Jörn Rüsen e o ensino de história – SCHMIDT et al. (RBHE)
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão de Resende Martins. Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Editora da UFPR, 2010. Resenha de: ROIZ, Diogo da Silva. Consciência histórica, mudança social e ensino de história. Revista Brasileira de História da Educação, Campinas, v. 11, n. 2 (26), p. 191-197, maio/ago. 2011.
A obra de Jörn Rüsen começa a ser traduzida com maior regularidade no Brasil. Isso se deve a vários fatores, dentre os quais, a formação de grupos que se preocupam com a introdução da teoria da história e da história da historiografia de cunho alemão no país, ao amadurecimento da pesquisa histórica, a maior preocupação com questões de método, ao fortalecimento de um diálogo interdisciplinar, e, no interior dessas questões, a própria contribuição que traz a obra desse autor.
Até agora o leitor brasileiro tinha acesso a um pequeno conjunto de artigos traduzidos e publicados em revistas especializadas do país, a partir do final dos anos de 1980, e a sua trilogia sobre teoria da história (2001, 2007a, 2007b). Com a publicação desse livro, o leitor tem a oportunidade de verificar que as contribuições desse autor se estendem para além do campo da teoria, metodologia e história da historiografia, e conjugam também o campo da didática e do ensino de história. Para os menos próximos do conjunto dos textos e da trajetória de Rüsen, isso talvez possa parecer um tanto quanto estranho. No entanto, nada mais articulado do que também tratar da didática e do ensino de história. Como Estevão Martins nos informa, sua bibliografia articula história, filosofia, antropologia e historiografia “de modo comparativo, debruçando-se sobre as grandes linhas culturais do mundo comtemporâneo – em seus contatos e em seus estranhamentos” (p. 7). Além disso, a própria condição docente nas universidades alemãs vinculava a cadeira que ocupou, entre os anos de 1970 e 1990 – de 1974 a 1989 na Universidade de Bochum e de 1989 a 1997 na de Bielefeld –, na conjugação de parâmetros reguladores, para o de teoria, metodologia, historiografia e didática da história. Em virtude disto, para Martins, sua proposta de reflexão quanto aos critérios de orientação do agir humano no tempo, de modo que se viabilize suprir as carências existenciais, que constata serem corriqueiras entre nós, fá-lo propor linhas de análise quanto à expressão narrativa nas suas três versões mais comuns: a da linguagem do quotidiano, a da historiografia e a da linguagem do ensino (p. 9). Leia Mais
Línguagem e comunicação – PAVIANI (C)
PAVIANI, Neires Maria Soldatelli. Línguagem e comunicação. Caxias do Sul: Educs, 2008. Resenha de: ROSA, Marcelo Prado Amaral. Conjectura, Caxias do Sul, v. 16, n. 2, Maio/Ago, 2011.
O livro Linguagem e educação é uma produção textual vinculada a projetos de pesquisa que possuem temática dirigida a considerações sobre leitura e gêneros discursivos, aspectos socioculturais e regionais da linguagem. A organização em forma de livro visa a alcançar a homogeneidade temática, pois alguns desses ensaios já foram publicados, na íntegra ou parcialmente em revistas especializadas. É destinado diretamente aos docentes do Ensino Fundamental e do Médio e, do mesmo modo, para acadêmicos de cursos de graduação em licenciaturas e de programas de pós-graduação.
A autora da obra, professora Neires Maria Soldatelli Paviani, é Doutora em Educação, na área de Metodologia de Ensino, pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar-SP). Atualmente, é professora no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul (UCS), vinculada às linhas de pesquisa educação, linguagem e tecnologia. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Sociolinguística e Dialetologia, atuando principalmente nos seguintes temas: professor de Português, situações de bilinguismo, formação do professor. É autora e coautora de outras sete obras, entre elas, Universo acadêmico em gêneros discursivos (2010), Práticas de linguagem: gêneros discursivos e interação (2009) e Linguagem e práticas culturais (2006).
A obra em questão se apresenta dividida em oito capítulos estruturalmente independentes, podendo cada texto ser usado de forma individualizada sem prejuízo nenhum de compreensão por parte do leitor; ao mesmo tempo, são textos que podem vir a se complementar.
Os capítulos da obra são: (i) “Situações de bilinguismo e variação linguística no ensino”; (ii) “Estudos sociolinguísticos e valores”; (iii) “Estigma social da pronúncia no ensino do Português”; (iv) “Linguagem literária e os saberes”; (v) “A função do professor e o ato de ler do aluno”; (vi) “A leitura na formação científica do profissional”; (vii) “O meio cultural na formação do leitor”; e (viii) “A linguagem do teatro e a educação”. A obra completa apresenta 129 páginas.
O primeiro capítulo, “Situações de bilinguismo e variação linguística no ensino”, que contém os seguintes subtítulos: i.i) conceito de língua; i.ii) variação linguística; i.iii) noções de norma e (dialeto) padrão; i.iv) situações de bilinguismo; i.v) comunidades bilíngues e tipos de bilinguismo; i.vi) intereferências, empréstimos e influências de bilinguismo; e i.vii) referências, tem como base um estudo realizado no município de Flores da Cunha – RS, uma vez que esta localidade é caracterizada por apresentar diferentes modos de composição da fala bilíngue. Ainda apresenta como objetivo principal as definições operacionais dos seus tópicos secundários acima expostos. Procuro, assim, mencionar aqui diferenças, identidades e outras operações analíticas e interpretativas no desenvolvimento da temática. Tais definições se evidenciam como de suma importância devido à diversidade de pontos de interpretação, que os conceitos tratados neste estudo podem vir a ter.
Assim, o redimensionamento de conceitos gerais e amplos, como no caso de língua e de conceitos mais específicos, como de bilinguismo, podem vir a mostrar variedade ou graus de bilinguismo social, estando entre as principais referências utilizadas para as construções teóricas os textos de Câmara Júnior, Saussure, Titone, Savedra e Heye.
O objetivo do segundo capítulo, “Estudos sociolinguísticos e valores”, com os subtítulos: ii.i) “Interdisciplinaridade da sociolingüística”; ii.ii) “Definição de sociolingüística, segundo Berruto”; ii.iii) “Objeto e campos de ação da sociolinguística, conforme Berruto”; e ii.iv) “Referências”, é verificar que aspectos sociolinguísticos e culturais estão inter-relacionados na variedade do Português falada em uma região de descendentes de imigrantes italianos (Nordeste do Rio Grande do Sul). A importância deste estudo vem ao encontro de aspectos que nem sempre, nas diferentes pesquisas linguísticas, se dão conta da língua como um fenômeno global, fazendo com que a língua deixe de ser vista como prática cultural. Nesse capítulo também é abordado, de forma muito bem-amarrada com a história da própria sociolingüística, a questão da importância interdisciplinar da sociolinguística e que, devido a esse aspecto, é possível a realização de estudos sobre fenômenos culturais extralingüísticos, que interferem e influenciam no uso da língua e não somente dos aspectos linguísticos em si. As principais referências neste capítulo são Labov, Santos, Tarallo e Berruto.
No terceiro capítulo do livro em questão, “Estigma social da pronúncia no ensino do Português”; é tratada a questão da importância da pronúncia (sotaque de uma língua) sobre a perspectiva da atuação do Professor no ensino de português em situações de bilinguismo e em grau relativo (falantes que falam línguas de imigrantes, ou que não falam, mas entendem). Para ilustrar a situação da abordagem desse capítulo, são apresentados trechos de depoimentos de professores do Ensino Fundamental de uma região colonizada por imigrantes italianos, o que traz para o texto um sentido de empatia com o público-alvo da região onde está localizada a Universidade de Caxias do Sul. É notória, nesse texto, a relevância desses aspectos para a comprovação de que o ensino de Língua Portuguesa deve ter suas peculiaridades em regiões marcadas pela imigração, pois o bilinguismo é um traço antropológico que vai além do mero “erro de pronúncia lingüística”. Vale destacar os textos de Bisol, Câmara Júnior, Titone, Mescka e Weinreich, que compõem o quadro referencial deste capítulo.
O quarto capítulo “Linguagem literária e os saberes” versa sobre o fato de a literatura ficcional servir de momento de aprendizagem para o leitor, devido à sua característica primeira de entretenimento. O texto expõe, de forma clara e simples (sem ser simplória), a relação entre literatura ficcional, saberes e vida acadêmica. A autora afirma categoricamente que “o ato de ler obras literárias é algo fundamental para as funções sociais e profissionais, pois amplia a visão e a compreensão dos problemas do homem e do mundo”. (p. 69). Nesse capítulo, friso a diferenciação entre leitura técnica e literária, dada pela autora, via palavras de Giannetti. Existe ainda o cuidado da autora em não mascarar, nem tampouco sobrepor um tipo (ficcional) de leitura sobre outro tipo (técnico), deixando claros os saberes que cada leitura proporciona ao leitor. Para ilustrar as experiências trazidas pela leitura literária, a autora ilustra com depoimentos informais de leitores. Ainda é destaque, juntamente com Giannetti na construção teórica, os autores Barthes, Bourdieu e Merleau-Ponty.
Na sequência, no Capítulo 5, “A função do professor e o ato de ler do aluno”, com os subtítulos: v.i) “Nos bastidores: as providências”; v.ii) “As expectativas do público”; v.iii) “Primeiro ato: sala de aula”; v.iv) “Segundo ato: aplicação (é fazendo que se aprende)”; v.v) “Desce a cortina: aplausos”; e v.vi) “Referências”, a autora, fazendo uma analogia com a linguagem teatral, trata especificadamente sobre o ato de selecionar textos e como trabalhá-los com finalidades didático-pedagógicas. Por meio das palavras de Braga e Silvestre, a autora traz para a conversa a identificação generalista e vaga da intencionalidade na seleção de textos. Dessa forma, são apresentadas, no texto, questões norteadoras que servem para o esclarecimento de decisões sobre ações de leitura. Nesse capítulo, ainda, enfatiza como é importante que o professor tenha consideração com as expectativas do público-alvo para quem é destinada a escolha das leituras, pois é preciso criar condições favoráveis de leitura ao leitor, para que a experiência de leitura textual seja agradável, prazerosa, enfim que a leitura não seja um mero exercício, uma vez que “o papel do professor é semelhante àquele que pretende acender uma fogueira” (p. 84) que, uma vez acesa, queima sozinha. Ainda, no decorrer da leitura, são apresentadas atividades de leitura em três etapas que podem vir a auxiliar as atividades dos docentes, desde que processadas de forma integrada.
Nesse capítulo, são destaques as referências a Braga e Silvestre, Freire, Martins e Merleau-Ponty. Já no texto do Capítulo 6, “A leitura na formação científica do profissional”, com os subtítulos: vi.i) “Como transformar o estudo da língua em modos de formação”; e vi.ii) “Referências”, o foco de abordagem da autora recai sobre a necessidade de atribuições de sentido ao que se ensina e de sensibilidade no ato de ensinar, pois a leitura é uma atividade social que possibilita o desenvolvimento e o amadurecimento da criticidade e da criatividade. Nas palavras de Martins (1993, p. 102), o professor “precisa mostrar ao aluno que ler significa inteirar-se do mundo, sendo também uma forma de conquistar autonomia, de deixar de ler pelos olhos de outrem”. Mais ao fim do texto, são expostas de forma sutil as teorias de argumentação, aspecto que saliento como valioso no texto devido à sua importância, uma vez que a língua é, por excelência, comunicação. Entre as referências usadas pela autora para a construção do texto, destacam-se os estudos de Duranti, Paviani, Perelman e Oldrechts-Tyteca, Silva e Toulmin.
Em “O meio cultural na formação do leitor”, Capítulo 7, cujos subtítulos são: vii.i) “O meio cultural e a leitura”; vii.ii) “Leitura e aspectos socioculturais”; vii.iii) “Uma fotografia sociolinguística”; vii.iv) “Considerações finais”; e vii.v) “Referências”, tem como importantes as influências que o meio cultural exerce sobre os hábitos de leitura como prática cultural, partindo de dados coletados entre estudantes ingressantes no Ensino Superior. Os dados foram coletados no ano de 2002 (Tear1), aprendizes matriculados na disciplina de Língua Portuguesa Instrumental, da Universidade de Caxias do Sul, totalizando uma amostra composta por 144 alunos. Os instrumentos para obtenção dos dados foram: um questionário socioeconômico e cultural e um teste de leitura em que se verificou: dominância explicativa e argumentativa de gêneros textuais, respectivamente, reportagem e editorial. Os dados revelam que a família desses ingressantes é de etnia italiana, em sua maioria, não passando de 15% os pais que possuem formação em curso de nível superior. Sobre o incentivo à leitura, o dado levantado de maior destaque é o fato de a figura da mãe ser a grande incentivadora, ficando em segundo plano a escola. Os referenciais de destaque nesse trabalho são Bourdieu e Marcuschi, além de outros.
No oitavo, e último capítulo da obra em questão, “A linguagem do teatro e a educação”, com os subtítulos: viii.i) “Experiência humana”; viii.ii) “Atividade educativa”; e viii.iii) “Referências”, em forma de relato, são abordados as consequências e os resultados de uma experiência teatral como atividade educativa, que, por aproximadamente uma década, foi realizada em uma escola. Essa experiência lúdica tem, em sua essência, objetivos pedagógicos (expressão e comunicação) mais que objetivos técnicos e profissionais relacionados ao teatro. A autora toma o cuidado de examinar que atenção é dada ao tipo de texto para a peça teatral, devendo esse ser adequado às peculiaridades do grupo e da escola. Ao final do texto, é ratificado o emprego do teatro na escola como recurso potencial e acessível para que o aluno venha a “perceber e a expressar a si mesmo o mundo que o rodeia”. (p. 127). A referência usada nesse capítulo é Montenegro.
Os textos que compõem o livro Linguagem e educação apresentam como características de escrita a clareza e a preocupação de servirem de subsídios diretos para a prática pedagógica, o que pode ser atestado pela ordem dos textos que basicamente se dirigem da teoria para a prática em sala de aula. Ainda: enfatizo a importância do livro com base na ampliação dos fundamentos e conceitos que se circunscrevem à área educacional, a partir, especificadamente, de aspectos relacionados à linguagem, à educação, à leitura, à literatura, à variação linguística, à sociolinguística, entre outros. Com base na análise geral do livro, evidencia-se o imbricamento existente e que a autora clarifica entre linguagem e pensamento, interação, expressão corporal, o outro, com as origens e com o mundo que nos cerca, implicando, de tal maneira, o entendimento do ser humano como um ser social. Assim, justifica-se a frase de Guimarães Rosa, que serve de epígrafe à obra: “A linguagem e a vida são uma coisa só”.
Devido ao supraexposto, é reiterada aqui a recomendação da leitura deste livro por professores, acadêmicos de cursos de graduação em licenciaturas e acadêmicos de Pós-Graduação vinculados à linha de pesquisas da área de educação, linguagem e tecnologia, devido ao fato de essa obra se apresentar como geradora de ideias, de propor soluções de problemas ou de instigar a leituras complementares e diálogos.
Marcelo Prado Amaral Rosa – Licenciado em Química pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), campus de Frederico Westphalen/RS. Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul (UCS). E-mail: marcelo.pradorosa@yahoo.com.br
Práticas de linguagem: gêneros discursivos e interação – FONTANA et al (C)
FONTANA, Niura Maria; PAVIANI, Neires Maria Soldatelli; PRESSANTO, Isabel Maria Paese. Práticas de linguagem: gêneros discursivos e interação. Caxias do Sul: Educs, 2009. Resenha de: VIAPIANA, Simone. Conjectura, Caxias do Sul, v. 16, n. 2, Maio/Ago, 2011.
O livro Práticas de linguagem: gêneros discursivos e interação, editado pela Editora da Universidade de Caxias do Sul (Educs), com apoio da Universidade de Caxias do Sul (UCS), das empresas da região: Timo, Seccare e Valtec, tem como autoras as professoras e Ppesquisadoras Niura Maria Fontana, Neires Maria Soldatelli Paviani e Isabel Maria Paese Pressanto. Trata-se de um livro didático que tem o objetivo de auxiliar os professores de Língua Portuguesa no desenvolvimento de aulas que aproximem a língua do seu real uso. É proposta do livro oportunizar o desenvolvimento da competência discursiva por meio de gêneros discursivos. A obra, aqui resenhada, surgiu como decorrência de pesquisa realizada na Universidade de Caxias do Sul. Essa pesquisa foi desenvolvida com alunos universitários (2004-2005) com apoio da Fapergs1 e da BIC/UCS,2 visando a fazer um levantamento das habilidades de leitura que esses possuíam. Os resultados da pesquisa fizeram com que as autoras pensassem em estratégias que pudessem promover a formação de leitores mais competentes, propondo o desenvolvimento de habilidades de leitura via sequências didáticas que compõem a obra.
O livro é composto de duas partes. A primeira parte apresenta um conjunto de oito sequências didáticas, tendo, como tema norteador, questões ambientais, com destaque à responsabilidade ecológica. Elas são montadas seguindo igual estrutura, com pequenas variações decorrentes das especificidades dos gêneros trabalhados. Isto é, tais sequências são compostas por uma reflexão inicial, com o título “Formas de ver a realidade”, a partir de uma charge, seguida de atividade: de préleitura, com o título “Preparando a leitura”; de leitura-descoberta, intitulada “Construindo os sentidos do texto”; de atividades de pósleitura; “Ampliando a rede de leitura” e “Relacionando texto e realidade” e de tarefas de interação, “Produzindo textos em cadeia”. Há, também, uma seção que trata de mecanismos de linguagem e, no fim da sequência, uma atividade de metacognição, “Analisando o próprio processo de leitura”. Como projetos de trabalho, essas atividades têm o propósito de levar o aluno a pensar a realidade que o cerca e a relacionar o tema com a vida, ou seja, relacionar o texto com seus contextos de produção e recepção.
No primeiro item da introdução do livro, as autoras tratam dos temas de leitura, escrita e produção oral como práticas sociais. Apresentam a importância da leitura e da escrita na sociedade a partir da visão de linguagem como prática social. No segundo, abordam as concepções de língua como balizadores da abordagem do ensino de leitura e da produção oral e escrita. No terceiro, tratam dos gêneros e dos modos de organização discursiva. Apoiadas em estudos bakhtinianos, postulam que a comunicação verbal ocorre por meio do discurso. No último, as autoras comentam práticas de linguagem no sistema educacional, destacando que o ensino tradicional tem privilegiado o ensino de estruturas linguísticas descontextualizadas, e que a visão contemporânea de ensino de língua materna, defendida nos Parâmetros Curriculares Nacionais, propõe que a língua seja trabalhada a partir de contextos de comunicação relevantes aos usuários da língua. Após a introdução, são apresentadas oito sequências didáticas.
A Sequência 1 tem como eixo temático a responsabilidade ecológica. O gênero textual em foco é o anúncio publicitário; os aspectos linguísticotextual- discursivos abordados são: crase, mecanismos de coesão textual, funções da linguagem, aspectos de argumentação, paráfrase e uso da vírgula; as habilidades cognitivas a serem desenvolvidas são as de compreensão, análise, síntese, comparação e avaliação; as estratégias de leitura são as de antecipação, formulação de hipóteses, compreensão de elementos paratextuais, integração das partes no todo, identificação do enunciador e formulação de inferências; os gêneros escritos produzidos serão: carta, e-mail e anúncio publicitário; e o gênero oral a ser produzido nessa sequência é o diálogo argumentativo.
Na Sequência 2, é apresentada a economia de água, com base no folheto de divulgação. Os aspectos linguístico-textual-discursivos abordados são os modos de organização discursiva, as funções da linguagem (manipulativa e imaginativa) e estratégias de redução textual. As habilidades cognitivas trabalhadas são as de compreensão, análise, avaliação, comparação e síntese. As estratégias de leitura desenvolvidas são as de ativação do conhecimento prévio, compreensão de elementos paratextuais, identificação da presença de humor, identificação do enunciador, levantamento de hipóteses e identificação do receptor. Os gêneros escritos produzidos são: anúncio publicitário, folheto de divulgação de campanha, e-mail, charge e lista de instruções. O gênero oral produzido é o diálogo argumentativo.
A temática da relação do ser humano com o meio ambiente está presente na Sequência 3, a partir da carta argumentativa e do ofício. Os aspectos linguístico-textual-discursivos abordados são as funções de linguagem (manipulativa e imaginativa), os modos de organização discursiva, argumentação, coesão textual, metáfora e gerúndio. As habilidades cognitivas trabalhadas na Sequência didática 3 são: análise, compreensão, avaliação, síntese e aplicação. As estratégias de leitura desenvolvidas são as de ativação do conhecimento prévio, identificação de contextualizadores, identificação de teses e argumentos e posicionamento crítico. Os gêneros escritos produzidos na Sequência 3 são: carta argumentativa, comentário crítico, resenha, charge e poema. O gênero oral produzido nessa sequência é o diálogo argumentativo.
É contemplada a degradação ambiental na Sequência 4, por meio do conto, da tira e do gênero pergunta/resposta. Os aspectos linguísticotextual- discursivos abordados são: os níveis de linguagem; as funções da linguagem (imaginativa) e os tempos verbais (mundo narrado). As habilidades cognitivas da sequência são: análise, compreensão, avaliação, síntese e aplicação. As estratégias de leitura desenvolvidas são: ativação do conhecimento prévio, identificação de contextualizadores, identificação de teses e argumentos e posicionamento crítico. Os gêneros escritos produzidos nessa quarta sequência são relato, conto, carta, e-mail e reportagem. O gênero oral produzido é o diálogo argumentativo.
A Sequência 5 contempla a poluição urbana como rede temática. O gênero dos textos lidos nessa sequência é o editorial. Os aspectos linguístico-textual-discursivos abordados são: funções da linguagem (ideacional), mecanismos argumentativos, gêneros textuais, níveis de linguagem, denotação e conotação. As habilidades cognitivas da sequência são: análise, síntese, aplicação, avaliação e compreensão. As estratégias de leitura desenvolvidas são: ativação do conhecimento prévio, inferência e levantamento de informações. Os gêneros escritos produzidos na Sequência 6 são: editorial, esquema, carta ao jornal e verbete. O gênero oral produzido nessa sequência é a apresentação oral de história e o diálogo argumentativo.
Não só a poluição como também o uso racional da água aparecem no artigo de opinião na Sequência 6. Os aspectos linguístico-textualdiscursivos abordados são mecanismos argumentativos (teses e argumentos), pontuação, referenciação, sinonímia, aspecto verbal e definição. As habilidades cognitivas são: compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. As estratégias de leitura desenvolvidas são: ativação do conhecimento prévio, inferência, identificação das ideias centrais e secundárias e condensação. Os gêneros escritos produzidos na Sequência 6 são: artigo de opinião, carta ao leitor e e-mail. O gênero oral produzido é o diálogo argumentativo.
O gênero textual resenha, na Sequência 7, aborda problemas ecológicos. Como domínio social da comunicação, a sequência trata da manutenção e transmissão de saberes. Os aspectos linguístico-textualdiscursivos apresentados são: referenciadores e articuladores, verbos de citação, conectores, sinonímia, pontuação (aspas), resumo e paráfrase.
As habilidades cognitivas desenvolvidas na sequência são: compreensão, análise, síntese e avaliação. As estratégias de leitura desenvolvidas são: ativação do conhecimento prévio, inferência, identificação das ideias centrais e secundárias, interligação/associação de conceitos, efeitos reflexivo-interativos da leitura na realidade do leitor. Os gêneros escritos produzidos na Sequência 7 são resenha e entrevista. Os gêneros orais produzidos nessa sequência são o depoimento/relato oral e entrevista.
A Sequência 8 (a última), possui como tema a visão sistêmica do universo. O gênero de texto lido nessa sequência é o ensaio. Como domínio social da comunicação, trata da discussão de problemas sociais controversos. Os aspectos linguístico-textual-discursivos abordados são: referenciadores sequenciadores/articuladores e argumentação. As habilidades cognitivas desenvolvidas na sequência são: compreensão, análise, síntese e avaliação. As estratégias de leitura desenvolvidas são: ativação do conhecimento prévio, inferência, identificação das ideias centrais e secundárias, interligação/associação de conceitos, efeitos reflexivo-interativos da leitura na realidade do leitor. Os gêneros escritos produzidos são: resenha e entrevista, e o gênero oral é o depoimento/relato oral e entrevista.
A parte II, denominada “Apontamentos teóricos”, contém informações sobre tópicos teóricos que sustentam e apoiam as práticas orais e escritas, propostas nas sequências em geral. A obra apresenta, também, uma planilha que servirá para o aluno registrar o que lhe chamou a atenção sobre o tema ecologia. Há sugestões de fontes de leitura, de vídeos, de programas de TV, de livros para o aluno e o professor acessarem e ampliarem os conhecimentos. Essa seção é um suporte aos professores e alunos para as práticas orais e escritas de linguagem.
As autoras elencam, nesse livro, várias sugestões de como é possível aprimorar o ensino de Língua Portuguesa na prática de sala de aula, embasadas em uma perspectiva de língua como processo dialógico e social. Sendo assim, essa é uma obra didática de relevância social, científica e pedagógica.
Dentre as recentes produções desse gênero, sem dúvida, essa é uma obra que se destaca pelo rigor e pela seriedade com que foi elaborada. É importante ressaltar que se trata de uma edição de qualidade tanto da parte gráfica quanto do conteúdo, pois se percebe que cada detalhe que compõe a obra foi pensado como um todo. E as autoras foram felizes no tratamento da questão dos gêneros discursivos e da temática ao objetivarem a proposta de um ensino na perspectiva sociointeracionista.
Certamente, professores e alunos de diferentes níveis de escolarização beneficiar-se-ão com as estratégias de leitura nela sugeridas para a promoção de leitores mais competentes.
Como se trata de obra voltada a alunos universitários (devido aos resultados de pesquisa), quando o público-alvo forem alunos do Ensino Fundamental ou Médio, alguns ajustes ou algumas adequações poderão ser necessários para atender às diferentes demandas de aprendizagem.
Enfim, é uma obra que merece ser recomendada aos estudiosos e profissionais da área e afins, pois trata das questões de linguagem com rigor científico e pedagógico, visando ao real uso da língua. Ou seja, a proposta é de ensinar língua Portuguesa a falantes nativos de forma significativa, por meio de gêneros discursivos que tratam de temas de maior importância para a sobrevivência do Planeta e de processos de interação com as práticas sociais.
Notas
1 Fundação Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul.
2 Programa de Bolsas de Iniciação Científica
Simone Viapiana – Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade de Caxias do Sul (PPGEd – UCS) e Professora de Espanhol no Programa de Línguas Estrangeiras (PLE) da UCS.
Linguagem e educação: o ensino e a aprendizagem de gêneros textuais – MACHADO (C)
MACHADO, A. R. et al. Linguagem e educação: o ensino e a aprendizagem de gêneros textuais. Campinas: Mercado das Letras, 2009. Resenha de: BONES, Vanessa Elisabete Urnau. Conjectura, Caxias do Sul, v. 16, n. 2, Maio/Ago, 2011.
Há algumas décadas, novas práticas para o ensino de língua estão sendo estudadas por pesquisadores de todo o mundo. Didáticas arcaicas e descontextualizadas estão, aos poucos, sendo deixadas de lado para dar espaço ao ensino de língua envolto nos gêneros textuais. É com essa proposta de ensino que a Professora Lília Santos Abreu-Tardelli, Doutora e Mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (Lael) pela PUC-SP, juntamente com a Professora Vera Lúcia Lopes Cristovão, pós- Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela mesma universidade, organizaram o livro Linguagem e educação: o ensino e a aprendizagem de gêneros textuais, que reúne textos da autora Anna Rachel Machado e colaboradores.
Lançado em agosto de 2009 pela Editora Mercado das Letras, integrando a Coleção Idéias sobre Linguagem, visa a divulgar as abordagens teóricas e metodológicas mais atuais, bem como propalar trabalhos de qualidade. O livro Linguagem e educação possui 184 páginas, divididas em dez partes, que traçam a caminhada de Machado pelo interacionismo sociodiscursivo, a partir de recortes de artigos escritos ao longo de 15 anos de pesquisa.
Pioneira do interacionismo sociodiscursivo no Brasil, de acordo com Abreu-Tardelli e Cristovão, primeiras orientandas, organizadoras e responsáveis pela apresentação dessa obra, a Tese de Doutorado de Machado, defendida em 1995 no Programa de Pós-Graduação de Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC-SP, com orientação * da Profª Dra. Maria Cecília Camargo Magalhães em co-orientação com Jean-Paul Bronckart, é o primeiro trabalho escrito em nosso país sobre essa abordagem metodológica. Atualmente é professora no Programa de Estudos Pós-Graduados em Lael da PUC-SP, autora, coautora, organizadora e tradutora de vários livros, dentre os quais se destaca O diário de leituras: a introdução de um novo instrumento na escola (1998); é coautora de Planejar textos acadêmicos (2005) e de Trabalhos de pesquisa: diário de leitura para a revisão bibliográfica (2007); organizou o livro O ensino como trabalho (2004), co-organizou Gêneros textuais e ensino (2002), Atividades de linguagem, discurso e desenvolvimento humano (2006) e O interacionismo sociodiscursivo: questões epistemológicas e metodológicas (2007). Foi a tradutora do livro Atividades de linguagem, textos e discursos de Bronckart (1999).
Resultado de anos de pesquisa, o livro Linguagem e educação: o ensino e a aprendizagem de gêneros textuais apresenta, em seu primeiro capítulo, um texto de Machado em coautoria com a Professora Dra. Ana Maria de Mattos Guimarães. Intitulado “O interacionismo sociodiscursivo no Brasil”, esse capítulo trabalha diacronicamente com o contexto sóciohistórico- cultural do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) no Brasil.
Para isso, as autoras iniciam retomando os fatos políticos do cenário brasileiro desde a década de 60 (séc. XX) até o governo Fernando Henrique Cardoso, juntamente com as alterações educacionais ocorridas nesse período. Essa caminhada permite que o leitor se situe historicamente e entenda de modo claro como se deu o primeiro contato das pesquisadoras Profª. Dra. Roxane H. Rojo e Maria Cecília C.
Magalhães com as teses do ISD e a posterior aceitação dessas teses no cenário educacional brasileiro. A criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) também é comentada por Machado e Guimarães, ao mesmo tempo que chamam a atenção para algumas incoerências bibliográficas neles contidas. Ainda nesse capítulo, as autoras propõem um diálogo sobre a expansão institucional das ideias do ISD no Brasil e os rumos das pesquisas desenvolvidas, pela menção feita aos grupos de pesquisa existentes em Programas de Pós-Graduação brasileiros. Embora seja extensa a listagem dos grupos de pesquisa, a alusão a eles é vista de maneira positiva, pois permite que estudiosos e pesquisadores do quadro do ISD no Brasil visualizem com mais facilidade possibilidades de parceria e de ampliação de suas pesquisas.
Em seu segundo capítulo, denominado “Colaboração e crítica: possíveis ações do linguista na atividade educacional”, Machado trabalha com os termos linguística e ensino. De forma resumida, a autora comenta, inicialmente, algumas concepções de linguística na visão tradicional e, posteriormente, recorre ao ISD, mais especificamente aos estudos de Bronckart (2004), para ampliar a noção e abrangência dos termos estudados. Com a pretensão de ampliar a visão do papel do linguista, Machado passa a trabalhar com o conceito de atividade educacional ao invés de ensino, já que, para a autora, o trabalho do linguista não deve se restringir ao provimento de materiais pertinentes ao estudo de línguas, mas de todas as disciplinas, visto que é via textos que os conhecimentos são mobilizados. Para que o leitor visualize outras possibilidades de trabalho do linguista, a autora apresenta eficazmente uma análise crítica e analítica de documentos dos PCNs que contêm a transposição didática de alguns estudos de Bakhtin e dos autores genebrianos Dolz e Schneuwly e enfatiza a importância do linguista não só na produção de materiais, mas também na análise de processos já efetivados.
Seguindo com uma linha de textos interessantes para professores, estudiosos, simpatizantes e iniciantes no quadro do ISD, o terceiro capítulo apresenta o texto “Diários de leituras: a construção de diferentes diálogos na sala de aula”. Nele, a autora esboça sua indignação diante das críticas feitas aos professores que são, de acordo com parte da sociedade e gestores governamentais, os responsáveis pelo baixo desempenho dos alunos nos testes de desempenho de leitura. Com o objetivo de sugerir uma alternativa inovadora e eficaz para melhorar esse índice, Machado expõe os resultados de uma pesquisa que durou mais de dez anos e que se baseou na produção de diários de leitura. Para isso, a autora elenca as características do gênero diário de leitura, analisa o processo de leitura e compreensão na esfera escolar, aponta à necessidade de revisão da concepção tradicional, que considera a leitura como um processo individual e solitário. Ainda: traz algumas dicas que orientam a produção, a discussão e a avaliação dos diários de leitura, bem como descreve e exemplifica alguns fenômenos observados em diários de leitura, elaborados a partir de experiências didáticas. Salienta-se, aqui, a seriedade das pesquisas realizadas por Machado, afinal esse artigo não é o resultado precoce de uma experiência, mas comprova a validade de anos dedicados à pesquisa do gênero diário de leituras.
Sendo esse livro uma coletânea de textos de Machado, publicados em diferentes meios de divulgação científica (livros e revistas), percebese, por vezes, a recorrência da sua base teórica. Nesse sentido, o Capítulo 4, que se intitula “Uma experiência de assessoria docente e de elaboração de material didático para o ensino e a elaboração de textos na universidade”, se baseia no relato de uma experiência de assessoria docente com o objetivo de modificar o ensino de produção textual no meio universitário, retomando o conceito de ISD, gênero textual, transposição didática e sequência didática, ancorado, em grande parte, nos estudos de Bakhtin (1953), Bronckart (1997), Schneuwly (1994) e Dolz e Schneuwly (1999), referenciados em sua completude, na última parte desse livro. Embora a recorrência teórica aconteça, é importante ressaltar que, em cada texto, Machado traz novas informações e se detém sempre em um aspecto distinto. Dessa maneira, nesse capítulo, a autora trabalha com a construção de uma sequência didática e os aspectos que a envolvem em uma situação de assessoria docente e finaliza enfatizando “o valor e a preocupação contínua que se deve ter com a verdadeira escuta do outro”. (MACHADO, 2009, p. 120).
Intitulado “A construção de modelos didáticos de gêneros: aportes e questionamentos para o ensino de gêneros”, o quinto artigo de Machado, em coautoria com Cristóvão, trabalha com alguns problemas encontrados nas práticas de transposição didática dos gêneros textuais.
Como forma de superar esses problemas e de auxiliar professores na construção do modelo didático de gênero, as autoras elencam algumas pesquisas e as dividem de acordo com a “capacidade” que o professor deseja trabalhar. Pode-se observar que, além de sugerir publicações didáticas com suporte na construção de modelos didáticos de gêneros, esse texto incentiva professores a construírem seus próprios modelos, afinal, a construção do quadro teórico-metodológico do ISD acontece coletivamente.
Na sequência, no livro aqui resenhado, encontramos o último artigo de Machado, denominado “Um instrumento de avaliação de material didático com base nas capacidades de linguagem a serem desenvolvidas no aprendizado de produção textual”. Nesse texto, a autora discorre sobre a reestruturação dos cursos e do ensino de leitura e produção textual, relaciona algumas pesquisas sobre os gêneros e a elaboração de novos materiais didáticos que visam a atender a essas modificações e analisa três sequências didáticas, que trabalham com o gênero textual resenha crítica. É interessante enfatizar que, no decorrer dessa leitura, Machado nos faz, involuntariamente, refletir sobre a qualidade dos materiais didáticos disponíveis no mercado editorial e a necessidade de contextualização das atividades neles presentes, auxiliando, dessa forma, na construção do senso crítico não só dos professores, mas também dos produtores desses materiais.
Nesse sentido, de modo geral, aponta-se que a metodologia utilizada pela autora na escrita dos artigos comprova a validade de seus estudos, afinal, a relação feita entre as bases teóricas e as práticas didáticas experienciadas pela autora, além de ilustrar e esclarecer alguns aspectos teóricos, dá mais credibilidade aos artigos que compõem o livro, pois não são teorias e suposições postas no papel, mas experiências vividas e divulgadas com o intuito de auxiliar na renovação do cenário educacional brasileiro.
Sendo Anna Rachel Machado uma figura respeitada no cenário dos estudos do ISD no Brasil, a presente coleção de textos de sua autoria e em coautoria tem o posfácio assinado por Joaquim Dolz, importante pesquisador sobre o desenvolvimento da linguagem, ensino e aprendizagem de línguas em situação escolar. Dolz, que é Doutor em Ciências da Educação, colaborador científico no Departamento de Instrução Pública do Cantão de Genebra e Professor na Universidade de Genebra, ao escrever o posfácio dessa obra, não poupou elogios à originalidade dos textos de Machado e à importância dessa autora na divulgação dos pressupostos teórico-metodológicos do ISD no Brasil.
O renomado autor também deixa explícito que o livro Linguagem e educação: o ensino e a aprendizagem de gêneros textuais merece destaque, pois possibilita um diálogo coletivo entre instituições brasileiras e pesquisadores internacionais, que se dedicam a questões relativas ao desenvolvimento da linguagem e da educação.
Assim, a partir das considerações levantadas no decorrer desta resenha, é possível dizer que o livro Linguagem e educação: o ensino e a aprendizagem de gêneros textuais possui um valor imensurável, haja vista desenvolver sistematicamente o percurso do ISD no Brasil e auxiliar estudiosos e simpatizantes dessa abordagem teórico-metodológica no entendimento de conceitos básicos e na criação do senso crítico ante publicações dessa ordem.
Vanessa Elisabete Urnau Bones -Licenciada em Letras pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul (UCS). E-mail: nessaurnau@yahoo.com.br
Almanack. Guarulhos, n.1, 2011 / n.20, 2018.
Almanack. Guarulhos, n.20, 2018.
Dossiê
- REGÊNCIA E IMPRENSA: PERCURSOS HISTORIOGRÁFICOS | Basile, Marcello Otávio Neri de Campos
- ERCURSOS DE UM HOMEM DE LETRAS NOS OITOCENTOS: AS MÚLTIPLAS FACES DE MARCELINO PINTO RIBEIRO DUARTE | Campos, Adriana Pereira; Pandolfi, Fernanda Cláudia; Basile, Marcello Otávio Neri de Campos
- RITUAL CÍVICO E POLÍTICA NA REAÇÃO MONÁRQUICA: RIO DE JANEIRO E SALVADOR, 1837-411 | Kraay, Hendrik
- NOTAS PARA O ESTUDO DA IMPRENSA NA REGÊNCIA: PERNAMBUCO E BAHIA (1829-1836) | Fonseca, Silvia Brito
- ONARQUIA, FEDERAÇÃO E IDENTIDADE POLÍTICA AMERICANA: O PERIÓDICO O AMERICANO E AS SINGULARIDADES DE SUA LINGUAGEM POLÍTICA NA REGÊNCIA BRASILEIRA (1831) | Reis, Arthur Ferreira; Vianna, Jorge Vinicius Monteiro
- O FAROL, O OBSERVADOR E A VOZ: O DEBATE SOBRE A FEDERAÇÃO E A REFORMA CONSTITUCIONAL NA IMPRENSA PAULISTA (1830-1832) | Oliveira, Carlos Eduardo França de
- REPRESENTANTES DA IMPRENSA RIO-GRANDENSE NO PERÍODO REGENCIAL: O CONTINENTINO E O RECOPILADOR LIBERAL | Pereira, Christiane
- LUZ E NEVOEIROS: A IMPRENSA PERIÓDICA MINEIRA NO PERÍODO REGENCIAL (1831-1840) | Silva, Wlamir José
- A PLEBE HETEROGÊNEA DA INDEPENDÊNCIA: ARMAS E REBELDIAS NO CEARÁ (1817-1824)1 | Cândido, Tyrone Apollo Pontes
- SEGUROS E PREÇOS DE ESCRAVOS NA SOCIEDADE ESCRAVISTA BRASILEIRA DO SÉCULO XIX | Nogueról, Luiz Paulo Ferreira
- A “CONSTITUINTE CONSTITUÍDA”: O PODER MODERADOR, O MINISTÉRIO SINIMBU E O PARLAMENTO NOS ANTECEDENTES DA ADOÇÃO DA ELEIÇÃO DIRETA NO IMPÉRIO DO BRASIL (1878-1880)* | Ribeiro, Filipe Nicoletti
- JOÃO VICENTE MARTINS: DO PESSOAL ÀS DISCUSSÕES SOBRE AS NACIONALIDADES1 | Santos, Wilza Betania dos
Resenha
- Nature, Food, Crisis: New Problems, Old Debates | Cunha, Daniel
- A Revolução de Saint-Domingue e sua conexão continental: de Toussaint a Mundurucu | Secreto, María Verónica
Almanack. Guarulhos, n.19, 2018.
Artigo
- Soberanía y competición política – 1808-1830 Unos problemas y unas definiciones Artigo Annino, Antonio
- Domingo Faustino Sarmiento: sus viajes, la modernidad y el apologismo al federalismo norteamericano | Dupré, Eduardo Hodge
Artigo
- Ephemeral Mobility: critical appraisal of the facets of indian migration and the maistry mediation in Burma (c. 1880-1940) | Jaiswal, Ritesh Kumar
- Demografia escrava e o impacto das leis abolicionistas no Espírito Santo (1850-1888) | Lago, Rafaela Domingos
- Os limites da soberania régia A capitania da Paraíba do Sul entre 1727 e 1730 | Raminelli, Ronald
- The americanism of Aureliano Cândido Tavares Bastos | Rosi, Bruno Gonçalves
- Diretas ou indiretas? O debate sobre as eleições no Brasil (1821-1823) | Motta, Kátia Sausen da
Resenha
- Capitalist slavery in the great Caribbean? | Post, Charles EN EN Imprensa como partido: “opinião pública” e tráfico negreiro em periódicos cariocas | Santos, Silvana Andrade dos
Almanack. Guarulhos, n.18, Publicado: 2018.
Palavras Introdutórias
- Jurisdições, Soberanias, Administrações (Primeiras décadas do século XIX)
Dossiê
- Jurisdições, Soberanias, Adminsitrações | Slemian, Andréa; Lopes, José Reinaldo de Lima; Agüero, Alejandro
- La justicia excepcional en la primera mitad del XIX cubano: orden público y gobierno militar de los territorios coloniales | Rubio, Alina Castellanos
- A Junta do Código Penal Militar de 1802: perspectivas, dilemas e resistências à reforma militar na corte de D. João* | Souza, Adriana Barreto de
- Magistratura Eleita: administração política e judicial no Brasil (1826-1841) | Campos, Adriana Pereira
- Os Poderes regionais e a construção política do espaço: as complexas jurisdições da administração fazendária no Brasil entre 1821-1823 | Chaves, Claudia
- Circulação de saberes e de práticas governativas: caminhos de articulação da política no Brasil, 1845-1860 | Oliveira, Maria Luiza Ferreira de
- “Confiados na justiça da sua causa, sabedoria, e incansável zelo a prol da Província”: o Conselho Geral de Minas Gerais como espaço de participação dos cidadãos (1828-1834)* | Fernandes, Renata Silva
- Administrar finanças e recrutar agentes Práticas de provimentos de ofícios no reinado joanino no Brasil (1808-1821) | Stumpf, Roberta
- O redefinir das fronteiras dos poderes políticos e religiosos após a Independência do Brasil: o Seminário de Mariana-MG como espaço de conflito | Almeida, Gabriela Berthou de
- Machado de Assis e Silvio Romero: escravismo, “raça” e cientificismo em tempos de campanha abolicionista (década de 1880) | Schneider, Alberto Luiz
- Os periódicos franceses na imprensa carioca oitocentista Uma leitura dos editoriais de primeira edição | Peruchi, Amanda
Resenha
- A Resistência escrava revisitada: a espacialidade como elemento central | Costa, Fernando Antonio Alves da
- História Conceitual: sentidos da modernidade hispano-americana | Paulino, Mariana Ferraz
- O pensamento conservador do marquês de Caravelas e a construção do Estado Brasileiro | Rodrigues., Luaia da Silva
- “O fogo do céu” e a “fórmula da nova ideia”: escrita, leitura e impressos no Brasil oitocentista | Santos, Eduardo José Neves
Almanack. Guarulhos, n.17, 2017.
Fórum
- Exilé(e)s et migrant(e)s transatlantiques: histoires entremêlées, historiographies parallèles | Aprile, Sylvie
- Um olhar e muitas perguntas sobre os exilados transatlânticos, suas histórias conectadas e paralelas | Pamplona, Marco Antonio Villela
- Emigração e exílio, novas abordagens nos estudos migratórios: considerações sobre o | ARTIGO| de Sylvie Aprile | Sarmiento, Érica
Dossiê
- Apresentação Dossiê Imigrações | Sarmiento, Érica; Martins, Ismênia de Lima; Ribeiro, Gladys Sabina
- La ley argentina de inmigración de 1876 y su contexto histórico | Fernández, Alejandro
- Migração Portuguesa para São Paulo na segunda metade do século XIX: um estudo de caso * | Scott, Ana Silvia Volpi
- “Hvad de skrifva i tidningare i Stockholm” Prensa y opinión pública en Suecia ante la emigración temprana a América (1861-1865) | Gila, Oscar Álvarez
- As cidades e seus monumentos: um estudo sobre a imigração italiana em Buenos Aires e Caxias do Sul 1910 – 1954 – 2016 | Ramos, Eloisa Helena Capovilla da Luz
- Irlandeses en México: algunos aspectos de su integración económica y social, siglos XIX y XX | Acevedo, Martín Pérez
- Escravos e imigrantes são o que importam: fornecimento e controle da mão de obra para a economia agroexportadora Oitocentista | Gonçalves, Paulo Cesar
- Serviço doméstico e “habitus “senhorial: considerações sobre a regulamentação do trabalho doméstico em Fortaleza (1880 – 1888) | Rodrigues, Eylo Fagner Silva
Resenha
Capitalism and Second Slavery in Texas | Beamish, Ian
- Revisiting the Transition to Capitalism Debate | Blackburn, Robin
- Entre cativeiros: africanos livres na formação do Estado imperial e na economia-mundo oitocentista | Ferraro, Marcelo
- Capitalismo, Estados Unidos e o tráfico internacional de escravos no século XIX | Salles, Ricardo
Almanack. Guarulhos, n.16, 2017.
Artigo
- De “salvajes” a heroicos: la construcción de la voz y la imagen del “indio Charrúa” desde 1830 a los inicios del siglo XX | Azpiroz, Andrés
- Latinos ‘versus’ Anglo-Saxões: projeções identitárias nos relatos de viagem de hispano-americanos pelos Estados Unidos no século XIX | Franco, Stella Maris Scatena
- Definição de candidaturas parlamentares e relações entre chefes partidários no Brasil monárquico: o caso da participação de Zacarias de Góis e Vasconcelos em eleições na Província do Paraná (1861-1862) | Gomes, Sandro Aramis Richter
- A sociabilidade britânica no Rio de Janeiro do século XIX: os clubes de Cricket* | Melo, Victor Andrade de
- A biblioteca de um estadista do Império: o inventário dos livros de José Lino Coutinho (1836) | Magalhães, Pablo Iglesias; Junqueira, Lucas de Faria
- Resultados parciais e expectativas frustradas: os Cunha Mattos sob as reformas de Lippe | Rodrigues, Neuma Brilhante
Resenha
- Além do sertão: indígenas no Brasil do século XIX | Sposito, Fernanda
- O caminho para Pasárgada: negros paulistas no Rio de Janeiro do pós-Abolição | Rocha, Fábio Dantas
- Formação do Haiti no mundo atlântico do século XIX | Souza, Isabela Rodrigues de; Silva, João Gabriel Covolan
- As nações e seus nomes: invenção de entidades e identidades nas emancipações latino-americanas | Sette, Pedro Henrique Falcão
Almanack. Guarulhos, n.15, 2017.
