Writing under the Pen Name “Mustang”, Denton, University of North Texas Press, 2019, (War and the Southwest Series, 14), 477 p
    Arellano González, Carlos
  • texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
  • VÁZQUEZ MEDELES, Juan Carlos, Militantes Clandestinos. Historia del Partido Guatemalteco del Trabajo-Partido Comunista (PGT-PC), México, Universidad Iberoamericana, 2019, 392 pp.
    Oikión Solano, Verónica
  • texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
  • AGUILAR GONZÁLEZ, J. Ricardo y Angélica J. AFANADOR PUJOL, Don Antonio Huitzimengari: información y vida de un noble indígena en la Nueva España del siglo XVI, México, Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo, Instituto de Investigaciones Hi
    Ortiz Macarena, Daniel Adrian
  • texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
  • MARTÍNEZ BARBOSA, María Xóchitl, Los hospitales en transición: episodios de la administración hospitalaria en la Ciudad de México (1821-1857), México, Universidad Nacional Autónoma de México, 2019, 148 pp.
    Vázquez Carmona, Alejandra
  • texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
  • Sobre LEAR, John, Imaginar el proletariado. Artistas y trabajadores en el México revolucionario, 1908-1940, México, Grano de Sal, 2019, 374 pp.
    Nateras Jiménez, Hugo Armando
  • texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
  • KULFAS, Matías y Guido ZACK (editores), Pensar la Economía Argentina. Por una macroeconomía compatible con el desarrollo, Buenos Aires, Siglo XXI Editores, 2018, 205 pp.
    Sotelsek, Daniel
  • texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )

Historia de las Prisiones. San Miguel de Tucumán, n.14, julio/diciembre, 2021.

I. Historiografía de las Instituciones de reclusión.

II. Entrevistas

III. Recensiones Bibliográficas

As ciências na história das relações Brasil-EUA | Mgali Romero Sá, Dominichi Miranda de Sá e André Felipe Silva

Organizado pelos pesquisadores da Casa de Oswaldo Cruz Magali Sá, Domichi Sá e André Silva, As ciências na história das relações Brasil-EUA reúne textos que analisam as conexões estabelecidas entre esses dois países tendo como ponto de partida projetos e redes de pesquisa que sinalizam como a diplomacia cultural foi, muitas vezes, também científica. Interesses econômicos e políticos não estão apartados nessas narrativas, sinalizadoras das múltiplas convergências que marcaram essas relações ao longo do século XX. Os 17 capítulos que integram o livro compõem esse recorte temporal amplo, assim como os campos de investigação que são eleitos para análise: agronomia, medicina, física, genética, antropologia, ciências sociais, biologia, entre outros.

Desse modo, o primeiro capítulo trabalha com uma perspectiva de aproximação dos EUA a partir da retórica do pan-americanismo, tomando como objeto as narrativas do Boletim da União Pan-americana do começo do século XX, enquanto o segundo analisa a expedição Roosevelt-Rondon (1913-1914). Já o último capítulo examina a constituição e a institucionalização do campo da biologia da conservação e os projetos a ele relacionados durante a segunda metade do século XX. As diferenças temporal e disciplinar se refletem no modo como os vocabulários pelos quais essas relações se estabeleceram também foram mudando de significado. Assim a “natureza” dos boletins da União Pan-Americana ou da viagem de um Roosevelt “aventureiro” e “caçador” (Sá, Sá, Silva, 2020, p.59) não é a mesma dos projetos de conservação desenvolvidos em parceria pelos ambientalistas, brasileiros e estrangeiros. Entre uma natureza e outra, cabe ao leitor estabelecer uma linha por vezes impossível de ser definida, porque heterogênea em suas associações. O mesmo pode ser dito se tomarmos a Amazônia como elemento aglutinador de alguns dos capítulos. Leia Mais

Scripta Mediaevalia. Mendoza. v.14, n.1, 2021.

Artículos

Publicado: 30-06-2021

História Ambiental do Brasil Republicano: políticas ambientais, historiografias e mundo natural | Faces da História | 2021

Em 1989, diante de uma plateia estarrecida, a jovem indígena Tuíra Kayapó apontava um facão para o pescoço do então chefe da Eletronorte. O público era formado por diversos profissionais, populações tradicionais, políticos, jornalistas e outros, e estavam ali para o Primeiro Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. Na ocasião, discutiam-se os diversos impactos na vida da população ocasionados pela construção de uma usina hidrelétrica no rio Xingu. O chefe da Eletronorte tentava convencer da necessidade da obra, Tuíra procurava, ao seu jeito, mostrar o contrário. Três décadas depois, a Usina de Hidrelétrica de Belo Monte ocupa a paisagem outrora marcada pela floresta, rio, ocas e animais de muitas espécies (COLACIOS, 2015). A cena é simbólica. Símbolo da situação do meio ambiente no Brasil, das leis, políticas públicas, dos povos indígenas, da justiça ambiental e das desigualdades sociais de vários tipos.

Anos antes dessa cena, em 1981, enquanto ainda perdurava a ditadura civil-militar brasileira, a política ambiental do país ganhava novos contornos. Foi instituída a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei n.º 6.983), com um peso significativo na perspectiva desenvolvimentista, nada diferente das ações na área ambiental promovidas até então pelo governo militar, tal como a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), de 1973, que por sua inação deu o tom da década do suposto milagre econômico brasileiro e todas as suas consequências ambientais. No entanto, essa nova política abriu um leque de instrumentos legais que tencionava, dentre outras questões, a avaliação dos impactos ambientais e estabelecia padrões de qualidade ambiental. Leia Mais

Revista M. Rio de Janeiro, v.6, n.11, 2021.

Dossiê 11: Epidemias e suas narrativas multidisciplinares ao longo da História

Dossiê 11: Epidemias e suas narrativas multidisciplinares ao longo da História

Editorial

Dossiê

Artigo Livre

Em campo

Publicado: 2021-06-30

Faces da História. Assis, v.8, n.1, 2021.

História Ambiental do Brasil Republicano: políticas ambientais, historiografias e mundo natural

Equipe Editorial

Apresentação

Artigos para Dossiê

Artigos Livres

Notas de Pesquisa

Resenha

Homenagem

Publicado: 2021-06-30

Mastodontes: a história da fábrica e a construção do mundo moderno | Joshua Freeman

Em 2010, dezoito trabalhadores da empresa de tecnologia chinesa Foxconn tentaram cometer suicídio ao pularem do telhado de uma das instalações da empresa. Quatorze deles infelizmente conseguiram. Este trágico evento foi uma das razões que levaram o historiador norte-americano Joshua Freeman a refletir a escrever Mastodontes: a história da Fábrica e a construção do mundo moderno, publicado originalmente em 2018 pela W.W. Norton, e traduzido imediatamente para o português em 2019 pela editora Todavia. O livro faz parte do esforço da editora brasileira em trazer para uma audiência nacional produções estrangeiras que versam sobre temas proeminentes do mundo contemporâneo. Neste caso, a obra traduzida busca contribuir para o debate sobre a relevância do mundo industrial nos dias de hoje e frisar o quanto este universo impactou e continua a impactar o presente.

No livro, Freeman nos traz uma história das fábricas. Mas não qualquer fábrica __ como ele mesmo salienta no começo do livro __ mas aquelas mastodônticas, que se destacaram à época de sua construção por terem suscitado na sociedade industrial uma miríade de questões políticas, culturais e econômicas, incorporando, a um só tempo, um imaginário de horror ancorado na exploração do trabalho, degradação ambiental e miséria social com a esperança de um futuro glorioso pautado na abundância material. Como o próprio autor ressalta, estas fábricas “não eram típicas” e se diferenciaram da maior parte das unidades produtivas fabris do século XIX e XX, que eram menores tanto em tamanho quanto em sofisticação (FREEMAN,2019, posição 134). Além disso, sua experiência como professor do Queen’s College (um dos principais centros de história operária dos EUA) e um representante da Nova História Social do Trabalho1 , com vasta produção em história do operariado estadunidense e publicações a respeito do capitalismo norte-americano em perspectiva global, pode ser percebida no enfoque fornecido pelo autor, que se difere dos trabalhos acadêmicos que analisam as fábricas sob o viés arquitetônico (DARLEY, 2003), e das pesquisas que as compreendem como uma componente secundária dentro do mundo do trabalho (LE ROUX, 1980). Freeman, por sua vez, busca apresentá-las como uma “instituição em si mesma”, dotada de historicidade própria, com seus aspectos políticos, culturais, econômicos e estéticos sendo compreendidos como elementos que variaram no tempo e no espaço (FREEMAN, 2019, posição 142). Leia Mais

Africanos livres: a abolição do tráfico de escravos no Brasil | Beatriz Mamigonian

A historiografia brasileira vem há décadas tendo a escravidão e o tráfico como um dos seus principais temas. Novas interpretações e análises surgiram nos últimos anos para demonstrar que ainda se trata de um tema muito atual para a escrita da história nacional. Entre as novas reflexões desenvolvidas nos últimos anos, está a obra Africanos Livres: a abolição do tráfico de escravos no Brasil, da historiadora Beatriz Mamigonian, publicado em 2017 pela Editora Companhia das Letras.

O livro se divide em introdução, epílogo e mais dez capítulos. Como o próprio prefácio, escrito brilhantemente por João José Reis, “este é um livro há muito esperado”. A historiadora amplia uma pesquisa, originalmente desenvolvida no doutorado, através da inserção de novas fontes e análises. Sua linha de raciocínio se debruça nas questões dos escravizados ilegalmente. Vale constar que a historiadora, ao longo da obra, mostra o papel dos sujeitos históricos, no caso aqui os africanos livres, dentro das dinâmicas políticas, sociais, culturais e jurídicas do Brasil oitocentista. Leia Mais

Cadernos de História. Belo Horizonte, v.22, n.36, 2021.

Temática Livre

Expediente

Temática Livre – Artigos

Resenhas

Publicado: 30-06-2021

Historia. Santiago, v.1, n.54, 2021.

Artículos

Reseñas Bibliográficas

Publicado: 2021-06-30

Revista Nordestina de História do Brasil. São Paulo, v.3, n.6, 2021.


Edição v.3, n.6. Publicado: 2021-06-29

Revista Nodestina de História do Brasil tem peridiocidade semestral, este volume fechará sua edição em junho. Os números são editados no modelo de publicação contínua (PC), conforme as orientações do Guia para a Publicação Contínua de artigos em periódicos indexados no SciELO.

Artigo Livre

 

Boletim Historiar. São Cristóvão, v.8, n.02 (2021): Abr./Jun. 2021

Artigos

Resenhas

Publicado: 2021-06-29

Paulo Freire. Santiago, n.25, 2021.

Artículos de Investigación

Revista Nordestina de História do Brasil. Cachoeira, v.3, n.6, 2021.

Capa: Lucas Teixeira, Designer gráfico, Rio de Janeiro, Brasil.

Revisão da capa: Editora Motres, Salvador, Brasil.

Artigo Livre

Crítica Historiográfica

Publicado: 2021-06-29

 

Ciencia Nueva – Revista en historia y política. Pereira, v.5, n.1, 2021.

Dossier “Prácticas públicas de la historia. Contextos locales, diálogos globales”

Presentación

Estudios Históricos

Ciencias Políticas

Dossier

Reseñas

Anales y Memorias

Publicado: 2021-06-29

Cadernos de Pesquisa do CDHIS. Uberlândia, v.34, n.1, 2021.

Cadernos de Pesquisa do Centro de Documentação e Pesquisa em História (CDHIS)

Quai Voltaire 1898; [Bouquiniste] ; [photographie] / [Atget]

Imagem cedida gentilmente pela Biblioteca Nacional da França.

Editorial

Apresentação

Artigo Livre

Tradução

Resenha

Publicado: 28-06-2021

Cuadernos de Historia del Arte. Mendoza, n.36, 2021.

Dossier: Aportes a las perspectivas de género en historia del arte

Páginas Preliminares

Editorial

Dossier

Artículos

Reseñas

Publicado: 28-06-2021

Arqueologia Pública. Campinas, v.16, n.1, 2021.

Arqueologia, Patrimônio e Gênero: provocações feministas

  • Este número reúne reflexões que demonstram o papel da crítica feminista e dos debates em torno das identidades de gênero no campo da Arqueologia, do patrimônio cultural e da memória.
  • Editorial
  • Camila A. de Moraes Wichers, Letticia Batista Rodrigues Leite
  • PDF

ARTIGOS

TRADUÇÕES

PUBLICADO: 2021-06-28

História, Ciências, Saúde-Manguinhos. Rio de Janeiro, v.28, n.2, 2021

 

História Ancestral do Brasil | Revista Nordestina de História do Brasil | 2020

HISTÓRIA ANCESTRAL E O PASSADO MAIS ANTIGO DO BRASIL

Quando fomos convidados pela Revista Nordestina de História do Brasil para coordenar e prefaciar o número temático História Ancestral do Brasil, não deixamos de nos perguntar, como arqueólogos e historiadores, o que se entenderia por ancestral no contexto epistemológico. De início, pensamos em temas relativos à pré-história, termo consagrado mundialmente desde o século XIX, quando Sir Daniel Wilson a utiliza pela primeira (Prehistoric Annals of Scotland, 1851, e Prehistoric man, 1862) e por Sir John Lubbock, na sua valorizada obra Pre-historic Times (1865). O termo não seria substituído com êxito por nenhuma outra expressão, mas, seria ele suficiente dentro do espírito da Revista que é primordialmente de História do Brasil? Até onde chegaria essa ancestralidade? Vemos, pelos diversos significados da palavra, que ancestral pode ser tudo o que seja anterior a nossa contemporaneidade, embora com o suficiente peso ou significado histórico para haver influído na formação do nosso futuro.

O estudo da pré-história do Brasil nos seus fundamentos básicos pretende conhecer as origens do povoamento, as tradições culturais dos caçadores-coletores e dos agricultores, as estratégias de sobrevivência dos diferentes grupos que povoaram a região desde o fim do pleistoceno e a sua evolução para o estágio agrícola e sedentário até o contato com o europeu1.

A integração das populações indígenas na história colonial assinala também o final da pré-história, independentemente do fator cronológico, mas a ancestralidade dos novos brasileiros não será apenas europeia, pois ficará também atrelada ao elemento indígena a partir do contato. No primeiro documento oficial da história do Brasil, o cronista da expedição de Cabral fez um retrato ameno dos indígenas avistados, num relato quase bucólico do que infelizmente seria o prelúdio da tragédia anunciada, que para os povos indígenas foi a Conquista. A visão reducionista e eurocêntrica fez dos indígenas americanos seres homogêneos desde o ponto de vista cultural sob a dominação genérica de índios, mas a realidade era completamente diferente, uma vez que o elemento indígena nos tempos da Colonização compreendia a maior densidade de línguas diferentes do mundo e os grupos étnicos apresentavam categorias socioculturais que abrangiam desde bandos de caçadores nômades a Estados teocráticos2.

O que se pode entender por História Ancestral? Se buscarmos em um buscador, como o Google, fica claro que o termo se refere a questões biológicas. Se nos voltamos para o adjetivo ancestral, em particular, ainda prevalece os sentidos biológicos. Nas humanidades e ciências sociais, usa-se para terra ancestral3 ou patrimônio, em referência a comunidades indígenas ou aborígenes. Ancestrais são usados para designar objetos culturais, como as máscaras dos ancestrais na antiguidade romana, de maneira a alcançar não só nativos, mas diversos povos do passado. O termo ancestral é muito produtivo, desde sua origem: ―ir antes‖, ―precedente‖, do latim antecedere (vir antes), com o prefixo ante- e o infinitivo cedere (ceder, ir). Refere-se aos que vieram antes, como em Shakespeare (Júlio César, I, 3, 506-510; fala de Cássio):

Pouco importa quem seja. Hoje ainda, são dotados os romanos de músculos e membros como os de seus ancestrais; mas, ai que tempo!; bem morto está o espírito de nossos pais, governa-nos o espírito de nossas mães. Nosso jugo e sofrimento mostram-nos efeminados. (Tradução dos autores).

Ancestral significa ―em relação aos predecessores, pessoas e lugares (Fernando Pessoa):

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —

Eterna verdade vazia e perfeita!

Ó macio Tejo ancestral e mudo,

Pequena verdade onde o céu se reflecte!

Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!

Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

[Fernando Pessoa, Lisbon Revisited (1923), Lisboa revisitada].

Este é o contexto para entender o uso, aqui, de História Ancestral. Refere-se a todos os humanos que viveram antes de nós e são, por isso, parte de nós, não só em termos genéticos, mas também como cultura. Este é um conceito abrangente, na medida em que todos são considerados de igual relevância, em qualquer época ou lugar. Todos que estudam nossos ancestrais mais antigos partilham a atenção e reconhecimento que os caçadores-coletores são dignos de interesse como quais outros seres humanos. No caso do Brasil, estudos genéticos indicam que:

Em conclusão, nosso estudo de mtDNA de uma mostra ao acaso de brasileiros brancos revelaram uma surpreendente alta contribuição matrilinear de ameríndios e africanos. Os brasileiros atuais, assim, carregam a marca genética da colonização mais antiga: a população pioneira colonial tinha, em geral, ancestralidade ameríndia e, depois de algumas gerações, com maior presença africana, sempre do lado materno. Mas, com ancestralidade portuguesa na linha paterna (como refletido por marcadores do cromossoma Y).4 (Tradução dos autores).

Frequência

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul

Ameríndios 33 54 22 33 22

Africanos 28 15 44 34 12

Europeus 39 31 34 31 66

Os genes dos ameríndios são, pois, bem difundidos5, mas talvez o mais importante seja a onipresença de sua contribuição cultural, da língua à culinária e muito mais6 . Entretanto, a História do Brasil é ainda considerada, mesmo em departamentos de História, como tendo início com a chegada dos portugueses, em 1500. Tanto assim, que pré-historiadores são ainda raros nos departamentos de História, com a resultante ausência de formação dos futuros professores de História, nas licenciaturas, quanto à História Ancestral. A Pré-História está bem representada em graduações e pós-graduação em Arqueologia, mas os arqueólogos não são formados em licenciaturas, mas em bacharelado, pelo que não podem ser professores no ensino fundamental e médio.

Há, ainda, um amplo espaço para a Pré-História, de modo que os licenciados em História possam aprender, de primeira mão, sobre os milhares de anos de ocupação humana da América do Sul. Este número da Revista busca contribuir para superar alguns desses desafios ao focar na História Ancestral mais antiga, a pré-histórica. Além disso, volta-se para o público mundial, de modo a alcançar um público mais amplo.

Os autores dos artigos que integram o presente número temático são todos pesquisadores experimentados e como não poderia deixar de ser, tiveram total liberdade nas escolhas dos temas apresentados, embora como num acordo não assinado, a linha do tempo foi marcada por trabalhos de cunho pré-histórico e outros nos quais o elemento indígena aparece em contato ou confronto com o português. Por decisão dos editores da Revista, a sequência de autores é alfabética e não segue assim uma ordem cronológica nem temática, mas demonstra a riqueza dos temas ligados ao mundo indígena na visão científica e pessoal dos seus autores.