Fórum
- Constitution, juridiction, codification. Le libéralisme hispano-américain au miroir du droit | Lempérière, Annick
- História e Direito: em busca dos continentes submersos: comentário ao texto de Annick Lempériere | Costa, Wilma Peres
- De la deconstrucción del paradigma estatalista a un estado del debate abierto: comentario al texto de Annick Lempériere | Ternavasio, Marcela
Artigo
- Considerações sobre uma polícia preventiva: discursos políticos e a natureza da atividade policial no Brasil oitocentista | Soares, Joice de Souza
- Ultramontanismo e protestantismo no período regencial: uma análise da crítica panfletária dos padres Perereca e Tilbury à missão metodista no Brasil | Silva, Ana Rosa Cloclet da; Carvalho, Thaís da Rocha
- Federalismo e posturas confederativas no discurso político do Brasil independente: as concepções dos escritos de Frei Caneca | Leme, Maria Saenz
- A quebra do paradigma “Sentido Da Colonização”: notas sobre o debate historiográfico do Brasil Colonial, Antigo Sistema Colonial e Antigo Regime nos Trópicos. | Salles, Wesley Dartagnan
- Uma missão abolicionista britânica no Brasil e as relações entre a British and Foreign Anti-Slavery Society e a Sociedade contra o Tráfico de Africanos e Promotora da Colonização e Civilização dos Indígenas | Ré, Henrique Antonio
- Pedro II e o império de casaca: os sentidos de poder nos trajes masculinos no Segundo Império | Monteleone, Joana Moraes
Resenha
- Guerra Civil nos Estados Unidos: novo balanço da Reconstrução | Izecksohn, Vitor
- O Maranhão nas primeiras décadas do Oitocentos: condições para a eclosão da Balaiada | Galves, Marcelo Cheche
- Novas perspectivas para o estudo da abolição brasileira: cidadania e ação senhorial | Miranda, Bruno da Fonseca
- Catolicismo, escravidão e a resistência ao Império: Um outro olhar | Barbi, Rafael José
- O Mar que nos une: trabalho, escravos e libertos no Atlântico Moderno e Contemporâneo. | Falcão, Nuno de Pinho
Almanack. Guarulhos, n.14, 2016.
Dossiê
- Some words about the dossier Scales of Global History1 | Pimenta, João Paulo; Marquese, Rafael
- Shrewd Sirens of Humanity’: the changing shape of pro-slavery arguments in the Netherlands (1789-1814) | Brandon, Pepjin
- Mule Drivers in Nineteenth-Century Lebanon: from local social history towards Global History | Chaker, Joane
- The Global Career of Indian Opium and Local Destinies | Farooqui, Amar
- Religious Nationalism in an Age of Globalization: The Case of Paraguay’s “Mennonite State”1 | Goossen, Benjamin W.
- The Two Tales of Forced Labour: Katorga and Reformed Prison in Imperial Russia (1879-1905) | Popova, Zhanna
- Global History and Latin American History: A Comment | Paz, Gustavo L.
- Reação francesa às ameaças de Cabanos e Bonis no território litigioso entre o Brasil e a Guiana Francesa (1836-1841)1 | Alves, Débora Bendocchi
- Não se fazem mais excomunhões que prestem nos dias de hoje: libertinos, Reformismo Ilustrado e a defesa da tolerância religiosa no mundo luso-brasileiro (1750-1803) | Rocha, Igor Tadeu Camilo
Articles
- O Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro: um espaço para a ciência médica Oitocentista | Gonçalves, Monique de Siqueira; Bessone, Tânia
Resenha
- Los imperios de la especialidad o los márgenes de la libertad y de la igualdad | Ghorbal, Karim ES ES
- Elisée Reclus, o geógrafo impressionista | Monteleone, Joana
- Desafios do historiador na Era Digital | Zanardo, Julia
- New Geographies of the Atlantic World: Connecting Lusophone Africa and Spanish America | Murphy, Tessa EN EN
- Revisitando um arquipélago quase esquecido | Soares, José Miguel Nanni
Almanack. Guarulhos, n.13, 2016.
Fórum
- La construcción del Estado en España: haciendo historia cultural de lo político1 | Ruiz, Juan Pro
- (Re)pensando paradigmas: a História Cultural do Político e a construção do Estado Nacional na Espanha – comentário ao texto de Juan Pro Ruiz. | Marson, Izabel Andrade
- À espreita do Estado: reflexões sobre sua formação a partir das Independências na América | Slemian, Andréa
- O poder da representação: a relação entre Executivo e Legislativo na política imperial de meados do século XIX | Gregório, Vitor Marcos
- A “pedagogia da adesão”: o papel das ordens honoríficas na promoção da “causa do Brasil” (1822-1831) | Silva, Camila Borges da
- O caminho incerto das Luzes francesas: o abade De Pradt e a Independência brasileira1. | Morel, Marco
Artigo
- Cartas ao Imperador: os pedidos de perdão de réus escravos e a decisão de 17 de outubro de 1872 | Pirola, Ricardo Figueiredo
- Repensando el Estado como institución. Poder central, cultura local y relaciones centro-periferia en las interpretaciones de Juan Maiguashca y el debate Schwarz-Carvalho Franco.* | Hanna, Santiago Cabrera
- Albergue Espanhol: A Lenda Negra sobre o comer e o beber madrileños pelo olhar de viajantes franceses (século XIX) | Camargo, Daisy de
- Nem só de flores, votos e balas: abolicionismo, economia global e tempo histórico no Império do Brasil | Youssef, Alain El
- O quinto baile da história do Rio | Souza, Carlos Eduardo Dias
- Hispanoamérica e Iberoamérica: una convergencia en el ocaso del mundo colonial | B., Jaime Rosenblitt ES ES Uma “Nação de Imigrantes” | Gonçalves, Paulo Cesar
- Um laboratório para o Império | Stahl, Moisés
Almanack. Guarulhos, n.12, 2016.
Dossiê
- Slavery and the Atlantic Slave Trade in Brazil and Cuba from an Afro-Atlantic Perspective | Araújo, Ana Lucia
- Ardras, minas e jejes, ou escravos de “primeira reputação”: políticas africanas, tráfico negreiro e identidade étnica na Bahia do século XVIII | Silva, Carlos da
- From beyond the Kwango – Tracing the Linguistic Origins of Slaves Leaving Angola, 1811-1848 | Bukas-Yakabuul, Badi; Silva, Daniel B. Domingues da
- Os desembarques de cativos africanos e as rotinas médicas no Porto do Recife antes de 1831 | Carvalho, Marcus J. M. de; Albuquerque, Aline Emanuelle De Biase
- “O que fará essa gente quando for decretada a completa emancipação dos escravos?” – serviço doméstico e escravidão nas plantations cafeeiras do Vale do Paraíba. | Muaze, Mariana de Aguiar Ferreira
- Mulheres e Mães Negras: mobilidade social e estratégias sucessórias em Minas Gerais na segunda metade do século XVIII | Dantas, Mariana L. R.
- Na tecitura do Urbano:1 Rio de Janeiro e Havana na trama da escravidão (1816-1821) | Santos, Ynaê Lopes dos
- Cosmopolitas del Atlántico esclavista: los “africanos” Daniel Botefeur y su esclavo de confianza Robin Botefeur en Cuba | Zeuske, Michael
Artigo
- A construção do Rio De Janeiro na literatura de viagem oitocentista | Gagliardo, Vinícius Craneck
- Poder e administração no Maranhão Oitocentista: o caso da Colônia Militar do Gurupi | Santos, Arthur Germano dos
Resenha
- Entre devedores e credores: o mercado de crédito em Juiz de Fora, MG, 1850-1906 | Miranda, Marcia Eckert
- A independência das Américas na era das revoluções | Santos, Marco Aurélio dos
- Passados feridos: legado africano e memória da escravidão | Oliveira, Rafael Domingos de
- História nacional na longa duração: Chile, dos “primeiros americanos” ao século XXI | Paulino, Mariana Ferraz
- Iglesia, soberanía nacional y patronato en la construcción del Estado argentino del siglo XIX | Sánchez, Rocío Guadalupe
Almanack. Guarulhos, n.11, 2015.
Fórum
- Afrodescendentes livres e libertos e igualdade política na América portuguesa. Mudança de status, escravidão e perspectiva atlântica (1750-1840)1 | Silva, Luiz Geraldo
- Popular War: Gauchos and the Challenge to Elite Power in Northern Rio de la Plata in the Revolutionary Period | Paz, Gustavo
- Insurreições populares, conflitos e acomodações entre livres e libertos na América Portuguesa e no Rio da Prata (1750-1840). Comentários aos textos de Gustavo Paz e Luiz Geraldo Silva | Sá, Maria Elisa Noronha de
Articles
- Naturaleza and citizenship in Modern Spain. From subject representation to the dawn of contemporary citizenship (17th-19th centuries) | Salvatto, Fabricio Gabriel; Carzolio, María Inés
- Luiz Gama e a sátira racial como poesia da transgressão: poéticas diaspóricas como contranarrativa à ideia de raça1 | Santos, Eduardo Antonio Estevam
- Lutas políticas, abolicionismo e a desagregação da ordem escravista: Bananal, 1878-1888 | Santos, Marco Aurélio
- Ângelo Agostini e a Charge no Crepúsculo Imperial – Apontamentos Preliminares acerca da Questão Abolicionista1 | Liebel, Vinícius
- “No obedecen a nadie, sino cada uno gobierna a su familia”. Etnicidad y política en la reducción del maniel de Bahoruco, 1785-1795 | Belmonte Postigo, José Luís
- O que há de novo na nova história política de François-Xavier Guerra? | Ricupero, Bernardo
Resenha
- Conexões atlânticas nos anos de 1820: o paralelismo de ambientes intelectuais | Santos, Cristiane Alves Camacho dos
- Família escrava e alforrias nas fazendas de café da elite de Juiz de Fora | Moreno, Breno
- Teoria, metodologia e historiografia da História dos Conceitos: uma avaliação necessária | Pimenta, João Paulo
- Um mundo de mercadorias na Belle Époque de Santos | Monteleone, Joana
Almanack. Guarulhos, n.10, 2015.
Dossiê
- Presentación del dossier Experiencias de tiempo en los siglos XVIII y XIX iberoamericanos. Un abordaje desde la historia conceual | Wasserman, Fabio; Pimenta, João Paulo
- Una nueva forma de pensar el tiempo, una nueva forma de pensar la historia: el siglo XIX en España 1 | González Manso, Ana Isabel
- Café con el Anticristo Lima: el tiempo político para la Revolución Francesa (1794-1812) | Rivera, Víctor Samuel
- Experiences of Time and Conceual Change in the Río de La Plata Revolutionary Process (1780-1840) 1 2 | Wasserman, Fabio
- “Ao ponto que as necessidades públicas exigem”: experiência política e reconfiguração do tempo no debate político brasileiro da década de 1830 | Pereira, Luisa Rauter
- Modulando o tempo histórico: Bernardo Pereira de Vasconcelos e conceito de “regresso” no debate parlamentar brasileiro (1838-1840) | Lynch, Christian Edward Cyril
- República, tiempo incierto y moral en la primera mitad del siglo XIX neogranadino | Ortega, Francisco
- Conceos de temporalidad en la prensa conservadora y del Segundo Imperio en México, 1848 – 1867 | Fuentes, Miguel Hernández
- A governança da justiça militar entre Lisboa e o Rio de Janeiro (1750-1820) | Souza, Adriana Barreto de
Articles
- O Conselho Geral da Província do Pará e a definição da política indigenista no Império do Brasil (1829-31)1 | Machado, André Roberto de A.
- A emergência de um ponto de vista cosmopolita: a experiência da História de Portugal na Universal History | Ramos, André; Araujo, Valdei Lopes de
Resenha
- La construcción de la ciudadanía católica: intersecciones históricas e historiográficas para una explicación con resonancias en el presente | Barral, María Elena
- Fernando de Noronha e o Mundo: A Colônia Penal do Império em Perspectiva Atlântica no Século XIX | Ferraro, Marcelo Rosanova
- Iberconceos II, 1770-1870: tempos e espaços da “atlantização” dos conceitos | Fanni, Rafael
Almanack. Guarulhos, n.9, 2015.
Fórum
- Rites protestataires et tensions démocratiques en France à l’âge romantique (1820 – 1848) | Fureix, Emmanuel
- Ritos políticos e politização popular no Brasil imperial | Kraay, Hendrik
- Funerais, oposição e protesto entre a França e o Brasil do século XIX | Rodrigues, Claudia
- Memoria e Historiografía en torno a las Instrucciones Orientales de 1813 | Ribeiro, Ana; Caetano, Gerardo
- Entre o local e o provincial: os Conselhos Gerais de Província e as Câmaras Municipais, São Paulo e Minas Gerais (1828-1834) | Oliveira, Carlos Eduardo França de
Artigo
- Clero y política en La Rioja en los años veinte del siglo XIX. El Teniente de cura Melchor León de la Barra, de revolucionario a “reo de alto crimen” | Gómez, Fernando; Mazzoni, María Laura
- Ecletismo e retórica na filosofia brasileira: de Silvestre Pinheiro Ferreira (1769-1846) ao frei Francisco do Monte Alverne (1784-1858) | Duran, Maria Renata da Cruz
- La prensa durante el período rivadaviano: El Argos de Buenos Aires (1821-1825) | Lescano, Mariana Paula
- Religião e política: o clero nos tempos de Pombal (Maranhão, século XVIII) | Muniz, Pollyanna Mendonça
- Nem arrancada, nem outorgada: agência, estrutura e os porquês da Lei do Ventre Livre1 | Soares, Rodrigo Goyena
- O debate político e o pensamento econômico no Império brasileiro: centralização de poder e monopólio de emissão no segundo Banco do Brasil (1852-1853) | Gambi, Thiago Fontelas Rosado
Resenha
- Um panorama das “artes sacras” luso-americanas | Boscov, Sarah Tortora
- Sobre independências, revoluções e liberalismos | Castro, Sheila Virginia
- Uma história econômica da transição da escravidão para o trabalho livre no Brasil | Mendes, Felipe Landim Ribeiro
- História Social, História Popular: o caso argentino | Rodrigues, Jaime
- Os diferentes universos do espaço Atlântico | Vieira, Luis Otávio
Almanack. Guarulhos, n.8, 2014.
- A Independência e uma cultura de história no Brasil1 | Pimenta, João Paulo; Atti, César Augusto; Castro, Sheila Virgínia; Dimambro, Nadiesda; Lanna, Beatriz Duarte; Pupo, Marina; Vieira, Luís Otávio
Artigo
- Entre a memória e o esquecimento: modos de compreender a história | Schiavinatto, Iara Lis
- Sobre cultura histórica e usos do passado: a Independência do Brasil em questão1 | Gontijo, Rebeca
- Continental Origins of Insular Proslavery: George Dawson Flinter in Curaçao, Venezuela, Britain, and Puerto Rico, 1810s-1830s* | Schmidt-Nowara, Christopher
- Vientos de libertad a ambas orillas del Atlántico. Las Cortes de Cádiz y la Asamblea del año XIII | Lafit, Facundo
- Crioulizações internas: processos de transculturação nos Bantu angolanos | Soares, Francisco Manuel Antunes
- Religião, “espírito público” e patriotismo na independência do Rio da Prata* | Verdo, Geneviève
- “Por ser Pernambuco tão chegado”: anexação, governos e mercados ultramarinos na Capitania da Paraíba (1791-1799) | Chaves, José Inaldo
- Representaciones gráficas del Estado en formación. La tierra y los indígenas en la cartografía territorial argentina durante el siglo XIX | Yuln, Melina
Resenha
- Frustração, retórica e sublevação: uma leitura sobre as “Inconfidências” de Goa (1787) e do Rio de Janeiro (1794) | Otto, Lucas Gallo
- O ciclo revolucionário hispânico e suas “circunstâncias” | Caraponale, Priscila Ferrer
- Escravidão e Liberdade nas fronteiras platinas | Caratti, Jônatas Marques
Almanack. Guarulhos, n.7, 2014.
Artigo
- Tradiciones electivas. Cambio, continuidad y ruura en historia intelectual* | Sebastián, Javier Fernández
- História da historiografia e temporalidades: notas sobre tradição e inovação na história intelectual | Nicolazzi, Fernando
- Inovação, tradição, historiografia: um breve diálogo com Javier Fernández Sebastián | Franzini, Fábio
- Guerra aos extremos: polarização política em Pernambuco e a defesa do princípio de soberania nacional (1829-1831) | Feldman, Ariel
- A coragem de ser só: Cândido Mendes de Almeida, o arauto do ultramontanismo no Brasil | Santirocchi, Ítalo Domingos
- Alimentação e transformações urbanas em São Paulo no século XIX1 | Silva, João Luiz Maximo da
- As transformações políticas e econômicas da Província do Grão-Pará e a Escola Normal como instituição destinada a formar professores alinhados aos ideais modernos de ordenamento, progresso e civilização (1840 a 1871) | Malheiros, Rogério Guimarães
- Pânico e terror: a presença da cólera na Província do Espírito Santo (1855-1856) | Franco, Sebastião Pimentel
- Vale expandido: contrabando negreiro e a construção de uma dinâmica política nacional no Império do Brasil1 | Parron, Tâmis; Youssef, Alain El; Estefanes, Bruno Fabris
Resenha
- O mundo hispânico em revolução: abordagens sobre as independências na América | Bastos, Carlos Augusto de Castro
- As partes e o todo: uma leitura de “Nostalgia Imperial” | Muaze, Mariana de Aguiar Ferreira
- Cristãos e Muçulmanos no Sudão: a experiência da Mahdiyya muito além da intolerância e do fanatismo religioso | Osman, Samira Adel
Almanack. Guarulhos, n.6, 2013.
Artigo
- La Iglesia católica y la formación del Estado-nación en América Latina en el siglo XIX. El caso colombiano | Mesa, Luis Javier Ortiz
- Igreja e Estado no Brasil oitocentista: um diálogo com La Iglesia católica y la formación del Estado-nación en América Latina en el siglo XIX. El caso colombiano, de Luis Javier Ortiz Mesa | Martins, William de Souza
- Comentários ao texto de Luis Javier Ortiz Mesa La Iglesia católica y la formación del Estado-nación en América Latina en el siglo XIX. El caso colombiano | Neves, Guilherme Pereira das
- Os limites do reformismo bourbônico: a propósito da administração da justiça na América espanhola | Garriga, Carlos
- Aspectos econômicos da participação paulista no processo de independência | Borges, Luiz Adriano
- A Exploração dos rios Amazonas e Madeira no Império Brasileiro por Franz Keller-Leuzinger: imprensa e nação | Vergara, Moema de Rezende
- Relatos imperiais: a literatura de viagem entre a política e a ciência na Espanha, França e Inglaterra (1680-1780)1 | Paredes, Rogelio C.
- Anphitheatrical Rio!1Marítimos americanos na baía do Rio de Janeiro. Século XIX2 | Jeha, Silvana Cassab
- Modernização esquecida, construindo pontes e estradas no Brasil Imperial: engenheiros e artífices em uma região exportadora em Minas Gerais(1850-1875) | Cravo, Télio Anísio
Resenha
- O que é uma “história global”? A propósito de um livro de David Armitage | Pimenta, João Paulo
- A Independência em quadrinhos: formas de se contar história(s) | Vieira, Luis Otávio
- Interesses públicos e privados nas tramas do Brasil Império | Pereira, Aline Pinto
- Entre a unidade e a diversidade: a construção das nações na América Latina | Neves, Maria Júlia
Almanack. Guarulhos, n.5, 2013.
Artigo
- A Segunda Escravidão e a Primeira República Americana | Baist, Edward E.
- Estado e partidos na primeira república dos EUA.Comentários ao texto de Edward Baist | Izecksohn, Vitor
- Estados Unidos, Segunda Escravidão e a Economia Cafeeira do Império do Brasil | Marquese, Rafael de Bivar
- James Cooley Fletcher, o missionário amigo do Brasil | Rosi, Bruno Gonçalves
- A administração fazendária na América portuguesa: a Junta da Real Fazenda e a política fiscal ultramarina nas Minas Gerais | Chaves, Cláudia Maria das Graças
- La participación popular en las revoluciones hispanoamericanas, 1808-1816. Un ensayo sobre sus rasgos y causas | Meglio, Gabriel Di
- A abolição do tráfico de escravos no Atlântico Sul: Portugal, o Brasil e a questão do contrabando de africanos | Guizelin, Gilberto da Silva
- Escravos, senhores e vida marítima no Atlântico: Portugal, África e América portuguesa, c.1760 – c.1825 | Rodrigues, Jaime
- Sobre liberalismo y religión: rentas eclesiásticas y presupuesto de culto en el Estado de Buenos Aires (1852-1862) | Stefano, Roberto Di
Resenha
- A força da opinião: panfletos manuscritos na independência do Brasil | Fanni, Rafael
- Identidades, guerra e limites – A independência do Uruguai revisitada | Winter, Murillo Dias
- A obra derradeira e inacabada de Sérgio Buarque de Holanda | Nicodemo, Thiago Lima
- Poder e jurisdição sob o episcopado de D. fr. Manuel da Cruz (1748-1764) | Feitler, Bruno
Almanack. Guarulhos, n.4, 2012.
- O Império do Brasil no contexto do século XIX. Escravidão nacional, classe senhorial e intelectuais na formação do Estado | Salles, Ricardo Henrique
Artigo
- Uma leitura sobre o Império do Brasil no contexto do século XIX: diálogo com Ricardo Salles | Guimarães, Carlos Gabriel
- Das racionalidades da História: o Império do Brasil em perspectiva teórica1 | Martins, Maria Fernanda Vieira
- The End of the “Second Slavery” in the Confederate South and the Great Brigandage in Southern Italy: Some Comparative Suggestions | Lago, Enrico Dal
- Além de eventual substituto. A trama política e os vice-presidentes em Mato Grosso (1834-1857) | Sena, Ernesto Cerveira de
- Politics, Parliament, and the Penalty of the Lash: The Significance of the End of Flogging in 18861 | Needell, Jeffrey D.
- El tiempo histórico del primer constitucionalismo en el Atlántico hispano. Balance y perspectivas | Portillo Valdés, José María
- Sob o signo da dualidade: Joseph de Maistre e a Casa da Sabóia na ‘Era da Revolução Democrática’ | Soares, José Miguel Nanni
- Moderados, Exaltados e Caramurus no prelo carioca: os embates e as representações de Evaristo Ferreira da Veiga (1831-1835) | Andrade, Marcos Ferreira de; Silva, Janaína de Carvalho
Resenha
- As independências ibero-americanas: transitando pelos labirintos da História | Ferreira, Fábio
- A cor da política: carreira, identidade racial e formação do Estado nacional no Exército baiano do entre-impérios (1790-1850) | Leite, Douglas Guimarães
- Fronteira feita por homens, cavalos e armas | Miranda, Marcia Eckert
- Da colônia à nação: impostos e política no México, 1821-1857 | Carrara, Angelo Alves
- A vida (e a morte) de Cláudio Manuel da Costa: poeta árcade, escravocrata e inconfidente | Schneider, Alberto Luiz
Almanack. Guarulhos, n.3, 2012.
Artigo
- Servir al Estado, servir al poder: la burocracia en el proceso de construcción estatal en América Latina | Garavaglia, Juan Carlos
- Comentários a um texto de J. C. Garavaglia | Carvalho, José Murilo de
- Do ofício ao cargo público – a difícil transformação da burocracia prebendária em burocracia constitucional | Lopes, José Reinaldo de Lima
- A sociedade escravista cubana e a Revolução Haitiana* | Ferrer, Ada
- A Amazônia e a formação do Estado Imperial no Brasil: unidade do território e expansão de domínio | Nunes, Francivaldo Alves
- Civil, civilidade, civilizar, civilização: usos, significados e tensões nos dicionários de língua portuguesa (1562-1831)* | Lima, Luís Filipe Silvério
- La identidad nacional durante la Guerra del Paraguay. Representaciones, lenguajes políticos y conce
- os en el diario La Nación Argentina (1862-1870) | Baratta, María Victoria
- A República em negativo: o sistema conceitual do padre Carapuceiro | Fonseca, Silvia Carla Pereira de Brito
- O Conselho de Jurados do Termo da Vila de São José del-Rei, um estudo de caso (1832-1841) | Ameno, Viviane Penha Carvalho Silva
Resenha
- Uma viagem iniciática. A experiência norte-americana na constituição do pensamento político de Hipólito da Costa | Vilardaga, Stella Maris Scatena Franco
- Política, Economia e Sociedade: o Império Brasileiro sob a perspectiva belga | Souza, Fabíula Sevilha de
- A formação do México, entre a Espanha e a América | Pimenta, João Paulo Garrido
- O mistério da iniquidade | Pinto, Júlio Pimentel
- Unidade e diversidade das experiências políticas no mundo iberoamericano: Iberconceos, 1750-1850 | Slemian, Andréa
Almanack. Guarulhos, n.2, 2011.
Artigo
- Dialogando com a obra de István Jancsó: algumas considerações sobre a contribuição desse historiador do Brasil para os debates recentes da historiografia | Pamplona, Marco A.
- Um historiador do Brasil: István Jancsó | Bernardes, Denis Antônio de Mendonça
- O Estado nacional e a instabilidade da propriedade escrava: a Lei de 1831 e a matrícula dos escravos de 1872 | Mamigonian, Beatriz Gallotti
- A Ordem do Tempo Histórico: a Longue Durée e a Micro-História | Tomich, Dale
- Gonçalves de Magalhães e o sacerdócio moral do poeta romântico em tempos de guerra civil1 | Ferretti, Danilo José Zioni
- A segunda independência. Emancipadores, abolicionistas e as emancipações do Brasil | Bezerra, José Maia
- Republicanismo Paulista e Republicanismo Gaúcho, entre o partido de classe e o partido de Estado: aproximações e distinções (1873-1930) | Sêga, Rafael Augustus; Perissinotto, Renato Monseff
- Príncipes negros nas festas de brancos: Poder, revolta e identidades escravas nas Minas setecentistas | Dias, Renato da Silva
- As “eleições do cacete” e o problema da manipulação eleitoral no Brasil monárquico | Saba, Roberto N. P. F.
Resenha
- Tempos de paz, tempos de tensão política. A Bahia no pós-Sabinada | Sousa, Maria Aparecida Silva de
- Epaminondas Americano | Faria, Regina Helena Martins de
- Soriano, Província Oriental: Revolução Artiguista revisitada | Guazzelli, Cesar Augusto Barcellos
- Uma celebração da História Imperial do Brasil | Needell, Jeffrey D.
Almanack. Guarulhos, n.1, 2011.
Artigo
- La ley y la sangre. La “guerra de razas” y la constitución en la América Bolivariana | Thibaud, Clément
- Guerra, historicismo e direito | Silveira, Marco Antonio
- Guerra, Direito e História: reflexões em torno de um discurso sobre as independências da América ibérica | Pimenta, João Paulo Garrido
- “Desde Piso e Marcgrave que ninguém com curiosidade tolerável descreveu a natureza brasileira”: os relatos de Cook, Banks e Parkinson e a construção de imagens do Brasil colonial1 | Domingues, Ângela
- Liberdade para os índios no Império do Brasil. A revogação das guerras justas em 1831 | Sposito, Fernanda
- A evasão de ouro dos fundos bancários em meados do século XIX e suas consequências para a política econômica | Sáez, Hernán Enrique Lara
- Motins políticos e a Historiografia Imperial: a inserção de um intelectual amazônico nos quadros do IHGB | Lima, Luciano Demetrius Barbosa
- “Aderir”, “jurar” e “aclamar”: O Império no Maranhão (1823-1826)1 | Galves, Marcelo Cheche
- Nobrezas na América portuguesa: notas sobre as estratégias de enobrecimento na capitania de Minas Gerais | Stumpf, Roberta Giannubilo
- Dividindo o Grão-Pará: os debates para a criação da província do Rio Negro na Câmara dos Deputados, 1826-18281 | Gregório, Vitor Marcos
Resenha
- Alforria e mobilidade social nos séculos XVIII e XIX: os casos de Porto Feliz, Campos dos Goitacases e Porto Alegre | Diório, Renata Romualdo
- Vossa Alteza, vista cá debaixo | Malerba, Jurandir
- Monarquía y República en la España Contemporánea: Um esboço de história dos conceitos | Soares, Lucas
- Independências, relatos historiográficos e debates sobre a nação na América Latina | Abrão, Janete Silveira
- Buenos Aires em armas. A revolução de 1880 | Mäder, Maria Elisa Noronha de Sá
Almanack | UNIFESP | 2011
Almanack (Guarulhos, 2011-) é uma revista acadêmica e interinstitucional especializada na história da formação dos Estados nacionais no Brasil e em todo mundo, entre os séculos XVIII e XIX.
Editada por especialistas nesta temática, ela possui pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras (Argentina, EUA, Espanha, França) entre seus editores e conselheiros executivos, e opera com um amplo espectro de avaliadores de dentro e de fora do Brasil.
As universidades brasileiras que a mantém são UNIFESP (sede institucional), USP, UFF, UNIRIO, UERJ, UFJF, UFOP, UFES, UFSJ, UFRRJ e PUC-RJ. Também é apoiada pela Sociedade Brasileira de Estudos do Oitocentos (SEO).
Periodicidade trimestral
Acesso livre
ISSN 2236-4633 (Online)
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Educação a Distância | CUC | 2011
Educação a Distância – Revista Científica do Centro Universitário Claretiano (2011-), [sediada em Batatais-SP], um periódico voltado para a Educação a Distância no Brasil e no mundo, com o objetivo de compartilhar assuntos voltados para os processos sócio educativos e sua interação com as tecnologias em tempos e espaços diversos.
Sentimo-nos honrados e ao mesmo tempo cientes da nossa dedicação e responsabilidade ao sermos apontados pelo MEC em 2010 como uma das melhores instituições do País em Ensino a Distância. A Revista surge em um momento ímpar, em que buscamos essa interação e reflexão com toda a comunidade acadêmica, na contínua construção para a consolidação e qualidade do ensino no Brasil.
Acesso livre
Periodicidade quadrimestral
ISSN [?]
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Práticas de Linguagem | UFJF | 2011
Historia 396 | PUCV | 2011
La revista Historia 396 (Viña del Mar, 2011-) del Instituto de Historia de la Pontificia Universidad Católica de Valparaíso (Paseo Valle 396, Viña del Mar, Chile), es una publicación en papel (con soporte digital de acceso abierto) editada semestralmente, dedicada a los estudios históricos y de carácter interdisciplinario para el análisis y la comprensión del pasado, los problemas metodológicos y conceptual. […] Historia 396 contempla la publicación de investigaciones relacionados con los diversos campos de la Historia, con particular interés en la Historia de Chile, América y de Europa.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
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Historia y Memoria | UPTC | 2011
La Historia se refiere al diálogo permanente entre pasado y presente, cambio y permanencia, duración y acontecimiento, lo lineal y lo cíclico, lo diacrónico y lo sincrónico, al pensamiento que da cuenta de la sociedad en el tiempo. Por su parte, la memoria es uno de los campos que configuran nuestro pasado próximo en el que convergen prácticas, representaciones sociales, imaginarios colectivos y las formas como la población se identifica en un contexto.
Historia Y MEMORIA (Tunja, 2011-) se propone publicar artículos inéditos de resultados de investigaciones en cualquier campo de la historia los cuales estarán distribuidos en la sección especial y la sección zona libre, igualmente en la sección reseñas y debates se publicarían reseñas, debates, entrevistas y otro tipo de materiales que generen discusiones académicas.
Desde la creación, la revista planteó 3 sesiones: ‘sesión especial’ o temática dedicado a una temática convocada por el comité editorial que se considera central en la investigación histórica, ‘sesión zona libre’ en que se publican artículos resultados de investigación histórica que no necesariamente están en concordancia con la temática central, pero que son resultado de investigaciones históricas. La sesión reseñas y debates está dedicada a la publicación de textos resultados de conversatorios, mesas de trabajo y otros que son de interés de la comunidad académica; las reseñas dan cuenta de publicaciones historiográficas recientes. Adicionalmente, en la revista se planteó la presentación de la revista o editorial, que se mantuvo con la denominación de “presentación” hasta el número 15, y, a partir del número 16 se le denomina “editorial”.
Periodicidade semestral.
Acesso aberto.
ISSN 2322-777X
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Itinerantes | UNSTA | 2011
Itinerantes (Tucumán, 2011-) es una publicación científica cuyo tema central es la historia religiosa en sus diferentes variables: cuestiones teóricas sobre el hecho religioso; iglesia católica e iglesias cristianas; tradiciones religiosas; actores, prácticas e instituciones religiosas; mística; ritualidad y prácticas devocionales. Difunde trabajos originales de investigación en español, portugués e inglés, buscando promover el intercambio y debate entre los estudiosos de la temática. Incorpora artículos, reseñas y entrevistas.
Los originales recibidos son examinados por el Consejo de Redacción para decidir si los mismos cumplen con los requisitos formales y los criterios de calidad académica de la publicación. Los artículos aceptados son sometidos a evaluación por especialistas externos mediante el sistema de “doble ciego”, que preserva el anonimato de autores y evaluadores. El artículo evaluado puede ser aceptado sin modificaciones para su publicación, aceptado con modificaciones o rechazado. El comité editorial puede luego realizar otras correcciones de estilo que crea justificadas.
Acesso livre
ISSN 2525-2178
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Timalchaca. Fiesta, tradición y costumbre en el Santuario de la Virgen de los Remedios | Alberto Díaz Rodrigo Ruz
El libro de autoría colectiva que es objeto de esta reseña, es un esfuerzo de un grupo de cientistas sociales, los cuales, partiendo desde el vínculo con la comunidad andina de Ticnamar, en particular con la “Asociación Cultural y Social Morenos de Ticnamar y Timalchaca” y la “Asociación de Alferazgos y Bailes Religiosos del Santuario de Timalchaca”, tomaron la tarea de responder al requerimiento de la comunidad en orden a objetivar su historia y su tradición, representadas significativamente por la festividad de Timalchaca, la cual se lleva a cabo en los días, 19 al 22 de Noviembre de cada año.
Los autores parten de una festividad con plena vigencia en la actualidad, pero indagan en torno a sus orígenes, realizando un recorrido histórico sobre el despliegue de las unidades administrativas coloniales y en relación con las agencias eclesiásticas en el territorio de los valles interiores de Arica. Cabe destacar que el ejemplo de religiosidad estudiado en el trabajo tiene sus raíces en el pasado colonial, en que las prácticas tradicionales originarias, cargadas de ritualidad, fueron objeto de disciplinamiento mediante instituciones eclesiásticas como la doctrina, mediante la cual se enviaba sacerdotes con la misión de extirpar las idolatrías; no obstante esto, en sectores alejados de los centros coloniales de dominación, como es el caso de las comunidades ubicadas en sectores altiplánicos, la periodicidad y efectividad de estas misiones nunca fue lo suficientemente fuerte como para evitar la persistencia del “ejercicio de manifestaciones culticas asociadas a dioses “paganos” propios de la cosmovisión indígena”1. Leia Mais
Sertões | UERN | 2012-2015
A revista eletrônica Sertões (2012-2015) é resultado do trabalho de um grupo de professores do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte que atua no campo da História Social e Cultural.
De forma mais específica ela está vinculada ao Grupo de Pesquisa História do Nordeste: sociedade e cultura e tem como missão divulgar não só os trabalhos dos membros do G.P, mas também abre espaço para que outros pesquisadores, estudantes e professores de outras IES possam apresentar resultados de pesquisas históricas que contemplem temas diversos, ligados a Região Nordeste, tais como, regionalismo, secas, mundos do trabalho, campo e cidade, migrações, literatura, intelectuais, cangaço, escravidão, índios, religiosidade, cultura popular, etc.
Cientes que a internet ampliou e facilitou o acesso ao conhecimento, pretendemos nos valer dessa ferramenta poderosa para divulgar o conhecimento histórico. Assim, a Revista Eletrônica Sertões apresenta-se como um espaço plural e democrático.
[Periodicidade semestral]Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
ISSN 2179-9040
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Artistes Femmes dans La Collection du Musée National d’Art Moderne, Centre de Création Industrielle – ELLES (CP)
Elles@centrepompidou. Artistes Femmes dans La Collection du Musée National d’Art Moderne, Centre de Création Industrielle. Paris, Centre Pompidou, 2009. Resenha de: SIMIONI, Ana Paula Cavalcanti. A difícil arte de expor mulheres artistas. Cadernos Pagu, Campinas, n. 36, Jan./Jun. 2011.
Durante todo o ano de 2009, o Musée National d’Art Moderne, mais conhecido como Centre Georges Pompidou, abrigou uma exposição considerada, por seus curadores, radical e sem precedentes: a das obras de mulheres artistas presentes em sua coleção. O critério curatorial adotado, centrado no gênero dos criadores, ainda que incomum, não é propriamente inédito. O museu organizou em 1995 a exposição Féminin-Masculin: le sexe de l’art e, mais recentemente, em 2007, Wack! Art and Feminist Revolution foi realizada pelo Museum of Contemporary Art, de Los Angeles. Todavia, a dimensão de Elles a destaca e a singulariza; pois como explicita o diretor da instituição, a mostra ocorreu “numa escala jamais realizada por outro museu, reunindo mais de 200 artistas e mais de 500 obras em 8000m²”.1
É interessante notar que, em 2010, com apenas um ano de diferença, o Moma de Nova Iorque lançou o livro Modern Women (Butler e Schwartz, 2010), dedicado ao levantamento, análise e compreensão das obras de mulheres artistas em sua coleção. Ainda que a publicação não resulte de uma exposição, mas sim de um projeto de pesquisa, a sincronia é reveladora. Trata-se de consistente indício do impacto que os estudos sobre as relações entre arte e gênero realizados no ambiente acadêmico foram finalmente capazes de gerar no campo das instituições artísticas. Pode-se dizer que tais debates tiveram início nos anos de 1970, com o célebre artigo de Linda Nochlin (1973), Why there been no greatest women artists, no qual a autora indagava-se sobre as causas da aparente inexistência das mulheres artistas na história. Ao demonstrar que tais lacunas em nada derivariam da ausência “natural” de talentos, mas sim da exclusão feminina das principais instâncias de formação de carreiras artísticas ao longo dos séculos XVIII e XIX – as academias de arte –, a autora ensejou um importante deslocamento explicativo, inaugurando o que se pode denominar como uma perspectiva feminista na história da arte. Desde então, inúmeras monografias, artigos e livros dedicados a mulheres artistas, bem como colóquios, revistas e debates acadêmicos passaram a mobilizar, de diversas maneiras, a dimensão do gênero, para refletir sobre as produções artísticas, sua história e os limites da historiografia da arte tradicional.2 Cabe notar que uma questão nevrálgica em tais estudos diz respeito ao modo desigual com que as instituições historicamente trataram homens e mulheres, o que significa esquadrinhar tanto aquelas instituições dedicadas à formação dos artistas, como àquelas dedicadas à consagração de sua atividade, tais como a crítica de arte, a imprensa, o mercado e, finalmente, os espaços expositivos e os museus. Assim, o fato de dois museus de notória relevância e prestígio, alocados nas duas maiores metrópoles da arte moderna do século XX – Paris e Nova Iorque – terem, quase ao mesmo tempo, produzido uma exposição e um vasto estudo sobre obras das artistas mulheres de suas coleções é, em si, uma resposta concreta e positiva às proposições, indagações e críticas que as relações entre gênero e arte vêm sedimentando há algumas décadas.
Para dar corpo a tal proposta, as obras foram organizadas a partir de divisão temática, e não cronológica. Opção essa que, por sinal, é afirmada na introdução do catálogo como uma diretriz do Musée d’Art Moderne e, diferindo da questão do gênero da autoria, não é debatida com a profundidade esperada em nenhum outro momento.3 Os módulos apresentados em sua sequencia original são os seguintes: Pionnieères [Pioneiras], Feu à Volonté [Fogo livre], Corps Slogan [Corpo Slogan], Eccentric Abstraction [Abstração Excêntrica], Le Mot a l’Oeuvre [Da Palavra à obra], “Un Chambre a Soi” [Um quarto para si], Immaterielles [Imateriais] e “A Propos de l’Exposition” [Acerca da Exposição]. O catálogo que será neste texto discutido é composto por uma introdução para cada um dos módulos assinada por um curador responsável, ao que se segue um conjunto de obras escolhidas como ilustrativas da questão abordada, sem com isso se esgotar todas aquelas presentes na exposição e, ao final, uma série de 15 ensaios e documentos sucintos que permitem recuperar histórica e teoricamente os debates sobre arte e gênero no campo da história da arte.
Tendo em vista a amplitude possível de temas ofertados para a reflexão pelo catálogo e pela mostra, gostaria de me dedicar particularmente a um: a escolha por expor “apenas” mulheres artistas; questão que possui centralidade nos estudos sobre arte e gênero. O partido adotado provoca inúmeros questionamentos que, sabiamente, os curadores não tentaram responder de modo definitivo ou tranquilizador. Elles se pretendeu mais do que uma exposição de obras selecionadas por sua suposta inquestionável qualidade artística dispostas num espaço museal tendo como fim último a sua simples visibilidade. A mostra procurou suscitar um vasto programa pluridisciplinar de discussões sobre as complexas relações entre arte e gênero. Prova disso é que ao lado da exposição e do catálogo, o Museu colocou a disposição um amplo conjunto de documentos em seu site (vídeos históricos e contemporâneos, entrevistas com artistas, textos críticos, manifestos etc.), bem como estimulou debates virtuais sobre temas diversos que perpassam e tangenciam a exibição.4 O próprio catálogo publicado exibe constantemente a preocupação com as bases teóricas que alicerçam as escolhas, amparando e sustentando o gênero como um critério possível e instigante de indagação, ao mesmo tempo em que não se furta a enfrentar um evidente dilema: a fim de dar visibilidade às mulheres artistas optou-se por autonomizá-las em função de algo em comum, seu pertencimento ao mesmo “sexo”5, com isso não se incorre no perigo de suscitar a falaciosa crença na existência de uma sensibilidade, uma plástica, um espírito comum a todas? Ou, em outros termos, se estaria revisitando o fantasma de uma “arte feminina”?
Tamar Garb (1989) demonstrou o nascimento da categoria “arte feminina” no século XIX como um nicho particular para abrigar o que era então uma novidade: um grande contingente de artistas do sexo feminino que almejavam expor suas obras. Para tanto as associações femininas como a Union des femmes peintres et sculpteurs desempenharam um papel fundamental ao possibilitarem que as artistas expusessem seus trabalhos, o que não era de pouca importância tendo em vista as dificuldades que enfrentavam para se formarem e serem avaliadas de modo equiparável aos homens. Todavia, esses salões exclusivos estimularam um olhar diferenciado para as suas obras, que paulatinamente passaram a ser julgadas não a partir de valores estéticos determinados pelo campo artístico, mas sim de expectativas sociais ditadas pelas demandas de seu gênero, como a de serem “doces”, “femininas”, “delicadas”, “graciosas”, etc. No limite, a “arte feminina”” impôs-se então como uma modalidade classificatória perigosa na medida em que tanto solapava a diversidade estética das obras feitas por mulheres, quanto as afastava dos debates estéticos centrais.
Em La gêne du féminin, um pequeno e lúcido ensaio presente no catálogo, Élisabeth Lebovici (276-279) aborda o modo com que a categoria “arte feminina” continuou a ecoar no olhar dos críticos na França da primeira metade do século XX, fazendo-se perceptível nos escritos de Camille Mauclaire, Appolinaire e mesmo Aragon. O feminismo dos anos de 1970 a retoma, em um novo contexto, atribuindo-lhe sentido diverso. As ideias de Hélène Cioux podem ser vistas como emblemáticas desse momento, pois sua defesa de uma “escritura feminina” como expressão de uma subjetividade diversa daquela predominante (a masculina) recoloca a existência de um estilo comum às mulheres. Todavia, trata-se agora de uma categoria reivindicada pelos próprios sujeitos e, vale frisar, positivada.
O mencionado artigo, bem como o escrito por Quentin Bajac dedicado ao módulo “Feu à volonté“, que inclui obras mais diretamente relacionadas ao feminismo, exploram bem a diversidade que a questão assumiu a partir da década de 1980, transcendendo (ainda que reconhecendo a relevância histórica) do discurso essencialista que prevaleceu nos anos de 1970. Nesse sentido, apresentam-se desde obras que tratam de modo militante a questão das diferenças de gênero, questionando o lugar das mulheres na história da arte, tais como as “Guerrilas Girls”, bem como outras produções que abordam de modo irônico os valores estéticos dominantes, tais como Rebecca Horn, Louise Lawer, ou Rosemarie Trockel. A partir dos anos de 1980, segundo o autor, cada vez mais mulheres artistas lançam seu olhar sobre a história em seu sentido mais público, destacam-se então fotógrafas como Susan Meiselas, e seu retrato dos conflitos na América Central, ou ainda Tania Bruguera e Sigalit Landau em sua busca por documentar os conflitos entre Israel e Palestina. O íntimo e o político convergem nos trabalhos de Sanja Ivekovic e Sandra Vásquez de la Horra, ambas alternando suas memórias pessoais ao passado recente de seus países, os conflitos na ex-Iugoslávia e a ditadura de Pinochet no Chile, respectivamente. Como finaliza o autor, essa geração coloca-se a tarefa de debater o papel das mulheres na história contemporânea. Seja como for, percebe-se que o fardo da tradição associada à “arte feminina” ainda coloca-se para muitas artistas como um tema que tanto pode ser reivindicado, como criticado, parodiado, ironizado, ou negado.
Retomo então o problema: expor obras de artistas mulheres em separado é, realmente, uma boa opção? O capítulo de Camile Morineau (14-19) intitulado Elles@centrepompidou: un appel à la difference é um dos que mais diretamente enfrenta a pergunta. Segundo a autora, o gesto expositivo é propositalmente paradoxal. O museu optou por expor apenas mulheres, mas não para demonstrar que existe uma arte feminina ou um objeto feminista, mas ao contrário, para explodir as supostas unidades e estereótipos. Alicerçando-se nas teorias de Joan Scott (1996), retoma-se a existência de dois universalismos contraditórios na origem do pensamento republicano francês. Primeiramente, aquele dos direitos políticos individuais, universalista, igualitário e válido para aos homens (pois apenas para eles facultava-se a plena cidadania e participação política) e, por outro lado, o universalismo da diferença sexual, considerada como diferença “natural” entre homens e mulheres, a qual subsidiaria expectativas de atuações sociais diversas para cada sexo. Como defendeu a autora, na história contemporânea da França o universalismo da diferença prevaleceu sobre o dos direitos naturais, a ponto do indivíduo abstrato não ser neutro, mas masculino. A desnaturalização de tal sujeito passa, necessariamente, pelo reconhecimento de que existe um “outro” não representado nessa categoria, esse outro oculto e silenciado que são as mulheres. O desmascaramento da masculinidade sub-reptícia implícita no sujeito universal iluminista exige que se reivindique o lugar da “diferença” da categoria mulheres, diferença essa que, ironicamente, foi a base sobre a qual se erigiu todo um sistema de desigualdades sociais.