O primeiro artigo, Archéologie: Du passe au présent, dês paysages au territoire, assinado por Agueda e Denis Vialou, não poderia ser mais oportuno para o início deste número da Revista. Está dedicado às ocupações do final do Pleistoceno e do Holoceno numa região onde nascem as bacias hidrográficas do Amazonas e do Paraguai-Paraná, região de dispersão de grupos étnicos que depois estarão separados por milhares de quilômetros. Roquette-Pinto7 no livro Rondônia, já comentava que quem atravessa o Mato Grosso vê, lado a lado, arroios orientados para o Norte e outros que vão se perder no Paraguai. O parágrafo final do artigo é ilustrativo e resume a importância dos registros rupestres pré-históricos como marcadores de identidades: “Les représentations rupestres reflètent la modernité dessociétés préhistoriques dans leurs irréductibles identités symboliques, confiées à la nature, aucœur de leurs territoires”

Alexandre Navarro, Dayse Marinho e João Costa Gouveia Neto são os autores de um belíssimo texto sob o título O imaginário do mundo das águas: lendas, narrativas e histórias ancestrais sobre a vida dos povos das estearias, no qual, e a partir dos assentamentos lacustres do Maranhão, recolhem as lendas que o imaginário popular teceu ao longo dos anos que se seguiram quando os construtores das estearias já as tinham abandonado há décadas. Cabe destacar, que as estearias do Maranhão significam um mundo intermediário entre as populações do litoral nordestino e as da bacia amazônica.

A longa trajetória do arqueólogo e pesquisador da Bahia Carlos Etchevarne está resumida, em parte, no seu trabalho A história da Bahia antes da colonização portuguesa, com ênfase nas populações sedentárias ou semi-sedentárias de agricultores Aratu e Tupi. A importância dos registros rupestres, tão abundantes na Bahia, é também ressaltada como indicadora da variedade de etnias indígenas que povoaram a região.

Fábio Borges entendeu qual era o espírito do dossiê temático da Revista na sua Proposta para uma abordagem arqueológica da etno-história do Seridó – RN/PB. Pernambucano de Olinda, Fábio Borges é hoje um seridoense por adoção e mérito próprio, pesquisador e professor da UFRN no campus de Caicó, suas pesquisas na Região do Seridó têm contribuído ao entendimento de uma ancestralidade indígena potiguar que se remonta desde milênios AP até o século XVII, através da conjunção dos dados fornecidos pela gloto-linguística, a etno-história e o registro arqueológico.

O artigo apresentado por Michel Justamand, Albérico Nogueira de Queiroz e Gabriel Frechiani de Oliveira, As representações rupestres de biomorfos no Parque Nacional Serra da Capivara – PI: um estudo de caso é, mais uma vez, a demonstração da importância que a interdisciplinaridade tem em Arqueologia. Os três pesquisadores estão ligados às pesquisas sobre arte rupestre, particularmente ao conjunto ímpar do Parque Nacional Serra da Capivara, embora cada um, pela sua formação, tenha um viés metodológico diferente. Dá-se especial evidência neste trabalho às figuras que representariam a transição da forma humana para a animal ou vice-versa. Não podemos deixar de evocar a figura do homem pássaro representada nos sítios rupestres dos sertões nordestinos e mais uma vez refletir sobre as identidades ancestrais que representam os nossos registros rupestres pré-históricos.

Nanci Vieira de Oliveira em Pescadores – Coletores do Litoral Fluminense: Novos olhares, velhos problemas inicia a sua contribuição ao tema básico deste número da Revista com uma reflexão acertada dos conceitos, ultrapassados às vezes, do que se entende por nomadismo e sedentarismo na arqueologia tradicional. Utilizando-se de um neologismo certeiro, – as pesquisas pronapianas – , referindo-se aos pesquisadores que integraram o famoso PRONAPA, põe em tela de juízo os horizontes culturais em que foram divididas as ocupações humanas pré-históricas entre sítios précerâmicos e sítios cerâmicos, sem aparente ligação entre eles. A pesquisadora propõe um novo olhar na procura de identidades étnicas e processos culturais capazes de identificar a atividade humana no médio da massa de materiais e fases arqueológicas que a mascaram. Os novos olhares metodológicos abrem uma nova janela ao entendimento das populações litorânea, as primeiras a serem avistadas e que sofreriam os primeiros impactos da conquista portuguesa. Para finalizar a nossa contribuição, só nos resta parabenizar a feliz iniciativa da RNHB dedicando um número temático às mais antigas origens do povo multiétnico brasileiro.

Notas

1. Cf.: MARTIN, Gabriela. Quando os índios não eram índios: reflexão sobre as origens do homem pré-histórico no Brasil. CLIO Arqueológica, Recife, n. 15, p. 1-27, 2002.

2. TOVAR, Antonio. Catálogo de las lenguas de América del Sur. 2. ed. Madrid: Ed. Gredos, 1984.

3. Cf.: TUMINEZ, Astrid S. This Land is Our Land: Moro Ancestral Domain and Its Implications for Peace and Development in the Southern Philippines. SAIS Review of International Affairs, v. 27 n. 2, p. 77-91, 2007. Project MUSE. DOI: 10.1353/sais.2007.0044; ROTARANGI, S. J. Planted forests on ancestral land: the experiences and resilience of Māori land owners. 2012. Thesis (Doctor of Philosophy) – University of Otago. Retrieved from: http://hdl.handle.net/10523/2221; DI GIMINIANI, P. The becoming of ancestral land: Place and property in Mapuche land claims. American Ethnologist, 42, p. 490-503, 2015. DOI: 10.1111/amet.12143.

4. ALVES-SILVA, J.; SILVA SANTOS, M. Da; GUIMARAES, P. E.; FERREIRA, A. C.; BANDELT, H. J.; PENA, S. D.; PRADO, V. F. The Ancestry of Brazilian mtDNA Lineages. Am J Hum Genet, n. 67, p. 444-461, 2000.

5. PENA, Sérgio D. J.; BORTOLINI, Maria Cátira. Pode a genética definir quem deve se beneficiar das cotas universitárias e demais ações afirmativas? Estud. av., São Paulo, v. 18, n. 50, p. 31-50, apr. 2004. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142004000100004&lng=en&nrm=iso. Access on: 10 jun. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142004000100004.

6. FUNARI, P. P. A.; PINON, A. A temática indígena na escola: subsídios para os professores. São Paulo: Contexto, 2011.

7. ROQUETTE-PINTO, Edgard. Rondônia: anthropologia-ethnografia. Rio de Janeiro: Coedições ABL, 2005.

Gabriela Martin –  Doutora em História Antiga pela Universitat de València (Espanha) Professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Recife, PE, Brasil. E-mail: gabrielamartinavila@gmail.com

Pedro Paulo A. Funari –  Doutor em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (USP) Professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Campinas, SP, Brasil. E-mail:  ppfunari@uol.com.br  Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0183-7622


MARTIN, Gabriela; FUNARI, Pedro Paulo A. Apresentação. Revista Nordestina de História do Brasil. Cachoeira, v.2, n.4, p.7-12, jan./jun. 2020. Acessar publicação original [DR]

Acessar dossiê [DR]

 

Do folclore à Militância: A canção latino-americana no século XX | Tânia da Costa Garcia

A obra Do folclore à Militância: A canção latino-americana no século XX, da historiadora Tânia da Costa Garcia, é resultado de sua tese de livre-docência apresentada à Universidade Estadual Paulista. Publicada em 2021 pela editora Letra e Voz, foi inicialmente lançada em inglês pela Lexington Books (2019), com o título: The Latin American Songbook in the Twentieth Century: From Folklore to Militancy. Docente da UNESP, Garcia dedica-se, desde a pós-graduação, a pesquisar temáticas como identidades nacionais, canção engajada, meios de comunicação e cultura popular. Ao longo de sua trajetória publicou O “it verde e amarelo” de Carmen Miranda (1930-1946), pela Annablume/FAPESP em 2004, e foi organizadora das coletâneas Música popular: História, memória e identidades e Música e Política: um olhar transdisciplinar, ambas pela editora Alameda em 2013 e 2015, respectivamente. A longa trajetória como pesquisadora na área de música e cultura popular é apresentada de forma resumida na obra, que reúne resultados de suas pesquisas nos últimos anos que envolveram a passagem por instituições brasileiras, britânicas e argentinas. Leia Mais

Maria Antônia, um retrato além da moldura | Fernando Santos da Silva

Perseguir os significados que a Rua Maria Antônia, no distrito da Consolação, adquiriu na vida urbana da cidade de São Paulo desde a sua origem é o principal objetivo do livro Maria Antônia, um retrato além da moldura, de Fernando Santos da Silva (2019). Trata-se de uma produção fruto da pesquisa desenvolvida pelo autor para seu mestrado na Universidade Presbiteriana Mackenzie, e que, transformada em livro, foi publicada em 2019 pela editora Appris.

Já na Introdução, o autor convoca o leitor a pensar sobre a possibilidade de a Rua Maria Antônia ser considerada um lugar de memória. Isso posto, formula a hipótese de que as instituições culturais e educacionais ali implantadas exerceram, em certo sentido, um papel fundamental, transformando-a em uma via urbana que representava a dinâmica da vida intelectual na cidade que se modernizava. Sabe-se que a criação da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Universidade de São Paulo (USP) são desdobramentos dessa relação simbiótica entre cultura e cidade que abre novas perspectivas para a leitura do lugar. Para Silva (2019), a história da Rua Maria Antônia está ligada à memória estudantil como um espaço simbólico de referências a essas duas grandes instituições que vêm formando várias gerações de intelectuais do país. Leia Mais

As cruzadas: uma história | Jonathan Riley-Smith

Ecce quam bonum et quam incundum

Habitare frates in unum!

[Oh! Quão bom e quão agradável habitarem os irmãos em união!]

(Salmo 133,1)

O autor Jonathan Riley-Smith (1938-2016) foi um destacado medievalista inglês. Formou-se em Cambridge, lecionou em St. Andrews, foi diretor de estudos no Queen’s College, professor de História Medieval no Royal Holloway College de Londres e por fim, de volta em Cambridge, catedrático de História Eclesiástica. Foi membro fundador e, posteriormente, presidente da Sociedade para a História das Cruzadas e do Oriente Médio e suas obras figuram entre as contribuições mais relevantes para o estudo das cruzadas no século XX. Como consequência de seu trabalho nas funções de autor e editor, resultaram 17 livros, inúmeros capítulos e artigos em publicações diversificadas, conferências para especialistas e leigos. Riley-Smith foi também Cavaleiro da Ordem de Malta e Bailio Grã-Cruz da Venerável Ordem do Hospital de São João de Jerusalém (RILEY-SMITH, 2019). Leia Mais

A Batalha dos Livros | Lincoln Secco

Lincoln Secco é docente do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP) desde 2003. Seu leque de temáticas conta com razoável amplitude. No mestrado, pesquisou a recepção de ideias de Antonio Gramsci na realidade brasileira. Investida que resultou no livro Gramsci e o Brasil (2002) – uma espécie de état de l’art das apropriações do pensador italiano no país. No doutorado, operou uma certa mudança de sentido investigativo. De um estudo circunscrito à História das Ideias deslocou-se para uma análise político-social da crise do império colonial português. A empreitada, que se derivou em dois títulos (SECCO, 2004;2005), foi logo suplantada por outros interesses. Desde então, o docente dedica-se principalmente ao marxismo e às esquerdas, tanto em abordagens mais restritas às construções conceituais, quanto em investigações voltadas às expressões dessas correntes políticas como fenômeno social. O último trabalho de Lincoln Secco originou-se exatamente dessa segunda vertente. A obra lançada em 2017, intitulada A Batalha dos Livros, é uma pesquisa sobre a história editorial das esquerdas brasileiras. Em grande medida, trata-se de um intento de esmiuçar os caminhos textuais do processo de circulação de ideias de esquerda no Brasil.

Os cinco capítulos de A Batalha dos Livros de Lincoln Secco organizam-se a partir de um referencial diacrônico-qualitativo. Cada passagem concentra-se em um período no qual o autor identificou a configuração de uma qualidade editorial específica dentro das esquerdas. Todo o estudo é fundado em um prisma histórico que tem como balizas o final do século XIX e o princípio da segunda década do século XXI. A pesquisa possui como foco principal, embora não único, os projetos editorais e as publicações do Partido Comunista Brasileiro (PCB).1 Tal afirmação somente não é válida para o primeiro e o último capítulo, pois esse se dedica ao momento anterior a Revolução Russa; e aquele ao período pós-ditatorial quando as esquerdas encontravam-se hegemonizadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e o PCB passava por uma profunda crise. Leia Mais

História & Outras Eróticas | Martha S. SAntos e Marcos Antonio Menezes

O que pode um corpo sem juízo? Quando saber que um corpo abjeto se torna um corpo objeto e vice-versa? Não somos definidos pela natureza assim que nascemos Mas pela cultura que criamos e somos criados

Sexualidade e gênero são campos abertos

De nossas personalidades e preenchemos

Conforme absorvemos elementos do mundo ao redor

Nos tornamos mulheres – ou homens,

Não nascemos nada

Talvez nem humanos nascemos

Sob a cultura, a ação do tempo, do espaço, história

Geografia, psicologia, antropologia, nos tornamos algo

Homens, mulheres, transgêneros, cisgêneros, heterossexuais

Homossexuais, bissexuais, e o que mais quisermos

Pudermos ou nos dispusermos a ser

O que pode o seu corpo?

Jup do Bairro.

História & Outras Eróticas, organizado por Martha S. Santos, Marcos Antonio Menezes e Robson Pereira da Silva, é fruto de um esforço científico coletivo que extrapola a materialidade dos textos que compõe a obra. O troca-troca cultural entre arte e agenda política (MEIHY, 2020, p. 13) que nos chega, tem origem na realização do VI Congresso Internacional de História da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí. Desta feita, os louros pela excelência são creditados aos/às autores/as e estendem-se aos discentes e docentes do Curso de Licenciatura em História da referida universidade, bem como, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pelo investimento na produção científica brasileira. Leia Mais

Fênix – Revista de História e Estudos Culturais. Uberlândia, v.18, n.1, 2021.

Dossiê: Literatura e cultura italiana do século XX

DEZESSETE ANOS DE EXISTÊNCIA

  • É com imensa satisfação que lançamos mais um número da Fênix – Revista de História e Estudos Culturais (Volume 18, Ano XVIII, Número 1 – Janeiro / Junho – 2021).
  • Neste número temos a enorme satisfação em publicar VINTE E CINCO (25) ARTIGOS assim distribuídos: SEIS (06) no DOSSIÊ “Literatura e cultura italiana do século XX” e DEZENOVE (19) na SEÇÃO LIVRE, que sem dúvida estimularão debates e novas reflexões.

Editorial

Dossiê

Artigos

Resenhas

Publicado: 2021-06-28

Literatura e cultura italiana do século XX | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2021

Um dos objetivos do dossiê é propor um resgate crítico de um período específico do contexto cultural italiano do século XX, a saber, o período que vai da década de 1960 à década de 1980. Trata-se de um interesse de fundo que contribui para a articulação das diversas contribuições aqui reunidas, propostas de leituras das obras de autores como Leonardo Sciascia, J. Rodolfo Wilcock, Goffredo Parise, Vittorio Sereni, Primo Levi e Elena Ferrante.

Embora seja sempre controverso apontar períodos mais ou menos conturbados na história, posto que problemas amiúde permanecem latentes na aparente calmaria da continuidade, os textos do presente dossiê encobrem um período bastante tenso. Estudálos e lê-los hoje em dia, quando não estamos exatamente navegando em mares tranquilos, é bastante desafiador. É quase inevitável pensar na “fusão de horizontes”, de Hans-Georg Gadamer, embora estejamos todos mais propensos à confusão e os horizontes estejam muito nebulosos ou quase invisíveis. De qualquer maneira, fica o desafio de pensarmos em uma encruzilhada no espaço, formada por Brasil e Itália, e, sobretudo, no tempo, pois, assim como hoje é intenso o debate sobre “as novas faces do fascismo”, para usar a expressão de Enzo Traverso (TRAVERSO, 2019), nas décadas de 60 e 70, a atmosfera política estava pesada, tanto lá como cá. Leia Mais

História em Curso. Belo Horizonte, v.3, n.3, 2021.

Revista História em Curso – Número 3

Organizadores do Número

  • Júlia Calvo (PUC Minas)
  • Mateus Roque da Silva (PUC Minas)

Editorial

Apresentação

Artigos/Articles

Resenhas/Reviews

Publicado: 27-06-2021

Estudios de Filosifía Práctica e Historia de las Ideas. Mendonza, Vol. 23, 2021

Dosier

Artículos

Entrevistas

Comentarios de libros

Publicado: 2021-06-26

Asclepio – Revista de Historia de la Medicina y de la Ciencia. Madrid, v.73, n.1, 2021.

Publicado em Junho | v.73 n.1 (2021)

Estudios

Ensayo – Reseña

Reseñas

Locuras en primera persona. Subjetividades/ experiencias/ activismos | Rafael Huertas

“La producción de conocimiento es siempre un proceso colectivo.”

Así inicia Rafael Huertas su nuevo libro: Locuras en primera persona. Subjetividades. Experiencias. Activismos. Es un buen aviso de lo que en esencia nos trae: un saber construido por un amplio entretejido de voces que “nunca es definitivo”. En el caso de los estudios psi, de manera deliberada, se ha decidido mantener silenciada a la “primera persona” de estas voces de conocimiento colectivo durante años. Se ha decidido generar literatura científica sobre la locura desde la imposición externa, desde la disección quirúrgica, desde el “cuerdismo”. Una clínica que observa, no una clínica que escucha. Y lo hace desde un marco cultural concreto y normativo.

Podemos quedarnos ahí o, atender por fin, a toda una literatura de saber en primera persona sin la cual no podrá llegarse a un entendimiento real del sufrimiento psíquico. Y en este último término de hecho me corrijo, pues, se trata más bien de un sufrimiento social resultado de una exclusión dirigida por los grupos hegemónicos. Esta literatura ya existe, lleva mucho tiempo produciéndose, toma cada vez más fuerza. Y Rafael Huertas acude a retratar esta parte de la historia, bajo la luz de tres focos: el arte, el género y el activismo. Leia Mais

Cuerpos representados. Objetos de ciencia artísticos en España/ siglos XVIII-XX | Alfons Zarzoso e Maribel Morente

Nos encontramos ante un libro tan académicamente interesante como atractivo para un lector no especializado tanto por su temática como por lo cuidado de la edición. Sus catorce autores, excelentes conocedores de la materia tratada por cada cual, así como de las orientaciones más actuales en sus respectivos campos de investigación, ofrecen una panorámica inédita, aunque ya apuntada en obras precedentes, sobre la materia tratada tal como la describe la segunda parte del título de la obra colectiva; pues es el caso que la palabra “cuerpos” debe tomarse en un sentido amplio: la imagen inconsciente de quien lea el título, estimulada además por la ilustración de portada -quizá, también, el prejuicio profesionalista de quien esto escribe- es la de los cuerpos humanos, tal vez incluso animales, y es cierto que sobre todo del cuerpo humano se habla de manera abrumadora, pero no lo es menos que los dos primeros capítulos nos llevan más allá -en cierto sentido más acá- del autodenominado “rey de la creación” y de sus parientes menos arrogantes.