Nesse sentido, a exposição é atravessada por um duplo e profundo paradoxo, como todo gesto que tenta interrogar, retificar ou simplesmente evocar uma paridade não resolvida. De um lado, o ato que impede as mulheres de tomar a palavra; de outro, aquele que as impede de a tomarem a não ser em nome das mulheres. Assim, a conclusão de Scott é reivindicada por Morineau como legitimadora dos partidos curatoriais tomados: a fim de almejar o universalismo, é preciso paradoxalmente tomar a palavra, para tanto fazendo-o em nome da diferença das mulheres, a mesma que, num primeiro momento, as conduziu à exclusão. É justamente essa a contradição de reivindicar a particularidade com vistas a promover a visibilidade das artistas, a multiplicidade de suas potencialidades, suscitando uma autocrítica dos atores e instituições, que permitirá um objetivo ainda maior, o de promover uma outra história da arte possível. Trata-se de finalmente dar a “elles” a palavra, por meio de um gesto ambíguo no qual a diferenciação pelo gênero existe apenas para abrir-se para a universalidade, a mistura e a excelência; no limite, para explodir a própria unidade contida na ideia da diferença que supostamente as uniria (17).
O texto de Morineau exibe, de modo muito bem fundamentado teoricamente, as justificativas das escolhas curatoriais. Todavia, quando examinamos as subdivisões em módulos tais como se nos apresentam pelo catálogo, novas interrogações despontam, sendo estas sugestivas muito mais da dificuldade de encontrar critérios coerentes teoricamente e artisticamente para congregar obras do que de qualquer tipo de ausência de capacidades da parte dos seus idealizadores. No limite, a exposição pode também ser tomada como um exemplo instigante das muitas dificuldades contidas nas escolhas e atividades dos curadores.
O primeiro dos módulos intitula-se Pionnières [Pioneiras]. Congrega a produção de artistas pertencentes ao círculo das vanguardas desde finais do século XIX até os movimentos mais tardios, como o surrealismo das décadas de 1930 e 1940. Tais mulheres enfrentaram um desafio comum: o de lidarem de modo complexo e inventivo com os estereótipos e preconceitos tradicionais que se abatiam sobre a arte feita por mulheres em suas épocas. Casos como os de Suzanne Valadon, Marie Blanchard e Marie Laurencin são paradigmáticos das possibilidades de ingresso no mundo artístico inauguradas com os circuitos modernistas das quais todas fizeram, ativamente, parte. Mas suas inserções foram pautadas pelo signo da ambiguidade. O modo com que Appollinaire julgou Marie Laurencin como uma típica representante de uma arte moderna “feminina” é esclarecedor; exemplifica uma tendência interpretativa geral que prevalecia na primeira metade do século XX mesmo no interior dos circuitos modernistas.6
O texto de apresentação do módulo, assinado por Cécile Debray, explicita que tais artistas enfrentaram, criativamente, o peso da herança identitária que sobre elas pesava. Tanto a herança de gênero, tantas vezes presente nas obras de cunho criticamente autobiográfico como as de Frida Kahlo ou Hannha Höch, quanto o modo com que o gênero associou-se a outra herança, a das tradições culturais não-eurocêntricas – questão evidente nas incorporações de padrões iconográficos e artesanais levados a cabo Natalia Goncharova e, novamente, Frida Kahlo. Vale notar que no texto de Debray, bem como no sucinto e muito sugestivo ensaio assinado por Patrick Favardin (248-249) sobre as mulheres e o design, a maneira com que as artistas lograram revolucionar os estereótipos de gênero que rondavam tanto as tradições artesanais quanto elementos da cultura material atrelados a uma feminilidade desvalorizada, é um mote precioso. Lembremos aí da transformação que Sonia Delaunay imprimiu às artes têxteis, antes vistas como “naturalmente” domésticas, artesanais e femininas, ou seja, inferiores, e que, depois de sua aplicação particular do orfismo às estamparias, tapetes e à moda, tornaram-se emblemáticas de um modo de ser moderno.
Também os casos Charlotte Perriand e Janette Laverrière são muito sugestivos. Ambas pertenceram aos mais afamados círculos de vanguarda de seu tempo e obtiveram sucesso em suas carreiras por se notabilizarem como produtoras de linguagens extremamente modernas no interior de práticas até então negligenciadas, porque feminilizadas, como a decoração de interiores. Para compreender as trajetórias, Favarday lança mão de uma perspectiva analítica fecunda, presente também no artigo de Debray, que é a de entender o ingresso das artistas nos circuitos de vanguarda por meio da interação estabelecida com os colegas homens, ou seja, pelos vínculos de parceria diversos que lograram constituir. Tal visada permite compreender a particularidade das trajetórias e obras, percebidas em sua materialidade, sem as autonomizar excessivamente. Obras e artistas mulheres são vistas em sua relação com a de outros artistas com quem dialogavam, tanto em suas vidas cotidianas, quanto em seus trabalhos. Tal tipo de análise contextualiza o modo com que a dimensão do gênero pesava concretamente sobre as artistas, traduzindo-se em estilos, modalidades e práticas que lhes eram então “destinadas”, tais como as artes decorativas, aplicadas – em uma expressão, as artes vistas como “domésticas”. No entanto, como o texto permite ver, as determinações não eram absolutas ou intransponíveis: tais pioneiras destacaram-se pela forma com que subverteram tal legado, logrando construir carreiras bem sucedidas em campos até então ora compreendidos como masculinos, ora subvalorizados por serem femininos. Suas atuações foram fundamentais na promoção da própria reavaliação da importância de tais modalidades, conferindo-lhes um novo lugar na história da arte.7
A indagação consciente e política do lugar das mulheres na história da arte que caracteriza a produção feminista em vigor nos anos 1970 e 1980 é o mote do segundo módulo do catálogo, Feu a Volonté. Nele encontram-se reproduzidas obras de Orlan, Judy Chicago, Betty Tompkins, Rosemaire Trockel, Chantal Akerman, Niki de Saint Phale, etc. Para além da inegável qualidade das obras e das artistas representadas, o que as une? Quando se observa suas produções percebe-se que para algumas a crítica à sociedade “patriarcal” passa pela tematização do corpo feminino e da afirmação de sua força sexual, como, por exemplo, na obra de Orlan, “Baiser de l’artiste”, que em seu contexto, 1975, era transgressora; ou ainda nas obras propositalmente eróticas de Judy Chicago, Betty Tompkins e Hannah Wilke. Mas há dúvidas sobre o porquê dessas artistas terem sido inseridas nesse módulo e não no seguinte, Corps Slogan. Este é dedicado justamente à forma com que o corpo consiste em um mote privilegiado da pesquisa e criação estética para diversas mulheres, visível especialmente no espaço que as performances ocupam em seus trabalhos.
Outras artistas escolhidas como representativas do módulo Feu à Volonté no catálogo incorporam o feminismo por meio de um debate sobre a feminilização dos meios artísticos, tais como Rosemaire Trockel que, em sua leitura crítica do legado da abstração racionalista de Malevitch, compõe obras em faturas tradicionalmente vistas como “femininas’, como os tecidos e os bordados. E novamente pergunto-me, por que está nesse módulo e não em Eccentric Abstracion? – espaço no qual o tema geral é justamente a forma com que diversas artistas questionaram e subverteram a teoria modernista, paradigma dominante na história da arte contemporânea, que em sua defesa da evolução artística rumo à simplificação das formas, e da busca de uma essência (conceitual?) tendeu a sub-valorizar práticas, estilos e plásticas associadas às dos “outros”, como as mulheres, os artistas naif, ou as “artes primitivas”. O ornamento, a decoração, a cor, a materialidade artesanal, tudo aquilo que, grosso modo, Camile Morineau, autora do texto dedicado a esse módulo denomina como “arte orgânica”, tornou-se uma espécie de excrescência nesse trajeto da arte contemporânea rumo à uma pureza estrutural. Nas mãos de tais artistas, tais “sobras” ou “desvios” tornam-se matéria constitutiva, predominante. Ao trazerem para o centro aqueles elementos que estavam à margem, elas subvertem o discurso, colocam em xeque sua unicidade, sua supremacia. A escolha de artistas como Valérie Jouve, Hanne Darboven, Ghada Amer, entre outras, é plenamente satisfatória, as obras convincentes. O problema é entender porque algumas artistas estão nesse módulo e não em outro. Por vezes, o catálogo enseja a sensação de que a proposta teórica, apesar de lúcida e consistente, bem como as obras, de inegável qualidade, não se combinam. Ou seja, o discurso, apesar de interessante, não encontra apoio nas materialidades das obras que ali se exibem.
Esse problema permanece em outros espaços abordados no catálogo. O que diferencia, formalmente, as obras reproduzidas no módulo Le mot a l’oeuvre – dedicado à problemática da arte conceitual, entendida como uma pesquisa consciente da questão da linguagem artística, um dos momentos da história de desmaterialização da obra de arte característica de parte da produção da segunda metade do século XX – do módulo seguinte, Immaterielles, que o próprio título indica tratar-se da problemática da desmaterialização? No primeiro caso, o catálogo esclarece, existira uma preocupação (especificamente feminina?) com o questionamento sobre a linguagem enquanto discurso, sobre o “eu” que emite a palavra; enquanto que no segundo caso haveria uma reivindicação da plena autonomia do artista, sendo a questão do gênero superada por um novo tipo de sensação de universalidade. Se no discurso tal diferenciação parece convincente, quando olhamos as obras que o catálogo apresenta como representativas, as diferenças, os critérios, tornam-se bem menos visíveis. Só para dar alguns exemplos, Nan Goldin com sua instalação “Heartbeat” parece tematizar muito mais a questão da sexualidade e da identidade sexual, própria a outros módulos que não a questão conceitual8; Gina Pane com a exposição de “Action Autoportrait(s): mise en condition, contraction, rejet” bem poderia estar em Feu à Volonté9; Marine Aballéa com seu trabalho sobre o gênero dos objetos exibido em “The Memory Club” ficaria bem melhor no módulo “Un chambre a soi”, dedicado à tematização da relação entre o espaço e as mulheres, do que entre artistas conceituais.
Enfim, apesar de textos, obras, artistas e objetivos serem excelentes, por vezes parecem disparatados. A opção temática, e não histórica, que ordena os módulos pode ser sugestiva à reflexão, mas talvez não o seja para uma vista à exposição, ou seja, produz debates instigantes e fundamentados intelectualmente, mas padece justamente de seu intelectualismo. As obras apresentadas como ilustrativas dos textos nos catálogos nem sempre correspondem ao que delas é exigido. E não porque elas não são capazes de comunicar, porque não provoquem, mas porque os critérios curatoriais parecem corresponder por vezes mais a escolhas teóricas prévias do que aquelas suscitadas pelas próprias obras e artistas.
Expor as obras de artistas mulheres, por tanto tempo negligenciadas pelas instituições, é uma real contribuição para a revisão da historiografia da arte dominante, mostrando um notável avanço das instituições. Fomentar a discussão pública sobre tais temas, bem como gerar um catálogo com textos de alto calibre é também uma postura muito bem vinda, contribuindo para o adensamento do campo de pesquisas e reflexões em história da arte na contemporaneidade, algo que poderia ser replicado em outros eventos semelhantes, inclusive no Brasil. Mas Elles não veio para aplacar o leitor, e sim para inquietá-lo. Assim, as dúvidas sobre as opções delineadas pelos partidos curatoriais debatidos no catálogo produzido a partir da exposição podem permanecer, ser alvo de novos questionamentos. Organizar as artistas apenas em função do gênero é de fato um critério que subsiste às décadas de uma história da arte compromissada com a crítica da separação entre os gêneros, que tanto tem insistido em sua dimensão “relacional”? Não teria sido também oportuna uma reflexão sobre as políticas de aquisição institucionais a partir da década de 1960? Quais são, afinal, os critérios que guiaram a constituição dos acervos e, portanto, que permitiram a formação desse conjunto notável mobilizado pela exposição e reproduzido em seu catálogo, mas ainda assim sujeito a ausências de outras artistas? Questões essas suscitadas a partir do debate possibilitado por esse evento complexo e corajoso que se intitulou “Elles”, que já nasceu como um marco e permanecerá por meio das reflexões que é capaz mobilizar.
Referências
Broude, Norma & Garland, Judith. Feminism and Art History. Questioning the Litany. New York, Harper & Row Publishers, 1982. [ Links ]
Butler, Cornelia and Schwartz, Alexandra. (orgs.) Modern Women. Women Artists at the Museum of Modern Art. New York, Moma, 2010. [ Links ]
Garb, Tamar. L’Art Féminin: The Formation of a Critical Category in Late Nineteenth-Century France. Art History, London, vol. 12, nº 1, mar 1989, pp.39-65. [ Links ]
Nochlin, Linda. Why There Have Been no Gratests Women Artists? Art and Sexual Politics. New York, Macmilan Publishing Co, 1973, 2ª ed. [ Links ]
Pollock, Griselda. Vision and Difference. Feminity, Feminism and the Histories of Art. London, Routledge, 1994a. [ Links ]
Pollock, Griselda. Histoire et politique: l’histoire peut-elle survivre au feminism?. Féminism, Art et Histoire de l’Art. Paris, Esnba, 1994b. [ Links ]
Scott, Joan. Genre: une catégorie utile d’analyse historique. Les Cahiers du Grif, Paris, nº 37/38, 1998. [ Links ]
Scott, Joan. Only Paradosex to Offer. French Feminism and the Rights of Man. Harvard University Press, 1996. [ Links ]
Weltge, Sigrid Wortmann. Women’s Work. Textile Art From the Bauhaus. London, Thames and Hudson, 1993. [ Links ]
Notas
1 No original: “[….]D’où l’idée de leur consacrer la totalité de cette nouvelle installation de la collection, d’étender cette présentation à une échelle jamais atteinte par aucun musée, rassemblant plus de 200 artistes et plus de 500 oeuvres sur quelque 8000m2” (13).
2 A bibliografia a esse respeito é por demais extensa para que possa ser aqui resumida. Sugiro então algumas obras de referência que sintetizam parcialmente o debate: Broude & Garland, 1982; Pollock, 1994 a e b.
3 Existem vários critérios curatoriais possíveis, dentre eles os mais recorrentes são os que agrupam as obras ou autores por sua proximidade histórica, ou ainda por afinidade estilística, fazendo parte de escolas, movimentos ou grupos artísticos comuns, bem como as divisões por nações, países ou regiões, entre diversas outras possibilidades.
4 A exposição foi um evento catalisador de várias outras intervenções. O catálogo é apenas um de seus desdobramentos. O site inclui numerosos documentos, obras, debates e textos que foram postados ao longo do tempo em que exposição ficou em cartaz, portanto contendo informações que transcendem e complementam tanto a exibição quanto o catálogo dela resultante. Para maiores informações, consultar: http://elles.centrepompidou.fr
5 Sobre a complexa diferença entre sexo e gênero, consultar: Scott, 1998.
6 Como aponta Cécile Debray (26), Laurencin é abordada pela historiografia como uma “musa” de sua geração, e não como uma pintora plena. Para tanto, os textos de Appolinnaire tiveram papel fundamental ao se referirem a ela como “graciosa”, bem como alguém que se situa entre Picasso e Douanier Rousseau, ou seja, sem uma independência artística absoluta.
7 Nesse ponto há uma lacuna incompreensível a se considerar tanto no catálogo quanto no acervo do Museu: o das mulheres artistas da Bauhaus. A esse respeito, consultar: Weltge, 1993.
8 A obra projeta 245 fotografias coloridas, nas quais duplas compostas por mulheres-homens, homens-homens, mulheres-mulheres são captadas em cenas sexuais, ao fundo escuta-se a canção “Prayer of The Heart”. Ver catálogo, p. 192.
9 Nessa obra de 1973, a artista registra uma performance dedicada a “transposer l’auatocréation em signe autonome de la femme”, para tanto recupera atividades pulsionais que sobre elas pesam no nível do espírito e da matéria: dor, fantasmas, contradições, rejeição, são modos de provocar “la desctruction de quelque chose pour la mise au jour d’um nouveau langage: celu de la FEMME” [….], ver Elles@centrepompidou, pp.202-203.
SIMIONI, Ana Paula Cavalcanti Simioni – Doutora em Sociologia pela USP, docente do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP), E-mail: ana.simioni@hotmail.com.
[MLPDB]
Contraponto | UFPI | 2011
A Revista Contraponto (Teresina, 2011-) é uma publicação do Departamento de História e Programa de Pós Graduação em História do Brasil da Universidade Federal do Piauí. A linha editorial desta revista tem o objetivo de contemplar uma dupla demanda. Por um lado pretende-se abrir espaço para a necessária difusão da produção acadêmica desenvolvida no âmbito da História no estado do Piauí.
Nesse sentido, vale destacar que a UFPI já conta com um programa de pós-graduação consolidado na área de História do Brasil. Dezenas de dissertações de mestrado já foram elaboradas nos últimos anos e pretende abrir espaço para levar ao conhecimento de um público mais amplo essa produção acadêmica. Da mesma forma, a revista está franqueada aos demais professores e pesquisadores que atuam na Universidade Estadual do Piauí e também em outras instituições. Esta publicação especializada na área de história é um instrumento através do qual a produção acadêmica piauiense será veiculada e compartilhada com o público interessado nesse campo de estudos.
Por outro lado, a Revista Contraponto é espaço de interlocução que extrapola as fronteiras do Piauí e acolhe artigos e contribuições de pesquisadores de todo o Brasil e do exterior. Desta forma, a revista representa uma ponte entre a pesquisa acadêmica realizada na região – mas não apenas aquela que aborda temas específicos sobre o estado e o nordeste – e a produção historiográfica mais recente desenvolvida em outros estados e também em outros países.
Vale destacar que o esforço ora empreendido é especialmente revelador do interesse dos pesquisadores em História da UFPI no sentido de se inserir no campo da produção historiográfica e participar dos debates contemporâneos deste vasto campo de estudos.
Periodicidade semestral
Acesso livre
ISSN 2236 6822
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Bakhtiniana | PUC-SP | [2011]
A Bakhtiniana – Revista de Estudos do Discurso ([20011]-), em formato eletrônico, bilíngue (português e inglês), foi criada pelo programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo / LAEL-PUCSP e os membros da Linguagem, Identidade e Grupo de Pesquisa em Memória / CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) em 2008. A missão da revista é promover e divulgar pesquisas sobre estudos do discurso.
A cada quatro meses, publica artigos, resenhas de livros, debates e relatórios de conferências escritos por professores e estudantes de pós-graduação.
A abreviatura de seu título é Bakhtiniana, Rev. Estud. Discurso , que deve ser usado em bibliografias, notas de rodapé e referências e tiras bibliográficas.
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Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais – HONNETH (C)
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. Trad. de Luiz Repa. São Paulo: Ed. 34, 2003. Resenha de: SALVADORI, Mateus. Conjectura, Caxias do Sul, v. 16, n. 1, Jan/Abr, 2011.
A figura mais proeminente dentre os teóricos da terceira geração de Frankfurt é Axel Honneth. Os seus estudos concentram-se nas áreas: filosofia social, política e moral, tratando ,principalmente, da explicação teórica e crítico-normativa das relações de poder, respeito e reconhecimento na sociedade atual.
O objetivo central de Honneth na obra Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais, é mostrar como indivíduos e grupos sociais se inserem na sociedade atual. Isso ocorre por meio de uma luta por reconhecimento intersubjetivo e não por autoconservação, como salientavam Maquiavel e Hobbes. As três formas de reconhecimento são as seguintes: o amor, o direito, e a solidariedade. A luta pelo reconhecimento sempre inicia pela experiência do desrespeito dessas formas de reconhecimento. A autorrealização do indivíduo somente é alcançada quando há, na experiência de amor, a possibilidade de autoconfiança, na experiência de direito, o autorrespeito e, na experiência de solidariedade, a autoestima.
Honneth, inspirando-se no conceito de reconhecimento do jovem Hegel, busca fundamentar a sua própria versão da teoria crítica. Com isso, ele pretende explicar as mudanças sociais por meio da luta por reconhecimento e propõe uma concepção normativa de eticidade a partir de diferentes dimensões de reconhecimento. Os indivíduos e os grupos sociais somente podem formar a sua identidade quando forem reconhecidos intersubjetivamente. Esse reconhecimento ocorre em diferentes dimensões da vida: no âmbito privado do amor, nas relações jurídicas, e na esfera da solidariedade social. Essas três formas explicam a origem das tensões sociais e as motivações morais dos conflitos.
A primeira forma de reconhecimento consiste nas emoções primárias, como o amor e a amizade. Para investigar essa esfera, o autor volta-se aos trabalhos da psicologia infantil de Donald Winnicott. O ponto de partida dessa primeira forma é uma fase de simbiose, chamada por Winnicott “dependência absoluta”. A mãe e o filho estão em um estado de indiferenciação. As reações do filho são percebidas pela mão como um único ciclo de ação. Winnicott chama isso “intersubjetividade primária”, em que há uma unidade de comportamento. Porém, para ampliar o seu campo social de atenção, a mãe começa a romper a sua identificação com o bebê. Com isso, o bebê aprende que a mãe é algo do mundo e que não está à sua inteira disposição.
Essa segunda fase é chamada “dependência relativa”. É nesse período que a criança desenvolve a sua capacidade para uma ligação afetiva. A criança reconhece o outro como alguém com direitos próprios, independente. Para Winnicott, a fim de alcançar essa independência do outro, a criança tem que desenvolver dois mecanismos psíquicos: destruição e os fenômenos e objetos transicionais. A destruição (mordidas no corpo da mãe) consiste em atos que a criança pratica quando descobre a independência da mãe. Eles se tornam positivos quando o bebê reconhece a independência da mãe, amando-a sem as fantasias de onipotência. Os fenômenos e objetos transicionais (travesseiro, brinquedo, dedo polegar) são elos de mediação entre a fase da fusão e a da separação.
A criança somente alcança a criatividade quando fica sozinha com os objetos transicionais. Isso é possível devido à dedicação emotiva da mãe, mesmo estando distante da criança. Essa confiança na dedicação materna faz com que a criança desenvolva a autoconfiança. Nessa análise de Winnicott, pode-se concluir que o amor é uma forma de reconhecimento e, por meio dele, o indivíduo desenvolve uma confiança em si mesmo, indispensável para seus projetos de autorrealização pessoal.
Para Honneth o amor somente surge quando a criança reconhece o outro como uma pessoa independente, ou seja, quando não está mais num estado simbiótico com a mãe. O amor é o fundamento da autoconfiança, pois permite aos indivíduos conservarem a identidade e desenvolverem uma autoconfiança, indispensável para a sua autorrealização. O amor é a forma mais elementar de reconhecimento.
O amor se diferencia do direito no modo como ocorre o reconhecimento da autonomia do outro. No amor, esse reconhecimento é possível, porque há dedicação emotiva. No direito, porque há respeito.
Em ambos, somente há autonomia quando há o reconhecimento da autonomia do outro. A história do direito ensina que, no século XVIII, havia os direitos liberais da liberdade; no século XIX, os direitos políticos de participação e, no século XX, os direitos sociais de bem-estar. De modo geral, essa evolução mostra a integração do indivíduo na comunidade e a ampliação das capacidades, que caracterizam a pessoa de direito. Nessa esfera, a pessoa é reconhecida como autônoma e moralmente imputável ao desenvolver sentimentos de autorrespeito.
A solidariedade (ou eticidade), última esfera de reconhecimento, remete à aceitação recíproca das qualidades individuais, julgadas a partir dos valores existentes na comunidade. Por meio dessa esfera, gera-se a autoestima, ou seja, uma confiança nas realizações pessoais e na posse de capacidades reconhecidas pelos membros da comunidade. A forma de estima social é diferente em cada período histórico: na modernidade, por exemplo, o indivíduo não é valorizado pelas propriedades coletivas da sua camada social, mas surge uma individualização das realizações sociais, o que só é possível com um pluralismo de valores.
A passagem progressiva dessas etapas de reconhecimento explica a evolução social. Ela ocorre devido à experiência do desrespeito que se dá desde a luta pela posse da propriedade até à pretensão do indivíduo de ser reconhecido intersubjetivamente pela sua identidade.
Segundo Honneth, para cada forma de reconhecimento (amor, direito e solidariedade) há uma autorrelação prática do sujeito (autoconfiança nas relações amorosas e de amizade, autorrespeito nas relações jurídicas e autoestima na comunidade social de valores). A ruptura dessas autorrelações pelo desrespeito gera as lutas sociais. Portanto, quando não há um reconhecimento ou quando esse é falso, ocorre uma luta em que os indivíduos não reconhecidos almejam as relações intersubjetivas do reconhecimento. Toda luta por reconhecimento inicia por meio da experiência de desrespeito. O desrespeito ao amor são os maus-tratos e a violação, que ameaçam a integridade física e psíquica; o desrespeito ao direito são a privação de direitos e a exclusão, pois isso atinge a integridade social do indivíduo como membro de uma comunidade político-jurídica; o desrespeito à solidariedade são as degradações e as ofensas, que afetam os sentimentos de honra e dignidade do indivíduo como membro de uma comunidade cultural de valores.
As mudanças sociais podem ser explicadas por meio do desrespeito, gerador de conflitos sociais. Os conflitos surgem do desrespeito a qualquer uma das formas de reconhecimento, ou seja, de experiências morais decorrentes da violação de expectativas normativas. A identidade moral é formada por essas expectativas. Uma mobilização política somente ocorre quando o desrespeito expressa a visão de uma comunidade.
Portanto, a lógica dos movimentos coletivos é a seguinte: desrespeito, luta por reconhecimento, e mudança social. Honneth, seguindo as ideias de Hegel, afirma que a eticidade é o conjunto de condições intersubjetivas, que funcionam como condições normativas necessárias à autodeterminação e a autorrealização.
A teoria de Honneth é explicativa, pois busca esclarecer a gramática dos conflitos e a lógica das mudanças sociais com a finalidade de entender a evolução moral da sociedade, e crítico-normativa, porque fornece um padrão – a eticidade – para identificar as patologias sociais e avaliar os movimentos sociais. A eticidade, portanto, é o conjunto de práticas e valores, vínculos éticos e instituições, que formam uma estrutura intersubjetiva de reconhecimento recíproco. Por meio da vida boa, há uma conciliação entre liberdade pessoal e valores comunitários. A identidade dos indivíduos é formada pela socialização, ou seja, é formada na eticidade, inserida em valores e obrigações intersubjetivas. Portanto, não há como pensar a existência de um contrato para o surgimento da sociedade, mas nas transformações das relações de reconhecimento.
Esse conceito formal de eticidade, elaborado por Honneth, visa a ser uma ampliação da moralidade, integrando tanto a universalidade do reconhecimento jurídico-moral da autonomia individual como a particularidade do reconhecimento ético da autorrealização. Por conseguinte, esse conceito tem como objetivo alcançar todos os aspectos necessários para um verdadeiro reconhecimento.
Na sociedade moderna, o indivíduo tem de encontrar reconhecimento tanto como indivíduo autônomo livre quanto como indivíduo, membro de formas de vida culturais específicas. Essa concepção formal de eticidade fica sempre limitada pelas situações históricas concretas. Portanto, ela não cai num etnocentrismo, nem numa utopia, pois ela é uma estrutura que se encontra inserida nas práticas e instituições da sociedade moderna.
Mateus Salvadori – Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor na Universidade de Caxias do Sul (UCS). E-mail: mateusche@yahoo.com.br
Educação Crítica: análise internacional – APLLE et al. (ER)
APPLE, Michael; AU, Wayne; GANDIN, Luís Armando. Educação Crítica: análise internacional. Tradução de Vinícius Ferreira. Revisão Técnica de Luís Armando Gandin. Porto Alegre: Artmed, 2011. Resenha de: SANTOS, Graziella Souza dos. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 36, n.1, p. 319-326, jan./abr., 2011.
O livro Educação Crítica: análise internacional busca, através da contribuição de diversos autores conectados às discussões educacionais em todo o mundo, discutir e problematizar a importância dos Estudos Educacionais Críticos, em diferentes realidades mundiais, à luz da sociedade contemporânea.
A obra, fruto do desejo dos autores de articular e tornar públicas alternativas educacionais criativas contra-hegemônicas e participar ativamente dos debates educacionais, inicialmente realiza uma retomada dos principais pressupostos e temáticas aos quais essa perspectiva historicamente se dedicou. Ao mesmo tempo, para além dessa tarefa, que por si só já seria importante, uma vez que as contribuições críticas têm sido um pouco esquecidas, encontramos, nessa reflexão, iniciativas sérias de diálogo com outras temáticas e áreas relevantes para o contexto educacional atual, na medida em que elas colaboram para uma análise mais sofisticada da realidade em que vivemos.
Os trinta e cinco capítulos, reunidos em sete grandes áreas, se empenham em discutir a relevância dos estudos críticos, sua apropriação e reinvenção em territórios diversos. As sete grandes temáticas iniciam com um capítulo introdutório dos organizadores e também autores da obra (Apple; Au; Gandin, 2011). Seguindo a proposta do livro, encontraremos as demais áreas apresentadas nesta ordem:
Contextos Sociais e Estruturas Sociais; Redistribuição, Reconhecimento e Poder Diferencial; O Legado Freireano; A Política da Prática e a Recriação da Teoria; Movimentos Sociais e Trabalho Pedagógico e, por fim, Métodos Críticos de Pesquisa para a Educação Crítica. A organização nessas temáticas não significa, entretanto, que os temas fiquem reduzidos aos limites de sua área. No desenvolvimento do livro fica bastante claro o diálogo entre autores e temáticas, o que, apesar da singularidade de cada texto, permite uma compreensão simultaneamente global e multifacetada do tema. Tendo em vista as grandes dimensões da obra, seguiremos a ideia da organização das áreas para apresentar os principais temas abordados em cada uma, os quais consideramos significativos para as discussões atuais. Dedicaremos algumas linhas a mais ao capítulo inicial por compreendermos que ele desencadeia as discussões que o sucedem, e expressa a tônica que será utilizada no desenvolvimento da obra.
No capítulo introdutório, intitulado O mapeamento da educação crítica, os autores expressam o sentido utilizado no livro para pedagogia ou educação crítica. De acordo com Apple, Au, Gandin (2011) os estudos educacionais críticos envolvem muito mais do que a problematização das relações de poder e das desigualdades sociais. Eles pressupõem um enfrentamento radical destas questões, rompendo com as “[…] ilusões confortadoras” (Apple; Au; Gandin, 2011, p. 14) e estabelecendo um compromisso individual com a transformação social. Entretanto, de acordo com os autores, essa não é uma tarefa simples, e todos aqueles que desejam assumir a responsabilidade de ser um educador, pesquisador crítico, precisam envolver-se num processo de reposicionamento, ou seja, desenvolver a habilidade de ver o mundo com os olhos dos despossuídos. O capítulo apresenta ainda oito tarefas nas quais um analista crítico deve engajar-se. Entre elas destacamos: a importância de denunciar as políticas e práticas educacionais opressivas; manter vivas as tradições do trabalho radical, criticando-as e apoiando-as quando necessário; dar visibilidade e apontar para espaços de ações possíveis e, por fim, agir juntamente com os movimentos sociais (Apple; Au; Gandin, 2011).
Como o próprio título da seção indica os autores, nesse início, propõem um mapeamento da educação crítica, retomando as suas raízes políticas que, segundo eles, datam antes mesmo dos estudos dos intelectuais da América Latina, com Paulo Freire, e de importantes autores dos Estados Unidos e da Europa. Segundo Apple, Au e Gandin (2011) existe uma longa tradição na comunidade afro-americana, afro-caribenha e em diversos grupos feministas de várias nações do mundo que colaboraram para dar vida ao que hoje reconhecemos como pedagogia crítica.
A partir da década de 1970, período central para essas teorizações, ganham expressão importantes estudiosos que forneceram novas ferramentas de análise que fortaleceram o desenvolvimento dos estudos críticos na educação. Destacamse os trabalhos dos membros da nova sociologia da educação (NSE) como Young (1971); Apple (1971), Bourdieu e Passeron (1977) e, especialmente, a obra de Bowles e Gintis (1976), que trouxe à tona a importância contemporânea das análises marxistas, neomarxistas e semimarxistas e que provocou o debate sobre suas explicações deterministas das desigualdades. A partir dessa obra, outros importantes teóricos surgem na tentativa de ampliar o debate extrapolando as versões que se baseavam apenas nas análises deterministas de classe. Gramsci (1971), Althusser (1971), Stuart
Hall (1980a), Raymond Williams (1977), Apple e Carthy (1988) e autores da escola de Frankfurt foram importantes nesse contexto, demonstrando a capilarização do poder, a mediação da cultura, bem como as contradições e resistências nas relações sociais. As discussões que seguem no livro retomam, reinventam e ampliam as discussões provocadas por esses teóricos.
Na segunda grande área do livro, Contextos sociais e estruturas sociais encontraremos uma análise sobre os contextos econômicos e sociais que cerceiam o debate educacional atual. Nessa seção estão disponíveis discussões que revelam como grupos direitistas têm estado presentes nas discussões escolares, propondo reformas e alterando os sentidos e objetivos da educação. Robertson e Dale demonstram como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial estão transformando os sistemas educacionais utilizando-se de argumentos populistas. McCarthy, Pitton, Kim e Monje denunciam como as articulações neoliberais têm se infiltrado na educação através de supostas promessas de bem público, contribuindo para o enfraquecimento do pensamento crítico, redefinindo a educação através de um discurso tão poderoso que “[…] se torna difícil imaginar uma alternativa que esteja fora da hegemonia do mercado” (Paraskeva, 2007, apud Apple; Au; Gandin, 2011, p. 59). Saltman discute a corporatização das escolas como uma forma de redistribuição do controle econômico e cultural, enfraquecendo a democracia pública e a cidadania crítica. A forma como os currículos escolares são organizados e desenvolvidos sob a influência dos princípios neoliberais através de diversas estratégias são o foco da discussão de Santomé, que encerra esse segundo eixo da obra.
Conforme dissemos anteriormente, há um grande esforço dos autores em ampliar as discussões e dialogar com temáticas que tocam o momento que vivemos. Ao mesmo tempo, há também uma forte preocupação em relembrarnos da importância de alguns pressupostos da tradição crítica que parecem esquecidos. É a isso que os autores se propõem na terceira parte do livro, na qual encontram-se bons exemplos dessas iniciativas. Entre os temas encontrados nesse bloco há as contribuições do neomarxismo na educação crítica (Au; Apple); a relação entre a luta de classe e a educação (D‘Annibale; McLaren); as questões de raça como aspecto relevante nas relações desiguais (Billings); as políticas de branquidade (Leonardo); o feminismo pós-estrutural na educação (McLeod); sexualidade (Loutzenheiser; Moore); masculinidade (Hightower); inclusão (Slee); teorias indígenas de redistribuição (Grande); e, por fim, os desafios de Foucault às teorias críticas (Fischer).
Os primeiros textos dessa seção se destinam a discutir, como vimos anteriormente, alguns aspectos da tradição crítica. Aqui, encontraremos também certas críticas a algumas vertentes pós que parecem desconsiderar, ou mesmo estigmatizar, as análises críticas. Em primeiro lugar, é importante reconhecermos de fato as contribuições que essas perspectivas têm nos trazido. Os trabalhos sobre as questões de identidade, gênero, diferença, política cultural, relações de poder, são muito valiosos e colaboram significativamente para compreendermos a complexidade das relações que se estabelecem no âmbito social e educacional. Entretanto, há aspectos que não podem ser desconsiderados. De acordo com Au e Apple, a classe, por exemplo, é “[…] um constructo analítico e também um conjunto de relações que existe fora de nossas mentes” (Apple; Au; Gandin, 2011, p. 110). E, mesmo que saibamos que classe e economia não explicam e determinam tudo a nossa volta, essas são questões que não podem ser marginalizadas, uma vez que é cada vez maior a ofensiva neoliberal. Concordamos com os autores que afirmam que as relações de poder são plurais e que, tanto quanto estamos subordinados a elas, também subjugamos outros, mas é bastante claro que há grupos que concentram o poder e perpetuam a sua hegemonia, enquanto há grupos marginalizados, oprimidos e silenciados. D`Annibale e McLaren afirmam que a depreciação das análises marxistas pode contribuir para abrir caminhos para “[…] a máquina capitalista canibal” (Apple; Au; Gandin, 2011, p. 126), e que é preciso que retomemos seriamente a crítica marxista para melhor analisar e combater as políticas neoliberais atuais.
Os capítulos, que seguem na terceira parte, trazem, como dissemos, temas que têm sido relevantes para o momento em que vivemos (feminismo, inclusão, teorias indígenas, Foucault e a educação, entre outros), num diálogo permanente com os princípios da educação crítica e enfocando a multiplicidade das relações de poder.
Não nos restam dúvidas sobre as importantes contribuições de Freire para a educação de um modo geral, e especialmente para a pedagogia crítica. Na verdade, Freire pode ser apontado como a principal referência dessa área na América Latina. Por esta razão, o livro reserva um de seus blocos para este autor que contribuiu tão preciosamente para os estudos críticos. A obra de Freire foi internacionalmente reconhecida pelo seu forte cunho político e por voltar-se às questões sociais. Por isso, suas contribuições foram amplamente discutidas, criticadas e apropriadas em diversos lugares do mundo. Os quatro capítulos dessa seção destinam-se a discutir algumas concepções centrais e polêmicas da pedagogia de Freire.
Au examina como a obra de Paulo Freire foi recontextualizada fora do Brasil e responde a algumas críticas feitas à pedagogia freireana, que, segundo ele, partem muitas vezes de leituras equivocadas da obra desse autor. Fischman apresenta respostas de estudantes sobre o sentimento em relação ao livro Pedagogia do Oprimido, uma das obras mais importantes de Freire. O relato dos alunos ajuda a entender por que a obra de Freire, apesar de receber inúmeras críticas, ainda é uma das mais conhecidas nos meios acadêmicos. Não há como ficar inerte à motivação e mobilização que emergem de seus escritos. Conforme os autores desse bloco afirmam, em muitos lugares do mundo encontraremos educadores que tentam colocar em prática a pedagogia de Freire.
Os dois últimos capítulos que compõem esse bloco expressam ainda o trabalho de Augusto Boal e o Teatro do Oprimido nas mobilizações contra a dominação (Rosa) e as contribuições freireanas para a educação crítica estadunidense (Wong). Esses capítulos demonstram que uma leitura séria e comprometida da obra desse autor, lembrando sempre do contexto e da época em que foi produzida, nos fornece ainda elementos importantes e centrais para as análises críticas.
Há questões, ponderações, críticas que merecem ser ouvidas. Certamente, o próprio Freire nos convidaria a criticar, reinventar e discutir sua teoria quantas vezes fossem necessárias. Apesar disso, é evidente que suas contribuições podem auxiliar significativamente para os estudos e teorizações críticas atuais.
A quinta grande área do livro consiste em oito capítulos que trazem à cena a implementação prática de conceitos da teoria crítica em educação, como forma de repensá-los e de entender tanto suas limitações como contribuições. Peter Mayo propõe uma discussão acerca da educação de adultos e a exemplifica através da educação para a transformação social, realizando uma ampla análise bibliográfica de autores que contribuíram no estudo dessa temática. A leitura crítica da mídia é a discussão trazida por Douglas Kellner e Jeff Share. Os autores mostram que, atualmente, vivemos um momento em que estamos em contato com a mídia quase que de forma integral, principalmente crianças jovens. Kellner e Share relatam os estudos existentes em relação à mídia e propõe uma análise a partir da perspectiva de sua não-neutralidade, de seu significado para a audiência, questões de poder e ideologia e da relação da mídia com o mundo dos negócios. Zeichner e Flessner discutem a formação de professores para a educação crítica e mostram, através de três exemplos práticos, como pode ser a formação dos professores para a justiça social, conectando a formação teórica e a prática da sala de aula. Kenneth Teitelbaum recupera a história da educação crítica, repassando autores e conceitos que são fundamentais a essa teoria. A perspectiva de uma educação em que não haja imposição sobre a cultura popular e que as comunidades sejam valorizadas como agentes educadores são temas abordados por Ramon Flecha. O autor traz a perspectiva da cidade educadora como uma forma de educação crítica e, assim como nos outros capítulos, exemplifica através da prática, trazendo casos do Brasil, Chile, Estados Unidos e Espanha. Luís Armando Gandin nos remete à perspectiva da educação crítica a partir da Escola Cidadã implementada na cidade de Porto Alegre, discutindo conceitos críticos em educação que já foram postos em prática.
O quinto bloco termina com dois capítulos que abordam as perspectivas da educação crítica no Japão e na China. Nesses capítulos, os autores do livro Apple, Au e Gandin abrem espaço para que países que costumam estar à margem das análises internacionais de educação sejam examinados com atenção a partir da perspectiva de autores dos próprios lugares. Essa quinta grande área do livro é de suma importância, pois reúne capítulos em que são trazidos exemplos práticos de diversos países em relação à educação crítica. Através desses capítulos é possível discutir de forma clara conceitos qu permeiam a teoria crítica, visualizar algumas das limitações dessa perspectiva na prática e perceber, também, suas grandes contribuições. Nessa seção, temos uma visão mais geral de mundo em termos críticos, saindo da comum limitação de exemplos estadunidenses ou ingleses, aos quais estamos tão acostumados em bibliografias internacionais. Os capítulos também possibilitam ter uma noção mais concreta do que significa a implementação das ideias críticas educacionais, já que todos os autores desse bloco trazem – às vezes de maneira mais esmiuçada, às vezes em termos mais gerais – a reflexão da prática e da teoria.
A sexta parte do livro, Movimentos sociais e trabalho pedagógico, conta com quatro capítulos que abordam exemplos de movimentos sociais em alguns países. O primeiro capítulo é de Jean Anyon e traz pontos importantes para serem pensados em relação ao que significa uma educação crítica com foco na justiça social. Ela destaca a importância de gerar oportunidades para que o estudantes exerçam a política e para que os educadores tenham espaço para a reflexão sobre sua prática em sala de aula. Mary Campton e Lois Weiner promovem uma discussão acerca dos sindicatos de professores, abordando as políticas neoliberais e suas implicações para a luta sindical. As autoras destacam alguns sindicatos que lutaram contra medidas que iam ao encontro de perspectivas neoliberais, como a privatização do sistema escolar, cortes nos gastos públicos com a educação, a importação da metodologia do mundo dos negócios para as escolas, modelo de gestão alicerçado no livre mercado e aproximação de empresas e escolas. As autoras mostram, nesse capítulo, a necessidade de tornar internacional a luta sindical como forma de uma atuação mais efetiva em termos mundiais, de reorganizar os sindicatos, tornando-os mais democráticos e a necessidade de que essas instituições tenham uma visão de educação que não apenas se contraponha ao neoliberalismo.
Hee-Ryong Kang traz a experiência da luta de professores da Coréia do Sul pelo reconhecimento, através da constituição de um sindicato de professores. O autor mostra o quanto essa conquista foi importante em temos de ação coletiva, do poder de barganha e para a melhoria das condições de trabalho. Assim como no capítulo desenvolvido por Campton e Weiner, Kang também mostra que há uma ofensiva de grupos neoliberais contra essa organização coreana, que têm como intenção reformar a educação através do padrão de mercado. A principal discussão do capítulo gira em torno das contradições que surgiram no sindicato dos professores a partir da campanha neoliberal e a forma de responder a tais ofensivas. O bloco finaliza com um capítulo escrito por Jen Sandler que aborda a educação popular, a migração e a sociedade civil no México. Nesse capítulo, Sandler estuda uma organização de educação popular e demonstra o quanto as práticas educacionais críticas podem contribuir na formação de uma identidade comunitária e o papel que “[…] podem desempenhar em relação às ideologias e estruturas hegemônicas” (Apple; Au; Gandin, 2011, p. 464).
Em tempos atuais, em que vemos, em termos globais, uma ofensiva da lógica de mercado ao sistema de educação, não temos dúvida quanto ao importante papel que desempenha a sexta grande área do livro. Os quatro capítulos dessa seção trazem exemplos claros de movimentos sociais que nos auxiliam a visualizar a possibilidade de lutas contra-hegemônicas a partir de uma perspectiva crítica em educação. Os movimentos sociais aqui analisados pelos autores apresentam respostas às propositivas neoliberais para a educação – algo fundamental atualmente, já que o discurso do mercado tornou-se a única alternativa para a qualificação da educação e aqueles que se opõem ao modelo de mercado nas instituições escolares parecem estar se opondo à ideia de melhoria do ensino público.
O último bloco do livro apresenta quatro capítulos em que são discutidas metodologias para as pesquisas educacionais críticas. Lois Weis, Michelle Fine e Greg Dimitriadis propõem repensar a pesquisa etnográfica, relacionando o âmbito local e o contexto global. A partir da noção de que a globalização influencia de forma complexa as diversas localidades, há a defesa, por parte dos autores, de um olhar atento de pesquisa a essa complexidade. A sugestão de uma nova metodologia de pesquisa é devido às mudanças que ocorrem em termos globais e que não permitem mais uma separação entre nível macro e micro. Daniel S. Choi propõe o uso de sistema de informação geográfica (SIG) nas pesquisas educacionais. O SIG permite não apenas a análise, mas também a apresentação dos dados coletados. No capítulo, Choi explica o uso do SIG, demonstrando, segundo o autor, o rigor metodológico que há nessa forma de pesquisa. Joseph J. Ferrare apresenta um capítulo no qual defende o uso de metodologias quantitativas na pesquisa educacional. O autor faz uma breve descrição de três formas quantitativas de pesquisa, demonstrando seu funcionamento, limitações e contribuições: a análise de rede social, escalonamento multidimensional e análise de correspondência. Ferrare propõe uma interessante discussão acerca do uso de métodos quantitativos na educação, sendo um de seus objetivos ultrapassar as identidades relacionadas às pesquisas quantitativas e qualitativas que, muitas vezes, levam a formas de não reconhecimento de determinadas pesquisas, conforme a metodologia utilizada. O autor destaca que nenhuma metodologia é capaz de explicar as complexas relações sociais em sua totalidade. Portanto, o uso de diferentes métodos pode auxiliar no entendimento do complexo social, trazendo novos elementos à tona.
O capítulo escrito por Yoshiko Nozaki encerra essa sexta área do livro. A partir de um exemplo de pesquisa sobre cultura, sociedade e educação japonesa, a pesquisadora coloca em pauta a discussão em torno das relações acadêmicas existentes no Ocidente e no Oriente. A autora faz uma séria análise sobre a oposição binária existente entre o Ocidente e o Oriente e reflete sobre o quanto essa oposição está relacionada a questões de poder. Nozaki mostra que, em geral, há um discurso relacionado às culturas orientais (os outros, na oposição binária) que as define como uma única cultura, não levando em conta as diversidades que se encontram nos contextos orientais. A autora evidencia que, inclusive, alguns pesquisadores orientais têm feito uso (em suas pesquisas) do que ela chama de japanismo (termo que se refere à homogeneização da cultura japonesa) e propõe uma discussão sobre o emprego desse termo.