Con todo, el peso de lo antropológico y de lo médico es sobresaliente; y es mérito de los editores, al comienzo de la obra, y del autor del post scriptum, Jesús María Gallech Amilano, al final, la impresión de coherencia que desprende tan sólida compilación, hasta el punto de hacer deseable una nueva incursión en campos cada vez más “macrocósmicos”, si así puede decirse, que nos ayude a ponernos aún más en situación en tanto que habitantes del planeta en un siglo tan turbulento como el actual. Leia Mais

Afecciones en juego. Remedios anunciados en El País de 1909 a 1914 | Paul Hersch Martínez

Paul Hersch Martínez en este libro indaga sobre la publicidad contenida en el periódico El País de 1909 a 1914 que se refiere a los productos que son publicitados como remedios para las distintas enfermedades que aquejaban a la población mexicana de principios del siglo XX.

El libro comienza con una anécdota por demás interesante acerca del abuelo materno de Hersch, don Rafael Martínez Illescas, quien fue abogado y juez de primera instancia de Tulancingo, Hidalgo. Maderista y católico, fue encarcelado por oponerse al estado durante el conflicto religioso de la Cristeada. Además de lo anterior, fue un hombre letrado y lector asiduo del periódico El País del cual formó una colección que fue resguardada por sus hijas Esta colección consultada por Hersch fue luego donada a la Delegación Morelos del Instituto Nacional de Antropología e Historia, lugar en donde se encuentra actualmente a disposición de los investigadores. Mientras todavía estaba en poder de las hijas, fue consultada por su nieto Paul Hersch Martínez quien era una persona curiosa por la investigación, primero como médico, luego como historiador de la medicina. Esta anécdota nos muestra lo importante que pueden ser las colecciones privadas para el conocimiento histórico, pues pueden completar los acervos hemerográficos que son custodiados por las instituciones públicas. Esta colección del periódico será precisamente la fuente de la que abreva Hersch para realizar su estudio. Leia Mais

Los avances de la medicina actual | Pedro Frontera

Nos señala el autor en el prólogo cómo la última gran pandemia, que aparece más de cien años después de la gripe mal llamada “española”, estudiada por María Isabel Porras, ha puesto en duda muchas de nuestras convicciones. Retoma textos de Pedro Laín Entralgo y de José María López Piñero, en que se anuncian muy brillantes perspectivas para la salud y la vida de los humanos, de los seres humanos de países privilegiados y pertenecientes a las clases ricas o acomodadas. Recuerdo al mismo Laín comentar que la “española” no fue tan grave, pues él mismo había sobrevivido. Pero en otras ocasiones también reconocía que entre la patología infecciosa quedaban todavía esos extraños seres que se denominan virus y que parecen ser -bromeaba sobre ello- los numantinos de la batalla médica contra la enfermedad. En efecto, aunque el siglo XX conoce un gran triunfo sobre las infecciones y los incrementos demográficos se deben sobre todo a la victoria sobre ellas, no todo está tan claro. Las bacterias y otros gérmenes no han desaparecido por completo y, desde luego, los virus ahí están y permanecerán por mucho tiempo. Gripe, viruela, poliomielitis, Ébola, VIH, SARS, MERS, virus del Nilo, coronavirus… siguen causando graves -y leves- enfermedades en todo el mundo, incluso en el privilegiado. Recuerdo hace muchos años escuchar a mi hermano Rafael que en el futuro la gripe sería un recuerdo. Pues no, el virus supo adaptarse y pervivir en formas en general más atenuadas. Leia Mais

Del elefante a los dinosaurios. 45 años de historia del Museo Nacional de Ciencias Naturales (1940-1985) | Carolina Martín Albaledejo

El libro que nos ocupa, editado por la investigadora del Museo Nacional de Ciencias Naturales (MNCN), Carolina Martín Albaladejo, presenta una panorámica histórica de uno de los periodos menos estudiados del Museo, desde el fin de la guerra civil hasta mediados de los años 80 del pasado siglo, cuando el MNCN sufrió una profunda reestructuración institucional que para muchos supuso un verdadero renacimiento. La obra, resultado del proyecto de investigación El Museo Nacional de Ciencias Naturales entre 1939 y 1985: de la disgregación a la reunificación en su contexto nacional e internacional, reúne trece capítulos escritos por reconocidos historiadores de la ciencia y especialistas en diferentes áreas que, en su conjunto, ofrecen una interesantísima visión “en mosaico” sobre el devenir histórico de esta institución científica durante el franquismo y la primera década de la transición.

Tras una breve presentación del contenido del libro por parte de su editora, quien actualmente es responsable del Grupo de Investigación Historia y Documentación de las Ciencias Naturales en España en el MNCN, la obra se abre con un prólogo firmado por Enric Trillas, presidente del CSIC entre 1984 y 1988, bajo cuyo mandato se llevó a cabo la profunda reorganización del Museo con la que se cierra el período abordado en el libro. Leia Mais

Afro-Ásia. Salvador, n. 63, 2021.

Senhores do orvalho | Jacques Roumain

A obra “Senhores do Orvalho” foi publicada pela primeira vez em 1944, com o título original de “Gouverneurs de la Rosée”. Esse romance é considerado a obra de maior importância do escritor haitiano Jacques Roumain e um símbolo do movimento literário indigenista haitiano. Roumain nasceu em Porto Príncipe, capital haitiana, no ano de 1907 e é descendente da elite mulata do Haiti que concentrou poderes políticos e econômicos após a guerra que derrubou o rei Chistophe em 1820, substituindo os espaços ocupados pelos negros após a Revolução de 1804. Em consequência disso, o autor usufruiu de boas condições de estudos, que realizou quase que exclusivamente em países da Europa.

Roumain foi um importante personagem na militância política e na intelectualidade haitiana. Foi um grande personagem da resistência contra a ocupação e o controle estadunidense no país, entre 1915 e 1934. No mesmo ano do fim da ocupação, ele fundou o partido comunista haitiano, uma das primeiras organizações políticas deste viés no país. No âmbito intelectual, Roumain é reconhecido por participar de grupos literários como o indigenismo, que objetivava, através de sua literatura, libertar o país das estruturas que o tornavam politicamente frágil e criar uma visão favorável sobre o Haiti, rompendo com as escritas literárias realizadas pelos colonizadores ou controladas por seus paradigmas culturais e de visão de mundo. Por fim, o escritor também atuou em estudos na área da Etnologia, com objetivos de compreender melhor a situação da população negra e de seu país. Leia Mais

El Negocio del Terrorismo de Estado: los cómplices económicos de la dictadura uruguay | Juan Pablo Bohoslavsky

A temática da atuação dos empresários nas ditaduras latino-americanas tem avançado na historiografia nos últimos anos e consta em ações judiciais que tramitam em diferentes países do continente. A obra “El negocio del terrorismo de Estado: los cómplices económicos de la dictadura”, organizada por Juan Pablo Bohoslavsky, se soma a estudos publicados recentemente e que avançam no conhecimento sobre a questão, dando subsídios para processos de reparação. Bohoslavsky é autor de vasta obra acerca da cumplicidade empresarial nas ditaduras do Cone Sul e o livro faz parte de um esforço internacional com sucessivas publicações de corte nacional. O trabalho primordial foi sobre a Argentina (2013), onde a questão parece mais avançada, tanto em termos de pesquisa como nos tribunais. Foi lançado no ano seguinte um dossiê na revista de Anistia, no Brasil, tratando da questão neste país (Bohoslavsky; Torelly, 2014) e, depois do livro sobre o Uruguai, foi publicada em 2019 uma obra congênere sobre esse processo no Chile (SMART; BOHOSLAVSKY; FERNÁNDEZ, 2019).

No Brasil a temática já foi trabalhada por diversos autores. Além do estudo pioneiro de Dreifuss (1981), há significativa produção acadêmica dedicada ao tema. Em 2020 foi lançada coletânea reunindo vários estudos recentes sobre a atuação do empresariado na ditadura brasileira. Essa obra traz uma perspectiva distinta de Bohoslavsky, não tratando a questão na forma de uma cumplicidade, o que sugere uma relação de exterioridade na relação entre empresários e regime ditatorial. Os autores assumem uma orientação que aponta para uma inserção e participação direta dos empresários no pacto político durante o regime de exceção, a partir de uma concepção gramsciana do Estado (CAMPOS; BRANDÃO; LEMOS, 2020). Leia Mais

Ditaduras latino-americanas no século XX: corrupção, violência e meio ambiente | Em Tempo de Histórias | 2021

A proposta fundamental deste dossiê centra-se na análise das relações entre as ditaduras latino-americanas e o meio ambiente. Essa perspectiva serviria de catalisador para as diferentes dimensões que compõem a complexa história das ditaduras militares que assolaram a América Latina na segunda metade do século XX. Tais ditaduras impuseram modelos econômicos liberais agressivos que moldaram para sempre a região em termos socioculturais.

Pois bem, o poderoso imaginário neoliberal, que acabou desenhando cidades, áreas rurais e demais territórios, produziu e continua a produzir muitas tensões nas sociedades onde está presente. Assim, o aumento da violência, corrupção, desigualdade e marginalização acaba causando grande impacto ambiental. Essa perspectiva se faz necessária em razão do progressivo interesse das sociedades latino-americanas por seu passado autoritário, tanto por parte de grupos sociais que – cada vez mais representados na política institucional – buscam valorizá-lo, quanto por setores que percebem no estudo da história recente uma fonte de significados para compreender o momento atual. A ascensão do autoritarismo na América Latina em geral, e no Brasil em particular, está sendo acompanhado por duas grandes crises ambientais: a acelerada destruição dos biomas e da biodiversidade e a pandemia gerada pelo coronavírus. Ambas estão associadas a modelos de produção e consumo que, paulatinamente, mostram-se perversos e autodestrutivos. Leia Mais

Em Tempo de Histórias. Brasília, v.1, n.38, 2021.

Dossiê Ditaduras latino-americanas no século XX: corrupção, violência e meio ambiente

Editorial

Entrevista

Notas de Pesquisa

Resenhas

Publicado: 2021-06-25

Afro-Ásia. Salvador, n.63, 2021.

Editores: Fábio Baqueiro Figueiredo, Iacy Maia Mata e Jamile Borges da Silva.

Editor de resenhas: João José Reis.

Editora assistente: Regina Helena Cabral Mattos.

Capa: Zeo Antonelli sobre fotografia de Claudionor Souza por Lázaro Roberto dos Santos, intitulada Cestaria de Maré.

Artigos

Resenhas

Publicado: 2021-06-25

ArtCultura – Revista de História Cultura e Arte. Uberlândia, v.23, n.42, 2021.

Apresentação

Tradução

Documentos

Dossiê: História social da literatura

Primeira mão

Resenhas

Outros

Publicado: 2021-06-24

História das Construções em territórios ibéricos: do Românico ao Barroco | História Revista | 2021

Por meio da História das Construções, temos a possibilidade de conhecer os desafios e as soluções encontradas, testadas e colocadas em prática na busca empreendida pelos seres humanos em desenvolver a atividade construtiva e enfrentar problemas relativos ao processo de construção. Problemas que passam, entre outros, pelo encontro e pela escolha de materiais – pedra, argila, madeira, por exemplo –, de técnicas e ferramentas a serem utilizadas, de modelos a serem empregados e adaptados às situações locais, de executores para a obra e pela forma de remuneração dos trabalhadores. Assim, a análise das construções permite desvendar muitos dos caminhos percorridos para que elas pudessem ser realizadas. As construções dão testemunho sobre aspectos que se fizeram presentes no tempo em que foram levantadas. Constituem, portanto, documentos que devem ser mais explorados nas pesquisas e no ensino da História.

A percepção da importância da História das Construções motivou o presente dossiê, cuja ideia inicial surgiu no âmbito do Programa de Pós Graduação/Mestrado Profissional em História Ibérica da Universidade Federal de Alfenas (PPGHI/UNIFAL), cujo propósito é o ensino e a pesquisa em História Ibérica Medieval. No segundo semestre de 2019, demos início, no PPGHI, a um projeto sobre o tema, que resultou na em uma disciplina optativa, ofertada no curso de graduação, intitulada Construções medievais: instrumento de aprendizado e ensino de História e de Física, ministrada em conjunto pelos professores Adailson José Rui, docente de História e coordenador do PPGHI, Luiz Eduardo Silva, docente de Ciências da Computação e integrante do PPGHI, e Artur Justiniano, docente do curso de Física e coordenador do Programa de Pós Graduação em Física da UNIFAL‐MG. A partir do desenvolvimento da disciplina, surgiu o desejo de ampliar os estudos e as discussões de alguma maneira relacionadas à História das Construções, buscando, em específico, exemplos de construções erguidas em espaços ibéricos e em áreas dominadas por Portugal e Espanha. Nesta direção, propusemos à História Revista esse dossiê, visando receber contribuições que viessem a possibilitar novos conhecimentos acerca da História das Construções, do Românico ao Barroco. Leia Mais

História Revista. Goiânia, v.26, n.1, 2021.

História das construções no “mundo ibérico”: do Românico ao Barroco

Artigos

Dossiê

Publicado: 24-06-2021

Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas. Londrina, v. 22, n.2, 2021.

Artigos

Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas. Londrina, v. 22, n.2, 2021.

Escutas sensíveis, vozes potentes: diálogos com mulheres que nos transformam | Marta Gouveia de Oliveira Rovai

Lançado em 2021, pela Editora Cancioneiro, o livro Escutas sensíveis, vozes potentes: diálogo com mulheres que nos transformam, organizado pela historiadora e professora da Universidade Federa de Alfenas (Unifal), Marta Gouveia de Oliveira Rovai, se propõe a apresentar o diálogo entre saberes de inúmeras e diversas histórias de mulheres através do encontro entre a história acadêmica e a história fora dos muros da universidade. A obra conta com vinte e duas mulheres que compartilharam sua história de vida com trinta e oito pesquisadore (a)s que fazem uso da história oral e dos debates sobre memórias, gêneros e identidades, em um processo de escuta dialógica sobre as demandas inclusivas do tempo presente.

A obra de Rovai (2021) traz uma importante contribuição sobre a importância da ação dos pesquisadores quanto ao ato de ouvir e a reflexão sobre uma ética da escuta, envolvendo o respeito às narradoras, às suas memórias e expectativas, por meio de uma postura que envolve olhos, ouvidos e alma. A autora evidencia que o livro não fala de mulheres subalternas, mas subalternizadas, e que as escritas registradas na obra só foram possíveis devido ao processo dialógico, em que as mulheres desejaram ver suas histórias compartilhadas por ouvintes que ampliaram suas vozes. Leia Mais

História oral e historiografia: Questões sensíveis | Angela de Castro Gomes

Em continuidade à coleção História Oral e dimensões do público,1 foi lançada, no ano de 2020, a obra História oral e historiografia: Questões sensíveis, organizado por Angela de Castro Gomes. O livro constitui um misto de experiências de pesquisas, análises de narrativas orais sobre diversas temáticas, levantamentos de produções historiográficas das últimas quatro décadas e debates pertinentes sobre as questões sensíveis que envolvem a utilização das fontes orais. O objetivo, como apontado na introdução, foi “fazer um mapeamento […] do impacto que o uso da metodologia da História Oral produziu no campo das pesquisas acadêmicas de História, no Brasil, em especial a partir dos anos de 1980” (Gomes, 2020, p. 7).

Angela de Castro Gomes tem reconhecimento no campo da historiografia oral, sendo uma das propulsoras do campo no Brasil. Iniciou, como lembra no último capítulo do livro, a utilizar a História Oral a partir da segunda metade dos anos de 1970. A autora também foi coordenadora de diversos projetos que tinham como objeto a história política do Brasil República, a história de intelectuais, a cidadania e os direitos do trabalho, a historiografia, a memória e o ensino de história. Além disso, dirigiu o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) dos anos de 1988 até 1994, onde, hoje, é professora emérita; centro este conhecido pelos acervos e pesquisas que se utilizaram da História Oral. Leia Mais

História oral e envelhecimento | História Oral | 2021

Este dossiê contempla estudos sobre os processos de envelhecimento utilizando, na interface memória social e trajetórias de vida, a metodologia de história oral. Reune textos que contribuem para os debates públicos sobre a temática – implicações científicas, sociais, políticas, históricas e culturais – ao considerar as mudanças ocorridas no curso da vida que caracterizam a experiência contemporânea. A preocupação com o envelhecimento e com a melhoria da qualidade de vida na sociedade brasileira muda a sensibilidade investida na velhice e a reflexão para o reconhecimento da pluralidade de experiências. O livro Memória e sociedade: lembranças de velhos, publicado por Ecléa Bosi no final dos anos 1970, é uma das principais referências para a história oral no Brasil. Seu tema e sua abordagem continuam relevantes e são inspirações para o presente dossiê. Paul Thompson (1972) e Luisa Passerini (2011) refletiram sobre a importância dos trabalhos de história oral atentarem para as experiências da velhice, pois muitas vezes o processo de envelhecimento não é abordado, ou não se compreende adequadamente as ressonâncias de “tornar-se e ser velho/a”. Leia Mais

História Oral. Rio de Janeiro, v.24, n.1, 2021.

História oral e envelhecimento

· Expediente

APRESENTAÇÃO

  • · Editorial
  • Ricardo Santhiago; Bernardo Borges Buarque de Hollanda
  • PDF

DOSSIÊ

ARTIGOS VARIADOS

ENTREVISTAS

RESENHAS

PUBLICADO: 2021-06-23

Terra e Colonialismo em Moçambique. A região de Manica e Sofala sob a Companhia de Moçambique, 1892-1942 | Bárbara Direito

DIREITO Barbara2

DIREITO Colonialismo em MocambiqueWhen Moçambique applied successfully to join the Commonwealth in 1995, a lot of people were taken by surprise, not least the British Government. However, those who knew something of Moçambique’s history understood that, although not formally a British colony, much of country had, during the early colonial period, been ruled by British-owned companies – the Niassa Company, the Moçambique Company and the extensive territories effectively under the control of Sena Sugar, while the largely British-owned South African gold mines had had extensive recruiting rights over the whole Sul do Save region. Bárbara Direito’s book is based on her doctoral thesis and is focused on the agricultural history of one of those British-owned companies, the Companhia de Moçambique, up to the end of its concession in 1942. As she herself admits, she had the experience that all scholars dread – as she was completing her doctoral thesis, which she defended in June 2013, Eric Allina published his detailed study of labour relations in the Moçambique Company territories1 – two theses and ultimately two books focused on the same topic, the agricultural and labour history of the Company territory. Although these two books cover a lot of the same ground, they have different emphases and need to be read together in order to get a fully three dimensional image of this topic.