Ao finalizar esta resenha, cabe ressaltar a importância do livro Educação Crítica: análise internacional para os estudos no âmbito da educação. Os 35 capítulos presentes na obra abarcam diferentes temáticas e trazem contribuições realmente internacionais, ou seja, que vão além das análises de perspectivas educacionais estadunidenses e inglesas a que estamos habituados. Essa ampla abordagem favorece discussões complexas e enriquece a noção crítica de educação. Destacamos, ainda, a importância de os autores evidenciarem a clareza que têm sobre o caráter temporário da obra, e, por isso, proporem o diálogo permanente entre educadores, pesquisadores e ativistas. Em razão de possíveis tensões e silenciamentos que poderão ser encontrados no livro, disponibilizam-se para sugestões, respostas e reflexões que mantenham “[…] a educação crítica em movimento constante” (Apple; Au; Gandin, 2011, p. 29).
Graziella Souza dos Santos – licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É especialista em Supervisão Educacional pela FAPA, Faculdades Porto Alegrenses. Atua como professora das séries iniciais na rede particular de ensino de Porto Alegre. Atualmente é mestranda do programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. E-mail: graziellasouza@terra.com.br
Iana Gomes de Lima – licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atua como professora das séries iniciais na rede particular de ensino de Porto Alegre. Atualmente é mestranda do programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. E-mail: iana_glima@yahoo.com.br
Recôncavo | UNIABEU | 2011
A Recôncavo – Revista de História da UNIABEU (Belford Roxo, 2011-)tem como objetivo principal contribuir para a expansão da experiência historiográfica. Neste sentido, o periódico apresentará entre espaços centrais e periféricos do discurso historiográfico um caminho possível entre ambos. Transversalizar diferentes campos e dessa maneira abrir o canal de troca de experiências e aprendizado entre pesquisadores, professores e alunos.
Fundado em uma instituição privada de ensino localizada na Baixada Fluminense, o periódico terá uma missão importante. Esta que longe de ficar à margem das necessidades ainda correntes de uma região fértil como a Baixada, contribuirá para a pluralidade de uma historiografia que serve a todos.
Assim, a Recôncavo objetiva não somente o acesso ao circuito acadêmico de pesquisas e reflexões geridas no âmbito da Baixada, como atuar de maneira profícua nos diversos campos da História.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 2238 2127
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Los que ganaron: la vida en los countries y barrios privados / Maristella Svampa
Em 2008, realizei um trajeto de ônibus entre Buenos Aires e La Plata. Pela janela, descortinou-se uma paisagem perturbadora. Nos 57 quilômetros de ocupação humana contínua entre as duas cidades, intercalam-se ajuntamentos de habitações miseráveis, grandes amontoados de lixo a céu aberto, pequenos cursos de água visivelmente degradados e placas de indicações dos acessos a vários condomínios fechados de luxo.
Naquele mesmo ano, publicou-se a segunda edição – revista e aumentada – da obra Los que ganaron, de Maristella Svampa, socióloga argentina, pesquisadora do Centro Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnicas em Buenos Aires (CONICET) e professora da Universidad de La Plata. Em um novo capítulo, incorporado sob a forma de posfácio, a autora considera o aprofundamento das tendências de privatização da sociedade argentina, apontadas na primeira edição de 2001 como a principal chave para a compreensão do fenômeno da expansão estrondosa dos condomínios privados nesse país desde os anos 1990.
Numa sociedade contemporânea crescentemente fragmentada, composta de ilhas que se constituem como universos autocentrados, os condomínios privados apresentam-se como uma metáfora emblemática e poderosa dos modelos neoliberais hegemônicos. A gravidade da crise argentina de 2001-2002, o avanço do neoliberalismo e o retraimento do Estado social, o esvaziamento das práticas de cidadania, o declínio da cidade como local de convivência social e política e o empobrecimento da população justificam, segundo a autora, o aprofundamento da reflexão sobre essas comunidades segregadas. Trata-se de romper com a sua naturalização, mostrar como surgiram a partir de certo momento da história das cidades argentinas e, sobretudo, criticar a forma como reproduzem e aprofundam uma “cartografia dura de nossa sociedade, marcada de maneira iniludível pela cristalização de grandes assimetrias” (p. 291) [1].
Os marcos cronológicos da pesquisa são 1989 e 1999, período da longa presidência de Carlos Menem, que inaugurou políticas de privatização radical dos serviços de utilidade pública e medidas para a livre circulação de capitais financeiros, desfavorecendo os setores produtivos, gerando forte desindustrialização e taxas de desemprego galopantes. Frente à redução dos trabalhadores a condições miseráveis, e ao depauperamento de grandes fatias das classes médias, aprofundaram-se as desigualdades sociais, cresceram a violência e o sentimento de insegurança urbana.
Foi nesse contexto que pequenas parcelas da população argentina – classes médias altas e elites enriquecidas (os „ganhadores‟, em contraposição aos „perdedores‟, ou „losers‟) – passaram a privilegiar amplamente a escolha de habitar em áreas isoladas, protegidas de um „mundo externo‟ caracterizado negativamente pela insegurança, destruição ambiental e heterogeneidade social. O „mundo de dentro‟ dos condomínios passou a ser valorizado como local de refúgio verde, contato com o mundo natural, liberdade para os filhos em ambientes seguros. Essas „ilhas‟ apresentam-se cercadas por altos muros, minuciosamente controladas por portarias monitoradas, tudo garantido pela presença de guardas particulares armados.
As entrevistas foram a principal fonte da autora, que chega a definir os principais tipos de bairros privados, desde aqueles originários dos primeiros „countries‟ dos anos 1930, até os mais recentes e mais luxuosos, com fachadas cinematográficas, frutos de mega-empreendimentos de grandes incorporadoras. Apesar das diferenças do nível econômico de seus moradores, assim como das construções arquitetônicas, é possível delinear uma série de pontos em comum, entre os quais o principal é a espacialização hierárquica das relações sociais. Dentro do condomínio vive-se junto ao seu igual. Esses „ganhadores‟ partilham ideais de prestígio, freqüentam os mesmos lugares (o golfe, a hípica, a quadra de tênis, etc.), enquanto seus filhos estudam nas mesmas escolas. Os „pobres‟ chegam todos os dias para a prestação de serviços, vigiados quase sempre com extrema rigidez nas portarias. Há também os que vivem nos bolsões de miséria entorno dos condomínios e para os quais se olha com terror. Somam-se aqueles para os quais se dirigem ações de caridade organizadas pelas mulheres e escolas dos condomínios. Entre a desconfiança e a beneficência, essas elites reforçam cotidianamente uma identidade do „entre nós‟, em contraposição a um mundo externo ameaçador.
Algumas questões percorrem toda a obra, e trazem um viés político para a análise da autora: qual tipo de sociedade se delineia nessas práticas segregacionistas? Que modelo de cidadania fazem prevalecer? Através da exposição sistemática das dezenas de entrevistas realizadas com moradores de condomínios privados na Argentina, Svampa argumenta o declínio dos espaços públicos. O sucesso dos condomínios favoreceu a formação de „microcidades‟ privadas com regras próprias e o delineamento de uma „cidadania patrimonialista‟ onde as pessoas são sócias e não cidadãos comprometidos com um pacto político. O „detalhe‟ de que os condomínios são acessíveis apenas para quem pode pagar algumas vezes gera culpa (aliviada na beneficência) ou simplesmente satisfaz a sede de prestígio e status. O que se encontra em jogo é o modelo de „cidade aberta‟ e dos encontros nela possíveis. A vida entre muros, a „cidade fechada‟ evidencia um processo de estreitamento das possibilidades de ação política.
A cidade passa a ser reconhecida apenas por suas funções econômicas ou turísticas. Seu papel político é obscurecido, pois os condomínios cada vez mais se regem por regras próprias, desconhecem a municipalidade e se tornam autosuficientes em serviços básicos. A cidade como centro cultural e social também se esvai, pois deixa gradativamente de ser opção de local de encontro entre diferentes. Antes, desenvolve-se uma vasta rede delivery dos mais diversos serviços, desde a entrega de alimentos e pratos prontos até livros e filmes. A história dos centros urbanos é também oculta à medida que esses novos espaços são naturalizados como destino inexorável para a qualidade de vida num mundo globalizado e ambientalmente deteriorado.
Para os leitores brasileiros, Svampa oferece estudo pioneiro sobre um fenômeno que se espalha por inúmeros países da América Latina, incluindo o Brasil.[2] Os condomínios „verdes‟ invadem o entorno de nossas cidades. Ao longo de nosso litoral, inúmeras praias são controladas por resorts internacionais e acessíveis apenas aos seus refinados hóspedes. As portarias de condomínios passaram a integrar nossas paisagens e se transformaram no grande ícone dos folhetos de propaganda imobiliária.
Para o grupo específico dos historiadores, Los que ganaron, apesar de sua abordagem marcadamente sociológica, instiga principalmente a reflexão sobre a história das cidades latino-americanas, as práticas políticas que nelas se desenvolveram ao longo do século XX e a relação entre as novas configurações espaciais e os desafios políticos contemporâneos. Se a história da América Latina não pode ser estudada sem que se investigue a história de suas cidades, a ruptura nas formas de vida urbana ocorrida nas últimas décadas é expressiva das escolhas que vêm prevalecendo nessas sociedades, e nas quais se delineia seu futuro.
Notas
1. Todos os trechos citados foram traduzidos pela autora desta resenha.
2. Outro estudo importantíssimo é o de Caldeira, Teresa Pires do Rio. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34/EDUSP, 2000.
Regina Horta Duarte – Professora Associada do Departamento de História – UFMG. Doutora em História – Unicamp.
SVAMPA, Maristella. Los que ganaron: la vida en los countries y barrios privados. 2ed. Buenos Aires: Biblos, 2008, 301 p. Resenha de: DUARTE, Regina Horta. Revista Porto. Natal, v.1, n.1, p.127-130, 2011. Acessar publicação original [IF].
Educação em Geografia | Unicamp | 2011
A missão da Revista Brasileira de Educação em Geografia (Campinas, 2011-) é tornar-se um importante veículo de divulgação científica de pesquisas sobre a Educação em Geografia no Brasil e no exterior, sobretudo em países ibero-americanos, incentivando e fomentando práticas e reflexões realizadas em espaços formais e não formais de educação.
Seu público alvo são: i) Pesquisadores de Educação em Geografia do Ensino Superior (professores, alunos de pós-graduação stricto sensu, lato sensu e alunos de graduação); ii) Professores-Pesquisadores da Educação Básica e, iii) Professores e demais participantes de espaços-não-formais de educação. A Revista privilegiará em suas publicações, sempre que possível, a abrangência nacional no que diz respeito à origem de seus autores.
A revista tem como objetivo publicar, disseminar e promover gratuitamente o intercâmbio nacional e internacional de pesquisas e prática educacionais ligadas a Educação em Geografia em diferentes níveis de educação formal e não formal, valorizando os diferentes recortes temáticos e teórico-metodológicos de investigação.
Periodicidade contínua
ISSN: 2236-3904
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Mujeres insurgentes | Moisés Guzmán Perez
¿Por qué tan obstinada persecución contra mí? Tengo derecho a hacer cuanto pueda a favor de mi patria, porque soy mexicana. No creo cometer ninguna falta con mi conducta, sino cumplir con mi deber.
Luisa Martínez
Confiese V., Sr. Alamán que no sólo el amor es el móvil de las acciones de las mujeres: que ellas son capaces de todos los entusiasmos, y que los deseos de la gloria y de la libertad de la patria no les son unos sentimientos extraños; antes bien, suellen obrar en ellas con más vigor, como que siempre los sacrificios de las mujeres (…) son más desinteresados, y parece que no buscan más recompensas de ellos, que la de que sean aceptadas (…). Por lo que mí toca, sé decir que mis acciones (y) opiniones han sido siempre mui libres, nadie ha influido absolutamente en ellas, y en este punto he obrado siempre con total independencia, y sin atender a las opiniones que han tenido las personas que he estimado. Me persuado que así serán todas las mujeres, exceptuando a las muy estúpidas y las que por efecto de su educación hayan contraído un hábito servil. Leia Mais
El Nuevo Topo. Los caminos de la izquierda latinoamericana | Emir Sader
El Nuevo Topo. Los caminos de la izquierda latinoamericana, publicado por primera vez en el año 2009, constituye el último trabajo de Emir Sader, uno de los sociólogos más brillantes entre los intelectuales de la izquierda latinoamericana. Con este nuevo estudio, el autor se propone recorrer las estrategias de poder que la izquierda latinoamericana ha adoptado durante el siglo XX. Nos invita a una comprensión íntegra del surgimiento del neoliberalismo y nos sumerge en la problemática de la construcción de un orden alternativo. A través de una correcta reconstrucción del contexto histórico de América Latina, filtrado por un tamiz crítico, Sader se plantea comprender y reinterpretar, cual alquimista en tiempos modernos, que “no estamos hoy ante una época de cambios, sino ante un cambio de época”, como proclamara hace algunos años el presidente de Ecuador, Rafael Correa.
Retomando un concepto marxiano, consagrado en El 18 Brumario de Luis Bonaparte, afirma que el viejo topo no ha muerto. Este sale a la superficie en épocas de conflicto y luego regresa bajo tierra, no para hibernar pasivamente, sino para cavar sus túneles, perforar y avanzar, de forma tal que cuando el tiempo sea el adecuado saldrá nuevamente a la superficie. Pues bien, para Emir Sader, ese momento está próximo a llegar y su libro intenta, en ese sentido, investir de voz al topo, pues “sólo él puede retomar el hilo de la historia a partir de las formas concretas asumidas por la lucha anticapitalista contemporánea”. 2 Leia Mais
Ultramares | UFAL | 2011-2015
A Escrita da História do Brasil tem sua origem em um relato oficial: a carta de Pero Vaz de Caminha. Mesmo sendo um documento repleto de intenções, grande parte dos estudiosos o consideram como o primeiro registro do território explorado pelos portugueses do outro lado do Atlântico, angariado, principalmente, através das bulas papais e pelas disputas de controle territorial com o monarca espanhol.
Lá se foram mais de quinhentos anos da época deste primeiro olhar sobre o território e seus habitantes para os dias atuais! Evidentemente muitas mudanças, imposições, controles, negociações, disputas, insubordinações, barganhas e outros elementos se fizeram presentes no cotidiano Américo português entre 1500 e 1822, quando houve a separação administrativa e a instituição de um território “emancipado”. Os intelectuais desse novo espaço administrativo, denominado de Império Brasileiro, ao olhar para trás iniciou a construção de uma escrita da História Colonial, sobretudo após a criação do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro. Assim, saía-se dos relatos e descrições feitas por aqueles que viviam o dia a dia das conquistas (missionários, clérigos, viajantes, cronistas e demais “curiosos”) para interpretações sobre essas impressões, entremeados com os registros documentais deixados pelos agentes régios, pelos moradores locais, pelos órgãos administrativos e pelos homens dos mais variados grupos sociais.
Devido a este cenário, a ideia de construir uma revista exclusivamente para discutir as temáticas sobre a experiência das conquistas portuguesas na América torna-se interessante, como um meio de ampliação de resultados dos programas de pós-graduação e pesquisas científicas dos profissionais da história e áreas afins. Neste sentido, privilegiando a variabilidade de assuntos, os diversos cortes cronológicos e o uso das mais diversificadas fontes documentais, a Revista Ultramares propõe-se, ousadamente, a se tornar um espaço de referência intelectual e científica para os especialistas da área tanto no âmbito nacional, quanto no âmbito internacional.
Seu nome vincula-se, justamente, a esta missão ousada e, por que não dizer, arriscada em atingir “mares nunca d’antes navegados” ou passar por costas e sertões já explorados, mas com outros vieses e interpretações. Em sua estrutura editorial, a revista tem como autor corporativo o Grupo de Estudos América Colonial (GEAC) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) que visa, através da revista, estimular as conexões de rede de pesquisa e a inserção das pesquisas alagoanas no cenário nacional/internacional sobre a temática. Todavia, em seu objetivo de publicação, a meta é prezar pela diversificação de assuntos, autores e espaços geográficos abordados, tentando dar conta do mundo plural das conquistas, garantindo as especificidades, mas proporcionando flertes de comparações e olhares próximos sobre os domínios Atlânticos. Assim, olhares que possibilitam visões sobre poder, administração, cotidiano, economia, escravidão, cultura, arte e vida social dos homens e instituições no Ultramar. Visões que possibilitem (re)visões, (re)leituras e (re)interpretações historiográficas, sobretudo oriundas das críticas e novos sentidos dado a documentação primária.
Por fim, a Revista Ultramares traz em sua obrigação o comprometimento com a diversidade, originalidade, periodicidade, credibilidade e organicidade. Elementos, aqui, entendimento como fulcrais para a consolidação do periódico como referência científica tanto no mêttie dos estudos da História das Conquistas Coloniais Portuguesas, como na própria Historiografia do Brasil. Missão árdua, mas, no mínimo sedutora, fazendo-nos lembrar dos navegantes em busca de aventuras, novos caminhos e outras vidas…
Periodicidade semestral
Acesso livre
ISSN 2316 1655
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Entrepalavras | UFC | 2011
Entrepalavras não cobra taxa de processamento de artigos (submissão e avaliação).
Alinhada aos princípio da ciência aberta, Entrepalavras permite livre acesso a todo o conteúdo das edições aos leitores.
No espírito de colaboração que rege a comunidade acadêmica nas universidades públicas, a revista convida, eventualmente, os autores de artigos publicados a avaliarem manuscritos submetidos à revista, como pareceristas ad hoc.
De periodicidade quadrimestral, a revista abre chamadas específicas para o número 1 e recebe trabalhos em fluxo contínuo para os números 2 e 3. A publicação em um número de dado volume dependerá da data de conclusão da edição.
- Número 1: edição temática dedicada a cada ano a uma das linhas da revista: Teoria e Análise Linguística, Práticas Discursivas e Linguística Aplicada. Chamadas vão até outubro de dado ano e a edição é publicada até abril do ano seguinte. A partir de 2021, o número temático passará a ser o 2. Confira a notícia aqui.
- Números 2 e 3: edições atemáticas que abrangem trabalhos sobre linguística teórica ou aplicada em uma das linhas (Teoria e Análise Linguística, Práticas Discursivas e Linguística Aplicada). Submissões em fluxo contínuo. Os artigos aprovados serão publicados na modalidade contínua em dado número atemático, até atingir o limite de artigos editados para aquela edição (no máximo, 15) ou a data final de publicação do número (último mês do quadrimestre), o que acontecer primeiro. Para maior transparência, no link “chamadas“, indica-se o andamento do fluxo editorial.
Podem ser submetidos para publicação trabalhos originais inéditos que se enquadrem na política editorial da revista e se classifiquem nos gêneros:
- artigos originais (apresentação de resultados de pesquisas inéditas);
- resenhas (livros publicados no Brasil, em 1ª edição, há, no máximo, 2 anos, e no exterior, há 3 anos);
- traduções (artigos ou ensaios que representem contribuição à Linguística, acompanhados de autorização do autor/periódico original)
Acesso livre
ISSN 2237 6321
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Undoing gender – BUTLER (RF)
BUTLER, Judith. Undoing gender. New York; London: Routledge, 2004. 273p. Resenha de: DORNELLES, Priscila Gomes. Revista FACED, Salvador, n.19, p.131-132, jan./jun. 2011.
Judiht Butler é estadunidense, filósofa e professora da Universidade da Califórnia/EUA, localizada em Berkeley. A autora apresenta a problematização dos movimentos teórico-políticos do feminismo como um dos focos principais das suas produções.
Para isso, assume uma posição pós-estruturalista e ligada à teoria queer para conceituar o sujeito como produto normativo generificado.
Após algumas publicações tratando de circunscrever o gênero como uma norma cultural que governa a materialização dos corpos, tais como Gender trouble: feminism and the subversion of identity (1990) e Bodies That Matter: On the Discursive Limits of “Sex” (1993), em Undoing gender, Judith Butler reúne ensaios reelaborados e versões alargadas de produções já apresentadas publicamente, as quais, agora, estão compiladas para problematizar o plano normativo do gênero a partir, segundo a autora, das experiências de tornar-se desfeito. Nesta obra, o movimento analítico sela o sujeito como produto normativo e volta-se para tratar da produção do gênero de forma articulada e implicada com a problematização da vida e das noções de humano.
Capitaneado pelas discussões de gênero e sexualidade, Undoing gender propõe certa “rasura” aos movimentos de feministas centrados na promoção do debate de gênero restrito às questões/ demandas sociais de mulheres, inclusive reforçando o dimorfismo sexual a partir de concepções que operam essencializando o que é um corpo feminino. Os ensaios deste livro estão engajados com Novas Políticas de Gênero, as quais, segundo Butler, configurariam “um caldo” epistemológico e político de discussões em torno de transgêneros, transexuais e intersex de forma (des)articulada com as teorias feministas e queer. Nesse sentido, a autora dedica os capítulos Gender regulations, doing justice to someone: sex reassignment and allegories of transsexuality e undiagnosing gender para descrever, no âmbito do discurso médico, o processo vivido por sujeitos transexuais para a realização das cirurgias de resignação de sexo, bem como as justificativas produzidas, também no âmbito científico, para as cirurgias de “adequação” de sujeitos intersex.
Butler aponta que esse universo de “(re)construção” dos corpos através das tecnologias, bem como as formas de violências e violações aos sujeitos avessos aos padrões normativos do gênero são trazidos para destacar como as normas de gênero funcionam para fazer/desfazer os sujeitos, inclusive questionando a noção de autonomia. Importa para a autora argumentar e articular, a partir de bases hegelianas, a relação entre as normas de reconhecimento e a produção diferencial do humano ao “destrinchar” analiticamente as situações apresentadas no decorrer do livro.
Além dessa base argumentativa, nos diferentes capítulos, a autora posiciona as possibilidades de movimentação do sujeito em relação à constituição normativa que o precede e o externa. Para isso, o conceito de agência circula como um lugar, distribuído de forma diferencial entre os gêneros, de fazer-se a partir da crítica – vale ressaltar que este termo é tratado ao largo de concepções de sujeito crítico possíveis, apenas, através da consciência dos jogos de poder e, consequente, construção de formas de emancipação.
Nesta obra e em outras produções, a crítica refere-se ao questionamento dos processos e dos termos que restringem a vida, com isso, ampliando o reconhecimento das formas de humano.
Ao fim e ao cabo, isto significa que o exercício individual da agência está atrelado à crítica/transformação social.
Ademais, interessa mencionar que a autora trata do conceito de humano como algo contingente. Nesse sentido, o seu questionamento é proposto considerando as bases normativas generificadas, racializadas e sexualizadas que constituem graus diferenciados de humanidade. Judith Butler provoca-nos a pensar que o que está em jogo no questionamento das normas é a definição parcial/futura do humano. Para isso, falar do lugar do irreconhecível torna-se uma possibilidade de tensionar os caminhos normativos ao alargamento.
Priscila Gomes Dornelles – E-mail:prisciladornelles@gmail.com
Feios – WESTERFELD (RF)
WESTERFELD, Scott. Feios. Tradução de Rodrigo Chia. Rio de Janeiro: Galera Record, 2010. Resenha de COUTO, Edvaldo Souza; GOELLNER, Silvana Vilodre. Fabricar a beleza corporal. Revista FACED, Salvador, n.19, p.125-130, jan./jun. 2011.
Não é uma coisa boa encher a sociedade de pessoas bonitas?
Yang Yuan
Numa época em que os corpos são pavoneados e festejados em todos os lugares e cada um é estimulado, de diferentes maneiras, a promover mudanças físicas e mentais, em performances cada vez mais extraordinárias, praticamente todos desejam beleza e perfeição. De preferência em acordo com as celebridades midiáticas do momento, que não cessam de promover e administrar minimamente os modos como tecnicamente constroem e cultuam a si mesmas.
As técnicas, terapias e recursos para as metamorfoses corporais se multiplicam e se popularizam. Nas revistas, TV, sites, filmes e publicidades em geral é repetido insistentemente que um mundo de beleza e perfeição está ao alcance de todos. Sob essa lógica, só é feio quem quer, não se cuida, não ama nem acaricia a si mesmo com os cosméticos e medicamentos que prometem milagres na aparência dos sujeitos, no desempenho muscular e cognitivo.
Nesse contexto, as fronteiras entre o cotidiano de milhares de pessoas, cada vez mais seduzidas pelas possibilidades do melhoramento corporal, e a ficção literária e cinematográfica, que promove os corpos turbinados, são cada vez mais tênues. Um livre e veloz trânsito entre esses universos complementares faz parte da aventura prazerosa contida no ato de pavonear-se.
Em Feios, o livro de Scott Westerfeld, a perfeição corporal não depende da vontade ou iniciativa pessoal, é lei, onde a beleza é mais que uma opção ou sorte de privilegiados. É algo obrigatório.
Trata-se do primeiro livro da trilogia do autor texano, que mescla aventura e ficção, e se tornou best-seller do New York Times e em vários países onde foi traduzido. Aqui no Brasil o livro foi lançado pela Editora Record, no recém-nascido selo Galera, que é voltado para jovens e nasceu do infanto-juvenil Galera Record.
Num futuro não distante a utópica sociedade de Westerfeld apresenta pessoas que são divididas e classificadas como feias ou perfeitas. Todos nascem feios. Até mesmo os que podem ser considerados bonitinhos são feios. Nascer feios não significa que são marcados por alguma aberração ou defeito físico e mental. Significa que são pessoas normais. Mas num mundo onde as tecnologias constroem incessantemente a perfeição, ser normal significa mesmo ser feio. Assim, os normais, isto é, os feios, nascem em Vila Feia e ficam presos em alojamentos até completarem 16 anos.
Quando os adolescentes feios completam 16 anos ganham de presente do governo a operação plástica completa, que os transformam em belos e perfeitos. Presente é modo de dizer, pois com essa idade todos são submetidos aos processos de transformação cirúrgica. A operação plástica completa inclui diversos procedimentos cirúrgicos e medicamentos de última geração para corrigir as feições consideradas indesejadas. A pele é trocada por outra e adeus espinhas e manchas. Os músculos são modelados e a gordura sugada para sempre. Os ossos são substituídos por uma liga artificial, mais leve e resistente. Os olhos, cortados a laser para se obter uma visão perfeita, recebem implantes reflexivos sob a íris, tornam-se grandes; os lábios cheios e volumosos. Os ossos são amassados, esticados ou recheados até atingir o formato certo.
Os dentes são trocados por cerâmica resistente como a asa de um avião e tão brancos como porcelana. Desse modo, as pessoas feias são transformadas em perfeitas, tornam-se borbulhantes e passam a viver felizes em Nova Perfeição.
Nova Perfeição, a morada dos belos tecnicamente construídos, fica defronte a Vila Freia, do outro lado do rio. É o lugar onde os perfeitos vivem, bebem, pulam de paraquedas, voam a bordo de pranchas magnéticas e se divertem o tempo todo, em intermináveis festas, orgias e bebedeiras. Moram em casas lindas e ultraconfortáveis e se dedicam ao divertimento em tempo integral. Usam roupas maravilhosas, sempre da última moda, são populares, queridos e bajulados, afinal são belos e têm tudo o que desejam. Namoram as pessoas mais lindas e incríveis. Além de belos são ricos. Não precisam se preocupar com trabalho e problemas pequenos e limitados como subsistência, educação e segurança, coisas típicas dos imperfeitos, dos feios. A cidade oferece bastante liberdade, deixa que os jovens aprontem, desenvolvam sua criatividade e independência.
Nova Perfeição é a Cocanha dos nossos tempos ultramodernos.
A Cocanha é uma utopia medieval. Numa época em que a fome ameaçava sempre as pessoas e o trabalho duro enfraquecia multidões, o País de Cocanha é o lugar do sonho, da perfeição, da abundância, da prosperidade e do prazer, da liberdade e do gozo eternos. A Cocacha é a terra abençoada onde corre leite e mel, rios de vinho estão por toda parte, as frutas caem maduras dos pés, os peixes saem fritos dos rios e mares. Queijos e pães são obtidos sem nenhuma dificuldade ou esforço. A Cocanha é um país tão rico que bolsas cheias de moedas ficam jogadas pelo chão. As pessoas não são vis, são virtuosas e corteses. É o lugar das festas e das orgias.
São quatro páscoas por ano, quatro festas de São João, quatro natais, quatro carnavais. Já a quaresma, só tem uma a cada quatro anos. Ninguém compra ou vende, não existe trabalho, cansaço, aborrecimentos, dores de qualquer espécie. As pessoas são sempre belas, jovens e saudáveis. Vivem para satisfazer o seu prazer, como por lazer. De certo modo, a Cocanha, esse paraíso de delícias e perfeição, remete ao mito judaico do Éden e também ao mito do Eldorado, tão difundido na época da conquista das Américas.
Na cibercultura, na era da sociedade em rede, das pessoas conectadas em tempo real, o mito da Cocanha medieval é atualizado em Nova Perfeição, o lugar dos corpos minimamente construídos e potencializados em acordo com os mais rigorosos critérios de beleza, da memória modificada para apagar vestígios de tristezas e dores da dura vida de pessoas insignificantes, isto é, de feios.
Nova Perfeição existe por causa da medicina avançada, de medicamentos de última geração capazes de alterar corpos, memórias e inteligências, para que todos desfrutem de uma vida borbulhante e incessantemente feliz.
Tally Youngblood é a heroína dessa saga dos corpos perfeitos, que encarna as aventuras, que permitem uma pessoa cruzar as fronteiras entre os feios e bonitos, promover as melhorias técnicas na aparência e na interioridade de si. Em Feios, Tally ainda é uma garota que espera ansiosamente completar os 16 anos para ser finalmente transformada em perfeita. Enquanto sofre a longa espera, tudo que deseja é abandonar a vida sem graça e seu corpo estranho de feia. Costuma passar os dias pensando em todos os visuais possíveis para assumir quando finalmente se tornar perfeita. Nessa enfadonha espera, enfrenta muitas madrugadas no seu alojamento a contemplar o outro lado do rio, a Vila Perfeição, onde alguns amigos que já cruzaram a fronteira desfrutam de uma vida incrível, cheia de aventuras e prazeres. E o mais importante, é que deixaram para trás seus corpos feios e podem viver felizes com suas novas formas físicas e mentais sempre belas e sedutoras.
De acordo com Tally, “duas semanas de queimaduras horríveis serão compensadas com uma vida inteira de aparência maravilhosa” (p. 100).
Enquanto espera o tempo estipulado por lei para tornar-se perfeita, Tally conhece Shay, uma feia que não está nem um pouco ansiosa para completar 16 anos e viver a sua metamorfose cirúrgica.
O que Shay deseja é fugir de Vila Feia e do destino de ser bela em Vila Perfeição. Ela considera a beleza construída horrível. Trata- -se de uma adolescente rebelde que não aceita o destino traçado pelas autoridades e quer viver do seu modo a sua própria aventura, sendo feia para sempre, pois é capaz de qualquer coisa para “fugir à tirania da beleza” (p. 133). Tem um plano para fugir dos limites da cidade e se juntar à Fumaça, um grupo fora da lei que sobrevive nas ruínas de uma vila perdida na floresta e sobrevive retirando o sustento da natureza.
O conflito entre natureza e técnica se coloca aqui de modo curioso. Tally não consegue entender como alguém pode desejar ser feia para sempre, querer voltar para a natureza, plantar, caçar, queimar árvores para se aquecer, matar animais para se alimentar, beber água dos córregos sem passá-la pelo purificador, enfrentar doenças, viver pouco. Como alguém pode desejar abrir mão do conforto tecnológico e da vida fácil nas cidades e preferir o campo sempre hostil? Com a fuga da amiga Tally, é chantageada pelos Especiais, uma espécie de polícia altamente equipada que tudo vê e controla: deve se unir a eles para derrotar de vez os enfumaçados ou vai ser condenada a ficar feia para sempre. A garota vive muitos dilemas. Sente-se curiosa pelo estilo de vida na Fumaça, quer conhecer pessoas que amadurecem naturalmente depois dos 16 anos, gente de fisionomia decadente, que preserva uma verdade enrugada, venosa, esmaecida, grosseira, terrível, mas ao mesmo tempo almeja sua beleza perfeita. Das escolhas que faz dependem as muitas aventuras entre os feios e os bonitos, entre o universo da natureza e o das técnicas avançadas.
A viagem para a distante fumaça é uma verdadeira odisseia cheia de enigmas que precisam ser desvendados. O deslocamento é feito sobre prancha voadora que segue veloz sobre o rio e a floresta, com o uso de jaquetas inteligentes que regulam a temperatura do corpo e ajuda na tomada de decisões, pois indica caminhos; com a facilidade dos alimentos sintéticos e pingentes rastreadores.
Para Tally, apesar do fascínio, não é fácil se adaptar e viver entre os enfumaçados. “Ela nunca tinha visto tantos rostos tão diferentes. Bocas, olhos e narizes de todos os formatos possíveis, combinados de um jeito absurdo, em pessoas de todas as idades.
E os corpos? Alguns eram monstruosamente gordos ou estranhamente musculosos ou perturbadoramente magros. E quase todos apresentavam proporções desequilibradas e feias. No entanto, em vez de demonstrarem vergonha por causa de suas deformidades, as pessoas davam risadas, trocavam beijos…” (p. 193-194).
Aos poucos, a protagonista percebe diferenças abismais entre a Vila Perfeição sonhada e o cotidiano da Fumaça. Na cidade as coisas são sempre descartáveis e substituíveis. Ali no mato, os objetos e as pessoas ficam velhos e carregam suas histórias em amassados, arranhões, rasgos e rugas. Na cidade vive uma massa de corpos modificados, perfeitamente sorridentes e iguais, voláteis, programados e fáceis de controlar, pois têm os cérebros e o sistema nervoso recondicionados pelas cirurgias e medicamentos. Na floresta tem-se a diversidade corporal, as controvérsias, discordâncias, os diferentes modos de ser e viver. Na cidade as pessoas perfeitas são rastreadas, monitoradas e orientadas cada minuto do dia, seus pensamentos são programados, seus sentimentos são manipulados.
Na floresta enfrentam livremente as vicissitudes da vida, podem tomar suas próprias decisões, sofrer e corrigir as escolhas erradas, encher-se de júbilo com as decisões acertadas.
Tally também percebe aos poucos que existe um certo romantismo em relação à natureza, à vida na floresta. Talvez essa discussão de fundo sustente muito do fascínio de milhares de pessoas pelo livro de Westerfeld. A sociedade tecnológica não constrói apenas as cidades, mas igualmente a natureza. De certo modo a natureza é uma mentira. Não há natureza, o que contemplamos sempre é o artifício. A natureza é uma fabricação da cultura, da cultura tecnológica, que naturaliza em nós seus muitos e sedutores artifícios. É natural do homem produzir artifícios, refazer o mundo, modificar e recriar a si mesmo. Por mais que amasem a natureza os enfumaçados nasceram em cidades, eram todos produto da civilização tecnológica. Talvez por isso, uma vez rastreada, Tally leva a polícia especial para destruir a Fumaça. E volta para a cidade, sem dramas, para, finalmente, submeter-se à cirurgia e ser perfeita, para sempre.
O livro Feios, de Westerfeld, é um importante e divertido relato literário de corpos inscritos em acontecimentos tecnológicos.
Rompe com o olhar naturalista sobre o qual muitas vezes o corpo é observado, explicado, educado e enfatiza sua condição cultural, suscetível a inúmeras intervenções de acordo com o desenvolvimento tecnológico e científico de cada época.
No livro, o aperfeiçoamento da natureza e dos corpos é sempre criticado baseado numa convicção estranha de que as tecnologias padronizam os corpos e os pensamentos. Ressoa aqui uma certa visão negativada das transformações tecnológicas sobre o mundo e sobre nós mesmos. Talvez essa convicção estranha do autor sirva apenas para alimentar as tramas da série e nos volumes seguintes seja possível observar que determinadas tecnologias médicas e de comunicação, que na atualidade promovem uma suposta padronização, num futuro próximo sejas empregadas para produzir intensas diferenças, renovados modos de ser e viver. Talvez, nesse contexto, natureza e técnica, corpos feios e bonitos, deixem de ser realidades opostas e conflituosas. Talvez o futuro da biotecnologia seja menos sombrio e promova o equilíbrio entre essas realidades, integradas e dinâmicas, em que os sujeitos alegremente reelaborem a si mesmos em encantadas e criativas aventuras existenciais.
Edvaldo Souza Couto – Professor Associado na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia – UFBA. E-mail: edvaldosouzacouto@gmail.com
Silvana Vilodre Goellner – Professora Associada na Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. E-mail: vilodre@gmail.com
Transparências da memória/estórias de opressão: diálogos com a poesia brasileira contemporânea de autoria feminina – SOARES (CP)
SOARES, Angélica. Transparências da memória/estórias de opressão: diálogos com a poesia brasileira contemporânea de autoria feminina. Florianópolis: Editora Mulheres, 2009. Resenha de: BRITTO, Clovis Carvalho. Mulheres e memória poética: opressão à flor da letra?. Cadernos Pagu, Campinas, n. 35, Dez. 2010.
A árvore da literatura de autoria feminina lança-nos mais um fruto: o recente livro de Angélica Soares sabiamente intitulado Transparências da memória/estórias de opressão: diálogos com a poesia brasileira contemporânea de autoria feminina. Fruto cujo sabor vem sendo experimentado reiteradas vezes pelo trabalho crítico e sensível da pesquisadora que já apresentou análises inspiradoras a exemplo das inauguradas em A paixão emancipatória: vozes femininas da liberação do erotismo na poesia brasileira (1999). Nas frestas entre lembranças e esquecimentos, a autora realiza uma ação duplamente significativa: sublinha o valor de punhos líricos femininos na literatura brasileira e, ao mesmo tempo, se destaca como uma legítima representante desse ofício na atividade crítica. Questão relevante quando relembramos que as mulheres por muito tempo (e porque não dizer ainda hoje) tiveram suas vozes embargadas no campo literário, enfrentando trajetórias de opressão ao ousarem modificar o silêncio ou os exíguos espaços que lhes eram destinados.
Vivenciando variadas formas de sujeição e dependência devido ao quadro implacável de assimetria nas relações entre os sexos, as mulheres, aos poucos, têm lutado pelo reconhecimento como protagonistas na cena intelectual brasileira. Uma atualização das dificuldades narradas por Virgínia Woolf quando relatou a luta que instituíram pelo acesso a voz no cenário literário inglês em Um teto todo seu (2004) e/ou um esforço para problematizar as muitas “zonas mudas” relacionadas à partilha desigual dos traços, da memória e da história, conforme os indícios demonstrados por Michelle Perrot em As mulheres ou os silêncios da história (2005). Nesse sentido, para além de relatar a opressão das mulheres poetas no campo literário brasileiro, Angélica desenvolve um esboço teórico-metodológico para identificar como tais estórias de opressão foram ficcionalizadas. Se não bastasse essa instigante co-relação entre mulher e memória, a pesquisadora fortalece a tradição crítica iniciada tardiamente entre nós por Lúcia Miguel Pereira, galgando espaços para que tanto as mulheres poetas quanto as críticas literárias adquiram visibilidade e reconhecimento na vida literária brasileira. Para tanto, destaca, de antemão, a opção epistemológica por não somente apontar a diferença das mulheres, mas atentar para a diferença nas mulheres.
Analisando a memória literária de diferentes mulheres, nos convida a observar indícios da opressão vivenciada historicamente no cotidiano feminino. Em uma espécie de arqueologia da escritura memorialística, a autora revela os modos como as poetas transparecem os efeitos da dominação masculina: do inconsciente reprimido à instituição de uma fala marcadamente provocadora, do agir mimeticamente ao homem à busca de uma atuação singular, entre exílios e máscaras à instituição de um lugar de fala e de uma fala própria. Examinando um caleidoscópio de vozes polifônicas, a partir do processo da reelaboração da memória, demonstra como a poesia contribui para materializar memórias desterritorializadas. A proposta dialoga com a metodologia de Kátia Bezerra, outra analista da lírica de autoria feminina e sua relação com a memória, especialmente quando compreende o ato de revisitar o passado como subversivo:
transmuta-se numa ferramenta crucial para compreender e denunciar os vários componentes que estruturam e oprimem a sociedade. Intenciona-se, assim, considerar a forma como esse projeto de escrita interroga o passado (Bezerra, 2007:13),
para melhor compreender as relações de força que se insinuam no presente.
Nessa linha de força ou relativamente recente tradição de pesquisa, se inserem os trabalhos de Angélica Soares. Na tensão entre lembrar e esquecer, reúnem reflexões sobre memória, memorialismo poético e questões de gênero, ressaltando diferentes instâncias e formas de opressão feminina poematizadas como escritas do eu que ao mimetizarem
estórias (individualizadas), acabam por remeter, metonimicamente, a histórias (coletivas), pela recriação lírico-dramático-narrativa de fatos verificáveis em documentos e trabalhos de pesquisas sociológicas (Soares, 2009:14).
Embora reconheça que a poesia de autoria de mulheres também registra situações e experiências de vida bem sucedidas, optou por destacar aspectos que demonstrem a mulher como objeto de domínio físico ou simbólico, visto que dialogariam com situações recorrentes na vida das mulheres em sua condição histórica de duplamente colonizada: pelo sistema social de sexo-gênero e por sofrer a colonização decorrente de uma visão dualista e oposicional na qual a mulher representa o pólo negativo.
O gênero se torna uma importante categoria analítica para a crítica literária e, nas palavras da autora, as estórias de opressão recriadas na poesia demonstram que, para além das diferenças de classe, etnia e orientação sexual, as mulheres compartilham uma situação opressiva variável. Pelas transparências da memória apresenta-nos as relações entre constituição da identidade e memória, movimentos de desconstrução das oposições binárias, procedimentos coercitivos e figurações relacionadas a resistências e clausuras, culminando na análise das opressões comumente vivenciadas nas trajetórias femininas: da solidão infantil às representações do envelhecer. Acertadamente a pesquisadora dialoga com Pierre Bourdieu (2005) ao examinar como a memória poética entrevê e explicita a dominação masculina, especialmente quando destaca mecanismos com vistas à integração, embora em espaços limitados ou pautados por rígidos controles. Mecanismos muitas vezes “perturbadores”, a exemplo do erotismo na escrita feminina que aciona nuanças políticas ao deslocar as mulheres da condição de meros objetos para uma posição de enunciadoras do desejo.
A primeira estação do itinerário analítico contempla poetas cujas obras emanam aberturas à metamemória, ou em outras palavras, autoras cujos projetos criadores demonstram acentuada preocupação com o conhecimento sobre os processos e monitoramento da memória, além de sentimentos e emoções relacionadas com o lembrar/esquecer. Nesse primeiro bloco, investiga as poéticas de Cecília Meireles, Adélia Prado, Marly de Oliveira, Helena Parente Cunha, Astrid Cabral, Arriete Vilela e Renata Pallottini, autoras de diferentes faixas etárias, regiões e condições sociais. A memória ao conduzir reflexões sobre sua própria dinâmica demarcaria as obras de acordo com especificidades. Cecília e a constituição de uma “encenação do esquecimento”; Adélia e o fugidio modo de experienciação; Marly e a impossibilidade de recuperar o passado exatamente como foi vivenciado; Helena e sua memória circular; Astrid e a mobilidade temporal da recordação; Arriete e os dinamismos míticos; Renata e a indissociabilidade entre tempo e espaço. Ao inventariar alguns versos desse conjunto heterogêneo e ao investigar aspectos da poesia memorialística contemporânea empreendida por mulheres, Angélica Soares se une a essas vozes, e sua obra, assim como as analisadas, se torna, ela própria, metamemória. Mas de que memórias essas mulheres falam, ou melhor, que memórias a pesquisadora selecionou da seleção empreendida pelas poetas? Resposta explicitada inicialmente no título da obra: estórias de opressão.
De posse dessas informações encaminha o leitor para uma segunda vereda relacionada a questões ideológicas de gênero e a consciência poética da exclusão histórica das mulheres. Subsidiada pelas reflexões de Teresa de Lauretis (1994), especialmente na concepção de que o pessoal é político, reafirma a importância de se pensar a diferença de mulheres e não só o diferente de Mulher. Denunciando as tecnologias de gênero e os discursos institucionais como responsáveis pelo campo de significação social, torna a categoria gênero como fundamental para a análise dos textos literários que, a partir de enfoques feministas, possibilitaria compreender as recriações de mulheres, oprimidas de incalculáveis maneiras em virtude da ideologia patriarcal. Essa leitura se aproxima de Michelle Perrot quando concebeu ser a memória, assim como a existência de que é prolongamento, profundamente sexuada. Seguindo essas considerações, Angélica Soares examina como a temática da opressão feminina comparece nos versos de Adélia Prado, Sílvia Jacintho e Astrid Cabral, espécie de cartão de visitas para um posterior aprofundamento na relação gênero, identidade e memória. Nessa ordem de ideias, destaca como emerge constantemente no memorialismo literário de autoria feminina um processo alienante, “falocêntrico”, a partir da identificação de bloqueios e limites ao autoconhecimento. Comprovando esse argumento rastreia exemplos desse processo em algumas imagens tecidas nos versos de Helena Parente Cunha, Myriam Fraga, Lara de Lemos, Marly de Oliveira, Lya Luft e Hilda Hilst. Contradições integrantes da constituição de identidade pelas mulheres, metaforizadas no jogo entre o fluido e o consistente, a fuga e o encontro consigo mesmas.
Se a dominação masculina acompanha historicamente a trajetória das mulheres e se a categoria gênero auxilia a visualização dessa opressão nas memórias líricas femininas, nada mais coerente do que encerrar o livro analisando o modo como as autoras poetizam as duas pontas da vida: a infância e a velhice. Não por acaso, os capítulos finais são dedicados a examinar poemas relativos à reconstrução da solidão infantil e às representações do envelhecer. A memória como testemunho cultural da opressão na infância, a partir das imagens criadas por Marly de Oliveira, Lya Luft e Neide Arcanjo, e como testemunho da opressão na velhice, nas obras de Adélia Prado, Diva Cunha, Alice Ruiz e Renata Pallottini.
O conteúdo das imagens selecionadas como corpus da obra é um convite para o reconhecimento da importância e para a leitura da poesia de autoria feminina contemporânea desenvolvida no Brasil. Do mesmo modo, o arcabouço teórico-metodológico criado por Angélica Soares é um estímulo a todos os pesquisadores que desejem compreender as implicações entre gênero, identidade, memória e opressão, com vistas a “avaliar, pela força do literário, as contradições e os avanços no percurso emancipatório feminino” (Soares, 2009:17). Itinerários de opressão muitas vezes silenciados e que as autoras, sentindo-os à flor da pele, transpareceram à flor da letra.
Referências
Bezerra, Kátia da Costa. Vozes em dissonância: mulheres, memória e nação. Florianópolis, Editora Mulheres, 2007. [ Links ]
Bourdieu, Pierre. A dominação masculina. 4ªed. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2005. [ Links ]
De Lauretis, Teresa. As tecnologias do gênero. In: Hollanda, Heloísa Buarque de. (org.) Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro, Rocco, 1994. [ Links ]
Perrot, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. Bauru-SP, EDUSC, 2005. [ Links ]
Soares, Angélica. A paixão emancipatória: vozes femininas da libertação do erotismo na poesia brasileira. Rio de Janeiro, DIFEL, 1999. [ Links ]
Woolf, Virgínia. Um teto todo seu. 2ªed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2004. [ Links ]
Clovis Carvalho Britto – Doutorando em Sociologia pela Universidade de Brasília. E-mail: clovisbritto5@hotmail.com.