2The Moçambique Company, founded originally in 1888, was granted its charter in 1892. Its territory covered the region between the Zambesi and the Sabi rivers which, at the time, was part of the kingdom of Gaza. The region was not fully “pacified” and under Company control until 1902 and, in the process, the Company lost the Barue region which was taken under direct government administration. Bárbara Direito’s book looks in detail at the various ways in which the Company tried to bring about economic development within its territory. From the start there were contradictions which were debated within the Company by its administrators and in the Board which oversaw policy in Lisbon. Should the Company be purely concerned with administration, deriving its income from railway and port earnings, African head and hut tax and the granting of licenses and land concessions? Or should it be an active participant in the development of the economy, investing in agricultural enterprises? Bridging these two rival visions of the Company was the issue of labour. The Company conscripted labour to carry out its large public works projects but if the Company’s territory was to be developed largely by private concessionaires, how should these enterprises obtain the labour they needed and to what extent should the Company become involved in its recruitment and in the supervision of the conditions of employment? As Bárbara Direito makes clear, land and labour policy were always intimately connected – “In some parts of Africa displacing populations and expropriating their land was, in effect, an indirect way to obtain labour” (pp. 36-37).

3And there was another problem. Why did so many Africans emigrate? What might be done to prevent this exodus of population and how might the population, and hence the availability of labourers, be increased? From Bárbara Direito’s detailed discussion, it is clear that the Company was never able to decide on satisfactory answers to these questions. There were periods when the Company seemed prepared itself to participate in agricultural production, only to withdraw and rely once again on private entrepreneurs. At other times the Company intervened directly in the recruitment of labour, only to veer in the opposite direction and leave labour recruitment in the hands of private contractors. The politics surrounding the supply of labour could become very divisive, especially when large numbers of European settler-farmers descended on Beira in 1910 and forced the governor, Pinto Basto, to leave for Lisbon and in effect to resign.

4The abuses of the labour system were frequently discussed and its relevance to the issue of emigration was clearly understood by the Company. Bárbara Direito points out that “the actions denounced in the report [Ross report] did not go beyond the panoply of abuses already recorded in official documents, conveniently labelled confidential” (132). However, no effective means were adopted to deal with the issues. This is one of the major themes of Allina’s book but Bárbara Direito does not deal with it in any detail. However, she mentions that when a Comissão de Defesa dos Indígenas was established in 1928 there were two African “chefes” as members, though both came from Beira, not the rural areas. In practice, Africans had no choice but “to flee, boycott and where possible negotiate” (95). Allina had shown how Africans resorted to various methods to mitigate the pressures of forced labour and Bárbara Direito also states that conditions during the Depression led to Africans protesting against the payment of tax, while many continued not to pay taxes at all.

5The Company was, from the very start, accused of “denationalising” its territory by making too many concessions to British farmers and entrepreneurs and for employing too many British personnel, but there was always an acute shortage of Portuguese with capital willing to take up farming concessions. Throughout the period of its charter, the Company was very sensitive to this issue which, in practice, gave considerable leverage to the Portuguese settlers. At first land concessions had been made to European farmers on condition that these were developed within a certain period of time, but many of these concessions were not taken up. Few of the concessionaires had capital and depended on forced labour to achieve any cultivation of their land. By 1929 only 6.3 per cent of the territory had been granted as concessions, a third to companies and the rest to individual farmers, 51.2 per cent of whom were Portuguese, the rest foreigners, mostly British (102). These small-scale farmers were not on the whole successful. They were under-capitalised, too dependent on conscripted African labour and not protected from world price fluctuations. According to Eduardo Costa, the failure of early colonisation schemes was due to the colonos themselves who “have done nothing and do not know how to do anything” (151). In 1929 the Banco de Beira collapsed due to the excessive indebtedness of small farmers to whom it had made loans.

6One purpose of the book is to focus on the different interests involved in the determination of Company policy, which often led to severe conflicts within the colonising community. Two of the major rival interests were the vocal group of small-scale farmers who had to obtain labour either directly from the Company or from private contractors and the large sub-concessionaires which were able to control the labour of the populations that resided within their concessions or within areas conceded to them for this purpose. A key question of importance was the basis on which Africans could have access to the land. Here Bárbara Direito surveys the policy pursued in other colonies, notably South Africa, Southern Rhodesia and Kenya. In a very useful analysis she shows clearly how land policies moved from allowing Africans to remain on the land concessions made to Europeans in return for share-cropping arrangements or for supplying labour, to setting aside reserves for African farmers on the assumption that they would be forced onto the labour market by the inadequacy of the size of the reserves and by the requirement to pay taxes.

7During the period 1914-24 the Moçambique Company created a number of reserves, the largest being that established by Pery de Lind in 1914 which amounted to 790,000 hectares, far bigger than the smaller reserves subsequently created. The reserves were carved out of territory not considered suitable for European colonisation, principally because of tsetse fly infestation. It was apparently hoped that Africans would be attracted to move to these reserves and that this would help to stabilise the population and limit internal migrations and illegal emigration to Southern Rhodesia. Like so many other policies of the Company, it was a failure. “More than a decade later, the Directorate of Native Affairs stated that the removal of populations to the reserves had, in practice, not been carried out” (244). The downside of the policy, which started to become clear by the 1940s, was that land in the reserves deteriorated in a serious fashion through overgrazing by cattle, erosion and the exhaustion of the soil.

8Although the purpose of this book is to look at the history of agricultural policy and the land question, there are gaps in the way it covers the broader picture of Company policy. Little is said about Libert Oury, who became the guiding figure in the Company in the 1920s and 1930s and whose development policy became focused on the building of the Trans-Zambezia railway and the Lower Zambesi Bridge, both of which had been completed by 1935, and which were designed to channel the traffic from the Nyasaland Protectorate through the port of Beira. Although the major sub-concessionary companies like Companhia de Buzi and Sena Sugar are frequently mentioned, little is said about the land and labour policies they followed within their concessions. In particular Vail and White’s detailed study of Sena Sugar and the labour policies it pursued within its huge concessions has not been discussed.2 (Here it is perhaps worth mentioning that the Hornung family who owned Sena Sugar, never controlled the Zambezia Company as is stated on page 63). Mention might also have been made of Lyne’s book on the agricultural development of Mozambique.3 In general, Bárbara Direito has written a very scholarly book. It is concise, well organised, supported by a wide-ranging bibliography and has made an impressive contribution to understanding the fifty years rule of the Moçambique Company.

Notas

1. Eric Allina, Slavery by Any Other Name: African Life under Company Rule in Colonial Mozambique. Charlottesville: University of Virginia Press, 2012.

2. Leroy Vail and Landeg White, Capitalism and Colonialism in Mozambique. London: Heinemann, 1980.

3. Robert Nunez Lyne, Mozambique, its Agricultural Development. London: Fisher Unewin, 1913.

Topo da página

Malyn Newitt – King’s College London, United Kingdom. E-mail: malyn.newitt@kcl.ac.uk


DIREITO Bárbara. Terra e Colonialismo em Moçambique. A região de Manica e Sofala sob a Companhia de Moçambique, 1892-1942, Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 306p. Resenha de: NEWITT, Malyn. Ler História. Lisboa, n.78, p.293-296, 2021. Acessar publicação original [IF]

Mobilidade e desenraizamento no Mediterrâneo: introdução | Ler História | 2021

Mapa do Mar Mediterraneo

This paper was financially supported by the COST ACTION project People in Motion: Entangled Histories of Displacement Across the Mediterranean (1492-1923) (PIMo) as a result of the PIMo workshop “Movement and Displacement”, Centro de História, University of Lisbon, 9-10 March 2020.

1 Mobility, immobility and displacement appear as frequent phenomena in the history of the Mediterranean. The twenty-first century has witnessed an increase in public interest in these themes, with the Mediterranean continuing to be a vehicle of mobility for peoples from around the world, in what the scholarly debate and public discourse have often labelled as a “refugee crisis” or “migratory flood”. Growing societal apprehension about mobility in and around the Mediterranean has been at the very core of the Cost Action project People in Motion: Entangled Histories of Displacement across the Mediterranean (1492-1923) (PIMo).[1] This interdisciplinary historical project aims to problematise current views of mobility around the Mediterranean by regarding mobility, immobility and displacement as part of the Braudelian structures of the Mediterranean (Braudel 1949). As a structure, people in motion across the Mediterranean’s liquid space and its extended hinterlands should not be perceived as problematic, but rather as a historical phenomenon substantially impacting on the personal and communal lives of those located in the orbit of this “great sea” (Abulafia 2011).

2 The “refugee crisis” in 2015 has expanded the boundaries of Mediterranean mobility and has affected even countries not traditionally considered to be part of it or in its orbit. Under the emergency relocation scheme initiated by the European Commission, the EU Member States have committed to expressing their solidarity with the frontline Member States (Italy, Greece, Spain and Malta) by agreeing to accommodate asylum seekers whose first step on European soil was in these countries.[2] While the initial plan was for a two-year commitment, this has since been extended multiple times. But as these extensions have, in practice, failed to increase, increment or intensify intra-European solidarity, new policy instruments have been created to further this cause. The “Pact on Migration and Asylum” has been particularly insistent in establishing mechanisms aimed at promoting continuing solidarity among EU Member States on matters of relocation.[3] The changing patterns of mobility in many EU Member States, particularly those further removed from the Mediterranean’s historical paths, have mostly been “welcomed” with ignorance and resistance. Acceptance has been particularly challenging in those states without a long tradition and experience of mobile resettlement and hosting of international migrants. Indeed, recent studies in some of these states suggest an essential need to raise awareness and inform local communities of the “facts about migrants and refugees in order to be persuaded away from anti-immigrants’ attitudes, prejudices, and stereotypes” (Blažytė, Frėjutė-Rakauskienė and Pilinkaitė-Sotirovič 2020, 15).