[MLPDB]
História Militar | [?] | 2010
A Revista Brasileira de História Militar (Rio de Janeiro, 2010-) é uma publicação eletrônica, independente, com periodicidade quadrimestral, destinada à divulgação de artigos de historiografia militar, produzidos por pesquisadores brasileiros ou estrangeiros, elaborados dentro dos padrões de produção científica reconhecidos pelos meios acadêmicos.
Destina-se também a publicação de trabalhos de pesquisa e de metodologia, além da divulgação de eventos acadêmicos, desde que relacionados à História Militar e aprovados por seu conselho editorial.
Periodicidade quadrimestral
Acesso livre
ISSN 2176-6452
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Brazilian Foreign Policy in Changing Times: the quest for autonomy from Sarney to Lula | Tullo Bigevani e Gabriel Cepaluni
Ao final da primeira década do século XXI, a visibilidade do Brasil no sistema internacional tornou-se mais evidente, graças, em grande medida, ao sucesso alcançado pelo país nos campos econômico e político-diplomático. Percebeu-se, em contraste, a existência de uma grande carência na literatura internacional, a qual, muito ocasionalmente, desvia seu foco dos países centrais do sistema internacional. Neste sentido, a obra de Tullo Vigevani e Gabriel Cepaluni aqui apresentada preenche uma importante lacuna editorial não apenas por ser publicada em língua inglesa, mas sobretudo por permitir que o público estrangeiro conheça as grandes linhas da política externa brasileira tanto do ponto de vista teórico quanto empírico, por meio do estudo de vasta literatura produzida por pesquisadores latino-americanos.
O tema central do livro é a busca brasileira por autonomia, desde a segunda metade dos anos 1980 – com a inauguração do regime democrático – até 2009. Segundo os autores, a noção de autonomia (capítulo 1) é entendida pelos latino-americanos como a capacidade de se proteger contra os efeitos mais nocivos do sistema internacional e dos constrangimentos impostos por países poderosos. Vigevani e Cepaluni explicam que a autonomia se expressa por meio de três táticas distintas: pela distância perante países dominantes; pela participação ativa em instituições internacionais; e pela diversificação de parcerias e fóruns de atuação. Leia Mais
Vida para Consumo: a transformação das pessoas em mercadorias – BAUMAN (ER)
BAUMAN, Zygmunt. Vida para Consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. 199p. Resenha de: COSTA, Marisa Vorraber. Consumo e consumismo: deslocamentos nas ressonâncias do contemporâneo. Educação & Realidades, Porto Alegre, v.35, n.3, p.343-349, set./dez., 2010.
Zygmunt Bauman1, considerado um dos expoentes da teoria social contemporânea, vem abordando o tema do consumo na maior parte de seus livros, dentre os quais citamos Modernidade e Ambivalência (publicado originalmente em 1991, e no Brasil só oito anos depois), O Mal-estar da Pós- Modernidade (1998), Globalização: as conseqüências humanas (1999b), Modernidade Líquida (2001), Vida Líquida (2007). Tal fato demonstra, além da centralidade do conceito para a compreensão da vida nas sociedades do início do século XXI, também o alinhamento das análises de Bauman entre as de autores que consideram o consumo uma dominante cultural.
Em Vida para consumo (2008), Bauman elege o consumo como foco preferencial, e desenvolve sua análise apresentando o que considera ser uma das principais consequências da condição pós-moderna: a progressiva e constante transformação das pessoas em mercadorias.
Um dos mais notáveis analistas das transformações dos modos de vida nas sociedades da segunda metade do século XX e início do XXI, Bauman nos apresenta sintomas que considera próprios da cultura de nossos dias, essa a que nos referimos como cultura contemporânea. Envolvendo-nos em análises sobre artefatos e temas que nos circundam, ele aborda casos expressivos dos modos de vida em nossos dias, localizados em matérias de jornais, quadros midiáticos, estratégias mercantis, usos da tecnologia, etc. Para ele, todos podem ser compreendidos como enunciados que falam sobre nossas sociedades e os sujeitos que as compõem. São convocações para assumirmos determinados modos de ser, e que expressam, ao mesmo tempo, as marcas e singularidades do nosso tempo. Evidencia-se aí uma das principais características das obras de Bauman, que é esse modo profícuo como analisa as configurações da atualidade, escrutinando suas injunções e operando com ferramentas que nos fazem pensar sobre aquilo em que estamos nos tornando.
Chama atenção a habilidade do autor para articular a complexidade dos empreendimentos analíticos que utiliza ao problematizar as configurações sociopolíticas e culturais que se erguem, cotidianamente, em nosso entorno, com uma forma despretensiosa e acessível de expressão de ideias e de desenvolvimento da reflexão. É isso que, somado a tantos outros admiráveis atributos de seu trabalho intelectual, entre eles a aguçada sensibilidade para as questões sociais mais críticas do nosso tempo, vem despertando cada vez mais interesse por seu pensamento, posicionando seus livros entre os sucessos editoriais da atualidade pelo mundo afora.
Já na Introdução de Vida para consumo, Bauman expõe três diferentes casos a partir de matérias selecionadas em duas edições do jornal britânico The Guardian. No primeiro, aborda a tendência cada vez mais forte, hoje, de uma visibilização de si em redes sociais da Internet. No segundo, trata da seleção, por parte de muitas empresas, dos bons consumidores em detrimento dos chamados consumidores falhos. E, no terceiro, aborda a política de imigração britânica, que coloca em disputa um sistema de pontuação para a avaliação dos imigrantes que interessam ao país. Esses três casos, localizados em diferentes seções do jornal e relacionados a distintas esferas da vida, são reunidos e conectados por Bauman como expressões de nossa cultura, que cada vez mais incitam os sujeitos a fazerem de si mesmos mercadorias desejáveis e vendáveis nos inflacionados mercados do século XXI. Essa exposição a que as pessoas se submetem ressalta o quanto nossas experiências estão implicadas com a disposição para nos tornarmos mercadorias. Afinal, desde as incursões sobre nós mesmos, envolvendo investimentos corporais e estéticos, relacionamentos amorosos e de trabalho, entre tantos outros, somos instados a uma série de processos que implicam uma remodelagem constante.
A obra de Bauman expressa um refinamento importante nas discussões e formas de se pensar sobre consumo, apontando deslocamentos do conceito. De um entendimento do consumo como apropriação de objetos e produtos, há um alargamento para comportar também a produção dos próprios sujeitos e sua disponibilidade para se transformarem em mercadorias. A esse processo Bauman refere-se empregando o termo comodificação, aludindo a operações em que as pessoas assumem a condição de mercadorias, de bens a serem desejados, mercantilizados, ultrapassando a exclusiva condição de consumidores. Contudo, segundo o autor, se o fetichismo da mercadoria, na fase sólida da modernidade, tendia a encobrir os fatores humanos incrustados na sociedade de produtores, o fetichismo da subjetividade tende, por sua vez, a encobrir a condição “comodificada da sociedade de consumidores” (Bauman, 2008, p.23).
É nesse sentido que o fetichismo da subjetividade atua, produzindo nos sujeitos a crença de que as movimentações se dão por uma liberdade de escolha que é basicamente individual, não sendo pré-estabelecida por catálogos de formas de vida à venda em diferentes âmbitos de nossa sociedade de consumidores.
O livro é composto de uma Introdução e mais quatro capítulos: Consumismo versus consumo, Sociedade de consumidores, Cultura consumista e Baixas colaterais do consumismo. Os capítulos são entrelaçados de maneira excepcional pelo autor, que problematiza as configurações contemporâneas em relação ao consumo desmembrando os seus pontos de articulação e interligando-os, fazendo-nos transitar por uma análise cuidadosa e metodologicamente útil às nossas pesquisas. Optamos, frente à complexidade de apresentar capítulos que se articulam de maneira tão magistral, por fazer ressoar os usos dos conceitos e das estratégias metodológicas de Bauman no livro. Isso porque, talvez, tenhamos sentido que o tema e a escrita se inscrevem numa fugacidade e dinamicidade que não temos como apreender de todo. Mostrar as ressonâncias nos parece, assim, o mais apropriado frente a uma obra que nos incita a pensar muitas outras coisas a partir e para além dela.
O autor articula suas análises pautando-se por novos conceitos, muitos deles buscados em autores com os quais compartilha visões e interpretações, e que servem para compreender as singularidades deste tempo. Sociedade de consumidores, comodificação, cultura consumista, tempo pontilhista, fetichismo da subjetividade, agrupamentos por enxames, entre outros, são alguns dos conceitos tensionados no livro. Ressoa para nós o quanto a compreensão de novos fenômenos, emergentes em uma sociedade de consumidores, não são passíveis de ser produtivamente problematizados se recorremos a conceitos que são, ainda, mais próprios de uma sociedade de produtores. A análise parece indicar, assim, o quanto cada conceito, como salientam Derrida e Roudinesco (2004, p.14), “[…]nomeia o gesto de uma apreensão, é uma captura”.
Outro dos importantes delineamentos realizados por Bauman diz respeito à acepção de que houve um deslocamento do consumo para o consumismo. Enquanto o consumo inscreve-se na ordem da necessidade, o consumismo caracteriza-se como “um atributo, a capacidade profundamente individual de querer, desejar e almejar” (Bauman, 2008, p.41). Podemos pensar que o consumismo inscreve-se como sendo da ordem dos excessos, da sobrepujança, pois é uma condição que se esboça na fase líquida da modernidade2. Assim, enquanto a sociedade de produtores, situada na fase sólida da modernidade, movia-se com o consumo garantindo a apropriação e posse, apostando na prudência, em planejamentos de longo prazo, com uma ênfase na segurança e no valor de durabilidade, o consumismo, por sua vez, atua:
[…]em aguda oposição às formas de vida precedentes, associa a felicidade não tanto à satisfação de necessidades […] mas a um volume e uma intensidade de desejos sempre crescentes, o que por sua vez implica o uso imediato e a rápida substituição dos desejos destinados a satisfazê-la (Bauman, 2008, p.44, grifos do autor).
As considerações sobre a sociedade de produtores por um lado, e, de outro, a sociedade de consumidores, são, assim, articuladoras importantes para a compreensão dos processos implicados e desenvolvidos em Vida para consumo. Afinal, a sociedade de consumidores caracteriza-se, principalmente, por convocar os sujeitos em sua categoria de consumidores. Somos, primeiramente, consumidores, tornando-nos sujeitos prioritariamente pelas capacidades demonstradas para tal condição.
Dentre as discussões associadas às transformações em andamento na modernidade – da modernidade sólida para a líquida – outra questão se destaca para a compreensão dos deslocamentos tensionados no decorrer do livro. Mais especificamente, trata-se da operação de uma “renegociação do significado do tempo” (Bauman, 2008, p.45). Ou seja, de um tempo cíclico e linear, da sociedade de produtores, passa-se a um tempo pontilhista – metáfora de Michel Maffesoli (2003) utilizada por Bauman – marcado por uma multiplicidade de instantes, descontinuidades e fragmentações. Outros termos, como cultura agorista ou cultura apressada, tomados emprestados de Stephen Bertman (1998), também endereçam a esta renegociação do significado do tempo que atua sobre os sujeitos, produzindo estados de movimentação constante entre distintos pontos. Talvez aí tenhamos um fecundo argumento para as discussões sobre a produção de identidades contemporâneas, pois esta relação com o tempo, tão destoante de outras épocas e contextos, é uma das condições de possibilidade para que os sujeitos se movam incansavelmente. Ademais, um dos modos de manter-se em movimento nos pontilhados do tempo e do espaço é através do consumismo, que insta novos e diversificados significados aos que consomem as novidades sempre emergentes. Não se trata, em suma, de adquirir, juntar e acumular, mas, sobretudo, de adotar o imperativo de descartar e substituir, afinal, “A ‘síndrome consumista’ envolve velocidade, excesso e desperdício” (Bauman, 2008, p.111, grifos do autor).
Com isso há um dilatamento do consumo que passa a englobar o conjunto da população. Não apenas adultos são alvos privilegiados, como na sociedade de produtores, mas sobretudo crianças, jovens, todas as estratificações sociais, etc., pois o importante é ser consumidor, renegociar os significados do tempo e de si mesmo pela movimentação dos significados embutidos nos processos de compra e venda de objetos e de si. É um processo que se alia à máxima dos desempenhos individuais. Mover-se nas tramas do consumo é algo a ser feito por si mesmo, afinal, consumir “significa investir na afiliação social de si próprio” (Bauman, 2008, p.75).
É a partir de considerações deste tipo que Bauman pinça, no terceiro capítulo do livro, mais um argumento de um excerto de manual de moda de um prestigiado jornal, em que são oferecidos aos leitores meia dúzia de visuaischave para os próximos meses. De um enunciado como este, que orienta leitores em relação ao estilo – visuais com um prazo pré-estabelecido para durar somente alguns meses –, Bauman mapeia o ambiente existencial erigido pela sociedade de consumidores. Ambiente composto, ainda, por uma cultura consumista: cultura que expressa uma “revogação dos valores vinculados respectivamente à duração e à efemeridade” (Bauman, 2008, p.111, grifos do autor). Trata-se, mais objetivamente, de uma cultura produzida histórica e socialmente a partir de condições e significações precisas, como foi o caso das formações sociais produzidas pela sociedade de produtores. Este é o ambiente em que se vive e em que novos significados continuam a ser produzidos ininterruptamente.
Somos instados a pensar, ainda, especialmente no quarto capítulo, sobre as baixas colaterais do consumismo. Se a sociedade de consumidores – que “avalia qualquer pessoa e qualquer coisa por seu valor como mercadoria” (Bauman, 2008, p.157) – é erigida a partir das supostas benesses do consumo e de dispor-se incessantemente ao consumo, esta experiência não é compartilhada de forma igual por todos. Erige-se, também, “uma nova categoria de população, antes ausente dos mapas mentais das divisões sociais” (Bauman, 2008, p.155): a subclasse. Esta subclasse seria formada por “pessoas sem valor de mercado”, “homens e mulheres não-comodificados”, em suma, “consumidores falhos” (Bauman, 2008, 158). Se a sociedade de consumidores transforma-nos em mercadorias, os que não incitam o consumo e/ou são privados de algum modo deste processo são vistos como inúteis, não sendo capazes de associarse a este mesmo processo. São indivíduos visibilizados, agora, pelo perigo que supostamente representam para este modelo de sociedade.
Dentre muitas outras ressonâncias, importa destacar, ainda, o grande número de autores e obras que Bauman articula em sua análise. Sociólogos, filósofos e escritores de obras literárias, ao lado de autores de matérias de jornais em seções tão variadas que vão da política externa à editoria de moda, são interlocutores de seu trabalho. De Max Weber a Michel Foucault, de Milan Kundera a matérias do jornal britânico The Guardian, o tema do consumo e seu efeito de excesso na sociedade de consumidores, o consumismo, vão sendo literalmente dissecados com as diversificadas lentes teóricas operacionalizadas pelo autor. Sem dúvida, esta é uma obra de grande fecundidade e importância e que interessa, de maneira especial, aos que pensam, pesquisam e fazem a educação dos nossos dias.
Notas
1 Sociólogo nascido na Polônia em 1925, onde lecionou na Universidade de Varsóvia. Fugindo do nazismo durante a Segunda Guerra, peregrinou pelo mundo radicando-se, por fim, na Inglaterra, onde vive até hoje. É autor de inúmeros livros, sendo que sua produção intelectual mais importante surge a partir dos últimos anos do séc. XX. No Brasil, desde 1997, circulam mais de vinte títulos traduzidos para o português, alguns publicados em menos de um ano após seu lançamento na Inglaterra. Zygmunt Bauman é professor emérito de Sociologia das universidades de Leeds e de Varsóvia. Recebeu o Prêmio Amalfi, em 1989, por Modernidade e Holocausto, e em 1998 recebeu o prêmio Adorno pelo conjunto de sua obra.
2 Por modernidade líquida – diferentemente da modernidade sólida, mais pesada – Bauman (2001) passa a referir-se à fase instável, fluída, dinâmica e mutante na modernidade, a qual ele mesmo vinha denominando de pós-modernidade. Para uma aproximação sintética ao conjunto da obra de Bauman ver Costa (2009).
Referências
BAUMAN, Zygmunt. O Mal-estar da Pós-modernidade. Tradução Mauro Gama; Claudia Martinelli Gama. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Ambivalência. Tradução Marcus Penchel.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999a.
BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Tradução Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999b.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
BERTMAN, Stephen. Hyperculture: The Human Cost of Speed. Westport: Praeger, 1998.
COSTA, Marisa Vorraber. Zygmunt Bauman – Compreender a vida na modernidade líquida. Educação, ed. Segmento, São Paulo, v.1, p. 60-75, set. 2009.
DERRIDA, Jacques; ROUDINESCO, Elisabeth. De que Amanhã: diálogo. Tradução André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
MAFFESOLI, Michel. O Instante Eterno: o retorno do trágico nas sociedades pósmodernas. Tradução Rogério de Almeida e Alexandre Dias. São Paulo: Zouk, 2003.
Marisa Vorraber Costa – Doutora em Educação e professora dos Programas de Pós-Graduação em Educação da UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil e da ULBRA. Integrante do NECCSO. Pesquisadora do Cnpq – Brasil. E-mail: mcvorraber@terra.com.br Viviane Castro Camozzato – licenciada em Pedagogia e doutoranda em Educação na UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil. Integrante do Núcleo de Estudos sobre Currículo, Cultura e Sociedade (NECCSO). Bolsista do Cnpq – Brasil. E-mail: vicamozzato@gmail.com
Interdisciplinaridade e aprendizagem da Matemática em sala de aula – TOMAZ; DAVID (Bo)
TOMAZ, Vanessa Sena; DAVID, Maria Manuela Soares. Interdisciplinaridade e aprendizagem da Matemática em sala de aula. (Coleção Tendências em Educação Matemática) – Belo Horizonte: Autêntica, 2008. Resenha de: SOUTO, Daise Lago Pereira. BOLEMA, Rio Claro, v. 23, n. 36, p.801-808, ago., 2010.
O livro é um convite à reflexão sobre interdisciplinaridade e aprendizagem da matemática em sala de aula. Para isso, Tomaz e David apresentam alguns exemplos de situações em sala de aula nos quais são relatadas algumas práticas que possibilitam aprendizagens matemáticas, respaldadas em perspectivas histórico-culturais. Também expõem como algumas perspectivas teóricas podem auxiliar no desenvolvimento de uma percepção mais apurada sobre o que se aprende de Matemática e como se aprende.
No primeiro capítulo, intitulado “Os temas transversais e o fazer pedagógico” as autoras elucidam a concepção de interdisciplinaridade que adotarão. No entanto, já nas primeiras linhas, é possível verificar que se trata de uma ampliação da noção de interdisciplinaridade.
A pretensão é romper com o isolamento e a fragmentação dos conteúdos, alicerçando-se em dois princípios básicos para o ensino da Matemática: o da contextualização e o da interdisciplinaridade. Com relação à contextualização, o ensino da matemática deve ser articulado com várias práticas e necessidades sociais, por meio de inter-relações com outras áreas do conhecimento. Já o segundo princípio pode ser proposto de diferentes formas, segundo diferentes concepções, que vão desde aquelas que defendem um ensino aberto para inter-relações entre a Matemática e as diversas áreas do saber científico ou tecnológico, bem como, com as outras disciplinas escolares.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais apontam para uma abordagem dos conteúdos adotando uma organização que vai do global para o específico, com progressiva “disciplinaridade”, tendo em vista que o trabalho escolar está pautado na organização por níveis de ensino e em disciplinas que são, de certa forma, vistas como independentes, gerando assim uma situação de conflito aos professores que pretendem adotar uma prática interdisciplinar.
Uma proposta, apresentada por AlrØ & Skovsmose e compatível com a proposta dos PCNs, defende a potencialidade do trabalho por temas, respeitadas algumas condições: o tema deve ser algo conhecido dos alunos; ser de discussão possível; ter valor em si mesmo; ser capaz de criar conceitos matemáticos; desenvolver habilidades matemáticas; e privilegiar a concretude social.
Nessa perspectiva, a tematização pressupõe uma investigação, o que não significa necessariamente lidar com problemas sofisticados, mas procurar conhecer o que não se sabe, pesquisar, inquirir. Logo, o aluno é levado a explorar, formular questões, fazer conjecturas, testar e reformular questões.
Em relação à atitude investigativa, há três fases: introdução à situação problema; realização da investigação e discussão dos resultados. Nesse sentido, o trabalho de investigação em sala de aula pode ser expandido em direção ao trabalho de modelagem matemática: segundo Borba & Penteado, citados pelas autoras, “na modelagem matemática os alunos escolhem um tema e, a partir desse tema, com o auxílio do professor, fazem investigações”. No entanto, esse trabalho não pressupõe o estabelecimento de procedimentos matemáticos rígidos para resolução ou análise do problema.
A interdisciplinaridade configura-se pela participação dos alunos e professores nas práticas escolares no momento em que elas são desenvolvidas, quando se criam novos conhecimentos que se agregam a cada uma das disciplinas, partindo das interações dos sujeitos no ambiente e de elementos de uma prática comunicativa que eles desenvolvem, mas não necessariamente Bolema, Rio Claro (SP), v. 23, nº 36, p. 801 a 808, agosto 2010 803 conhecimentos inerentes às disciplinas.
Como o próprio título – “Prática e aprendizagem: diferentes perspectivas” – do segundo capítulo sugere, nele são abordadas questões referentes à aprendizagem, apresentando diferentes perspectivas com destaque nas que adotam a visão de aprendizagem situada, a qual é objeto de fundamentação teórica da obra.
Na perspectiva de aprendizagem situada, ensino e aprendizagem são coisas distintas e podem estar ou não inter-relacionadas a uma situação escolar. Lave, referenciada pelas autoras, defende que a aprendizagem é mudança de participação em práticas sociais e, por isso, pode ocorrer sem que uma atividade intencional de ensino a preceda.
Uma questão polêmica dentro da aprendizagem situada, segundo as autoras, diz respeito à noção de transferência de aprendizagem, quando definida como movimento de um conhecimento abstrato e descontextualizado que pode ser aplicado em um amplo conjunto de situações, por não se encaixar bem na perspectiva desta aprendizagem.
No entanto, nas práticas escolares, partindo do pressuposto de que toda a aprendizagem é situada, nenhuma aprendizagem pode ser separada do seu contexto de origem, uma vez que ela é a própria participação em práticas sociais. Transferir a aprendizagem, ao contrário do que se possa pensar num primeiro momento, no entendimento das autoras, não significa transportar um conhecimento, abstrato e descontextualizado, mas algo que pode ser viabilizado a partir do estabelecimento de relações – entre os conhecimentos adquiridos e aqueles necessários em novos contextos – para a ressignificação da noção de transferência de aprendizagem.
A discussão, aqui, gira em torno do modo como a interdisciplinaridade em sala de aula se efetiva na perspectiva da tematização. A atividade, portanto, configura-se pelas ações dos professores e alunos direcionadas para a mobilização de conteúdos matemáticos para a discussão do tema “água” (um dos exemplos), bem como pelas possibilidades de fazer inter-relações entre as aprendizagens de várias disciplinas, percebidas no ambiente em que essas ações são realizadas.
Para discutir as aprendizagens tendo a totalidade como pano-de-fundo, e não apenas os alunos e professores, adotou-se uma noção da abordagem ecológica da percepção. Tal noção considera um aspecto da interação das pessoas ou dos animais com o ambiente, sendo a percepção entendida como um sistema que capta a informações para coordenar as ações das pessoas nos ambientes.
A Psicologia Ecológica considera que a aprendizagem é resultado de percepções recíprocas de possibilidades do ambiente e ações no ambiente. Nessa perspectiva, a aprendizagem é vista como prática intencional, consciente, ativa, construtiva e socialmente mediada em atividades que se realizam integrando a tríade intenção-ação-percepção.
Para analisar os processos cognitivos teve-se como referencial a linguagem como adotada por Greeno. São fundamentais, nesse aspecto, os termos “possibilidades” e “habilidades”, os quais fazem uma ligação entre os aspectos de cognição e do comportamento humano, do seguinte modo: as habilidades necessárias para uma pessoa participar de uma atividade dependem de sintonias para restrições e possibilidades a serem percebidas pela pessoa como condições do ambiente. O termo “possibilidades” refere-se a tudo aquilo que, no ambiente, contribui para o tipo de interação: são as pré-condições para a atividade que, por sua vez, estão diretamente relacionadas às restrições. Dessa forma, os termos possibilidades e habilidades são conceitos internamente inter-relacionados.
Por outro lado, se uma pessoa não consegue realizar transferência de aprendizagem, ou seja, tem dificuldade de aplicar o conhecimento em outras situações, então ela não adquiriu esse conhecimento de forma eficaz. Em suma, esta é a relação entre transferência e aprendizagem. O processo de transferência é influenciado não só pelas habilidades cognitivas da pessoa, mas também pelos aspectos culturais, pela interação das pessoas tomadas historicamente no ambiente.
As autoras concluem que numa atividade interdisciplinar o aluno realiza transferência de aprendizagem de uma situação para outra, já que essa transferência é a própria propulsora da aprendizagem situada, pois não se espera que algum conhecimento se preserve intacto de uma situação para outra nem que se crie sempre um conhecimento totalmente novo em cada situação. Complementam, ainda, afirmando que, toda vez que ocorre uma ampliação de sintonias para restrições e possibilidades percebidas no ambiente, ou uma ampliação de significados, pode-se dizer que foi construído um conhecimento novo, mesmo que ele não seja totalmente novo.
Nos capítulo terceiro e quarto (“O tema água gera uma atividade escolar interdisciplinar” e “Aulas de artes gerando oportunidades de interdisciplinaridade”) são narradas situações de sala de aula em que ocorrem diferentes abordagens interdisciplinares dos conteúdos escolares.
Duas das situações desenvolvidas estão pautadas num tema amplo: água. Na primeira, o tema foi desenvolvido pelas professoras das disciplinas de Português, Geografia e Matemática. A expectativa era de que, dessa forma, iria ocorrer uma ampliação de significados por parte dos alunos, levando-os a uma descontextualização dos conceitos matemáticos desses contextos específicos, porém, verificou-se que a ampliação dos significados ocorreu, mas a descontextualização desses significados não, e a participação dos alunos nas práticas em torno do tema focado foi marcada por contradições e rupturas que ficaram visíveis na transformação dos objetivos dos alunos e das professoras para este estudo ao longo do decorrer da atividade.
Além da tensão resultante de objetivos divergentes, a abordagem do tema em tempos diferentes, deixou mais complexo o conjunto de práticas escolares, e as autoras tiveram que recorrer à teoria da Atividade, a qual permite uma abordagem geral e interdisciplinar que oferece ferramentas conceituais e princípios metodológicos que se concretizam de acordo com a natureza específica da atividade desenvolvida em sala de aula. Além disso, esse enfoque possibilita a identificação de elementos dentro de um sistema, pois a cada elemento dessa atividade podemos associar outros conceitos importantes.
As características da interdisciplinaridade na atividade com tema “água”, segundo as autoras, são evidenciadas pela integração de idéias, ferramentas, linguagens, regras e conceitos das diferentes disciplinas envolvidas.
As práticas escolares, avaliam, incorporaram as especificidades da escola, dos seus sujeitos, do currículo, os traços culturais presentes no grupo e as práticas sociais mais recorrentes dentro e fora da sala de aula, apresentando as mesmas características das que eram desenvolvidas nas disciplinas, ainda que adquirissem significados diferentes.
Na disciplina Matemática, os episódios analisados evidenciam que os alunos participam de uma atividade (estudar sua conta de água) enquanto a professora está em outra atividade (ensinando regra de três). Como os motivos são diferentes, cria-se um sistema em que a transformação de motivos é também a transformação do objeto. Após encontrarem resultados e fazerem comparações, os alunos não conseguiam relacionar o procedimento adotado com a regra de três estudada anteriormente em sala. Esta dificuldade de associação gera barreiras para a transferência do que já sabiam de regra de três para aplicar na nova atividade. No entanto, as pesquisadoras constatam que os alunos ampliaram os significados associados à regra de três e citam, como exemplo, um aluno que desenvolve seu próprio método para realizar os cálculos.
Uma outra constatação das pesquisadoras é a de que os alunos utilizaram todas as informações adquiridas na matemática, por exemplo, nas atividades das outras disciplinas, atribuindo significados diferentes, adaptando a linguagem à nova situação em que estavam sendo usadas, reforçando o caráter situado das noções matemáticas.
A segunda atividade consistiu na resolução de problemas: foram definidas normas, regras, relações e ferramentas, ou seja, ficaram mais explicitas as possibilidades e as restrições que se apresentaram nesse ambiente. Os alunos utilizaram as informações das atividades das outras disciplinas, atribuindo-lhes significados diversos, também reforçando o caráter situado das noções matemáticas, relacionando saber escolar e não escolar.
Já a abordagem interdisciplinar desenvolvida nas aulas de Artes não apresenta ligação direta com um tema específico. As autoras relatam que as aulas ofereciam oportunidades ricas para exploração matemática, tais como das noções de ângulo, projeção, perspectiva e simetria. Estas noções, ao serem abordadas no campo das artes, adquiriram outros significados relacionados ao contexto, gerando uma aprendizagem situada da Matemática.
Uma turma optou por fazer uma peça teatral para conscientização sobre o problema da escassez da água. Para isso, utilizou técnicas de desenho artístico e geométrico, organizando dados numéricos em diagramas, gráficos e tabelas, além de se valerem do gênero narrativo para a elaboração do texto da peça.
As noções de perspectiva e leitura de planos numa obra de arte foram utilizadas por duas alunas em um desenho produzido para um trabalho de geografia. O grupo dessas alunas deveria apresentar propostas para a criação de estações de tratamento de água. Destaca-se, aqui, as potencialidades da explicação que usa como ferramentas as noções de perspectiva e planos, ressaltado o papel, para a construção dessas noções, das análises de pinturas de Van Gogh, o que torna explícita a transferência de aprendizagem. O empenho das alunas quanto à integração de conhecimentos de diferentes áreas configura-se como uma forma de interdisciplinaridade, que passa despercebida pelas professoras das disciplinas envolvidas. Resta uma dúvida: embora, para os alunos, as aprendizagens sejam resultantes de interações entre as disciplinas, não fica claro em que medida os professores envolvidos nas atividades tomam conhecimento delas (no próprio momento que as atividades eram desenvolvidas ou só após a discussão entre os professores e pesquisadores sobre a situação).
No último capítulo, “Implicações para a prática docente”, são apresentadas, como sugere o título, algumas implicações para as práticas de um professor que pretenda promover a interdisciplinaridade.
Fazendo uma reflexão sobre a forma como a atividade interdisciplinar com a temática “água” foi desenvolvida, evidenciou-se que a participação dos alunos não se resumia à simples recepção e reprodução de métodos ou informações transmitidas pelos professores. Tal atividade possibilitou um relacionamento positivo com a matemática, tendo em vista que proporcionou a ampliação da participação dos alunos nas atividades, integrando-os às suas realidades pessoais.
O poder de ação do aluno quando participa de uma atividade interdisciplinar ganha força, uma vez que a matemática é utilizada para propor soluções alternativas, criar argumentos, desenvolver métodos, enfim, ampliar significados. A ampliação deste poder de ação resulta no desenvolvimento da capacidade dos alunos de transferir métodos, formas de participação, linguagens e aprendizagem de uma disciplina para outra. Esta mudança quanto ao poder de ação caracteriza a trabalho como uma atividade interdisciplinar, ou seja, os alunos são capazes de criar ou questionar métodos de solução de problemas, adotando ou adaptando aos métodos escolares usuais seus próprios métodos.
O texto não deixa dúvidas de que a forma de organização dos conteúdos conduziu a práticas que geraram um ambiente favorável à participação mais ativa dos alunos. Destacam-se, neste cenário, duas iniciativas que podem gerar condições para que ocorra a aprendizagem por meio de transferência e para que seja possível concretizar atividades interdisciplinares. São elas: organizar propostas de ensino de matemática articuladas com outras disciplinas, optando pela tematização, e utilizar situações problemas que possibilitem a tradução matemática escolar de situações do cotidiano. Porém, ao destacar o sucesso do trabalho não se pode deixar de considerar o objeto de estudo, que pode ser um limitador para o desenvolvimento da proposta.
Por fim, Tomaz e David trazem uma constatação pertinente e fundamental para um trabalho interdisciplinar – a necessidade e vitalidade da interlocução entre os professores das diversas disciplinas – que pode ser um caminho para o desenvolvimento de ações mais sistemáticas.
Daise Lago Pereira Souto – Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Estadual Paulista – UNESP/Rio Claro. Mestre em Ensino de Ciências no Domínio da Modelagem Matemática, UNIJUÍ (Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul). Professora da UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso), Faculdade de Ciências Exatas, Departamento de Matemática. E-mail: daiselago@gmail.com
[MLPDB]A gramática do tempo: para uma nova cultura política – SANTOS (RF)
SANTOS, Boaventura de Sousa. Uma nova teoria política crítica: reinventar o estado, a democracia e os direitos humanos. In: ______. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008. Resenha de: TENÓRIO, Camila Muritiba. Da inevitabilidade da crise da modernidade à criação de um novo contrato social. Revista FACED, Salvador, n.18, p.103-110, jul./dez. 2010.
Boaventura de Sousa Santos é doutor em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale e professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, na qual exerce também a função de diretor do Centro de Estudos Sociais e do Centro de Documentação 25 de Abril. O autor nasceu em Coimbra, em 1940, e possui hoje uma extensa bibliografia, composta de ensaios, artigos, livros e até mesmo poemas, que constituem embasamento para profissionais de diversas áreas. São algumas de suas obras mais importantes os livros Introdução a uma ciência pós-moderna, publicado em 1989; Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade, datado de 1994; e A gramática do tempo: para uma nova cultura política, de 2006, o qual constitui objeto deste estudo.
Neste volume da coleção Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a politica na transição para digmática, Santos discorre sobre o Estado moderno ocidental e a crise que sofre este contrato social que, ao mesmo tempo em que busca gerir as desigualdades e exclusões, é responsável por sua expansão. A obra A gramática do tempo: para uma nova cultura política observa o colapso da modernidade para o qual a única solução seria uma transformação social capaz de inventar uma nova democracia e, consequentemente, um novo modelo de Estado.
Na terceira parte da supracitada obra, o autor se ocupa de uma das contradições que caracterizam a sociedade moderna, isto é, a antinomia existente entre os princípios de emancipação – que correspondem à igualdade e à inclusão social – e os princípios de regulação – que se referem à desigualdade e à exclusão.
O sociólogo aborda as particularidades que envolvem os termos desigualdade e exclusão, cujo significado aparece de forma distinta conforme o momento histórico e a sociedade em que se desenvolve. Tanto a desigualdade como a exclusão são sistemas de pertença hierarquizada, mas enquanto na primeira a pertença se dá pela subordinação, na segunda ocorre pela não-pertença.
A desigualdade é um fenômeno socioeconômico assentado na integração social, de forma que os desiguais compreendem parte indispensável da sociedade, contudo ocupantes do setor mais baixo. Seu grande teorizador é Karl Marx, que enfatizou a desigualdade entre capital e trabalho. Já a exclusão tem sua base na segregação, configurando-se como fenômeno sociocultural profundamente desenvolvido por Michel Foucault. A estes sistemas de hierarquização somam-se o racismo e o sexismo, figuras híbridas que combinam desigualdade e exclusão.
A gestão controlada das desigualdades e da exclusão tem sua base ideológica no universalismo, seja pela homogeneização e consequente descaracterização das diferenças – universalismo antidi-ferencialista –, seja pela absolutização das diferenças, tornando-as incomparáveis – universalismo diferencialista.
Conforme Boaventura de Sousa Santos, esse tipo de gestão passou a ser, devido às pressões sociais, uma preocupação do Estado, cuja proposta, longe de buscar eliminar esses elementos, corresponde à manutenção da desigualdade dentro de níveis toleráveis, por meio de políticas sociais, e à relativização da exclusão, a partir da distinção entre as formas aceitáveis e aquelas não aceitáveis socialmente. O Estado Moderno vive, então, um modelo de regulação social que produz a desigualdade e a exclusão, mas procura mantê-las dentro de limites funcionais.
A aplicação desse formato de gestão ocorreu por intermédio da social-democracia e do Estado-Providência, isto é, pela própria negociação entre capital e trabalho, com o Estado promovendo o pleno emprego e uma política fiscal redistributiva.
O autor afirma a necessidade de se rever o modelo moderno de regulação social, já que o pilar “comunidade” parece ter sido olvidado. Há, assim, não dois, mas três pilares básicos: Estado, mercado e comunidade, estando os dois últimos compreendidos no que se intitula sociedade civil. É com base nesse terceiro pilar que se observará a reinvenção do Estado-Providência, de modo que as áreas sociais não regulamentadas pelo Estado não precisariam seguir uma lógica mercadológica, sendo organizadas por meio do elemento comunidade.
A intensificação do processo de globalização econômica e cultural tem acarretado alterações no sistema de desigualdade e exclusão. Economicamente, tem-se a revolução tecnológica que levou a um aumento do desemprego estrutural que, por sua vez, torna precária a integração hierarquizada garantida pelo trabalho, passando este a constituir mais um elemento de exclusão que de desigualdade. Por outro lado, culturalmente, o que se percebe é a eliminação das culturas locais por meio da imposição de uma cultura dominante, um modelo de massa e uma ideologia do consumo.
Se a globalização da economia ocasiona a mutação do sistema de desigualdade em sistema de exclusão, a globalização da cultura opera em sentido inverso, ocorrendo, assim, uma metamorfose no sistema de desigualdade e exclusão. Esta metamorfose, aliada a uma insuficiência de recursos para manter as políticas redistributivas, evidenciam uma crise no Estado Moderno. Diante deste contexto, o autor encontra na articulação entre as políticas de igualdade e de identidade uma orientação para a criação de novas formas democráticas multiculturais e consequente reinvenção do Estado.
O sociólogo pondera sobre o contrato social, o qual se funda na permanente tensão existente entre regulação e emancipação, isto é, entre o interesse público por um Estado capaz efetivamente de gerir a sociedade e o interesse particular por liberdade.
Percebe-se que o contrato social encontra-se embasado em três critérios de inclusão e exclusão: 1- inclui apenas o ser humano, excluindo a natureza; 2- inclui os cidadãos e exclui os não-cidadãos; 3- inclui o espaço público, excluindo a esfera privada. A gestão dessas tensões ocorre por meio dos princípios de interação – o regime geral de valores –, dos indicadores quantitativos, escalas e perspectivas – o sistema comum de medidas – e do espaço de deliberação nacional – o espaço tempo privilegiado.
O objetivo da contratualização é garantir a legitimação do governo, o bem-estar econômico e social, a segurança e a identidade cultural nacional. A persecução destas metas levou à politização do Estado, que vem expandindo a sua capacidade de regulação, e à socialização da economia por meio do reconhecimento da luta de classes, destacando-se neste processo a atuação dos sindicatos. Outra implicação da implementação do contrato social é a nacionalização da identidade cultural nacional, o que tem reforçado os critérios de exclusão e inclusão.
Hodiernamente, contudo, o contrato social está em crise, o que pode ser observado em seus pressupostos. O regime geral de valores não tem resistido à fragmentação da sociedade, de modo que grupos sociais distintos possuem significados distintos para os mesmos valores. O sistema comum de medidas encontra-se em momento de agitação, afetando a estabilidade das escalas.
O espaço-tempo nacional desaparece para dar lugar ao global e ao local. Essas mudanças evidenciam um aumento da exclusão e das desigualdades, afetando a estrutura moderna de Estado.
Boaventura de Sousa Santos afirma que o maior risco para a sociedade é a insurreição de um regime fascista, que pode assumir quatro diferentes formas: 1- apartheid social, isto é, uma divisão dentro das cidades entre zonas selvagens e zonas civilizadas; 2- fascismo paraestatal, em que atores sociais se sobrepõem ao Estado nas tarefas de coerção e regulação; 3- fascismo da insegurança, no qual há disseminação do medo e da ilusão de que apenas grupos privados podem propiciar a segurança que o Estado não é capaz de oferecer; 4- fascismo financeiro, em que os mercados financeiros passam a influenciar e regular outros setores da sociedade.
A necessidade de se evitar a iminente crise que o contrato social exige, consoante o sociólogo, que sejam obedecidos três princípios: pensamento alternativo de alternativas, ação-com-clinamen (ações rebeldes) e espaços-tempo de deliberação democrática.
Enfim, o autor discute a construção de um novo contrato social, com a reinvenção solidária e participativa do Estado. A transformação social possui dois paradigmas: a revolução e o reformismo. Enquanto este traz o Estado como agente capaz de solucionar os problemas da sociedade civil, aquele trata da necessidade de re¬forma no próprio Estado.
O paradigma do reformismo prevaleceu no sistema mundial com a criação do Estado-Providência, cuja atuação se desenrola seguindo estratégias de acumulação de capital, hegemonia e con¬fiança. Foi a partir da desarticulação das duas últimas estratégias e decorrente ascensão da estratégia de acumulação que, em 1980, começou a crise deste paradigma.
Após o reformismo, inaugurou-se a fase do Estado mínimo, em que o Estado era considerado irreformável e, portanto, deveria interferir o mínimo possível na sociedade civil, confirmando a ideologia neoliberalista. Somente com a superação desta fase foi possível assimilar a questão da reforma, disseminando o paradig¬ma da revolução. É neste ponto que Santos começa a pensar uma reinvenção que não observe a concepção dominante de Estado¬-empresário – que prega a privatização e a adoção dos critérios de produtividade importados da esfera privada na administração pública –, mas, sim, empregando a concepção de Estado-novíssimo¬-movimento-social.
A reinvenção do contrato social, assim, passa pela articulação do terceiro setor, o qual deve sofrer uma reforma simultânea com o Estado, em que sejam coordenadas a democracia representativa e a democracia participativa.
Neste contexto, torna-se essencial a redescoberta democrática do trabalho, com redução da jornada laboral, estabelecimento de padrões salariais mínimos, reforço na qualificação profissional e, finalmente, reinvenção do movimento sindical com participação direta dos trabalhadores.
A democratização do trabalho, a participação popular nas decisões de Estado, bem como a reconstrução dos direitos humanos e o reconhecimento da diferença são pontos chaves de discussão nesta obra, constituindo-se a base para a criação de um novo pacto social.
Diante dos argumentos expostos por Boaventura de Sousa San¬tos, percebe-se que o autor, partindo da noção de contrato social, trata da tensão existente entre regulação social e emancipação social. Esta parece ser uma questão recorrente sempre que se discute a contratualização, com a irreversível transição do homem do estado de natureza para o estado civilizado.
Jean Jacques Rousseau (1712 – 1778) já discorria sobre a dificuldade de se manter a liberdade individual, direito natural do homem, apesar da necessária sujeição à vontade do Estado.
O problema, então, seria “trouver une forme d’association qui défende et protège de toute da force commune la personne et les biens de chaque associé, et par laquelle chacun s’unissant à tous n’obéisse pourtant qu’a lui-même et reste aussi libre qu’auparavant1”. (ROUSSEAU, 1978, p.178) A solução seria a contratação de um pacto não orientado pela violência e coerção, mas sim pela vontade geral, de forma que cada constituísse parte indissociável do Estado, de forma que a obediência a este não fosse mais que a obediência à própria vontade.
O pacto social rousseauniano funda-se, destarte, no conceito de vontade geral, isto é, na noção de comunidade. Santos recupera a ideia de comunidade do contratualista, identificando-a como um novo pilar que representa, junto ao Estado e ao mercado, a tríade que sustenta o contrato social. A ação da comunidade desenvolveria uma democracia participativa e retiraria do mercado a regulação das áreas sociais privatizadas.
A comunidade em Santos representa o terceiro setor privado e não fundamentado na lógica mercadológica. A inclusão deste terceiro pilar na modernidade levaria à criação de um novo modelo de regulação, no qual, por meio da luta social, seria alcançado um equilíbrio entre regulação e emancipação, tal como apresentado no séc. XVIII por Rousseau.
Conquanto Boaventura de Sousa Santos desenvolva seus argumentos com base no conceito de comunidade fundado por Rousseau, suas ideias são bastante atuais e inovadoras, já que evidenciam a crise do Estado moderno e sugerem uma reforma que validaria um modelo contemporâneo de regulação social.
Neste sentido, observam-se ainda as discussões desenvolvidas por autores como Wampler e Avritzer (2004), que também buscam, por meio da participação e deliberação pública, uma mudança social substancial que possa impulsionar a democracia. Afirma-se a importância da sociedade civil no processo de decisões, especialmente do envolvimento da comunidade.
A diferença basilar na obra de Santos, quando comparada à de Wampler e Avritzer (2004) reside no fato de que, enquanto estes mostram-se confiantes no modelo de participação adotado hoje no Brasil, aquele não percebe ainda alterações significativas no Estado atual, que ainda vive a crise em seu modelo de regulação. As perspectivas de Santos, entretanto, são positivas – embora um tanto utópicas, como designadas pelo próprio autor – quanto à possibilidade real de reforma social e política do Estado.
A importância do consenso para garantir a legitimidade de um Estado é ressaltada por Carlos Nelson Coutinho (1995), trazendo novamente a ideia aristotélica de interesse comum em oposição à visão liberal de John Locke de que o bom governo é aquele que assegura os interesses e direitos individuais. As exclusões e desigual¬ades constantemente evidenciadas na modernidade por Santos representam a marca do séc. XIX, na vigência do Estado Liberal.
Contrariando as afirmações de Santos, Coutinho (1995) não acredita na reforma do Estado sob a égide do capitalismo, já que este modo de produção não se coaduna com a plena cidadania política e social, que apontaria para a instauração do socialismo.
Os dois autores, todavia, reconhecem que se está diante de uma crise que exige um reordenamento da sociedade, mas diferem quanto ao meio que deve ser empregado para solucioná-la.
Santos não adota uma abordagem institucionalista, pois afirma ser imperativa a atuação da comunidade na regulação do Estado, contudo, defende posicionamentos que remetem ao institucionalismo de Marta Arretche (2007) quando afirma que a criação do terceiro setor, ao qual se atribui a tarefa de democratizar o Estado, depende da promoção de políticas estatais. Arretche (2007) destaca a importância de se estudar as instituições políticas, já que elas têm o condão de influenciar no comportamento dos atores políticos, e, como resultado, podem garantir a representatividade, a estabilidade e a democracia.
É o Estado que deve tomar a iniciativa, por meio de suas políticas, para desenvolver um terceiro setor forte. No entanto, é a partir da colaboração entre comunidade e Estado que se garante a natureza democrática dessas políticas públicas. A resposta, en¬tão, não estaria numa visão institucionalista, nem numa teoria da sociedade civil, mas naquilo que os autores Wampler e Avritzer (2004) denominam de públicos participativos, isto é, uma esfera de deliberação que surge da conexão entre Estado e sociedade.
Poder e comunidade apresentam-se, segundo Francis Wolff (2003), como as duas instâncias da política, remetendo mais uma vez à tensão entre regulação e emancipação que está no centro das discussões em Santos. Ao mesmo tempo em que o homem busca a vida em sociedade para garantir a igualdade, a liberdade e a paz, ele precisa de um poder central – o Estado – para regular e agir coercitivamente sobre esta mesma sociedade. Mais uma vez depara-se com a crise do contrato social e a emergência do contrato rousseauniano como resposta a essas tensões.
Boaventura de Sousa Santos revela que a solução para a crise da modernidade estaria, então, na criação de um novo pacto social que pudesse equilibrar as tensões entre regulação e emancipação, o que somente pode ser logrado a partir do fortalecimento do terceiro setor e democratização do Estado, unindo sociedade civil e sociedade política, comunidade e Estado.
Notas
1 Tradução da autora: encontrar uma forma de associação que defende e protege de todas as forças comuns a personalidade e os bens de cada associado, e pela qual cada um, unindo-se a todos, não obedeça, entretanto, a ninguém outro que a si mesmo e permaneça tão livre quanto antes.
Referências
ARRETCHE, Marta. A agenda institucional. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 22, n. 64, jun. 2007.
COUTINHO, Carlos Nelson. Representação de interesses, formulação de políticas e hegemonia. In : TEIXEIRA, Sonia (Org.). Reforma sanitária: em busca de uma teoria. São Paulo: Cortez, 1995. p. 47-60.
ROUSSEAU, Jean Jacques. Du contrat social. Paris: Librairie Générale Française, 1978.
WAMPLER, Brian; AVRITZER, Leonardo. Públicos participativos: sociedade civil e novas instituições no Brasil democrático. In: COELHO, Vera; NOBRE, Marcos (Org.). Participação de deliberação: teoria democrática e experiências institucionais no Brasil contemporâneo. São Paulo: Editora 34, 2004. p. 210-238.
WOLFF, Francis. A invenção da política. In: NOVAES, Adauto (Org.). A crise do Estado-Nação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 23-54.
Camila Muritiba Tenório – Analista judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região. Email:camilamtenorio@hotmail.com
The case for books: past, present and future – DARNTON (RBH)
DARNTON, Robert. The case for books: past, present and future. New York: Public Affairs, 2009. 240p. Resenha de: ARAÚJO, André de Melo. Revista Brasileira de História. São Paulo, v.30, n.59, jun. 2010.
Com base nas correspondências trocadas entre editores, filósofos escritores e livreiros, como também nos contratos de concessão de direitos de impressão e comercialização da Encyclopédie, Robert Darnton identifica, em O Iluminismo como negócio (1979), conflitos editoriais e manobras lucrativas no mercado da cultura letrada setecentista. Trinta anos após a primeira edição desse estudo, e ainda tendo em vista os mecanismos de controle da produção e circulação do conhecimento impresso, Darnton apresenta em The case for books (2009) divergências desafiadoras e identidades lúcidas entre os (quase) dois séculos e meio que separam a França pré-revolucionária do final da primeira década do século XXI.
A identidade temática entre as duas obras se mostra presente já na recomposição atual da frase de abertura do texto de 1979. Em O Iluminismo como negócio Darnton expõe o resultado de suas pesquisas como “a book about a book”. Em The case for books, o historiador reexplora sua fórmula consagrada ao publicar um livro sobre livros: “this is a book about books” (p.vii). No plural, o autor inscreve a primeira situação divergente. Em 1979, Darnton estuda a história da publicação de um único livro, a Encyclopédie. Trinta anos depois, e já com a experiência de pouco mais de dois anos como diretor da rede de bibliotecas da Universidade Harvard, Darnton identifica no cargo que assumiu em junho de 2007 “uma oportunidade para fazer alguma coisa sobre as questões que … havia estudado como fenômeno histórico” (p.ix).1
E tais questões eram prementes: “assim que me transferi para o novo escritório, descobri que a Biblioteca de Harvard estava envolvida em conversas secretas com o Google sobre um projeto que tirou meu fôlego”, relata Darnton. “O Google planejava digitalizar milhões de livros, começando com o acervo de Harvard e de mais outras três bibliotecas universitárias, e comercializar as cópias digitais…” (p.ix). O projeto de comercialização de milhões de livros em formato digital faz o historiador relembrar os traités que lera ao estudar o grande negócio do Iluminismo e identificar a forma necessariamente plural do seu novo ponto de partida. Com base no grande volume de livros já digitalizados, Darnton resolve refletir principalmente sobre o papel das bibliotecas de pesquisa e seus possíveis caminhos na era do conhecimento armazenado em memórias de silício.
The case for books é uma coletânea de onze textos, publicados entre 1982 e 2009, dividida em três partes editadas nesta ordem: futuro, presente e passado. No título do livro, Darnton não só sugere a forma tradicional de se armazenar livros em uma estante – a book case -, como também faz ecoar por meio da assonância entre os termos four [quatro] e for [para] o núcleo da fantasia futurística de Louis Sébastien Mercier, conhecida desde 1771 e segundo a qual o volumoso conhecimento impresso seria coisa do passado. A verdade do futuro caberia em quatro estantes, “into the four bookcases” (p.44). Assim, Darnton parte do futuro do passado para fazer um alerta quanto ao presente do futuro: “Nós poderíamos ter criado uma Biblioteca Nacional digital – o equivalente, no século XXI, à Biblioteca de Alexandria. Já é tarde. Não somente fracassamos em conceber tal possibilidade, quanto, o que é pior, estamos permitindo que uma questão de política pública – o controle do acesso à informação – seja determinada por processo judicial de caráter privado [private lawsuit]” (p.17). Aqui resumo três preocupações centrais de Darnton quanto ao futuro.
1) Ao estudar a cultura letrada do século XVIII, o historiador localizava, a partir do caso francês, um projeto de abertura e divulgação do conhecimento que era, em princípio, universalista. No entanto, o projeto iluminista restringia paradoxalmente o seu universalismo à população economicamente favorecida. O primeiro alerta de Darnton quanto ao futuro diz respeito ao acesso pago às redes de conhecimento, controladas, por sua vez, por um monopólio privado. É certo que Darnton fala tanto do Google quanto de projetos de digitalização de acervos com bastante entusiasmo. Sua preocupação recai, no entanto, sobre o que ele chama de “tendências monopolistas” (p.33).
2) O autor insiste na presença mais ativa das instituições públicas nas decisões políticas de acesso ao conhecimento: “Sim, temos que digitalizar. Mas mais importante: temos que democratizar. Temos de abrir acesso à nossa herança cultural. Como? Reescrevendo as regras do jogo, subordinando interesses privados ao bem público…” (p.13). Desse modo, Darnton propõe a união das bibliotecas no futuro em nome do projeto de uma grande biblioteca pública digital (p.57): “Abertura, livre acesso [openness], é o princípio-guia que procuraremos seguir para adaptar as bibliotecas às condições do século XXI” (p.50).
3) Ao enfatizar o alto preço que as bibliotecas hoje já pagam para manter em dia seus acervos com periódicos, Darnton se preocupa com o comprometimento do orçamento das bibliotecas de pesquisa com as altas taxas de acesso aos acervos digitais, baseados originalmente em acervos públicos. Como consequência, as bibliotecas do futuro teriam de adquirir menos livros (p.18-19)!
Dessas três preocupações centrais decorrem ainda outros problemas estruturais. A instabilidade da informação, tal como Darnton a define (p.23), requer a possibilidade de exploração das mínimas variações no mundo das ideias: várias cópias de um mesmo título – algo que se pode deixar de lado para que o mundo digital se resuma em quatro estantes – podem apresentar dissonâncias reveladoras da cultura letrada (p.29-31). Historiador de profissão, o novo bibliotecário desconfia da eficácia do sistema de preservação de acervos digitais: a materialidade temporária – ou quase “imaterialidade” – dos livros nascidos em formato digital pode se dissipar no espaço cibernético (p.37). Darnton ainda amplia o alerta ao mencionar a fragilidade do registro das comunicações no mundo contemporâneo (p.53). Sua tônica incide principalmente sobre a necessidade de discutir as políticas públicas de preservação de acervos e de controle dos canais de divulgação do conhecimento. E esse é o motivo pelo qual a responsabilidade das bibliotecas aumenta na era digital, não apenas por terem em vista o ideal de livre acesso a fontes de pesquisa, mas também por se verem responsáveis por preservar o passado do futuro. O pressuposto de todo historiador é bem conhecido: se o presente não deixar rastros para o futuro, ele jamais poderá ser passado.
Algumas das preocupações de Darnton quanto ao futuro se repetem na segunda parte do texto, ou seja, no presente. As repetições dos argumentos, quando não dos próprios exemplos, marcam a leitura dessa coletânea de textos em que se procura destruir o mito de que o futuro eletrônico coloca em risco a tradição dos livros impressos (p.67). De forma a explorar a convivência da tinta sobre papel com as tecnologias da informação eletrônica no mundo contemporâneo (p.77), The case for books foi lançado simultaneamente tanto como livro eletrônico (e-book), quanto no formato tradicional do códice impresso.
No último capítulo, ou seja, na parte que diz respeito mais diretamente ao passado, Darnton reedita seu estudo clássico de 1982 sobre a história dos livros, já disponível ao público brasileiro há duas décadas em O beijo de Lamourette. Nesse texto, discute como as formas de transporte e de comunicação influenciaram decisivamente a história da literatura (p.199). Ao revisar recentemente o artigo de 1982, Darnton insiste no caráter material do objeto chamado livro,2 e tal insistência se faz mais uma vez presente em The case for books. Familiarizado com o mundo em que as notícias se viam atreladas à forma em papel (p.109), Darnton aponta a importância para o historiador do contato material com as suas fontes de pesquisa: a cor, o tamanho das páginas (p.125), até mesmo a experiência de passá-las uma a uma fazem parte do estudo das práticas de leitura.
E como Darnton insiste em buscar uma saída conciliatória entre a forma impressa e a forma eletrônica para o passado, para o presente e para o futuro dos livros – ao dar provas de que o historiador não se ocupa apenas do passado -, também prefiro aqui esboçar um caminho conciliador das duas atividades profissionais de Robert Darnton, historiador do Iluminismo francês e diretor da rede de bibliotecas da Universidade Harvard. Parto do núcleo deflagrador das divergências – entre o passado e o futuro – que desafiam o presente e a partir do qual Darnton procura com lucidez indicar, em The case for books, algumas identidades.
O projeto de digitalização – e comercialização – de milhões de livros, tal como Darnton o descobriu em seu novo escritório em Harvard, relembra o modelo econômico e epistemológico de filiação iluminista, para o qual The case for books oferece uma resposta cética e um desafio. No plano epistemológico, o modelo das Luzes procura ordenar e encadear o conhecimento dos homens – tal como D’Alembert propunha no discurso preliminar da Encyclopédie, em 1751 – ou ainda reunir o conhecimento disseminado na face da Terra, como Diderot sugere no quinto tomo da mesma obra. Aqui atua o ceticismo de Darnton, ao apontar lacunas e fragilidades em projetos de caráter supostamente totalizante. No caso dos acervos digitais, páginas incompletas e ausência potencial de variantes são índices claros de tal fragilidade.
Do ponto de vista econômico, a promessa de acesso a volumes compactos da cultura escrita mais uma vez se mostra como um grande negócio. Mas eis que o desafio proposto por Darnton procura renovar, no século XXI, os termos da utopia setecentista, segundo a qual uma grande biblioteca pública digital asseguraria o acesso universal ao conhecimento. Ou seja, se por um lado as reflexões publicadas em The case for books ensaiam a crítica ao projeto das Luzes, ao identificar com lucidez semelhanças entre os interesses de mercado dos grandes negócios do passado e do futuro, bem como entre as formas de privilégio de acesso à cultura escrita, por outro, Darnton procura ampliar o mesmo projeto que havia estudado como fenômeno histórico, na medida em que aposta na redefinição dos mecanismos de acesso universal ao conhecimento letrado. Em The case for books, o futuro do presente é uma aposta ao fracasso do universalismo do passado.
Notas
1 As traduções do texto de Robert Darnton foram feitas pelo autor da resenha, o qual agradece ao prof. dr. Luiz Sávio de Almeida a leitura crítica de todo este texto.
2 Cf. DARNTON, Robert. “What is the history of books?” Revisited. Modern Intellectual History , Cambridge: Cambridge University Press, v.4, Issue 3, p.495-508, 2007. [ Links ]
André de Melo Araújo – Kulturwissenschaftliches Institut Essen (KWI). Institute for Advanced Study in the Humanities, Goethestr. 3145128 Essen Germany. E-mail: andre_meloaraujo@yahoo.com.br.
[IF]Homo Zappiens: educando na era digital – VEEN; VRAKKING (C)
VEEN, W.; VRAKKING, B. Homo Zappiens: educando na era digital. Trad. de Vinícius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2009. Resenha de: PETARNELLA, Leandro; GARCIA, Eduardo de Campos. Conjectura, Caxias do Sul, v. 15, n. 2, p. 175-179, Maio/Ago, 2010.
A sociedade está em permanente metamorfose. Na atualidade, a força motriz das transformações sociais são as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Por consequência, educar crianças que se desenvolvem em uma sociedade alicerçada nessas novas tecnologias se torna uma tarefa tão difícil quanto arriscada, uma vez que essas enfrentam dificuldades em se ajustar ao sistema educacional atual, dadas suas íntimas relações com a tecnologia.
Partindo das considerações acima, Wim Veen e Ben Vrakking tecem no livro Homo Zappiens: educando na era digital, suas reflexões sobre um tema atual e polêmico: o papel da escola e da educação em uma sociedade tecnológica. Reflexões essas delineadas em 137 páginas, divididas em seis capítulos: “Tempos de Mudança” como primeiro capítulo; “Conhecendo o Homo Zappiens” como segundo capítulo; “Entendendo o caos” apresentando o terceiro capítulo e como quarto capítulo “Aprendendo de maneira divertida”. “Parando a montanha russa” (5º capítulo), antecede o sexto e último capítulo “O que as escolas poderiam fazer”.
No primeiro capítulo “Tempos de mudança”, os autores discorrem sobre alguns momentos nos quais a sociedade se viu diante do terror do bug do milênio, apresentando de forma fácil a necessidade de um novo saber sobre o velho conhecimento, para que se resolvam os problemas tecnológicos atuais. Segundo os autores, o bug do milênio levou o homem a refletir sobre sua consonância vivencial com a tecnologia, em vista de que a mesma se tornou uníssona em seu cotidiano juntamente com suas responsabilidades vitais. Por meio dessa necessidade, pode-se entender por que os autores denominaram a nova geração como Homo Zappiens.
Para exemplificar a denominação e levar o leitor à reflexão, os autores propõem uma narrativa ficcional, cuja personagem é nominada como Jack. A figura dramática de Jack, ambientalizada numa situação cotidiana, se vê num cenário tecnológico cujos objetos que o circundam conduzem sua vida. Nesse cenário, encontram-se aparelhos que se tornaram íntimos demais para nos desvencilharmos de seus objetivos, ou seja, aquilo que há três mil anos era algo impulsionado pelo músculo-força-cinética hoje é tecno-mecânica-elétrica.
Por meio de Jack podemos perceber que, com o desenvolvimento tecnológico, aquilo que no passado era usufruto de alguns, hoje se massifica transcendendo fronteiras, tempo e espaço. Os autores exemplificam essa facilidade de comunicação colocando Jack numa situação corriqueira: A personagem Jack encontra-se atrasada para o trabalho e parada no trânsito, a metros de distância de seu local de trabalho. Jack, então, se comunica por meio de um celular com sua secretária e, logo em seguida, atende um cliente, tudo isso por meio de um click.
Não é só o click que nos leva às facilidades na comunicação, mas tudo o que nos cerca: televisão, rádio, computador, etc. O fato é que não basta reconhecer que a tecnologia facilita o cotidiano do homem, mas que essa tecnologia, como parte da vida do homem, faz desse homem mais homem na representação social; melhor dizendo, um homem mais sábio, atualizado, antenado, zap. Em outras palavras: a tecnologia que se apresenta é parte da personalidade, de uma essência humana tecnológica, pois o homem contagia-se e se torna complacente com a tecnologia, passando, com o uso dela, a administrar seu “eu”. Desse modo, o tempo passa a ser um estimado bem, que iminencia um tempo em que viver os segundos e produzir nos segundos faz a diferença. Nessa perspectiva, o tempo deve ser administrado de forma orbital e tecnológico, pois, no labore, a postura perante qualquer equipe de trabalho deverá desenvolver e reconhecer o capital humano como meio para se dilatarem as possibilidades de crescimento. O Homo Zappiens se revela como um ser tecnologizado, cujo cotidiano faz dele alguém renovável, flexível como os autores tratam no capítulo seguinte.
No segundo capítulo “Conhecendo o Homo Zappiens”, os autores explanam sobre o comportamento das crianças que representam esses sujeitos, cujo cognitivo é delineado pelas tecnologias e suas convergências. O Homo Zappiens, sendo sujeito hodierno, age de forma dispersa ao olhar dos educadores, que, porém são, na verdade, multifuncionais, o que os leva a observar de forma rápida alguns diferentes meios tecnológicos, tais como, o celular, o MSN, a televisão, o rádio, etc. Nesse aspecto, as gerações tecnologizadas se concebem como a geração de rede, a geração digital, a geração instantânea e, entre tantas outras nominações, a cibergeração. Nessa perspectiva, os Homo Zappiens, por meio de um click, acessam e navegam instantaneamente em qualquer lugar e em qualquer tempo e, nesse navegar, plugam-se em jogos interativos, salas de bate-papo, ciberencontros, etc.
A diferença entre o Homo Zappiens e as outras gerações, segundo os autores, é concebida por meio do modo como ambos se relacionam com as tecnologias: os Homo Zappiens se tornam íntimos da tecnologia, porque aprendem numa relação de intimidade que se contextualiza pela prática e pela experimentação da tecnologia, enquanto as outras gerações se submetem às instruções para depois efetuar operações tecnológicas. Desse modo, as novas gerações têm um desenvolvimento tecnocognitivo enquanto às outras gerações, o real se baseia na instrução para a aprendizagem.
Dando continuidade a ideia de Homo Zappiens, o terceiro capítulo: “Entendendo o caos”, aborda a forma como as crianças da atual geração se familiarizam com a tecnologia. Sendo essa facilmente utilizada no cotidiano dos indivíduos, os Homo Zappiens visualizam na tecnologia uma possibilidade de socialização, o que ocorre por meio de jogos de LAN e mensagens instantâneas, ou seja, aquilo que para muitos (de gerações passadas) pode ser considerado um caos. Para os autores é o desenvolvimento da habilidade icônica, a de tarefas múltiplas, de zapear e a de colaboração que diferencia o Homo Zappiens dos demais sujeitos de gerações passadas. Entendamos por meio da ideia dos autores que, enquanto as gerações passadas assistiam a filmes observando a história e a interpretação, os Homo Zappiens decifram e compreendem como cada cena foi elaborada. Decifrar a tecnologia empregada é o grande desafio da tecnogeração, isto é, para ela construir o conhecimento. O mesmo ocorre, por exemplo, com o processo de leitura, cujos olhos atentos aos vários ícones nas páginas da NET saciam a ânsia de aprender desses indivíduos, pensadores digitais.
Avançando o pensar, no quarto capítulo: “Aprendendo de maneira divertida”, os autores apresentam o homem como alguém que entende o aprender e o concebe por meio de uma verossimilhança entre o jogar. A interação virtual ou real tem como essência a potencialidade investigativa. Assim, para os autores, aprender é a capacidade de observar o meio e seu entorno, é adaptar-se às transformações ocorridas, é retransformá-lo. Desse modo, o Homo Zappiens vê e vive a interação por meio do contato e do convívio com a tecnologia-interativa ou a interação-sócio-humana. Mesmo porque o novo nada mais é que velhos processos reprojetados por novos meios, novas ferramentas.
Diante do contexto até aqui apresentado, os autores referem que o processo de aprender pode advir de duas concepções: a primeira proposta parte do senso comum e concebe a aprendizagem como um processo permanente no cotidiano de cada indivíduo; a segunda propõe que a aprendizagem se efetive por meio de níveis e que nem sempre a experiência evidencia aprendizagem. O Homo Zappiens aprende de forma que sua autonomia se evidencie, inclusive, por meio da escolha daquilo que se quer aprender e como se quer aprender. Nesse aspecto, podemos considerar que a nova geração fica atenta ao que aprende, por que aprende e, principalmente, como aprende, sendo essa forma a força motivadora da conduta dos Homo Zappiens, conforme relatam os autores no quinto capítulo Parando a montanha russa.
No sexto e último capítulo: “O que as escolas poderiam fazer”, os autores propõem que a escola, sendo meio para sistematização da educação e da aprendizagem, deve atender aos interesses e às necessidades da sociedade, entre esses: a necessidade de acompanhar ou preconizar as tecnologias inerentes aos avanços da sociedade. Partindo dessa concepção de escola, os autores propõem uma leitura da metodologia utilizada na educação atual, meio de poder que linearmente se desenvolve para que as pessoas se tornem emergentes, o que denota transformar-se de dominado em dominante. Assim, se concebe a escola como um espaço que se apropria das tecnologias e evolui para que essas estejam a serviço da emancipação do homem como sujeito autônomo, que se permite experimentar o novo a todo instante.
Nessa proposta de cenários educacionais, os autores propõem uma reflexão sobre quatro eixos cênicos: inovação, marketing, perseverança e melhoria o que implica uma maior liberdade de escolha no trajeto educacional de cada indivíduo. Os respectivos eixos devem ser construídos por meio de um novo design pedagógico, cujos professores devem ficar atentos aos desafios do novo a todo instante, sendo esse novo não só conhecer as novas tecnologias, mas dar espaço às novas atitudes educacionais, dentre elas, a atitude de confiar nos alunos no que tange ao fazer, ao querer e ao cumprir com liberdade, tendo como vértebra educacional o talento e a habilidade do Homo Zappiens, de estar imerso naquilo que faz, quando se apaixona pelo que faz. Desse modo, a organização e a formatação das avaliações devem, também, se modificar para dar espaço a mudanças significativas, mudando matérias em temas, avaliações em desafios, escrita em imagens…
Transformando as reflexões em um tecido orgânico, no comentário final, os autores propõem uma reflexão sobre os assuntos abordados, não esperando que o leitor aceite passivamente as ideias explicitadas no livro, ao contrário, recorrem sabiamente a todo critério de liberdade apresentado no decorrer do livro Homo Zappiens: educando na era digital, para concluir que, enquanto a geração Homo Zappiens for julgada por meio dos velhos paradigmas, nunca compreenderemos como essa geração brinca e se comunica, o que, na verdade, representa uma fonte de informações para que possamos lidar com nosso futuro digital e criativo.
Referências
VEEN, W.; VRAKKING, B. Homo Zappiens: educando na era digital. Trad. de Vinícius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2009. 141 p.
Leandro Petarnella – Professor na Universidade Nove de Julho (Uninove/SP). Mestre. Doutorando em Educação pela Universidade de Sorocaba (Uniso/SP) e em Administração pela Uninove/SP. Desenvolve pesquisas relacionadas à tecnologia e ao cotidiano escolar. E-mail: Leandro_66@hotmail.com
Eduardo de Campos Garcia – Professor na Universidade Nove de Julho (Uninove/SP). Mestrando em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo. Especialista em Magistério do Ensino Superior pela PUCSP. E-mail: prof.eduardocg@bol.com.br
Pesquisando fundamentos para novas práticas na educação online – MORAES et al (C)
MORAES, M. C.; PESCE, L.; BRUNO, A. R. (Org.). Pesquisando fundamentos para novas práticas na educação online. São Paulo: RG, 2008. 149 p. Resenha de: ROSA, Marcelo Prado Amaral. Conjectura, Caxias do Sul, v. 15, n. 2, p. 181-189, maio/ago. 2010.
O tema central do livro, Pesquisando fundamentos para novas práticas na educação online, é dirigido às considerações teórico-metodológicas, às abordagens educacionais e aos fundamentos epistemológicos que estão ocultos nas atuais práticas em educação online e tem como público-alvo os profissionais que estão de alguma forma relacionados à educação online na contemporaneidade.
A referida obra foi organizada por três autoras: Maria Cândida Borges de Moraes, Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Atualmente é professora no Programa de Pós- Graduação em Educação na Universidade Católica de Brasília e pesquisadora do Grupo Internacional Consolidado de Pesquisa (Giad) da Universidade de Barcelona, Espanha. Tem experiência na área de educação, com ênfase em fundamentos da educação, Educação a Distância, atuando, principalmente, nos seguintes temas: epistemologia, didática, paradigma, complexidade, transdisciplinaridade, informática na educação e Educação a Distância (EAD). É autora e/ou coautora de outras 22 obras, sendo algumas dessas: i) Complexidade e transdisciplinaridade em educação: teoria e prática docente (2010); ii) Como pesquisar em educação a partir da complexidade e da transdiciplinaridade? (2008); iii) Ecologia de los saberes: una comunidad de conocimiento para una nueva conciencia (2008); iv) Pensamento eco-sistêmico (2008). Nessa obra, analisa as recomendações do documento do ForGRAD – Fórum de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras sobre políticas e diretrizes em EAD, destacando a necessidade de uma reconfiguração do cenário epistemológico dos ambientes digitais de aprendizagem; Lucila Maria Pesce de Oliveira (Lucila Pesce) é Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) e Pós- Doutora em Filosofia e História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professora adjunta nível I na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Tem pesquisado temas como: aprendizagem em ambientes digitais, formação de educadores em ambientes digitais, educação em saúde mediada por computador.
Publicou outros dois livros: i) Educação on-line: cenário, formação e questões didático-metodológicas (2010); ii) Formação on-line de educadores: identidade em construção (2009). Nessa obra, a autora promove uma reflexão sobre as possibilidades de se efetivar a avaliação formativa nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs); e Adriana Rocha Bruno é Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Professora adjunta na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Atua principalmente nos temas: educação online, didática e didática online, aprendizagem de adultos em ambientes digitais, formação de educadores, neurociência e neuropsicologia, linguagem emocional e educação e tecnologias. Publicou em 2009, Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA): a prática com Moodle. Nessa obra, a autora anuncia a mediação partilhada e a interação digital, tecidas pela linguagem emocional, em ambientes de aprendizagem online como possibilidade para transformar a prática pedagógica em uma aprendizagem integradora.
A obra em questão está composta por elementos pré-textuais e textuais. Os primeiros são: capa, ficha catalográfica, dedicatória, epígrafe, prefácio, apresentação e sumário. Os segundos são compostos por seis capítulos escritos por seis diferentes autores; cada um dos capítulos apresenta subdivisões internas: i) Educação a Distância e a ressignificação dos paradigmas educacionais: fundamentos teóricos e epistemológicos: i.i) resumo; i.ii) introdução; i.iii) análise contextual da problemática educacional; i.iv) visão ecológica e sistêmica da realidade; i.v) ambiente digital de aprendizagem sob enfoque ecossistêmico; i.vi) reconfigurando o cenário epistemológico da EAD; i.vii) pressupostos teóricos e epistemológicos norteadores das ações de educação a distância; i.viii) princípios norteadores das ações em EAD; i.ix) considerações finais; i.x) referências bibliográficas; (Maria Cândida Moraes); ii) Avaliação formativa: desafio aos processos de formação veiculados nos ambientes virtuais de aprendizagem: ii.i) resumo; ii.ii) introdução; ii.iii) avaliação da aprendizagem e as distintas concepções educacionais; ii.iv) Avaliação formativa: primeiras aproximações; ii.v) avaliação nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem: apontamentos iniciais; ii.vi) considerações finais; ii.vii) referências; (Lucila Pesce); iii) Mediação partilhada e interação digital: tecendo a transformação do educador em ambientes de aprendizagem on-line, pela linguagem emocional; iii.i) resumo; iii.ii) introdução; iii.iii) mediação pedagógica e interação digital; iii.iv) a mediação partilhada; iii.v) a mediação partilhada em ambientes de aprendizagem on-line; iii.vi) a linguagem emocional como “tom” da mediação partilhada; iii.vii) considerações finais; iii.viii) referências bibliográficas; (Adriana Rocha Bruno); iv) Planejamento em ação e sistemas sociais humanos: expressões do cuidado em educação on-line: iv.i) resumo; iv.ii) introdução; iv.iii) os alunos: seres vivos, seres humanos; iv.iv) o cuidado: identificando e respeitando diferentes estruturas; iv.v) o grupo: sistemas sociais humanos; iv.vi) o planejamento e a formação de sistemas sociais; iv.vii) o cuidado: identificando emergências; iv.viii) conclusão: o cuidado para não fechar… idéias; iv.ix) referências bibliográficas; (Rosamaria de Medeiros Arnt); v) Ambientes virtuais de aprendizagem: os velhos problemas dos ambientes presenciais?; v.i) resumo; v.ii) introdução; v.iii) ambientes de aprendizagem: algumas considerações; v.iv) conclusão; v.v) referências bibliográficas; (Duglas Wekerlin Filho); vi) Sentipensar, tecnologias e mídias digitais: possíveis interfaces do pensamento transdisciplinar no trabalho docente em ambiente virtual de aprendizagem: vi.i) resumo; vi.ii) introdução; vi.iii) objetivos; vi.iv) metodologia; vi.v) componentes teóricos de apoio à pesquisa; vi.vi) análise dos dados obtidos no campo de pesquisa: um olhar inicial; vi.vii) considerações finais; vi.viii) referências bibliográficas; (Acássia Araújo Barreto). A obra completa apresenta 149 páginas.
No capítulo “Educação a Distância e a ressignificação dos paradigmas educacionais: fundamentos teóricos e epistemológicos”, o objetivo principal é analisar as recomendações estabelecidas no documento apresentado no Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras (ForGRAD), em setembro de 2002. De forma introdutória, a autora destaca a potencialidade da Educação a Distância (EAD) para a democratização do acesso à educação, frisando que a mesma não deve ser vista como a redentora dos problemas educacionais nacionais.
Ainda: observa que a política estabelecida no ForGRAD é de apontamento e não de operacionalização da EAD. Na subdivisão i.iii, a autora destaca duas realidades que a sociedade vive na contemporaneidade, em virtude da globalização: a expansão tecnológica e a expansão da pobreza. Como consequência dessas duas realidades, a crise nos fundamentos do conhecimento reflete-se no sistema educacional. Salienta o despreparo dos atores educacionais para atuarem em um mundo que funciona em rede. Ao fim dessa subdivisão, evidencia a importância da EAD pela possibilidade de vir a colaborar para a ressignificação dos paradigmas educacionais em voga. Na subdivisão capitular seguinte, i.iv, a autora destaca que, em função do funcionamento do mundo (sistêmico-organizacional), existe a necessidade de revisão dos paradigmas educacionais. Ressignificar tais paradigmas, partindo da visão ecossistêmica, significa compreender a relação indissociável entre indivíduo e contexto, pois a aprendizagem é fruto de uma cooperação global que envolve todo o organismo. Na subdivisão capitular que segue, i.v, a autora define e diferencia, superficialmente, ambientes digitais de aprendizagem construcionistas e instrucionistas. Na i.vi, é explicitado que ressignificar os paradigmas educacionais implica escolha de princípios e teorias que sejam capazes de fundamentar e organizar o conhecimento a ser construído no ambientes de aprendizagem, conhecimento esse amparado por um novo paradigma (ecossistêmico); a partir desse novo paradigma, é possível desenvolver uma nova práxis cognitiva/emocional.
Na i.vii, são apresentados pela autora seis desdobramentos provenientes dos pressupostos norteadores das propostas em EAD e que foram indicados no documento ForGRAD, tendo como referência o livro Paradigma educacional emergente (1997). Na i.viii, a autora traz sete princípios norteadores das atividades em EAD de acordo com o documento Forgrad: autonomia, pesquisa, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, relação teoria e prática, trabalho colaborativo, dialogicidade e construcionismo contextualizado. Na i.ix, a autora destaca que o conhecer e o aprender são processos complexos que emergem, de dentro para fora, a partir de relações entre sujeito e objeto na criação de circunstâncias que possibilitem vivências significativas aos sujeitos aprendentes.
No capítulo “Avaliação formativa: desafio aos processos de formação veiculados nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem”, o objetivo principal é refletir sobre as possibilidades de se efetivar a avaliação formativa nos AVAs. Na subdivisão capitular ii.iii, a autora traz os desdobramentos das cinco perspectivas ideológicas básicas, das quais se originam diferentes concepções de avaliação de aprendizagem, juntamente com os diferentes paradigmas educacionais existentes e seus reflexos nas práticas de avaliação. Na ii.iv, a autora distingue avaliação formativa de avaliação somativa, discorrendo e salientando a primeira, na qual é buscada a adequação entre diagnóstico inicial do processo educativo e o tratamento didático a ser implementado. Na subdivisão seguinte, ii.v, a autora procura analisar as especificidades dos AVAs e avançar na reflexão acerca dos recursos dos ambientes de rede que podem contribuir com a efetivação da avaliação formativa. Ao fim, a autora aprofunda a discussão sobre as possibilidades de se efetivar a avaliação formativa nos ambientes de rede, baseada em três categorias: avaliação e metarreflexão; leitura, escrita e avaliação; e avaliação e situação de interlocução. Na ii.vi, é afirmado que a maioria dos AVAs oferece recursos para que se efetive a avaliação formativa, sendo que essa contribui com uma melhor intervenção docente na aprendizagem do aluno, contribuindo para o estabelecimento de uma atitude discente reflexiva sobre seu próprio percurso.
No capítulo “Mediação partilhada e interação digital: tecendo a transformação do educador em ambientes de aprendizagem online, pela linguagem emocional”, o objetivo principal é refletir a respeito da mediação partilhada e da interação digital, tecida pela linguagem emocional em ambientes de aprendizagem online, como possibilidade transformar a prática pedagógica. Na iii.iii, a autora acentua a importância dos conceitos de interação, mediação pedagógica e interatividade, para focar a linguagem como um instrumento mediador no processo de mediação, uma vez que a mediação pedagógica é gerada na interação.
Na subdivisão seguinte, iii.iv, o foco é a construção de um ambiente que favoreça ao aluno ser um ser ativo no processo de aprendizagem, materializando, assim, a parceria entre formador-pesquisador e alunospesquisadores.
Na iii.v, é ressaltado que a intencionalidade nem sempre é suficiente para se atingirem os objetivos da mediação partilhada. Nessa subdivisão, iii.vi, é evidenciada a importância da linguagem emocional utilizada pelo mediador nos ambientes online, pois a linguagem emocional empregada pode ser uma ponte ou um abismo para o diálogo.
Por fim, na iii.vii, para haver mediação pedagógica em AVAs, o professor necessita estar envolvido com o tema a ser trabalhado para, assim, ter condições de contagiar o resto do grupo.
No capítulo “Planejamento em ação e sistemas sociais humanos: expressões do cuidado em educação on-line”, o objetivo principal é refletir e apresentar alguns questionamentos sobre o planejamento em ação e a formação de sistemas sociais em cursos a distância, apoiados nos pressupostos dos autores Maturana e Varela. O enfoque é a ideia do cuidado, sendo esse uma atitude que envolve preocupação com o outro, além de uma relação afetiva que remete à responsabilidade. Na iv.iii, a autora proporciona uma visão panorâmica da teoria autopoiética de Maturana e Varela. Na iv.iv, é explicitado o cuidado que deve ser tomado quando se é coordenador de um ambiente de aprendizagem e ao se planejar estratégias que permitam conhecer a estrutura de cada participante. Na subdivisão que segue, iv.v, há uma conceitualização de grupo voltada aos ambientes de aprendizagem, além de uma definição de sistemas sociais e implicações que daí decorrem, de acordo com Maturana. No seguimento capitular, na iv.vi, a autora traz os conceitos de intenção e atenção ao iniciar o planejamento de um curso de ambiente digital, correlacionando esses conceitos com a função dos participantes dos sistemas sociais. Na sequência do capítulo, na iv.vii, são evidenciadas as diferentes situações de participação em cursos a distância (visível, invisível e ausente), podendo, assim, através do cuidado e da atenção, identificar as emergências que acabam interferindo nas interações. Na subdivisão que encerra o corpo do capítulo, iv.viii, os AVAs apresentam vantagens e desvantagens em relação aos ambientes presenciais de aprendizagem e que, mesmo tendo os objetivos planejados de forma clara, não se pode traçar previamente todos os caminhos dos cursos a distância.
No capítulo “Ambientes Virtuais de Aprendizagem: os velhos problemas dos ambientes presenciais?”, o objetivo principal é apresentar alguns problemas que ocorrem nos ambientes de aprendizagem, virtuais ou presenciais, elencando algumas situações que demonstram como esses problemas surgem e como podem ser superados. Na subdivisão terceira desse capítulo, v.iii, o autor apresenta um panorama geral sobre os ambientes de aprendizagem, fazendo relações com a velocidade da produção do conhecimento na sociedade, entre o ensino presencial, o ensino virtual e a presença da tecnologia nas escolas. Afirma, ainda, que não basta ter tecnologia para uma aprendizagem satisfatória dos aprendizes, pois o que tem que mudar é a forma de mediação pedagógica do professor com base na emoção e no cuidado; esse é o papel principal do professor: mediador das situações de aprendizagens. Na v.iv, o autor salienta que há muitos problemas nos ambientes presenciais que ocorrem também nos ambientes virtuais, porém podem ser superados a partir das possibilidades oferecidas em literatura de acesso geral. A autora acrescenta, também, que os problemas específicos dos AVAs necessitam ser avaliados com maior profundidade, o que não implica evidentemente imobilizar os processos de uso de tecnologias em educação.
No último capítulo: “Sentipensar, tecnologia e mídia digitais: possíveis interfaces do pensamento transdisciplinar no trabalho docente em Ambiente Virtual de Aprendizagem”, o objetivo é analisar as possíveis interfaces do pensamento transdisciplinar na ação docente, no contexto da formação de professores desenvolvida com AVAs. Nas subdivisões seguintes do capítulo, a autora descreve as partes do projeto “Sentipensar, tecnologias e mídias digitais: educando desde e para a vida”, destinado a professores das escolas públicas do Estado de Sergipe. Além disso, a autora também buscou examinar as possibilidades de criação de cenários e redes de aprendizagem integrada na formação docente e refletir sobre o papel docente, observando a necessidade de construção de uma nova prática diante das emergências, especialmente em atividades de formação de professor. Na vi.iv, é descrita a ambientação, a abordagem e os procedimentos do projeto. Na vi.v, consta a base teórica do projeto, embasada, fundamentalmente, na transdisciplinaridade, complexidade, no pensamento ecossistêmico, na mediação pedagógica e formação docente. Na vi.vi, os dados coletados indicaram a presença de categorias que se mesclaram e se revezaram ao mesmo tempo. Ainda: evidenciou que a atividade docente se desenvolveu sobre três eixos: a espera vigiada, o rigor científico, e a amorosidade. Encerrando o capítulo, no vi.vii, a autora afirma que os cursos de formação de professores devem erguer sua metodologia focada na ecologia dos saberes, sendo que as mudanças que se pretende nos cursos de formação de professores implicam um processo de transformação do educador.
Os aspectos gerais e específicos, que seguem abaixo, sobre o livro resenhado, ratificam a recomendação dessa leitura para profissionais e/ ou estudantes envolvidos com a linha tecnologias e educação.
- Aspectos gerais: 1. as autoras organizadoras da obra são autoridades reconhecidas nacional e internacionalmente, quando se trata da temática educação e tecnologia, o que potencializa a tendência de indicação do livro; 2. na obra é ampliada a visão sobre os fundamentos e conceitos que rodeiam o tema educação online, favorecendo um panorama geral aos interessados pela área em que se enquadra o livro; 3. os textos (capítulos) apresentam uma característica de clareza e padronização de escrita, o que certamente favorece o entendimento das abordagens teóricas e metodológicas apresentadas como essenciais, visando a discussões sobre educação online; e a montagem do livro, em relação à ordem dos capítulos apresentada aos leitores, demonstra uma preocupação com uma leitura que introduza de forma gradual o leitor na área da educação mediada pela tecnologia, pois o livro inicia com fundamentos teóricos e epistemológicos e finaliza com a aplicação de um projeto baseado em um AVA.
- Aspectos específicos: Capítulo 1: traz uma análise pontual e esclarecedora da autora sobre as recomendações estabelecidas no documento que contém a política e as diretrizes para uso da EAD nos cursos de graduação (ForGRAD); Capítulo 2: apresenta, de forma concisa e dentro de uma cronologia, as perspectivas ideológicas das quais se originam diferentes concepções de avaliação de aprendizagem, além de trazer, da mesma maneira que o Capítulo 1, os paradigmas educacionais existentes e seus reflexos nas práticas de avaliação; Capítulo 3: Explicita os conceitos de mediação e interação digital, de modo a dar o “tom” da compreensão que a autora espera que o leitor venha a ter dentro do contexto que ela estabelece; Capítulo 4: aborda predominantemente o cuidado necessário com o planejamento e a formação de sistemas sociais em EAD, sob a lente das formas de participação que os AVAs propiciam, fazendo com que seja despertada a atenção para as intenções dos partícipes dos ambientes de aprendizagem; Capítulo 5: o autor traça um paralelo comparativo entre os problemas que se apresentam nos ambientes de aprendizagem, presenciais e virtuais, alertando para o risco de que a tecnologia venha a ser apenas uma “nova roupagem” metodológica, e não, um modo privilegiado de mediar a aprendizagem dos aprendizes; e Capítulo 6: a autora apresenta o projeto “Sentipensar, tecnologias e mídias digitais: educando desde e para a vida”, indo da sua elaboração até algumas considerações sobre o potencial deste e alguns resultados obtidos. Esse capítulo fornece subsídios preciosos para a avaliação de projetos que incluam o uso de tecnologias na educação.
Referências
MORAES, M. C.; PESCE, L.; BRUNO, A. R. (Org.). Pesquisando fundamentos para novas práticas na educação online. São Paulo: RG, 2008. 149 p.
Marcelo Prado Amaral Rosa – Licenciado em Química pela Universidade Regional Integrada e do Alto Uruguai (URI), campus de Frederico Westphalen/RS. Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul (UCS). E-mail: marcelo.pradorosa@yahoo.com.br
Games em educação: como os nativos digitais aprendem – MATTAR (C)
MATTAR, João. Games em educação: como os nativos digitais aprendem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. Resenha de: PESCADOR, Cristina M. Conjectura, Caxias do Sul, v. 15, n. 2, p.191-195, Maio/Ago, 2010.
Em suas 181 páginas, o livro Games em educação: como os nativos digitais aprendem, escrito por João Mattar e publicado pela Pearson Prentice Hall, 2010 (SP), oferece uma leitura agradável e esclarecedora, por vezes provocante, abrangendo pesquisas sobre jogos eletrônicos e computacionais – games como o autor prefere generalizar – e o processo de ensino e aprendizagem.
Com ilustração de Alexandre Mieda, a capa do livro chama a atenção para a imagem estilizada de um jovem sentado em frente de uma tela de computador, interagindo com o equipamento e, a seu lado, na escrivaninha, estão dispostos diversos tipos de games, com seus consoles e joysticks ou modelos portáteis.
O livro tem prefácio escrito pelo Prof. Dr. David Gibson, ele próprio um pesquisador do tema, desenvolvendo estudos sobre jogos e simulações digitais na educação, na Universidade de Vermont (EUA), e tendo ministrado cursos sobre jogos, simulações e aprendizagem e sobre Second Life na Boise State University e como professor convidado na Korea National University of Education.
O autor, João Mattar, tem formação acadêmica em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) e Bacharelado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Com Mestrado em Tecnologia Educacional pela Boise State University (EUA) e Doutorado em Letras pela USP, dedica-se à pesquisa na área de tecnologias aplicadas à educação, tendo desenvolvido material didático para a área de Educação a Distância (EAD). Faz das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) um meio de divulgação de seu trabalho, através do blog De Mattar (http://blog.joamattar.com) e do hábito de manter atualizações constantes em seu perfil em redes de relacionamento como o facebook e o twitter. Com isso, é possível acompanhar suas “andanças no mundo acadêmico”, pois, através desses recursos, o autor informa suas leituras, sua participação em eventos, palestras e, recentemente (abril/2010), divulgou um curso com a temática do livro: Games em Educação, hospedado no Second Life. É também com essas postagens que o autor mantém um canal aberto para novos contatos em sua rede de networking1 e para divulgar suas atividades acadêmicas.
Um exemplo desse uso das redes de relacionamento e das TICs é o modo como o livro Games em educação: como os nativos digitais aprendem foi amplamente anunciado pelo autor em seu blog, em seu perfil de facebook, em listas de discussão do Google groups, coordenadas por ele e através do twitter, sendo a informação repassada pelos internautas através dos mesmos meios.
O livro foi organizado em duas partes principais: a primeira, sob o título “Conceitos e teorias”, compreende três capítulos: (1) “Estilos de aprendizagem dos nativos digitais”; (2) “O uso de games em educação”; e (3) “O novo design instrucional para os nativos digitais”. Na segunda parte do livro, “Games na prática”, o Capítulo 4 discorre sobre “Design e produção de games educacionais”; o Capítulo 5 trata de “Experiências no Exterior”; e o Capítulo 6 apresenta “O cenário no Brasil”. Ao cabo, o leitor tem acesso a dois apêndices com exemplos práticos: o primeiro apresenta uma análise desenvolvida pelo autor enquanto estudava jogos na Boise State University, “Aprendendo matemática com Yu-Gi-Oh! para PS2”, e o segundo apêndice apresenta alguns pontos sobre “Second Life e educação”. Para os professores que optarem por adotar o livro em suas aulas, há um Companion Website, que consiste em um endereço eletrônico onde é possível encontrar material de apoio para as aulas, tais como, apresentações em power-point, resenhas escritas por ele sobre as obras citadas no livro e muitos outros links úteis.
Em sua introdução ao livro, Mattar critica a escola atual e apresenta ao leitor seu entendimento de que “o aprendizado necessita de motivação para um envolvimento intenso, o que é atingido pelos games”. (2010, p. xiii). Ele fundamenta essa afirmação com teorias que entendem a aprendizagem como resultado de ações colaborativas e em estudos sobre a utilização, por exemplo, de games online multiusuários, que exigem que seus jogadores saibam trabalhar em grupo e estejam dispostos a aprender com seus colegas.
Amparado em autores como o educador e pesquisador americano Prensky, que cunhou a expressão “nativos digitais”, o autor provoca o leitor em toda a extensão do seu livro, convidando-o a repensar seu posicionamento em relação aos games e videogames, apresentando uma grande compilação de textos e pesquisas sobre o tema, incluindo trabalhos desenvolvidos no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, a partir dos quais o autor vai tecendo suas próprias concepções e ideias. A rede de conceitos e teorias sobre aprendizagem, estilos de aprendizagem e games que Mattar constrói é tão complexa e intrincada, que, por vezes, fica difícil para o leitor distinguir os limites entre os autores que estão sendo citados por ele e suas próprias palavras. No entanto, há momentos em que ele mesmo desfaz essa teia, esclarecendo e destacando aspectos importantes, reconstruindo a evolução de determinados conceitos historicamente e despertando no leitor certo sabor de “quero mais”. Ao término de cada capítulo, esse desejo e essas dúvidas podem ser saciados ou esclarecidos através de uma vasta bibliografia, onde Mattar indica livros, artigos, pesquisas, tanto no formato impresso, como em endereços eletrônicos.
O trabalho de Mattar se destaca pela ênfase que dá aos estilos de aprendizagem da nova geração, nascida em meio a computadores, internet, videogames e outros tantos recursos digitais. São os “nativos digitais”, ou seja, jovens que incorporaram os recursos e as mídias digitais em seu cotidiano de tal forma que sequer os percebem como tecnologia. Para eles, o acesso à informação que precisam deve ser rápido, quase imediato e, por isso, muitas vezes recorrem à internet e a ferramentas de busca antes de pesquisarem em meios impressos tradicionais. Utilizam para isso seus computadores ou aparelhos celulares, que também servem como tocadores de mídia (música e vídeo) e canais de comunicação com seus amigos através das ferramentas de comunicação e mensagens eletrônicas do tipo Messenger, mensagens de texto nos celulares, etc.