3 PIMo connects the past and the present, and individual and community experiences, in seeking to understand which factors have contributed to shaping contemporary representation of migration in the Mediterranean region and beyond, as well as explaining similarities and differences in the experiences and emotional expressions of human movement between the fifteenth century and today. In this way, PIMo has been designed to follow the historiographical premises first proposed by Fernand Braudel (1949) and later amplified and diversified by David Abulafia (2011). However, it also innovates through its perspective and framing. The starting point of the project is that individuals departing from their places of origin become uprooted after a specific window of absence. During their journey, they engage in mobility and, as such, contribute to defining their communities of origin as immobile. In this context, reconstructing the departure of one individual or one community translates into three research axes: mobility (of the individual or community moving), immobility (of the community of origin) and displacement (integration of the individual into the host society). This three-dimensional approach thus introduces an individual and communal-centred focus to a theme often portrayed as a collective abstraction.

4 Individual and communal mobilities have an equally transformative effect on their societies of origin as on their host societies. Upon arrival, individuals, even when transient, fit in and integrate through complex processes of adaptation, inclusion and exclusion. In these processes, three elements are crucial for framing the place that individuals assume in the new society. The first of these is the personal experience of mobility as voluntary, forced or traumatic, with this experience formatting the way individuals perceive their own existence. The second reflects the emotions surrounding the experience of mobility (of the self) and immobility (of the group of origin), given that emotions define the extent of tolerance and acceptance of and in the new society (O’Loughlin 2017). The third and final element entails reconstructing a memory of displacement, whereby new identities are forged and belonging is redefined. The ultimate result of this process is the development of construed ergo- and exo-identities, the former referring to the identity conceived of by the “self”, and the latter to the identity assigned by host societies to the individuals or groups (Hoppenbrouwers 2010).

5 For historians, exo-identities can be found in institutional archives (of states, towns, religious institutions and so on). Ergo-identities, by contrast, are more difficult to pinpoint, given that ergo-documents (such as diaries, personal descriptions, personal correspondence and novels) for the period before the eighteenth century do not abound (Antunes 2014). However, the combination of institutional archives and ergo-documents offers a unique window for understanding the emotions individuals experienced while moving, while their feelings of displacement, integration and mobility shed unique light on the human experience of the multiple Mediterranean crossings (Tarantino 2020). In the case of this special issue, religious minorities, maritime groups, diplomats, merchants and writers take centre stage. Even though other groups deserve particular attention, as is the case of armies, captives, refugees or intellectuals, the allotted space of reflection (a total of four articles) imposes some unavoidable analytical constraints.

6 This special issue provides insight into the way different individuals and communities moved and circulated in and around the Mediterranean from the Middle Ages up until the early nineteenth century. It unites four complementary and innovative ways of looking at Mediterranean mobility, immobility and displacement. In the first place, it covers a geographical space that includes the Eastern, Central and Western Mediterranean in its internal dynamics and connections to worlds beyond the “great sea”. This approach highlights the importance of not limiting studies of the Mediterranean to its geographical constraints. The work by Barros and Tavim privileges the circulations between Morocco, Portugal and, to a lesser extent, Spain, with a particular focus on the Moorish and Jewish communities on both sides of the Mediterranean and the way these communities reacted, dealt with and responded to the mobility of specific individuals. Hugo Martins, on the other hand, looks at Mediterranean mobility as a consequence of communal customs and needs of Jewish groups located primarily outside the direct scope of the Mediterranean and, as such, redefines a geographical conceptualisation of the “great sea” well beyond the boundaries imposed by its shores. David do Paço, meanwhile, combines the centrality of the Mediterranean as a space of circulation and connection between empires (Ottoman and Habsburg) in seeking to conceptualise the importance of the sea as a means of imperial integration of political entities perceived as socially and geographically distant. Lastly, Katrina O’Loughlin analyses how the Mediterranean geography was paramount in defining an abstract space for incorporating displacement and establishing who may be perceived as “the other”.

7 Secondly, the authors rethink the Mediterranean geography through the lens of mobility and as a result these articles provide innovative insights into the human experience of motion. All the authors reflect on how historical actors’ mobility determined their fate (historically or fictionally), but also on how the same mobility condemned communities and families left in places of origin to immobility. The articles reflect the many ways in which this dichotomy seems to have weighed heavy in how people perceived, felt and communicated their sense of displacement and, in so doing, greatly influenced the forming of individual and communal identities in the host society. It was this latter process that ultimately determined the levels of integration into, adaptation to or rejection of people’s new social context, thus influencing the core of their identity transformation and reshaping of belonging (Antunes 2014).

8 The third way in which these articles advance scholarly understanding of human motion in and around the greater Mediterranean is by examining how specific individuals framed their mobility as a life experience and, as such, re-created, construed and shaped what Pierre Nora (1984-1992) has long associated with the lieux de mémoire. The articles demonstrate how spaces that Nora would readily associate with a lieu de mémoire were shaped and imagined by the individual and communal experiences of the few and entered the collective memory of the many as truisms. This insight is particularly helpful for historians as the often almost emotional relationship that scholars develop with their historical actors can endanger the neutrality that historians have been required to contemplate ever since Marc Bloch (1949) defined the major principles of the profession.

9 The fourth and final way in which these articles contribute to a new understanding represents a direct response to three historiographical challenges posed by Maria Fusaro, Rogers Brubaker and Joep Leerssen. In revising Braudel’s oeuvre, Fusaro (2010) calls on historians to view the mobility of goods (trade) as being inherent and concomitant to human mobility. This revisionist approach thus envisages a Mediterranean playing its part in a global world of human and material exchanges extending from China to Scandinavia. Although less geographically extensive, the articles in this issue translate the human geography of Mediterranean mobility well beyond the constraints of its shores and, as such, highlight the need to include the Mediterranean in the current historiographical turn towards global history. In adopting this global approach to Mediterranean mobility (here understood as motion, displacement and immobility), the authors reflect on the crucial problem of identity formation and identification. In doing so, they replicate the call by Rogers Brubaker (2004) to rethink and reconceptualise ethnicity as a social phenomenon outside the group and not necessarily aligned with it. The consequence of such realisation is that labelling human mobility as diasporic or communally based falls short when seeking to explain the development of construed identities, identity hybridity and, ultimately, alterity as postulated by Joep Leerssen (2007).

10 The solution that this special issue found for resolving the apparent paradox between answering Brubaker’s call and responding to Leerssen’s premises is to offer a multidisciplinary approach to the identity/hybridity/alterity problem by combining methodologies and scientific queries well known to historians and complementing them with the enriching analytical views of anthropologists and creative writers. This collaboration represents a first step towards rethinking the meaning and impact of mobility in the Mediterranean in both the past and the present. One final note is in order. While preparing this special issue, we learned, discussed and reconceptualised our approaches and the interpretation of the respective primary sources. This was an enjoyable and fruitful exchange that we will cherish moving forward. However, we faced a great loss during the last phase of this project. The sudden passing of Filomena Barros, co-author of one of the articles, left us shocked and stunned, leaving Medieval and Early Modern historiography on mourisco communities in Portugal and elsewhere poorer. This special issue stands partially as a celebration of her work on mobility, displacement and identification of religious minorities.

Notas

1. See www.peopleinmotion-costaction.org.

2. The Council of the European Union. Council Decision (EU) 2015/1523, dated 14 September 2015 (https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=CELEX:32015D1523).

3. The European Commission. Migration and Asylum Package: New Pact on Migration and Asylum, dated 23 September 2020 (https://ec.europa.eu/info/publications/migration-and-asylum-package-new-pact-migration-and-asylum-documents-adopted-23-september-2020_en).

Cátia AntunesLeiden University, The Netherlands. E-mail: c.a.p.antunes@hum.leidenuniv.nl

Giedrė Blažytė – Diversity Development Group, Lithuanian Centre for Social Sciences, Lithuania. E-mail: giedre@diversitygroup.lt


ANTUNES, Cátia e BLAZYTÊ, Giedré. Mobilidade e desenraizamento no Mediterrâneo: Introdução. Mobility and Displacement in and around the Mediterranean: An Introduction. Ler História, Lisboa, n.78, p.9-15, 2021. Acessar publicação original [IF]

Acessar dossiê

Ler História | Lisboa, n.78, 2021.

Edição n.78 (2021)

Editorial

José Vicente Serrão

Editorial [Texto integral]

Dossier: Mobility and displacement in and around the mediterranean. A historical approach

Outros artigos

Magna Opera

Espelho de Clio

Em Debate

Recensões

Historia y Grafía. México, n.57, 2021.

La Revolución Mexicana: las huellas del trauma

Expediente

Preliminares

Ensayos

Publicado: 2021-06-23

Quirón. Medelin. Núm. Especial, 2021.

Memorias del XVIII Encuentro de Estudiantes de Historia

Editorial

Memorias

Publicado: 2021-06-22

Revista de História da Arte e da Cultura | Campinas, v.2, n.1, jan./jun., 2021.


Revista de História da Arte e da Cultura. Campinas, v.2, n.1, jan./jun., 2021.

Capa: Édouard Manet, Le combat du Kearsarge et de l’Alabama, 1864, óleo sobre tela, 134 x 127 cm, Philadelphia, Philadelphia Museum of Art.

PUBLICADO: 2021-06-21

In Memoriam

Equipe Editorial |  PDF

Artigos

Documentos


História da Arte e da Cultura. Campinas, v.2, n.1, jan./jun. 2021.

Capa: Édouard Manet, Le combat du Kearsarge et de l’Alabama, 1864, óleo sobre tela, 134 x 127 cm, Philadelphia, Philadelphia Museum of Art.

IN MEMORIAM

ARTIGOS

PUBLICADO: 2021-06-21