Na opinião de Mattar e dos inúmeros autores que ele cita no seu texto, buscando suporte para seus argumentos (Prensky, Oblinger e Oblinger, Papert, entre outros), as experiências desses jovens com as mídias digitais representam uma transformação significativa na forma como eles aprendem e produzem conhecimentos. Ele destaca o game como um importante sinalizador dessas transformações, distinguindo-o de outros recursos midiáticos anteriores a eles, desde programas de TV até CD-ROMs, pois o jogo não permite a passividade (característica de tais recursos) diante dos quais, muitas vezes, o jovem era convidado apenas a assistir a alguma ação na tela da TV ou interagir de forma reativa, clicando para dar sequência a alguma ação na tela do computador com o CD-ROM. Com o game, a interatividade é mútua, sendo o jovem constantemente convidado a participar de forma ativa e estratégica, instigando sua criatividade e capacidade de análise, na busca de soluções e o motivando a progredir em suas conquistas, seguindo para novas fases do game, com novos desafios a vencer.
No entanto, Mattar observa que essas habilidades parecem não estar sendo valorizadas nas escolas, sendo o game e a diversão deixados do lado de fora enquanto os sistemas educativos perpetuam a separação de um mundo de coisas que se faz “dentro e fora da escola”. Para ele, as ações presentes nos games permitem que os jogadores possam ressignificar imagens e objetos de outros games, usando suas descobertas anteriores na manipulação de situações atuais. Explorando o mundo do game, as regras se tornam aparentes e, à medida que joga, o jogador vai aprendendo. O autor vê esse comportamento como algo peculiar dessa geração dos “nativos digitais”, caracterizando seus estilos de aprendizagem com base em ações interativas e colaborativas e, em seu livro, literalmente convida outros autores e pesquisadores para conversarem com ele sobre esse assunto, buscando respaldo teórico e científico para o que ele entende ser o modo com que os nativos digitais aprendem. Para ele, o game é muito mais do que uma atividade lúdica: pode ser um recurso didático a favor da educação, focado no processo de construção, cujo caminho pode ser determinado pelo próprio aluno, em conjunto com seus pares e sob a orientação atenta de professores e educadores.
Assim, o autor convida seu leitor/educador a pensar e a repensar suas próprias práticas diárias, a refletir sobre a importância dos estilos de aprendizagem e das peculiaridades dos jovens que chegam às nossas salas de aula hoje e dos paradigmas que surgem com essas mudanças. Sua viagem pelo amplo universo de pesquisas, realizadas na área, lança uma luz sobre novas ideias e considerações em direção a um novo design instrucional, a partir do qual se possa dar voz aos “nativos digitais” nas discussões e buscar atender à necessidade de preparar profissionais para trabalharem em educação com esses novos desafios a enfrentar.
Mattar nos convida a manter a mente aberta a mudanças e reconhece que há uma concordância mais ou menos generalizada quanto à necessidade de que essas mudanças ocorram. As mídias digitais podem ser uma nova direção a tomar, especialmente o game, mas, para isso, ele afirma que “é preciso um trabalho de evangelização” (p. 148), trabalho que ele toma para si, na tentativa de divulgar não apenas sua própria visão de possibilidades voltadas a um ensino simultaneamente sério e divertido e que leve em consideração os estilos de aprendizagem dos alunos da geração dos “nativos digitais”, mas também de fornecer ao leitor curioso novas fontes de consulta e, quem sabe, conquistar adeptos para sua proposta de mudar o futuro, respeitando as capacidades e os potenciais dos alunos.
Nota
1 Termo utilizado para se referir à tentativa de construir uma boa rede de relacionamentos dentro da sua área de atuação.
Referências
MATTAR, João. Games em educação: como os nativos digitais aprendem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 181 p.
Cristina M. Pescador – Professora de Inglês no Programa de Línguas Estrangeiras (PLE) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em Educação a Distância. Mestre em Educação pela UCS. E-mail: cristina.pescador@ucs.br
O que é o SUS? – PAIM (TES)
PAIM, Jairnilson Silva. O que é o SUS?. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009, 148 p. Resenha de: LIMA, Sylvia Marisa Braga de; MATTA, Gustavo Corrêa. Revista Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v.8, n.1, mar./jun. 2010.
O que é o SUS?, título do novo livro de Jairnilson Silva Paim, reconhecido pensador baiano e militante da Reforma Sanitária Brasileira, pode nos levar a pensar imediatamente algumas questões: Para que mais um livro sobre a história e organização do Sistema Único de Saúde (SUS)? Já não teríamos o bastante, das mais variadas formas e conteúdo?; O que é o SUS? nos remeteria a pensar o que ‘não’ é o SUS? Difícil resposta em tempos de indistinção paradigmática entre público e privado, entre Estado e sociedade; Em função da diversidade de serviços, políticas e ideologias que atravessam o sistema de saúde brasileiro, como discutir de forma original e sintética os principais elementos que o constituem ao mesmo tempo apresentando seus principais desafios e contradições?
Na realidade, essas questões apontam para desafios, obstáculos literário, científico e político, que, em primeira mão, poderiam ser colocados em segundo plano para um livro que, de acordo com o autor, não pretende ser “uma obra acadêmica voltada para estudiosos e pesquisadores” (p. 9). Mas não é o que se observa neste livro que, apesar de pretender alcançar um público mais amplo e não necessariamente iniciado nas discussões acadêmicas e políticas sobre a reforma sanitária brasileira. Sua virtude é a capacidade de dialogar e apresentar teses muito caras ao pensamento sanitário brasileiro de forma clara, simples e, ao mesmo tempo, sem perder a densidade de sua dimensão política, ética e social. Aliás, características inerentes à trajetória de Paim, ao longo de tantos anos de contribuições e militância política na construção do SUS.
O livro está organizado em cinco capítulos que podemos identificar como temas que englobam desde a concepção de saúde e de sistema de saúde, passando pelo processo histórico de construção das políticas de saúde e da reforma sanitária brasileira, chegando aos elementos legais e institucionais do SUS, além de refletir sobre seus avanços e desafios.
Realmente, a linguagem proposta por Paim é simples, mas sem perder a densidade, como fazem os grandes sábios. Portanto, seu auditório é amplo. É composto por estudantes, docentes, cidadãos, gestores, profissionais de saúde, entre outros. Enfim, todos aqueles que têm em comum a alma crítica e atenta às crenças e valores da reforma sanitária brasileira e lutam para a consolidação do SUS.
Ao final do livro, Paim convida o leitor para seguir discutindo o SUS por meio de sugestões de leituras que vão desde documentos históricos, no marco da reforma, como “A questão democrática na área de saúde”, publicado pelo Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), em 1980, até seu próprio livro Reforma sanitária brasileira: contribuição para compreensão e crítica, de 2008, no qual Paim aprofunda muitos dos temas debatidos aqui e suas propostas para fazer avançar o SUS.
Gostaríamos, para ampliar o debate, de destacar três grandes momentos do livro, entre vários que poderíamos selecionar, onde o autor apresenta de forma crítica e contundente suas posições, deixando de lado o didatismo descritivo e a eloquência característica dos livros que louvam e idealizam o SUS, alienando-o da materialidade histórica a que pertence.
“O SUS ‘não é’ um mero meio de financiamento e de repasse de recursos federais para estados, municípios, hospitais, profissionais e serviços de saúde. ‘Não é’ um sistema de serviços de saúde destinados aos pobres e ‘indigentes’. Pelo menos não é isso que se encontra na constituição e nas leis, nem é o proposto pela RSB” (p. 72)
No livro, Paim explora, denuncia e aponta soluções para as distorções que o SUS vem sofrendo ao longo dos anos. Relaciona, sobretudo, seus impasses com o cenário político e econômico das últimas décadas, bem como com a cultura política e o histórico de malversações do erário público e os diversos interesses econômicos e ideológicos que estão em jogo na arena da seguridade social brasileira.
De um lado, há o evidente interesse do famigerado complexo médico-industrial brasileiro na transformação de toda e qualquer ação e serviço de saúde numa relação de mercado, de consumo e de acúmulo de capital por parte de empresas nacionais e internacionais. Isso faz com que, muitas vezes, ‘em defesa do SUS’, estratégias de gestão público/privado sejam colocadas em cena, fazendo do sistema um mero distribuidor de recursos e um regulador das relações entre público e privado.
Além disso, em nome da equidade e da escassez de recursos para o setor público de saúde no Brasil, o SUS transmuta-se numa expressão focalizada das políticas sociais voltadas para pobres e desassistidos de toda a sorte. Isso não quer dizer que não se devem priorizar os que mais necessitam, mas reduzir as ações e serviços de saúde a uma classe social é fazer do SUS o amortecedor social para a delimitação das áreas livres para exploração dos planos de saúde privados e do livre mercado no setor saúde. Este SUS é o oposto da proposta de direito à saúde que está inscrita na constituição de 1988 e que foi resultado de uma histórica e ampla conquista popular.
Estas reflexões nos levam ao segundo grande momento que pretendemos destacar.
“A constituição estabelece que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, mas em nenhum momento condena o SUS a ser refém da ‘administração direta’. Novas institucionalidades podem ser concebidas e pesquisadas no âmbito da ‘administração indireta’ que, além de garantir maior efetividade e qualidade dos serviços prestados, facilitem uma ‘blindagem’ contra o predomínio de interesses político-partidários e corporativos na gestão do sistema e na gerência de programas e serviços” (p. 131).
O autor aqui apresenta uma preocupação fundamental em relação aos usos que governos, políticos e partidos políticos fazem do SUS nas suas diversas esferas de atuação (federal, estadual e municipal), não seguindo os princípios, diretrizes, resoluções de impacto orçamentário e administrativo que dão forma e conteúdo ao SUS. Pelo contrário, observa-se com muita frequência o desvio de recursos para fins distintos do setor saúde e a adoção de ações e serviços que não atendem, por exemplo, a universalidade e integralidade da atenção à saúde. Além disso, entraves burocráticos e administrativos da gestão pública impedem a resolubilidade e a qualidade do SUS, que muitas vezes requerem agilidade e inteligência para atuar com rapidez e estrategicamente.
Por outro lado, o que Paim chama de blindagem política do SUS, com todas as razões coerentes e necessárias que argumenta, poderia colocar em xeque o processo político e social inerente à própria constituição democrática do SUS. Cabe à sociedade e ao Estado fortalecer as instituições sociais e radicalizar as formas de representação e participação para fazer cumprir, de forma democrática e dialógica, os objetivos e as estratégias para o direito à saúde no Brasil.
Em relação a isso, no terceiro momento que destacamos, Paim conclama a sociedade para lutar, novamente e ininterruptamente, pela emancipação social que o SUS representa.
“Daí a pertinência de revisitarmos a reforma sanitária e ampliarmos suas bases sociais e políticas, no sentido de radicalizar a democracia e lutar pelas mudanças prometidas no seu ‘projeto’. Nessa perspectiva, retomar mobilizações em prol do desenvolvimento de uma consciência sanitária na população e entre os trabalhadores do SUS parece-nos inadiável. Informar, comunicar, conscientizar, mobilizar, organizar e pressionar são verbos que conotam ações fundamentais para a defesa do SUS e o avanço da reforma sanitária” (p. 132).
Com esta chamada para retomar o movimento sanitário, ampliando suas bases, sofisticando seus dispositivos e fortalecendo a consciência política coletiva, Paim retoma sua trajetória, jamais abandonada, de militância e esperança nas conquistas sociais pela saúde.
A fim de se garantir os direitos dos cidadãos usuários do SUS, o autor lista medidas a serem cumpridas e direitos dos pacientes, tomando em especial atenção as questões de financiamento, humanização e ética. Defende que a luta pelo direito à saúde passa, necessariamente, pela reorientação das políticas públicas, econômicas e sociais que favoreçam a redução das desigualdades, a cidadania plena, a qualidade de vida e a democracia.
Em resumo, o livro O que é o SUS? não é apenas mais uma obra sobre o processo histórico de construção da Reforma Sanitária Brasileira e suas conquistas, mas principalmente um texto que fornece uma base sólida e crítica para a defesa do SUS e da democracia. É um manual de bolso para conhecermos os avanços, as contradições, os desafios e uma pauta de luta para todos os cidadãos brasileiros, profissionais de saúde ou não, em defesa da vida, da emancipação social e da saúde como um direito humano e universal.
Sylvia Marisa Braga de Lima – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: sylvia@fiocruz.br
Gustavo Corrêa Matta – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: gcmatta@fiocruz.br
[MLPDB]Os marxismos do novo século – ALTAMIRA (TES)
ALTAMIRA, César. Os marxismos do novo século. Tradução de Leonora Corsini. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008, 460 p. Resenha de: COELHO, Eurelino. Revista Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v.8, n.1, mar./jun., 2010.
Era para ser o fim do marxismo, de novo. Após as crises terminais da URSS e dos regimes políticos e econômicos que foram construídos no Leste Europeu depois do final da Segunda Guerra Mundial não faltaram vozes anunciando a desaparição iminente do marxismo dos meios intelectuais e dos espaços políticos em que ele existira até então. Ou então era a pós-modernidade que, ao transformar profundamente todas as dimensões da realidade, terminava deixando o pensamento marxista desprovido de referente. Em qualquer dos casos, de acordo com esses profetas, o marxismo estava em vias de tornar-se uma peça de antiquário, mais uma lápide no cemitério das idéias e da política.
Ocorreu, porém, que mais uma vez a profecia era falsa. O marxismo não apenas sobrevive, apesar de tudo, mas foi capaz de se renovar e de abordar de modo original e profícuo os próprios temas que supostamente teriam determinado a sua extinção. O livro de César Altamira discute a emergência desses ‘marxismos do novo século’ contra o pano de fundo das transformações que incidiram sobre o mundo da luta de classes no final do século XX. O contexto do aparecimento desses novos marxismos é o da grande crise capitalista global da década de 1970 que pôs fim aos 25 anos ‘gloriosos’ de crescimento do capitalismo. Por ‘novos marxismos’ devemos entender, basicamente, três grupos de intelectuais que ganharam evidência nesse período, a saber: a chamada Escola Francesa da Regulação, os autores que publicam nas revistas Common Sense e Capital & Class (chamados também de open marxism) e o operaísmo italiano, juntamente com seu desdobramento ‘autonomista’ que, dos três, é aquele com o qual Altamira mais se identifica e que ele melhor descreve e analisa. Com a possível exceção dos regulacionistas, são autores relativamente pouco publicados e lidos no Brasil, o que já confere ao livro de Altamira o mérito de apresentá-los aos leitores brasileiros.
No entanto, o autor faz bem mais do que apresentar os ‘novos marxismos’. Sua análise da crise dos anos 70 é parametrizada pelas categorias teóricas do operaísmo, sobretudo a obra de Toni Negri. O desenvolvimento do capitalismo – e suas crises – não são pensados como movimentos cuja lógica seja interna ao capital, mas como fenômenos gerados pelo conflito entre o capital e o trabalho: “A crise não pode ser considerada expressão de leis imanentes que conduzem o sistema ao estancamento e à paralisia do desenvolvimento. Deve sim ser apreendida a partir da ação operária que enfrenta o capital como sujeito antagônico” (p. 63). Assim, a grande crise dos 70 foi a manifestação do apogeu da combatividade do operário-massa, a forma assumida pelo trabalhador coletivo no período do fordismo. A resposta do capitalismo veio na forma da globalização e da aceleração da incorporação de capital fixo (mudanças tecnológicas), medidas com as quais se buscava “controlar as ameaças trazidas pelos conflitos de classe” (p. 67) e que tiveram como consequência a produção de uma nova ‘composição de classe’, o engendramento de um novo trabalhador coletivo – o operário social, substituto histórico do operário-massa fordista. Não é mais a velha fábrica fordista o lugar privilegiado da exploração da força de trabalho na produção de valor, mas sim o conjunto da sociedade. Poder-se-ia falar numa ‘fábrica social’ na medida em que as “diversas atividades a que se dedicam as pessoas, não apenas como trabalhadores, mas também como estudantes, consumidores, compradores, telespectadores estarão diretamente ligadas ao processo de produção” (p. 76).
Trata-se de uma expansão sem precedentes do trabalho assalariado e, por conseguinte, do antagonismo capital-trabalho. Para Altamira, seguindo de perto as indicações operaístas, o operário social é o novo sujeito histórico que antagoniza o capitalismo pós-moderno. Seria um ‘trabalhador de tipo novo’, caracterizado por estar imerso em redes comunicacionais e pela “forte e cada vez mais próxima recomposição e combinação entre tempo de trabalho e tempo de vida” (p. 77). Para o capital o objetivo passa a ser o de apropriar-se da cooperação coletiva e de seu substrato, a capacidade comunicacional dos trabalhadores.
Esta caracterização do contexto de emergência dos novos marxismos choca-se violentamente contra as alegações de autores para quem as novas configurações da vida social contemporânea teriam aposentado as análises marxistas. Altamira sabe disso e comenta alguns desses autores em sua longa introdução, o que agrega ao texto mais um valor: ele constrói sólidas refutações marxistas para algumas teses bastante difundidas e pouco contestadas, como as de Laclau e Mouffe, Alberto Melucci ou Alvin Tofler.
Ao texto não faltam ousadia e espírito polêmico, inclusive contra posições no interior do marxismo, pois, para Altamira, nem todo marxismo está preparado para os desafios do século XXI. As “novas genealogias marxistas capazes de imaginar um horizonte crítico diferente” são precisamente aquelas que não se deixam atingir pela “desintegração do bolchevismo”. O leninismo, esse sim, foi superado pela história porque era “um marxismo super-adaptado a um momento particular do desenvolvimento do capitalismo que, consubstanciado no fordismo, adquiriu características próprias: divisão taylorista do trabalho, mecanização industrial, ênfase na organização de massa, etc.” (p. 23).
Não será menor, entre os leitores marxistas, a polêmica provocada por seu endosso à recusa da dialética propugnada por Toni Negri. Ele aborda a questão nos dois últimos capítulos explorando os principais pontos de divergência entre os autores ligados ao open marxism e o operaísmo. Os primeiros, inspirados pela dialética negativa de Adorno, admitem a presença do sujeito no objeto negado. A existência do sujeito trabalhador é concebida não apenas contra, mas dentro do capital, como sua contradição. A relação entre os polos capital e trabalho não é de exterioridade, mas de determinação dialética e o capitalismo é constituído por esta contradição imanente. A emancipação do trabalho, nesta perspectiva, passa pela dissolução (Auflösung) da contradição. Negri (e Altamira), ao contrário, postula uma negação não dialética entre o capital e o trabalho, uma relação de exterioridade e antagonismo que enfatiza a autonomia ontológica do trabalho perante o capital. Altamira interpreta esta posição como sendo a afirmação da materialidade da classe operária em contraposição à visão do marxismo crítico e do open marxism na qual, como no Lukács de História e consciência de classe, “os trabalhadores considerados de maneira concreta e direta, em carne e osso, parecem estar ausentes” (p. 333). O antagonismo tem caráter absoluto e sua solução exige a destruição do oponente. Altamira ainda extrai, dessa dissensão, desdobramentos no plano da organização política: enquanto o open marxism aposta na crítica e na compreensão das contradições, o operaísmo engaja-se na atividade espontânea das lutas dos trabalhadores (mantendo-se, assim, mais próximo de Lenin, apesar de tudo). O capítulo final prolonga esta contraposição para o terreno epistemológico. Contra o perfilhamento clássico do marxismo no campo da dialética, que Altamira (seguindo, mais uma vez, Negri) identifica como o “eixo teórico Hobbes-Rousseau-Hegel-Marx” ele propõe outro eixo, notadamente materialista: Maquiavel-Spinoza-Marx. O exame de aproximações e divergências entre os pensamentos de Althusser e Deleuze servem de guia para as contribuições que ele propõe ‘para uma teoria do conhecimento materialista’, o título do último capítulo.
Por mais incômodo que provoquem, as idéias de Altamira não são fáceis de atacar. Inútil cobrar delas fidelidade estrita aos textos de Marx, já que o autor não se cansa de repetir que está interessado na renovação do marxismo, o que inclui permitir-se selecionar criteriosamente os elementos que perduram daqueles que ficaram datados na obra marxiana. O caminho mais promissor para uma crítica parece ser o de testar a validade lógica, histórica e política dos argumentos, ou seja, aceitar o debate nos termos propostos por ele. Poderíamos também indagar sobre a relação entre o tipo de crítica que ele nos propõe e as lutas da classe trabalhadora ‘de carne e osso’ e insinuar que haja aí, talvez, uma dialética. Ou argumentar que ainda existem bons motivos para formularmos questões sobre o problema da consciência de classe a partir de observações de fenômenos que não se deixam explicar pela mera ‘afirmação do ser’ deleuziana. Ou mesmo poderíamos nos perguntar sobre se as noções de composição de classe e antagonismo absoluto deixam espaço para uma formulação adequada do problema da dominação de classe, considerando-se que o capital não foi, afinal, derrotado.
A relevância das questões propostas por César Altamira e a qualidade da sua formulação, não importa se concordamos com as respostas que ele nos dá, constituem razão mais do que suficiente para que seu livro seja lido. Seu maior mérito, porém, talvez seja outro. Ao invés de apenas reivindicar a validade ou a atualidade do marxismo, Altamira trata de procurar desenvolver o marxismo aplicando-o a temas da contemporaneidade. Ele não apenas nos fala dos marxismos do novo século: ele nos dá um texto que é a prova concreta de que o marxismo continua vivo e capaz de enfrentar as questões do nosso tempo.
Eurelino Coelho – Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Bahia, Brasil. E-mail: eurecoelho@gmail.com
[MLPDB]EaD em Foco | Fundação Cecierj | 2010
A revista EaD em Foco (2010-) é uma publicação científica em formato eletrônico, sem custos envolvidos no processamento ou publicação, com periodicidade contínua da Fundação Cecierj e do Consórcio Cederj. Tem como principal finalidade difundir a produção acadêmica de pesquisadores da área de educação a distância (EaD), inseridos em instituições do Brasil e do exterior.
Estão entre suas atribuições:
- Abordar as questões conceituais e metodológicas, bem como os desenvolvimentos da pesquisa, aplicada ou teórica, na área de educação a distância (EaD);
- Difundir a produção científica de pesquisadores da área de educação a distância (EaD), inseridos em Institutos de pesquisa e de educação superior no Brasil e no exterior;
- Propiciar um espaço para o debate teórico acerca de áreas de enfoques específicos.
Periodicidade anual (fluxo contínuo)
Acesso livre
ISSN 2177 8310
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Tempo Presente | UFS | 2010
O Grupo de Estudos do Tempo Presente – GET, ligado ao Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe, responsável pela revista eletrônica semestral dos Cadernos do Tempo Presente (São Cristóvão, 2010-), informa a todos os interessados em apresentar artigos e resenhas para publicação que continua recebendo artigos e resenhas em fluxo contínuo e de acesso aberto.
Seguindo a própria composição do GET, serão bem-vindas produções de historiadores, geógrafos, cientistas sociais, filósofos, jornalistas, economistas, psicólogos, estudiosos das relações internacionais, dos meios de comunicação e demais áreas das ciências humanas.
Periodicidade semestral.
Acesso livre
ISSN 2179-2143
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Mare Nostrum | USP | 2010
A Revista Mare Nostrum – Estudos Sobre o Mediterrâneo Antigo (São Paulo, 2010) é uma publicação organizada pelo Laboratório de Estudos Sobre o Império Romano e Mediterrâneo Antigo da Universidade de São Paulo (LEIR-MA/USP), grupo que congrega classicistas de diversas áreas (história, arqueologia, literatura, entre outros) cujas pesquisas se enquadram dentro de quase dezoito séculos da Antiguidade, aproximadamente do século XII a.C. ao VI d.C. (da cerâmica ática aos papiros alexandrinos, de Atenas à Gália, de Homero e Heródoto a Estrabão e Plínio, das termas pompeianas às revoltas judaicas ou às imagens de Alexandre…). Não obstante a diversidade dos temas, metodologias, regiões e períodos estudados nas pesquisas individuais, um elemento une a todos: a indagação e a problematização dos processos de integração e desintegração social na Antiguidade. De maneiras diferentes, as pesquisas do laboratório, “como formigas ou sapos ao redor de uma poça” (Platão, Fédon, 109b), se voltam para o Mediterrâneo, que aparece como um eixo espacial para esses processos.
A Revista se propõe como um núcleo de reflexão e debates a respeito dos vários aspectos da Antiguidade (econômicos, sociais, políticos e culturais) que operaram principalmente no espaço hoje conhecido como Mediterrâneo, mas também no universo das sociedades não mediterrâneas antigas que direta ou indiretamente se relacionavam com ele. Nesse sentido, a Mare Nostrum está aberta para textos científicos de cunho variado, desde publicações de resultados conclusivos de pesquisas até pequenos ensaios teóricos e metodológicos, ou mesmo exercícios de reflexão out-of-the-box, uma vez que a necessidade de lidar com a ideia de integração e desintegração das diferentes sociedades antigas de forma a não reificar ou teleologizar o Mediterrâneo como uma totalidade fechada exige certa ousadia experimental. Nesse espírito, a Revista também busca contribuições das mais variadas áreas do conhecimento, tendo em vista a construção de um debate franco e aberto no que diz respeito ao cenário intelectual atual de estudos sobre a Antiguidade.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 2177-4218
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Expedições | UFG | 2010
A Revista Expedições – Teoria da História e Historiografia (Morrinhos, 2010-) recebe artigos originais (inéditos) de Teoria da História, Historiografia, História da Educação, História das Relações e Interações Econômicas, Políticas, Sociais, Culturais e Ambientais da Sociedade Capitalista em fluxo contínuo com periodicidade anual.
A Revista Expedições vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade (PPGAS) e sua editoração é realizada no Campus Morrinhos da Universidade Estadual de Goiás. Sua classificação no Qualis Capes (2013-2016) é a seguinte: Ciências da Religião e Teologia B1; Educação B2; História B3; Direito B3; Filosofia B4; Psicologia B4. Qualis/Capes Unificado = A4 (2019).
[Acesso livre]ISSN 2179-6386
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Do MEB à WEB: o rádio na educação – PRETTO; TOSTA (RF)
PRETTO, Nelson De Luca; TOSTA, Sandra Pereira (Org). Do MEB à WEB: o rádio na educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. 207p. Resenha de: CASTRO, Fernanda Carla. Revista FACED, Salvador, n.17, p.123-127, jan./jun. 2010.
“A rádio, como nunca antes, é muito mais que somente rádio”, afirma o pesquisador Guillermo Orozco Gómez (Universidade de Guadalajara), no prefácio do livro Do MEB à WEB: o rádio na educação. Organizado pelos pesquisadores Nelson De Luca Pretto e Sandra Pereira Tosta1, a publicação reúne pesquisas nacionais e internacionais que tratam do rádio e do seu potencial educativo. O livro discute o Movimento de Educação de Base (MEB), que na década de 1960 incorporou o rádio como um recurso educativo, a WEB, que impôs mudanças na maneira tradicional de se fazer Educação por meio desse veículo, que se tornou “muito mais que somente rádio”. Conforme destaca Gómez, hoje o rádio oferece uma “dinâmica de possibilidades inéditas para o intercâmbio informativo, a produção de conhecimento e a própria Educação”. Mas o grande desafio que deve ser buscado em todas as experiências radiofônicas educativas é “propiciar a interação real dos usuários da rádio com os próprios conteúdos para a expressão, transcendendo a mera recepção radiofônica”.
Segundo os organizadores, Do MEB à WEB surgiu “com o objetivo de contribuir com a discussão e práticas dos usos do nosso velho e bom companheiro rádio e de sua reinvenção digital, web rádio, na Educação”. Para isso foram convidados autores com experiências educativas diversificadas com o rádio no Brasil e em outros países. Os organizadores também destacam a necessidade de incorporar à publicação o debate sobre a adoção de softwares livres na rádio web, entendida por Pretto e Tosta como de importância estratégica para a Educação e a Cultura, por “contribuir com a emancipação do País em termos científicos e tecnológicos”.
O artigo que abre a publicação, O Rádio e a Educação: a experiência do MEB e as contribuições para a Educação popula, é de José Peixoto Filho – Universidade Federal Fluminense (UFF), que resgata o surgimento2 do MEB e como sua decisão de incorporar o rádio como meio e instrumento educativo e pedagógico contribuiu para a Educação popular e a alfabetização de adultos, entre 1961e 1966. Os programas de rádio do MEB em Goiás, destacados no artigo, embora censurados pelo contexto político da época, enquanto estiveram no ar, funcionaram com êxito na interação com o trabalhador do campo, extrapolando sua alfabetização e levando-o a uma atitude crítica diante da exploração e da dominação.
O pesquisador José Marques de Melo da Universidade de São Paulo (USP), em seu artigo, Mídia, Educação e Cultura Popular: notas sobre a revolução sem violência travada em Pernambuco no tempo de Arraes (1960-1964), discorre sobre um projeto que se entrelaça com o MEB. O pesquisador narra, do lugar de “observador participante”, como funcionou o Movimento de Cultura Popular (MCP), fundado em 1960, em Pernambuco, no governo de Miguel Arraes. Melo lembra que, desde sua fundação, o MCP, além da valorização de diversas manifestações culturais, buscou desenvolver nas comunidades do Nordeste, uma apreciação e uma leitura crítica dos meios de comunicação. O artigo faz um resgate documental das atuações do MCP, apresentando pontos de convergência e divergência com o MEB, e convidando os educadores da nova geração a revisarem criticamente tais projetos.
No terceiro artigo, Rádio web na Educação: possibilidades e desafios, os pesquisadores Nelson De Luca Pretto, Maria Helena Silveira Bonilla e Carla Sandeiro, partindo da experiência de implantação de uma rádio web na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (FACED/UFBA), chamam a atenção para perspectivas e dificuldades trazidas com a transposição do rádio para o ciberespaço. Com a rádio web abre-se um leque de novas possibilidades para atividades educacionais, demandando uma participação ativa de alunos, que passam de meros consumidores de informações a produtores de conteúdos. Por outro lado, o grande desafio é garantir o pleno uso desses novos recursos. Os pesquisadores denunciam que a pressão política dos grandes grupos empresariais das comunicações impede uma transformação da legislação que regulamenta as rádios comunitárias, restringindo sua apropriação pela comunidade e pelo campo educacional: “com a população pobre distante da possibilidade de uso efetivo desses recursos, o discurso torna-se vazio”.
Cicília M. Krohling Peruzzo (USP) dá continuidade ao debate lançado pelos pesquisadores da UFBA no estudo, “Rádios livres e comunitárias, legislação e educomunicação”, no qual esclarece em que se convergem e em que se diferenciam os dois tipos de rádio no Brasil, e enumera os benefícios trazidos às comunidades que se envolvem na produção radiofônica. Aprendendo as técnicas e linguagens e mesmo os mecanismos de manipulação a que podem estar sujeitos, os envolvidos “melhoram a autoestima e um possível interesse em crescer e colaborar para que mudanças sociais ocorram”. Mas, novamente, as comunidades têm que lutar contra as limitações impostas ao direito de exercitar a comunicação e as políticas “favoráveis aos grandes grupos de mídia e ao mercado das comunicações do ponto de vista prioritário do negócio”.
O quinto artigo, A rádio comunitária na construção da cidadania e da identidade, traz a pesquisa desenvolvida por Lílian Mourão Bahia da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), sobre o papel das rádios comunitárias União, de Belo Horizonte, e Inter- FM, de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Partindo da noção de esfera pública de Jurgen Habermas, a pesquisadora ouviu líderes comunitários, agentes, trabalhadores e dirigentes dos veículos e concluiu que as experiências, mesmo que de maneira embrionária e descontínua, reconfiguraram a esfera pública midiática, formando e consolidando identidades locais e abrindo espaço para o exercício da cidadania.
Mauro José Sá Rego Costa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), discorre, no artigo Para criar o site Radioforum, em busca de um rádio inventivo, sobre as motivações que o levaram, juntamente a um grupo de radioartistas, produtores e teóricos do rádio, a formatar, na internet, um espaço de discussão e experimentação. Os envolvidos no projeto dão seus depoimentos e mostram com quais gêneros radiofônicos irão trabalhar, buscando devolver a inventividade às ondas do rádio.
Em Rádio como política pública: uma experiência paradigmática em educomunicação, Ismar de Oliveira Soares (USP) apresenta aos leitores o projeto3 que, a partir de 2001, levou o rádio a 455 escolas da rede municipal de São Paulo, envolvendo cerca de 11 mil pessoas. Com uma proposta de produção colaborativa, envolvendo democraticamente educadores e educandos, Soares acredita que a grande ousadia da Educom.rádio foi sua implantação “em uma rede formal de ensino, regida por normas que atravessam gerações de educadores e que garantem a tradicional verticalidade do processo de ensino”.
Das escolas de São Paulo, o rádio chega às de Belo Horizonte, por meio de Fábio Martins da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que registra algumas experiências radiofônicas educativas na capital mineira, não sem antes evocar a figura de Roquette- Pinto e sua crença no rádio “como veículo capaz de provocar mudanças na mentalidade popular”. No artigo intitulado O rádio dos meninos, o pesquisador discute os conceitos de “educomunicação” e “educomídia”, além de dar voz a alguns dos alunos envolvidos em um dos projetos radiofônicos de Minas Gerais.
Dos alunos a discussão salta para os moradores de uma favela de Belo Horizonte, principais ouvintes de Ana Paula Bossler (FaE/UFMG) e sua proposta de falar sobre ciência no rádio. Em Divulgação Científica na Rádio Favela FM4:percursos discursivos e a ciência na ausência da imagem, a pesquisadora discute os desafios do projeto e descreve a rotina de produção do programa Ciência na Favela. Bossler apresenta ainda considerações acerca dos programas com finalidade educativa na mídia.
No décimo capítulo, Nelson De Luca Pretto, Maria Helena Silveira Bonilla, Fabrício Santana, Bruno Gonsalves, Mônica de Sá Dantas Paz e Hilberto Mello retomam a discussão sobre os softwares livres. Em Soluções em software livre para rádio web, os pesquisadores da UFBA apresentam indicações de como usar e instalar rádios web com software livre em projetos educacionais e comunitários.
As experiências de Espanha e Portugal estão no artigo A rádio universitária como modalidade educativa audiovisual em contexto digital. No estudo, os pesquisadores Marcelo Mendonça Teixeira (Universidade do Minho), Juan José Perona Páez, da Universidade Autonoma de Barcelona (UAB) e Mariana Gonçalves Daher Teixeira (Universidade do Minho) analisam e comparam as rádios universitárias mais significativas dos dois países, concluindo que o caráter alternativo das emissoras possibilita a veiculação de temáticas dificilmente encontradas em outras rádios, “como a problemática da exclusão social; a popularização da ciência e o conhecimento; assim como a música, o cinema, a literatura e arte”.
Quem encerra a publicação é Maria Luz Barbeito Veloso (UAB), que também traz uma experiência da Espanha. Em Publiradio.net: desenho, desenvolvimento e avaliação de materiais didáticos on-line para a formação em comunicação, Veloso apresenta uma plataforma on-line que permitiu aos alunos de publicidade da UAB gerar seus próprios produtos publicitários radiofônicos e acabou por se transformar em uma web rádio educativa.
Acredita-se que Do MEB à WEB, ao reunir todos esses estudos, pode iluminar não só outras pesquisas sobre o rádio em seu papel educativo, como todas as comunidades envolvidas com esse veículo que, em tempos de Internet, abre um extenso campo de experimentação.
Notas
1 Nelson De Luca Pretto é doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo e professor associado da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Sandra Pereira Tosta é doutora em Antropologia Social pela USP. Professora da PUC Minas; coordenadora do Grupo de Pesquisa em Educação e Culturas (Educ); pesquisadora do CNPq.
2 O MEB foi instituído em março de 1961, por meio de um convênio entre a Presidência da República e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante o governo Jânio Quadros.
3 O projeto Educom.rádio surgiu em 2001, numa parceria entre a Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo e o Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da USP. Em 2005 e 2006, o projeto foi levado a escolas do ensino médio do Centro-Oeste do Brasil, incluindo aldeias indígenas e comunidades quilombolas.
4 Criada em 1981, por iniciativa dos moradores de uma comunidade do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, a Rádio Favela foi legalizada em 1996 e condecorada duas vezes pela ONU por suas ações a favor da cidadania e do combate à violência.
Fernanda Carla Castro – E-mail: fernandaccastro@yahoo.com.br
Clio | UFPR | 2010
Cadernos de Clio (Curitiba, 2010-) é um espaço de publicação que objetiva divulgar a produção de conhecimento histórico/historiográfico realizado pelo alunos de graduação dos cursos superiores de História.
Periodicidade semestral
Acesso livre
Crítica Histórica | UFAL | 2010
A Revista Crítica Histórica (Maceió, 2010-) é uma publicação semestral do Programa de Pós-Graduação em História – Mestrado da Universidade Federal de Alagoas. Seu objetivo principal é divulgar a produção historiográfica em geral com ênfase em pesquisas originais e articular a troca de informações junto a outros pesquisadores da região e do país. Com isso, quer-se criar um veículo democrático para o debate e a reflexão crítica sobre os temas históricos de interesse regional e nacional.
Compreende-se que através dos estudos históricos é possível buscar o conhecimento dos processos dinâmicos da sociedade no tempo e no espaço com as perspectivas de transformação e melhoria da vida social como um todo.
Periodicidade semestral.
ISSN 2177-9961
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Ensino de Geografia | UFU | 2010
A Revista de Ensino de Geografia (Uberlândia, 2010) é uma publicação do Laboratório de Ensino de Geografia do IG-UFU, editada unicamente no formato eletrônico.
Lançada em dezembro de 2010 (v. 1, n. 1, jul./dez. 2010), tem como principal propósito a difusão de conhecimento e o debate em um espaço aberto para todos aqueles que se interessam, pensam e fazem o ensino da Geografia em diferentes contextos e circunstâncias, de todas as correntes teórico-metodológicas e linhas de pensamento.
A Revista de Ensino de Geografia recebe em fluxo contínuo para avaliação e possível publicação trabalhos relacionados ao ensino e à aprendizagem de Geografia ou à educação geográfica em todos os níveis da escolarização formal e em espaços educativos não escolares. Os trabalhos podem ser resultados de pesquisas realizadas individualmente ou por grupos, estudos teóricos e bibliográficos, experiências educativas e práticas de sala de aula, monografias e trabalhos de conclusão de curso, projetos de ensino e extensão universitária, dissertações de mestrado, teses de doutorado.
Além de artigos científicos, relatos de experiências e práticas, resenhas bibliográficas, notas e comunicações de interesse para seu público, eventualmente pode publicar também dossiês sobre temas específicos, entrevistas, transcrições e traduções.
Periodicidade semestral.
Acesso livre
ISSN: 2179-4510
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Mnemosine | UFCG | 2010
Mnemosine (Campina Grande, 2010-) é uma revista eletrônica cientifica do campo da história, que pertence ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Campina Grande publicada semestralmente.
Desde a sua criação em 2010, estruturou-se com o objetivo de refletir sobre questões relativas às dimensões do campo da história ,especialmente levando em consideração as temáticas Cultura, Poder e Identidade e Cultura e Cidade.
Com o passar dos anos tivemos diferentes temas nos dossiês propostos para os editores da Mnemosine Revista e diferentes temporalidades com artigos resultantes de pesquisadores do campo das Ciências Humanas e Sociais especialmente da Ciência Histórica.
Destacáveis dossiês compostos por artigos de pesquisadores que colaboraram com temas originais e inéditos sempre em uma perspectiva interdisciplinar.
Seguindo a sua Linha Editorial de constituir-se em um espaço facultado a todos os campos disciplinares, especialidades, temporalidades e problemáticas históricas, tem oferecido ao público geral e especializado uma diversidade de abordagens em seus dossiês temáticos.
Destarte propomos a criação da MNEMOSINE REVISTA, veículo eletrônico de periodicidade semestral, sob a forma de artigo científico, resenhas, publicação de documentos inéditos e entrevistas com historiadores enquanto produto das pesquisas desenvolvidas por alunos e professores dos Programas de Pós-Graduação no Brasil e no Exterior.
Salientamos que a principal finalidade da nossa revista é constituir um espaço democrático de acessibilidade virtual de debate, de discussões que resultem em ideias originais e iniciativas teóricas, metodológicas e de pesquisa documental que venham propiciar o enriquecimento do conhecimento histórico no caminho do diálogo interdisciplinar.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 2237 3217
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Embornal | UECE/ANPU-CE | 2010-2017
Embornal (2010-) é a revista eletrônica da ANPUH-CE, fundada em 2010. Recebe artigos de profissionais de História, além de estudantes de graduação e pós-graduação. Nosso propósito é dar espaços para textos acadêmicos e de experiências didáticas em História no ensino fundamental, médio e universitário.
Embornal é uma sacola a tiracolo que os agricultores usam para carregar sementes durante o cultivo de suas terras. Essa é a intenção da publicação. Um espaço de guarda das sementes de ideias e diálogos frutíferos dentro e, principalmente, fora da academia.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN: 2177-160X
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La Europa Cosmopolita: sociedad y política en la segunda modernidade / Ulrich Beck e Edgar Grande
A obra La Europa Cosmopolita, publicada em 2006 pela editora Paidós em países de língua espanhola, é a última parte da série de estudos dividida em três volumes e escrita por Ulrich Beck sobre o cosmopolitismo, tendo como co-autor Edgar Grande2. Originalmente, o estudo foi apresentado ao público em 2004, ainda em alemão, sob o título Das kosmopolitische Europa: Gesellschaft und Politik in der Zweiten Moderne.
Contando com uma elaborada reflexão, os autores abordam na obra a sociedade de risco global, a possibilidade de uma modernização reflexiva e de realismo cosmopolita; fundamentos estes sobre os quais Beck e Grande discorrem suas análises sobre a ideia de Europa. Desse modo, a relação de temas colocada logo nas primeiras páginas do livro fornece ao leitor uma aparente sensação de afinidade com questões tradicionalmente cultivadas pela teoria crítica da Escola de Frankfurt. Preferivelmente a analisar a Europa como um mecanismo de mercado, os autores a vêem como um projeto dinâmico de política aberta, recorrendo a autores como Benedic Anderson para sugerir que a Europa precisa ser ―inventada‖, o que leva à discussão dos autores sobre o fato de que, ao invés de Europa, o que realmente existe é um processo de europeização.
Ulrich Beck e Edgard Grande discutem neste livro a possibilidade da principal dificuldade da europeização poder estar radicada no fato de que o projeto político que os europeus têm em mente não corresponde ao esquema que determina sua realidade. Sendo assim, necessita-se, segundo os autores, de um relato de europeização que torne compreensível a vinculação de fracassos e iniciativas (pp.15-21). Nesta circunstância, seria relevante que se repensasse a Europa, que se reconhecesse e entendesse as contradições da europeização, fundamentando seus momentos comuns em um novo conceito político de integração e em uma nova visão política; possibilidade de coexistência esta conceitualizada pelos autores como Europa cosmopolita.
A importância cultural da europeização radicada em um cosmopolitismo é caracterizada pelos autores através da fertilização cruzada de identidades e discursos com a qual se poderia relacionar um novo modelo cultural sócio-cognitivo, em que a ideia de Europa se tornaria realidade. Para Beck e Grande, a Europa não existe, o que existe é uma europeização entendida como um processo institucionalizado em transformação, obedecendo à lógica das consequências indiretas. A Europa é, deste modo, um projeto politicamente alternante e em permanente processo de transformação, ilustrando um estado de coisas que, na teoria de conjuntos imprecisos, é conhecido como a ―lei de incompatibilidade‖, ou seja, caso cresça a complexidade de um sistema, os problemas enunciados com sentido perdem sua determinação; e os enunciados determinados, seu sentido (pp.21-31). Entretanto, tal definição não significa a impossibilidade de se formular enunciados com sentido, e o conceito de cosmopolitismo, discutido por Grande e Beck, procura oferecer a chave para esta questão.
Os autores empregam o cosmopolitismo como um conceito caracterizado pela superação de dualismos, principalmente em sua dimensão global/local, nacional/internacional. A compreensão da europeização de forma cosmopolita apresentada caracteriza a preocupação com a transformação da subjetividade cultural e política, procurando determinar o conceito de sociedade européia como um caso regional, especial e histórico de interdependência global e de relação reflexiva. Contrário a um sistema de subordinação verticalizada, o cosmopolitismo seria o princípio da superação das diferenças, sendo sua condição de possibilidade, alegam os autores, o reconhecimento e o desenvolvimento das normas universais que permitem institucionalizar e fundamentar a igualdade do modo com que se trata o diferente. O sentido atribuído ao cosmopolitismo converte, por conseguinte, o reconhecimento da diferença em pensamento, convivência e ação, que exige um conceito de integração e identidade o qual permita a convivência sem que isto implique sacrificar a particularidade e a diferença em benefício de uma suposta igualdade. Vista desta forma, uma Europa cosmopolita seria uma Europa da diferença, reconhecida, aceitada e significada por limitações e regulações desta diferença – diferença e integração, lugar de diversidade como fonte da auto-consciência cosmopolita (pp.31-34).
O cosmopolitismo requer a existência de normas universais que permitam regular a relação com o diferente, e equilibrar a luta por reconhecimento de uma forma socialmente aceitável. Se o cosmopolitismo quiser garantir identidades e direitos coletivos, ele necessitará de um mecanismo político que permita produzir e estabilizar institucionalmente a diferença coletiva. Sem estes estabilizadores de diferença, o cosmopolitismo corre o risco de converter-se em universalismo substancial (pp.35-36). Esta racionalidade – que trouxe uma forma específica e complexa de etnocentrismo: uma globalização do jeito racional dominante ocidental de viver, que tem se tornado uma ameaça à vida das pessoas na maioria dos países não ocidentais; uma ameaça à peculiaridade de suas culturas e de suas próprias tradicionalidades identitárias – é muitas vezes vista como uma globalização das formas ocidentais de vida que não permitem lugar para as culturas diferentes. Nesse sentido, a modernização é uma ameaça à diferença e à variedade, guiada pelo princípio do etnocentrismo. Deste modo, nos encontramos diante do problema de uma intransponível lacuna entre diferença cultural e discurso universalista.
Assim entendido, o conceito de universalidade exclui e suprime a alteridade. Para lidar com esta generalização, e equilibrar a luta por reconhecimento, pode-se pensar a proposta de Jörn Rüsen, que sugere que se critique perspectivas diferentes pela projeção entre elas, e isso colocaria em movimento ambas as perspectivas, enriquecendo umas as outras3. Deste modo, a crítica poderia levar à integração. Este enriquecimento mútuo seria possível sobre uma certa condição expressa pela categoria universalística de igualdade argumentativa para a plausibilidade narrativa. Entretanto, uma tal tipologia das diferenças culturais precisa evitar o engano de um conceito de cultura como unidade previamente dada. Nesta direção, o cosmopolitismo europeu discutido por Beck e Grande propõe um método de conceitualização que procura evitar etnocentrismos bem como qualquer pressuposição de comparação que excluiria as culturas uma das outras, apresentando a alteridade de diferentes culturas como um espelho que habilita uma melhor compreensão de si mesmo, constituindo a peculiaridade de nossas próprias características culturais, e ocasionando uma inter-relação de culturas que permite às pessoas usarem o poder cultural de reconhecimento.
Para Beck e Grande, na Europa, a cosmopolitização do Estado tem dado origem a uma estrutura política que se baseia em pressupostos compartilhados de qualidade normativa, o que configuraria a possibilidade de respeito e reconhecimento baseado no consenso. Entretanto, os autores advertem que esta cosmopolitização do Estado também deveria se fundamentar na delimitação nacional, na livre vontade, nas interdependências transnacionais e no valor político, organizado e posto em prática pela tolerância constitucional; pela diversidade e incrementalismo transnacional; pelo pluralismo ordenado; pelo decisionismo reflexivo; e pelas afiliações múltiplas. (p. 133-139) Nesta interdependência global, a realidade se torna cosmopolita – sem obedecer a uma intenção, sem publicidade, sem obedecer a uma determinação, a um programa político, de forma completamente deformada, afirmam os autores. O surgimento deste cosmopolitismo estaria centrado em um projeto político que aponta à transformação das lealdades e das identidades em um mundo de múltiplas modernidades. Sendo assim, a europeização é entendida como um caso especial, como uma forma regional e histórica da gestão de fronteiras de interdependência global (pp. 171-174).
Outra questão importante para que a dimensão social possa ser generalizada, pressupondo que todos compartilham características básicas e que se reconheçam reciprocamente, é referida como a transnacionalização dos direitos humanos contra a soberania jurídica dos Estados nacionais, determinante para a criação de uma sociedade civil européia. Deste modo, a europeização da sociedade civil poderia criar as condições adequadas para realizar o experimento de vincular entre si direitos humanos e direitos civis, estatuto jurídico e identidade, formas de vida transnacional e participação política. Trata-se de europeizar as sociedades nacionais, de abri-las, de fazê-las permeáveis e receptivas umas às outras sem eliminar suas peculiaridades, incluindo seus provincianismos e suas limitações. Esta europeização horizontal dos Estados nacionais necessita, segundo Beck e Grande, de um humanismo cosmopolita; de uma dimensão social identitária, que compartilhe características básicas de humanidade (pp. 181-180). Sendo assim, compartilha-se da mesma qualidade normativa de ser um ser humano que configuraria uma possibilidade de respeito e reconhecimento.
Outro fator relevante para que se compartilhem características básicas de humanidade diz respeito ao fato de que a transformação interna das sociedades nacionais não poderia renunciar à experiência das guerras e das ditaduras e de sua assimilação política. Deste modo, criaram-se conceitos jurídicos e um tribunal situados além da soberania dos Estados nacionais, onde se idealizou uma prática político-jurídica que articula em forma de conceitos e de procedimentos jurídicos a ruptura da civilização representada pelo extermínio dos judeus organizado pelo Estado alemão4 (p.190). Esta categoria de ―crimes contra a humanidade‖ introduz uma nova lógica jurídica que rompe com a lógica baseada no conceito de nação, substituindo-o pelo princípio jurídico da responsabilidade cosmopolita. Se as tradições que deram lugar ao horror do holocausto eram européias, também eram os valores e os conceitos jurídicos com os que estes fazeres se julgaram ante o mundo como crimes contra a humanidade (pp. 191-192).
A discussão destes conceitos pode ser compreendida como resultado de desilusões políticas, ou como conseqüência de um aumento da sensibilidade moral, que diz respeito ao fato de termos nos tornado consciente do fato de que o reconhecimento da dignidade humana condensa um princípio central de justiça social. Deste modo, todo sujeito seria dependente de um contexto de formas sociais de interação regulada por princípios normativos de reconhecimento mútuo. Sendo assim, a integração normativa das sociedades seria substituída por princípios de institucionalização de reconhecimento que regulam compreensivelmente as formas de reconhecimento mútuo através do qual seus membros possam se relacionar no contexto social da vida. Se corroborarmos estas premissas, a consequência é que uma política ética, ou uma moralidade social, deveria ser fundamentada para a qualidade de garantias sociais de relações de reconhecimento.
Contudo, o tipo de cosmopolitismo apresentado por Beck e Grande parece sugerir algo mais do que a coexistência da diferença. Por essa razão, a perspectiva abordada pelos autores implica ainda o reconhecimento da dimensão transformativa dos encontros sociais. A fertilização cruzada que se dá quando as sociedades entram em contato conduz a formas sociais mais fixas e a uma certa lógica de convergência, que transcende a superficialidade da ―unidade na diversidade‖. Trata-se, deste modo, do fato da integração das sociedades envolver diferenciação e integração reflexiva. A europeização é compreendida pelos autores mais em termos de autotransformação reflexiva do que de princípios normativos. Sendo assim, a ideia de uma Europa Cosmopolita se baseia no princípio de unidade e diversidade, indo mais além no problematizar reflexivamente a subjetividade política da Europa.
A tarefa proposta por Ulrich Beck e Edgar Grande de se compreender a europeização de forma cosmopolita exige um conceito de integração e identidade que permita uma convivência, sem que isto implique sacrificar a particularidade e a diferença em benefício de uma hipotética igualdade. Entretanto, este cosmopolitismo requer a existência de princípios que permitam regular a relação com o diferente, e equilibrar a luta por reconhecimento. Este tipo de pensamento transcenderia os limites do etnocentrismo, sendo um compromisso para refletir, historicisar e universalizar os princípios básicos e determinantes do pensamento histórico, além de poder servir de escopo para se pensar a existência de princípios universais, bem como para que possa haver a regulação da relação com o diferente. Aqui se configura uma possibilidade de respeito e reconhecimento que estabilizaria a diferença, não havendo o risco do cosmopolitismo proposto por Beck e Grande, converter-se em universalismo substancial.
Notas
2. Ulrich Beck é sociólogo, professor da universidade Ludwig-Maximilians, de Munique, e da Escola Londrina de Economia e Ciências Políticas. Desde 1992, tem sido professor de Sociologia e diretor do Instituto de Sociologia da Universidade de Munique. De 1995 a 1997 foi membro da Comissão para Questões Futuras do Estado da Bavária e Saxônia. É editor, desde 1980, do jornal de Sociologia Soziale Welt, e autor e editor de vários artigos e livros, além de ser um dos principais tradutores de idéias sociológicas contemporâneas do alemão para o inglês. Sua importância no campo da Sociologia, e das ciências sociais em geral, é incontestável, julgando sua extensa e ininterrupta evidência de publicações em alemão e inglês desde a publicação de seu determinante Risk Society, em meados de 1980. Edgar Grande é cientista político e ex-professor da Universidade de Konstanz . Desde de 2004 é professor de política comparada no Instituto de Ciências Políticas Geschwister-Scholl, da Universidade Ludiwig-Maximilians, de Munique.
3. Ver: RÜSEN, Jörn. Towards a new idea of humankind – unity and difference of cultures in the crossroads of our time. Working Papers n.2. Kulturwissenschaftliches Institut, Essen; University of Witten/Herdecke; University of Duisburg-Essen. Essen, 2006. _____ Comparing cultures in intercultural communication. In. FUCHS, Eckhardt; STUCHTEY, Benedikt. Across cultural borders: historiography in global perspective. p.335-348. Rowman&Littlefield, 2002.; _____. How to overcome ethnocentrism: approaches to a culture of recognition by history in the twenty-first century. In. History and Theory. Theme Issue 43. p.118-129. Wesleyan University, 2004.
4. Em toda a Europa existe uma disputa cada vez maior sobre a subjetividade política de novas formas de comemorações pós-nacional baseadas no perdão e no reconhecimento das vítimas. A recordação do Holocausto é paradigmática destas formas de comemorações. Deste modo, é característico que uma ética da memória se converta em um cenário para o discurso público sobre a natureza da identidade histórica.
Johnny Roberto Rosa – Mestrando em História Cultural pela Universidade de Brasília – UnB. Bolsista Capes. Contato com o autor: johnnyrobertorosa@hotmail.com.
BECK, Ulrich; GRANDE, Edgar. La Europa Cosmopolita: sociedad y política en la segunda modernidad. Barcelona, Buenos Aires, Mexico: Paidós, 2006, 392p. Resenha de: ROSA, Johnny Roberto. Em Tempo de Histórias, n.16, p.191-195, jan./jul., 2010. Brasília, Acessar publicação original. [IF].
Género y sexualidades en las tramas del saber. Revisiones y propuestas – ELIZALDE et al (CP)
ELIZALDE, Silvia; FELITTI, Karina; QUEIROLO, Graciela. (coords.) Género y sexualidades en las tramas del saber. Revisiones y propuestas. Buenos Aires, El Zorzal, 2009, 236p. Resenha de: PLESNICAR, Lorena Natalia. Género y sexualidades en las tramas del saber. Revisiones y propuestas. Cadernos Pagu, Campinas, n. 34, Jan./Jun. 2010.
El Prólogo del libro, a cargo de Dora Barrancos, no sólo oficia de presentación formal del texto sino que se constituye en una invitación al lector a recorrer en perspectiva histórica algunos de los condicionantes de las relaciones de género y sexualidad en la sociedad. Sus palabras muestran, una vez más, el continuo apoyo y compromiso con la formación de las jóvenes investigadoras que se interesan por estos temas de la agenda social.
Silvia Elizalde, Karina Felitti y Graciela Queirolo son las autoras de la Introducción. Allí, describen algunas de las discusiones principales que surgieron a partir de la sanción, en el año 2006, de la Ley 26.150 que estableció el Programa Nacional de Educación Sexual Integral. Asimismo, presentan una breve descripción de los diversos problemas que se suscitan no sólo en el terreno de las prácticas pedagógicas del sistema educativo nacional sino también en relación con la formación y la capacitación de los docentes. A su vez, dejan en claro el posicionamiento del libro ya que proponen “el género, las sexualidades y los derechos humanos como perspectivas transversales y políticamente emancipadoras de las prácticas y los saberes tradicionalmente constituidos” (20).
El primer capítulo se titula Historia. Cuerpos, género y sexualidades a través del tiempo y la autoría es de Karina Kelitti y Graciela Queirolo quienes argumentan la necesidad de pensar en clave de género y sexualidad la historia y su enseñanza. A partir de una revisión sobre el lugar de las mujeres y el género en el campo historiográfico, sostienen la importancia de analizar las maneras de acercarse al pasado y de trasmitirlo mediante el conocimiento histórico. El capítulo finaliza con dos apartados: uno presenta un recorrido descriptivo de algunos de los trabajos más difundidos sobre las sexualidades en la historia occidental, y el otro reseña los devenires de los aportes sobre historia, género y sexualidades en Argentina en su articulación con el desarrollo de la historiografía internacional. Vincular esta área de estudio – de formación reciente – con la práctica pedagógica es el gran desafío que queda como tarea pendiente para los interesados en estos temas.
Lucía Puppo inicia el segundo capítulo con la distinción conceptual entre lengua y discurso, y desde allí, describe algunos de los usos sexistas del lenguaje cotidiano. A continuación, y desde una perspectiva histórica, sintetiza algunos de los impedimentos sociales que desplazaban a las mujeres de la literatura en el contexto europeo del siglo XIX; situación que se replica con matices similares en Argentina y que explica, en cierto modo, la obliteración de los aportes de las mujeres al canon literario. En los siguientes apartados, Puppo revisa algunos de los principales aportes y discusiones de la teoría feminista internacional de los últimos años y los pone en diálogo con estudios literarios actuales y también de décadas anteriores. El capítulo termina con una serie de recomendaciones destinadas a los docentes para que puedan incorporar la educación sexual en la enseñanza de la lengua y de la literatura dado que su argumento principal es que pueden analizarse diferentes formas de discriminación hacia la diversidad sexual si se considera la dimensión discursiva de los textos.
Artes. Las/os invisibles a debate es el título que María Laura Rosa elige para presentar el tercer capítulo del libro. En él indaga algunos de los discursos dominantes de la historia del arte desde la perspectiva de género y de las sexualidades. Según Rosa, las revisiones sobre la historia del arte que datan de los años 1970 arguyen que la ausencia de las grandes artistas mujeres en la historiografía se debía a un conjunto de restricciones formativas – la confinación de la mujer a la producción de “géneros menores”, por ejemplo – y familiares – registrada en la dependencia de los padres y hermanos en las actividades de taller. En la década de los 1980 la insistencia del feminismo sobre la desigual situación de varones y mujeres en el campo artístico lleva a re-pensar el problema desde la construcción misma de la subjetividad desde los aportes psicoanalíticos más difundidos en la época. Las intrincadas relaciones entre el feminismo y el arte en la historia argentina es el eje que organiza los últimos apartados del capítulo y dan cuenta tanto del proceso de incorporación de las mujeres en sus espacios institucionales como de los diversos debates teóricos que ello acarrea – sobre el arte light, el arte guarango, el arte rosa o las diferencias entre el arte femenino y el arte de género, por citar algunos ejemplos.
Los debates sobre las especificidades de los estudios de la comunicación, de los estudios de género y de las sexualidades son la introducción al capítulo Comunicación. Genealogías e intervenciones en torno al género y la diversidad sexual escrito por Silvia Elizalde. A partir de allí Elizalde plantea los modos de actuación de la escuela y el saber pedagógico respecto a los contenidos de la industria cultural y los medios que pueden caracterizarse desde las posturas más herméticas hasta aquellas que reconocen la importancia estratégica de la inclusión de materiales mediáticos y de comunicación en el ámbito educativo. A continuación, la autora presenta una revisión del lugar del género y las sexualidades en las dos corrientes teóricas principales en el ámbito de la comunicación, cultura y medios: una, enraizada en el funcionalismo norteamericano y la otra, en la Escuela de Frankfurt. Los aportes de los estudios culturales y feministas y las principales líneas de investigación a las que estas contribuciones dieron lugar en el campo de la comunicación es otro de los puntos que conforma el escrito y que son retomados para describir la situación de los mismos en Argentina en su articulación con una perspectiva latinoamericana. Como cierre del capítulo, la autora resalta algunas de las estrategias que el activismo de género y la diversidad sexual han desplegado en los últimos años para sumar las discusiones sobre comunicación y medios en sus demandas políticas.
El libro finaliza con apartado denominado Propuestas de trabajo organizadas en función de los capítulos presentados – y más allá de algunas críticas que podrían esbozarse – se constituye en un aporte relevante para los educadores en tanto que brindan información sobre un conjunto de recursos (libros, películas, sitios de Internet) y permiten pensar en prácticas de enseñanza y de aprendizaje en las distintas áreas del curriculum desde la clave del género y la sexualidad en el marco del sistema educativo nacional. Sin dudas, este libro será una valiosa contribución para quienes trabajan en la educación y reconocen que su práctica es política y, por ello, ya no pueden desentenderse de los nuevos aportes que provienen de los estudios de género y de las sexualidades que ponen en jaque, entre otras cosas, los designios heteronormativos del paradigma patriarcal.
Lorena Natalia Pleniscar – Doctoranda en Ciencias Sociales (Flacso). Becaria Doctoral del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet). Profesora Adjunta de la Facultad de Ciencias Humanas. Universidad Nacional de La Pampa, Argentina. E-mail: lorena.plesnicar@speedy.com.ar.
[MLPDB]
Tempo Espaço e Linguagem | UNICENTRO | 2010
Tempo, Espaço e Linguagem – TEL (Irati, 2010-) é um periódico eletrônico do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO, Campus Irati), fundada em 2010. A revista tem periodicidade semestral e possui como eixo central publicar artigos, ensaios, resenhas, entrevistas e dossiês referentes ao campo da História.
Embora o PPGH-UNICENTRO esteja situado na área de concentração “História e Regiões”, a revista tem como norte estabelecer um espaço de debate historiográfico que contemple a produção cientifica atual em sua diversidade teórico-metodológica e temática. São bem-vindas, também, contribuições de alguma forma alinhadas como o conhecimento histórico, a exemplo da Sociologia, Antropologia, Educação e Ciência Política.
São aceitos trabalhos em coautoria, exceto aqueles que envolvam parceria entre orientador(a) e orientando(a). Destaca-se ainda, que a TEL tem como política limitar o número de publicações de professores oriundos da UNICENTRO.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
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Caminhos da História | Unimontes | 2010
Caminhos da História (Montes Claros, 2010-) é uma publicação do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
Sua ênfase está na difusão do conhecimento na História, especialmente de pesquisas originais. Contudo, é aberta para contribuições de outras áreas do conhecimento, sempre que os artigos submetidos apresentarem vínculos explícitos com a História.
Periodicidade semestral
Acesso livre
ISSN 1517-3771 (Impresso)
ISSN 23050875 (Online)
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Signum | ABREM | 2010
Signum – Revista da ABREM (Londrina, 2010) é o periódico da Associação Brasileira de Estudos Medievais, fundada em 22 de março de 1996 como entidade civil, sem fins lucrativos, com sede nacional no município em que estiver instalada a Diretoria. Entre 1996 a 2010, a Signum foi publicada em formato impresso, após o que adotou-se o formato digital para todos os seus números. É um periódico semestral que tem por finalidade divulgar a produção científica sobre o período Medieval nas mais diversas áreas de especialidade, como os Estudos Literários, a História, a Filosofia, as Artes e o Direito.
A revista, por ser vinculada à Associação Brasileira de Estudos Medievais, não possui uma área de especialidade predominante ou exclusiva, pois procura incluir, inter e transdisciplinarmente, as diversas áreas de estudos que se interessam pela temática medieval, dentro e fora do Brasil.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 2177-7306
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Historiae | FURG | 2010
Historiæ (Rio Grande, 2010-) é uma publicação semestral da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), aceitando trabalhos inéditos de professores, pesquisadores, acadêmicos na área de História.
Ela é uma das mais antigas publicações científicas da FURG (Rio Grande-RS), tendo sua gênese em 1978 como Revista do Departamento de Biblioteconomia e História, título ao qual, posteriormente, foi acrescido o nome Biblos – Revista do Departamento de Biblioteconomia e História, para finalmente, em 2010, tendo em vista as próprias mudanças institucionais no seio da Universidade, passar a denominar-se Historiæ.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 1519 08502
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Oficina do Historiador | PUC-RS | 2010
Oficina do Historiador (Porto Alegre, 2010-) é um periódico de publicação semestral editado pelo Programa de Pós-Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
A revista define-se como um espaço de veiculação de produção científica e pesquisas desenvolvidas por docentes e, principalmente, por alunos dos diversos Programas de Pós-Graduação em História do Brasil, bem como recém titulados com resultados finais ou parciais de suas pesquisas.
Seu caráter exclusivamente virtual responde ao intuito de divulgar a produção acadêmica para um público mais amplo de interessados em estudos sobre diversas temáticas e contextos históricos. Dessa forma, a Oficina do Historiador pretende fomentar a investigação e a divulgação de resultados de pesquisas e promover o debate historiográfico.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 2178-3748 (Online)
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Pergaminho | UNIPAM | 2010
A Pergaminho (Patos de Minas, 2010-), em seu primeiro número, veio inicialmente substituir a revista Fazendo História que, durante muitos anos, foi o periódico discente do curso de História do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM). Portanto, a Pergaminho nasceu por iniciativa do colegiado de curso como um espaço para divulgação de artigos científicos dos discentes e egressos dos cursos de História.
A partir de 2011, o quadro de interesses da revista ampliou-se e a Pergaminho também se tornou uma revista de estudos pedagógicos. Assim, passou a constituir-se de uma coletânea de artigos, versando sobre múltiplos temas no campo do conhecimento histórico e pedagógico, das metodologias e práticas educacionais em História e Pedagogia e do debate historiográfico.
Sua periodicidade é anual e a revista é aberta a acadêmicos das áreas de História e de Pedagogia ou de áreas afins (Sociologia, Antropologia, Ciências Políticas), de qualquer instituição. Esperamos contribuir no sentido de incentivar a pesquisa nos cursos de graduação, apontando para a necessidade dos discentes de galgar novas etapas da vida acadêmica. O alcance, a visibilidade e a agilidade de uma produção acadêmica online, além de contar com a abnegação de conselheiros indiscutivelmente credenciados, nos moveu a apostar nessa aventura.
[Periodicidade anual].Acesso livre.
ISSN 2178-7654 (Online)
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Escuela de Historia Virtual | UNC | 2010
Anuario de la Escuela de Historia Virtual (Córdoba, 2010-): órgano de divulgación científica de circulación semestral de la Escuela de Historia de la Facultad de Filosofía y Humanidades (Universidad Nacional de Córdoba).
Publica contribuciones originales e inéditas resultados de investigaciones sobre temas referidos a la problemática histórica (en cualquiera de sus áreas: arqueología, antigua, medieval, moderna, contemporánea).
El Anuario de la Escuela de Historia Virtual intenta ser un órgano de difusión de los resultados de investigación, metodologías y propuestas teóricas así como de debates académicos desarrollados por docentes y alumnos tanto de la Escuela de Historia como de cualquier parte del mundo.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 1853-7049
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Escuela de Historia | UNR | 2010
El Anuario de la Escuela de Historia (Rosario, 2010-) es una publicación científica de la Escuela de Historia de la Facultad de Humanidades y Artes de la Universidad Nacional de Rosario (Argentina). Con periodicidad semestral, apunta a un público especializado constituido por investigadores y docentes en el campo de las Humanidades y las Ciencias Sociales con especial referencia a la Historia.
Está pensada para dar cabida a trabajos de investigación original, donde predomine la síntesis, la interpretación novedosa y los debates historiográficos, haciendo énfasis tanto en las perspectivas estrictamente disciplinares como interdisciplinares.
Periodicidade [Semestral].
Acesso livre
ISSN 1853-8835
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Tiempo Histórico | UAHC | 2010
Revista Tiempo Histórico (TH) es una publicación semestral (junio – diciembre) de la Universidad Academia de Humanismo Cristiano. Es una revista de carácter académico, que recibe solo artículos inéditos centrados en Historia de Chile, Historia de Ibero América y en temas de orden teórico y metodológico. La publicación está abierta a recibir contribuciones tanto desde la Historia como de otras disciplinas afines a la misma, tales como: Sociología, Antropología, Arqueología e Historia del Arte.
Las contribuciones que recibe TH forman parte de las siguientes secciones:
Artículos: Se incluyen artículos originales que no estén siendo evaluados simultáneamente en otras publicaciones; avances y resultados de proyectos de investigación, ensayos críticos y discusión de fuentes históricas.
Reseñas: Las reseñas deben ser críticas y versar sobre libros pertinentes para la disciplina histórica, las ciencias sociales y humanas y que hayan sido publicados en los últimos cinco años. El equipo editorial revisa cada una de las reseñas y, de ser aprobadas, pasan al proceso de edición y diagramación.
Tiempo Histórico está dirigida a investigadores, profesionales, académicos y estudiantes de postgrado y pregrado interesados en la creación y reflexión de conocimiento histórico.
Tiempo Histórico se encuentra en los siguientes índices, bases de datos, directorios y catálogos: DOAJ. Directory of Open Access Journals.; ERIHPlus; MIAR; LATINDEX. Catálogo v1.0 (2002 – 2017); CLASE; LATINDEX. Directorio; EBSCO host; DIALNET; BIBLAT; SHERPA/RoMEO; FLACSO REDIV; JOURNAL TOCs; KYUSHU Library; OPAC plus; ORBIS; EZ3; AcademicKeys; REDIB; KANAZAWA.
Periodicidade semestral
Acesso livre
ISSN 0719-5699
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Geschichtsunterricht. Ein Handbuch zur Unterrichtsplanung [Ensino de História: manual para o planejamento das aulas] – GIES (IJRHD)
GIES, Horst. (in Zusammenarbeit mit Michele Barricelli und Michael Toepfer): Geschichtsunterricht. Ein Handbuch zur Unterrichtsplanung. Köln, Weimar, Wien 2004 (UTB), 307 S. Resenha de: MÜTTER, Bernd. International Journal of Research on History Didactics, n.31, p.285-287, 2010.
Horst Gies’ jüngste Buchpublikation, an der seine früheren Assistenten Michael Toepfer und Michele Barricelli mitgewirkt haben, lässt das Vorbild des bewährten „Repetitorium Fachdidaktik Geschichte“ (Bad Heilbrunn/Obb. 1981), das schon seit langem vergriffen ist, deutlich erkennen – trotz der im Titel signalisierten thematischen Fokussierung „Geschichtsunterricht. Ein Handbuch zur Unterrichtsplanung“.
Disposition und Darstellungsduktus beider Werke decken sich weitgehend, nur dass die großen Kapitel zu „Voraussetzungen und Bedingungen des Geschichtsunterrichts“, zu seinen Zielen, Inhalten, Methoden und Medien des Geschichtsunterrichts jetzt als „Bausteine“ für die Unterrichtsplanung bezeichnet werden. Neu sind Einführung („Warum ist Unterrichtsplanung notwendig?“) und Ausblick („Von der Planung zum Plan“): Sie geben, dem neuen Titel entsprechend, den Rahmen für die fünf geschichtsdidaktischen Hauptkapitel vor. Neu ist auch die Fokussierung der Kapitelzusammenfassungen auf die unmittelbaren Planungsaufgaben von Geschichtsunterricht.
Aus der Vorgängerpublikation sind die dortigen Rahmenkapitel „Begriffsbestimmung ‚Fachdidaktik der Geschichte’“ und „Leistungskontrolle im Geschichtsunterricht“ entfallen, also mit anderen Worten die wissenschaftstheoretische Grundlegung der Geschichtsdidaktik und die Evaluation der Unterrichtsergebnisse. Lässt sich der erste Verzicht im Hinblick auf die Verschiebung der Themenstellung durchaus begründen, so ist der Verzicht auf das Kapitel „Leistungskontrolle im Geschichtsunterricht“ bedenklich: Er steht nicht nur quer zu den neueren empirischen Bemühungen in der Geschichtsdidaktik, sondern lässt tendenziell auch den zentralen Zusammenhang von Unterrichtsplanung und Unterrichtsevaluation aus dem Blick geraten – jedenfalls auf der Ebene systematischer Reflexion. Jede Unterrichtsplanung muss bewusst auf den praktischen und empirischen Ergebnissen vorangegangener Unterrichtsplanungen aufbauen und geht ihrerseits in das Bedingungsgefüge der nachfolgenden Unterrichtsstunden ein.
Ein „Handbuch zur Unterrichtsplanung“ ist kein geschichtsdidaktischer Forschungsband, sondern es soll den werdenden Geschichtslehrerinnen und -lehrern eine übersichtliche und pragmatische Handlungsanleitung im Kernbereich ihrer künftigen Berufskompetenz bieten. Es ist auch kein Spezialwerk zu bestimmten „Strukturmomenten“ des Unterrichts, wie etwa Methoden oder Medien, sondern muss in einer für den Anfänger überschaubaren Weise den gesamten Unterrichtsplanungsprozess ins Auge fassen.
Wer die Probleme von Berufsanfängern in Praktikum und Referendariat aus eigener Erfahrung kennt, wird ein Handbuch dieser Art für hilfreich halten – das galt auch schon für das alte „Repetitorium Fachdidaktik Geschichte“. Dass dabei viele Wünsche des professionellen Lesers offen bleiben, der die Entwicklung der Disziplin Geschichtsdidaktik in den letzten Jahrzehnten verfolgt hat, liegt auf der Hand. So sind die neueren Konzepte von Geschichtsbewusstsein und Geschichtskultur nicht berücksichtigt, die durchaus Folgen für die Unterrichtsplanung haben können und haben sollten.
Dasselbe gilt für historisches Lernen außerhalb und nach der Schule: Die Bemerkungen zum Besuch außerschulischer Lernorte reichen hier bei weitem nicht aus, und schließlich darf auch Geschichtsunterrichtsplanung den erwachsenen Menschen nicht außer Acht lassen, denn der Schüler lernt ja auch Geschichte nicht für die Schule, sondern für das Leben.
Gleichwohl: Trotz solcher weitergehenden Wünsche hat eine auf bewährten Grundlagen aufbauende Orientierungshilfe und Handlungsanleitung für angehende Geschichtslehrer und -lehrerinnen, wie sie hier vorliegt, im Gesamtfeld der einschlägigen Literatur durchaus ihre Berechtigung. In verständlicher Übersichtlichkeit wird dem Anfänger das unterrichtsplanerische Rüstzeug vermittelt. Dabei werden die geschichtsunterrichtlichen Spezifika allgemeindidaktischer Planungsmodelle herausgearbeitet. Desweiteren wird vor allem die Scheinsicherheit vordergründiger Rezepte vermieden: Alle Planungsentscheidungen müssen eigenständig aus der spezifischen Unterrichtssituation gewonnen und in einem permanenten Abstimmungsprozess sinnvoll aufeinander bezogen werden, es gibt keine immer und überall „richtigen“ Ziel- und Auswahl-, Methoden- und Medienentscheidungen. Gerade das macht Unterrichtsplanung für Anfänger so schwierig. Auch dieses Handbuch kann und will die eigene Analyse und Planung nicht abnehmen, aber es macht doch verständlich, was alles zu berücksichtigen ist und miteinander vernetzt werden muss. Und es spart auch nicht mit einigen handfesten Einsichten, ohne die es in der Praxis nicht geht.
Bernd Mütter
[IF]
Edukacja historyczna w szkole: teoria i praktyka [Educação histórica na escola: Teoria e prática] – CHORAZY; KONIECZKA-SLIWINSKA (IJRHD)
CHORAZY, Ewa; KONIECZKA-SLIWINSKA, Danuta; ROSZAK, Stanisław. Edukacja historyczna w szkole: teoria i praktyka. Warsaw 2008 (Wydawnictwo Naukowe PWN), 401p. Resenha de: WODJON, Joanna. International Journal of Research on History Didactics, n.31, p.290-294, 2010.
“Edukacja historyczna w szkole: teoria i praktyka” (Historical Education At School. Theory and Practice) by Ewa Chorąży, Danuta Konieczka-Śliwińska and Stanisław Roszak is the first Polish academic textbook in the field of history didactics published by Wydawnictwo Naukowe PWN (Warsaw, Poland) in the last fifteen years. Significant changes have taken place in the education system in Poland, in school curricula and in teachers’ professional profile since, the previous work of this kind was written by Czesław Majorek, Jerzy Maternicki and Adam Suchoński in 1993. The two-level system of primary and secondary education (8+4 years) was replaced by the three-level one (6+3+3 years) in 1999, when lower secondary schools (gimnazja) were introduced. External exams are held after each education stage; their results influence future educational chances of young people and are a significant factor in school rankings. Practical skills gained priority over encyclopedic knowledge in the national curriculum. Requirements for entry to the teaching profession grew significantly, as well as those for advancing in teacher’s career.
Graduate status is minimum in all cases, and new students of pedagogical specializations had to acquire competences to teach at least two subjects (of their choice). All teachers are encouraged to progress proficiency in Information Technology. School, and even a single teacher, has much more autonomy than before in choosing teaching and assessing methods. At the same time, they need to keep more detailed record of their demands and activities. The material basis of historical education at Polish schools has also changed. Much more pedagogical tools and of much better quality are available today than under the communist regime (when e.g., historical maps had been published by only one publishing house, and there was only one set that had to be used by both 10-year olds at primary schools and by university students). On the one hand it helps teachers make their educational process more attractive and better addressed to their pupils’ needs. On the other hand however, making the best choice may be a big problem, especially for beginners in the teaching profession. The authors try to deal with all those questions answering the present and prospective teachers’ needs and interests.
The history didactics in Poland has also developed significantly within those fifteen years. It adopted new trends of modern pedagogy, psychology and general didactics, many of which had already been present in European and American concepts of historical education. International contacts of teachers, academic didacticians, and ministerial officers broadened their experiences and encouraged to introduce foreign solutions into their practice.
“Edukacja historyczna” tries to reflect all those changes and challenges. One of the book’s advantages is its solid theoretical background. Both Polish and foreign pedagogical research has been taken into consideration. Different visions of historical education and of education in general are presented, from classical approach of teaching as transmitting traditional values and standards to teaching how to learn (no matter what). Relations between history teaching and research are discussed and different ways of transposing academic history into school curricula are described emphasizing criteria used in this process (philosophical, political, psychological and other). The objectives of teaching history and the ways of introducing its key concepts (time, change, space) have been thoroughly discussed. The French concept of “places of memory” has been introduced. The authors show their open attitude toward alternative history, toward the problems of myths and stereotypes as well as toward the subjectivity of historical sources and narrations, which is new to Polish history didactics. They present different approaches towards history teaching but promote the one that laid ground to the present school curricula and that gives priority to developing pupils’ skills. The book covers the role of history education in developing key competences formulated in the national curriculum.
A lot of space is devoted to presenting active methods of learning, unfortunately to the detriment of traditional ones, like a lecture or a Socratic method. Of course, those traditional methods have been carefully studied in older literature of the subject, but they are so popular in school practice and so useful in history teaching that they should not be omitted from any textbook. Other things that are missing in “Edukacja historyczna” are the ways of working with pedagogical tools that are commonly used in the classroom, i.e., different types of text, graphic and symbolic materials. As of a history textbook, the authors concentrate on how to choose the most appropriate one. They neglect, however, to show how a teacher can use it.
The possibilities of using music, films and broadly defined historical sources in history teaching are presented by Chorąży et al.
while older literature is often ignored. Information Technology is also introduced much more carefully than ever before, with a special stress put to Webquest as an IT-oriented pupils’ project. A list of useful web pages dealing with history will be helpful to many readers (though, as every Internet-based resource will require updating in future editions of the book).
Using Information Technology is one of the priorities of the present reform of education in Poland. Dealing with pupils with Special Educational Needs (SEN) is another one. There are more and more children diagnosed with SEN and they become a real challenge to their teachers. The authors of “Edukacja historyczna” recognize the problem and describe different kinds of “special needs” with forms of pedagogical therapy available in Poland. They do not advise, however, how to work with such pupils during regular history lessons, while this is where those kids exercise their teachers’ skills.
How to meet the needs of able pupils is described much better, also in the chapter about extra classes for those passionate about history.
A bit more attention could be paid to different historical contests and “olympics” that are organized for pupils on different levels. Those competitions enjoy considerable popularity as they often open new educational perspectives for participants: Their winners are admitted to a secondary school of their choice or to particular university studies, not to mention material awards.
There are examples from foreign schools in the “practical” parts of the book. A separate chapter is devoted to presenting the British and Polish model of historical education, and readers are invited to try and adapt some British solutions into Polish practice.
“Edukacja historyczna” answers many questions and problems that teachers and students face in their everyday school practice.
There is a step-by-step guide how to formulate teaching objectives, how to write lessons plans, how to choose and adapt syllabi available on the market or how to prepare one. Such advice is very helpful for beginners in the teaching profession, who have to document their lessons in order to progress in their career. Successive levels of the career are described, together with advancement procedures. The book can be helpful in dealing with other types of school documentation, including the one referring to assessment, which becomes more and more complex according to legal requirements.
Finally, the authors present the problem of a teacher’s position in relation to his headmaster and colleagues, but also to pupils and their parents. These are actually no matters of history teaching, but their presence in the book is fully justified as most students are interested and even anxious about these issues. The way in which they are presented can be discussed, however. Legal acts are cited in full extent in the book, although they are easily available both in printed form and on the Internet and appropriate references, plus the authors’ comment would suffice to introduce them. Any revision of those documents will make parts of the book obsolete (and already today new school curricula are being introduced, including those for teaching history, cited on page 66–70 of the book; new standards of external examinations are being prepared as well). Another type of documents presented in full length is an individual example of school and teacher’s documentation. Of course, they can be used as an illustration of how the documents can be prepared, but the citations should not be the only way of presenting this kind of materials.
Unfortunately, there is no discussion about alternative ways of preparing them, no results of comparative analyses of documentation from several schools and/or teachers, almost no comments at all.
Answering the readers’ needs has been successfully achieved, not only in the process of selecting material but also in the way in which it is presented, both in practical and theoretical parts of the book.
The book meets all standards of an academic work, but at the same time the text is clear and easy to understand. The authors take position of student’s and teacher’s assistants and advisers, rather than authorities. They try to present many options to choose from, different points of view to discuss and even if they eventually reveal their own views, they leave readers an opportunity to disagree.
Accompanying the main text with examples of good practice (fragments of lesson plans, school documents and commentaries by other authors) deserves high appreciation. Moreover, they are usually supplemented with questions and/or suggestions for discussion at academic classes – and this is their further advantage. Many of those materials can be easily introduced into the reader’s lesson plans.
“Edukacja historyczna w szkole: teoria i praktyka” is a well-written contemporary academic textbook of the history didactics addressed to students who prepare to teach history, and to active teachers who wish to refresh and enrich their pedagogical competencies.
Introducing new pedagogical trends into the mainstream of the academic history didactics seems to be one of the two most important factors in selecting material presented in the book. The other one is meeting the students’ and teachers’ needs, problems and interests. Rich contents and clear presentation must be appreciated by the readers. The way of combining theory and practice should be a model for other publications of this kind.
Joanna Wojdon
[IF]
Albuquerque – Revista de História | Campo Grande, v.1, n.1, 2009 / v. 10 n. 20, 2018.
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 10 n. 20, 2018.
Dossiê: América Latina em Perspectiva: Política, Subjetividade e Fricções
Dossiê
Apresentação | Sebastián Valverde, Marco Aurélio Machado de Oliveira, Carlos Martins Junior |
- Experiências de intercâmbio entre Brasil e Argentina: contexto socioeconômico, cientificismo e abordagens críticas | Ivanna Petz, María Cecilia Scaglia, Sebastián Valverde |
- Aportes aos estudos de fronteira a partir da valorização imobiliária recente: o caso do Norte Grande Argentino | Sergio Ivan Braticevic |
- Transformações territoriais e desigualdade no norte da Patagônia: extrativismo e conflitos em áreas agrárias e turísticas | Verónica Trpin, María Daniela Rodríguez |
- Capitalismo dependente e empobrecimento indígena no Brasil ruralista | Cristhian Teófilo da Silva |
- Miudezas das populações mapuches pelo Estado argentino. A fronteira de Buenos Aires e o caso da comunidade mapuche Calfu Lafken de Carhué | Sofía Micaela Varisco |
- Configurações espaciais baseadas na intervenção estatal em territórios indígenas do Chaco | Malena Ines Castilla |
- A Educação Bilíngue Intercultural como contribuição para um pensamento heterárquico | Sasha Camila Cherñavsky |
- Locais de cidadania, experiências de cidadanização: pesquisa etnográfica em relação ao direito à moradia na cidade de Buenos Aires | María Florencia Girola, María Belen Garibotti |
- Os caminhos da institucionalização da economia popular nos contextos neoliberais: contribuições na chave dos processos hegemônicos | Guadalupe Hindi, Matias Jose Larsen |
- América Latina racionalizada na nova Lei de Migração (Lei nº 13.445 / 17): discursos e legitimidade | Marco Aurélio Machado de Oliveira, Fábio Machado da Silva, Davi Lopes Campos |
- Os impactos ambientais da IIRSA-COSIPLAN no Arco Central da fronteira brasileira | Camilo Pereira Carneiro, Felipe Pereira Matoso, Katiucy Santos |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 10 n. 19, 2018.
Dossiê: Patrimônio, cultura material e imaterial: diálogos e perspectivas
Dossiê
Apresentação – Dossiê Patrimônio, cultura material e imaterial: diálogos e perspectivas | Eduardo Giavara, Aurelino José Ferreira Filho |
- Da Tradição à Cultura: problemas de investigação nos estudos das ocupações indígenas no Planalto Meridional Brasileiro | Marcel Mano |
- Indígenas no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba – MG: Sítios arqueológicos e patrimônio | Aurelino José Ferreira Filho |
- Diálogos Transversais: A História Indígena e a educação patrimonial no protagonismo das ações educativas no Triângulo Mineiro | Gabriela Gonçalves Junqueira, Daniella Santos Alves |
- A força da fala está no encontro, o poder do conhecimento está na interlocução: contribuições dos estudos pós-coloniais para as ciências humanas e sociais | Luana Carla Martins Campos Akinruli |
- De Monumento Nacional à Patrimônio Mundial: uma análise comparativa entre o Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos e os engenhos dominicanos da Rota dos Escravos | Rodrigo Christofoletti |
- O jongo nas comemorações do 13 de maio em São Luiz do Paraitinga | Ricardo Mendes Mattos |
- O papel da educação patrimonial no diálogo com os agentes sociais do conselho municipal de combate a discriminação e o racismo (COMCEDIR) de Araraquara: repensando representações sociais nos espaços museais de Araraquara-SP | Robson Rodrigues, Dulcelaine Lopes Nishikawa, Talita Mara Catini, Ana Patrícia Ferreira Silva |
- Percepções locais do patrimônio: A Escola SENAC de Marília | Rodrigo Modesto Nascimento |
Artigos
- Boca de cantar, canto de gritar: Violência, racialização e juventude | Ari Madeira Costa |
- A tessitura da mulher-professora em uma narrativa autobiográfica do brincar da criança com deficiência | Simone de Paula Rocha Souza |
- Amor e paixão nos bastidores de uma missão religiosa católica no sertão do extremo norte de Goiás (atual norte tocantinense): Quinto Tonini e Teresinha Foli em seus relatos de memória | Raylinn Barros da Silva
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 9 n. 17,2017.
Dossiê: História, Democracia & Diferenças: os Direitos Humanos na contemporaneidade
Editorial | Editores de albuquerque: revista de história
Dossiê: História, democracia e diferenças: os Direitos Humanos na contemporaneidade
- Apresentação do dossiê | Murilo Sebe Bom Meihy, Aguinaldo Rodrigues Gomes |
- Perspectivas descoloniales en el Chiapas actual: Juan López y Votan Zapata como referentes rebeldes epistemológicos desde el sur | Agustín Ávila Romero, José Luis Sulvarán López |
- Eurocentrismo, racismo e la estigmatización del diferente no contexto da Globalização | José Marin |
- Corpos que “não cabem”: memórias de escola nas narrativas de travestis | Bruno do Prado Alexandre, Raquel Gonçalves Salgado |
- MST, altermundialismo, democracia e direitos humanos | Cássio Rodrigues da Silveira |
- Estudantes e intelectuais do PCB: a luta por liberdades democráticas durante a ditadura | Aguinaldo Rodrigues Gomes |
- Grande Otelo/Sebastião e a luta dos negros no Brasil | Tadeu Pereira dos Santos |
- O abolicionismo como resistência ao extermínio da população negra | Priscila de Oliveira Xavier Scudder |
- Ilha do Bananal: resistência e auto-organização da população em situação de rua na cidade de Cuiabá-MT | Eliete Borges Lopes, Luiz Augusto Passos |
- Direitos Humanos, Islam e Xiismo: a universalidade do caso brasileiro | Karina Arroyo, Murilo Sebe Bon Meihy |
- Preconceito, ideologia e antipetismo nas páginas de direita do Facebook no ano eleitoral de 2014 | Eliana Batista Ramos |
- “Luto por justiça, pelo fim da impunidade, pela democracia, igualdade, liberdade e justiça”: a luta e a resistência de uma baiana pela anistia | Ary Albuquerque Cavalcanti Junior |
Artigos
- O cemitério de Campo Grande: de Campo Santo à Cemitério Municipal de Santo Antônio | Fabio William de Souza |
- A serviço da Coroa: Política e administração do vice-rei D. Vasco Mascarenhas na América Portuguesa (1663-1667). | Michelle Samuel Silva |
- Memória política de José de Resende Costa Filho: imaginário do burocrata e Inconfidência Mineira (1789-1813) | Wederson de Souza Gomes, Cláudia Maria das Graças Chaves |
Resenhas
- ROMPATTO, Maurilio. Piquiri o vale esquecido: História e memória da luta pelas terras do “grilo Santa Cruz” na colonização de Nova Aurora, oeste do Paraná. Curitiba: CRV, 2016. | Eduardo Martins |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 8 n. 16, 2016.
Dossiê: História & Linguagens
Apresentação – Dossiê História & Linguagens | Miguel Rodrigues de Sousa Netto, Edvaldo Correa Sotana, Carlos Martins Junior | 1-5 |
- Os crimes contra mulheres na fontes do Arquivo Geral do Poder Judiciário em Sergipe (1878-1935)cotidiano de poder, denúncias e impunidades | Janaina Cardoso de Mello | 6-31 |
- Turismo literáriouma análise sobre autenticidade, imagem e imaginário | Fernanda Naves Coutinho, Diomira Maria Cicci Pinto Faria, Sergio Donizete Faria | 32-50 |
- “O caminho do sertão”a construção e a concretização da imagem de Sérgio Reis como intérprete da moderna música rural | Alessandro Henrique Cavichia Dias | 51-76 |
- Discursos da/na mídia digitalefeitos de sentido sobre a PEC 241 | Ceildes da Silva Pereira, Fernanda Correa Silveira Galli | 77-91 |
- O imaginário social como um campo de disputasum diálogo entre Baczko e Bourdieu | Wallace Lucas Magalhães | 92-110 |
- Comunidade Ilha do Bananalauto-organização da população em situação de rua na cidade de Cuiabá-MT | Eliete Borges Lopes | 111-126 |
Artigos
- Apontamentos sobre as frentes pioneiras na Zona da Mata Rondoniense (1970-2000) | Carlos Alexandre Barros Trubiliano | 127-146 |
- A fronteira do desconhecidocivilização e barbárie no oeste paulista | Eduardo Giavara | 147-165 |
- Política operária no pré-1964história e crítica | César Mangolin | 166-190 |
- Fontes históricas e a ocupação de Sant’Ana de Paranaíba no século XIXpossibilidades para se pensar a História Ambiental | Isabel Camilo de Camargo | 191-208 |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 8, n. 15, 2016.
Dossiê: História Política
- Apresentação – Dossiê História Política | Edvaldo Correa Sotana, Carlos Martins Junior , Miguel Rodrigues de Sousa Netto | 1-5 |
- História política, história do políticoostracismo, retorno e debate | Moisés Stahl | 6-23 |
- As contribuições para a Nova História Política de Jürgen Habermasa relação entre Dignidade Humana e Direitos Humanos no tempo presente | Juliana Cristina da Rosa | 24-41 |
- O novelo de lão Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o fio da História no labirinto da política | Raphael Silva Fagundes | 42-66 |
- Um mercado entre dois Impériosa abertura dos portos e o comércio britânico no Brasil sob a visão de um cônsul estadunidense | Pedro Henrique de Mello Rabelo, Cláudia Maria das Graças Chaves | 67-88 |
- A trajetória de uma vidaanalisando as construções de temporalidade nas biografias de D. Pedro II | Mauro Henrique Miranda de Alcântara | 89-107 |
- A participação brasileira na Segunda Guerra Mundialprimeiros movimentos (1942-44) | Paulo Sérgio Silva, Honorato Crispiniano Chagas | 108-128 |
- Mobilização eleitoral na imprensa local e regionaldois estudos sobre o rio grande do sul (década de 1950) | Douglas Souza Angeli, Marcos Jovino Asturian | 129-156 |
- A marginalização do Rio Grande do Sul em discurso de Leonel de Moura Brizola (1961)condições de produção e interdiscurso | Samuel da Silva Alves, Cleusa Maria Gomes Graebin | 157-173 |
- Entre Abelardos e Manoéisditadura, exploração e censura em “O rei da vela”, de Oswald de Andrade | Marcio Luiz Carreri, Francislaine Aparecida Carvalho | 174-189 |
- “Eu não acredito no futuro do Brasil”rock e política no Brasil dos anos 1980 | Paulo Gustavo da Encarnação | 190-208 |
- Paraguaipassado e presente. Uma revisão desde a história política | Magdalena López | 209-228 |
Entrevistas
- Fotografar, olhar e criar histórias do cotidianoentrevista com a professora Alisolete Weingartner | Edvaldo Correa Sotana | 229-239 |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 7, n. 14, 2015.
Dossiê: Outras eróticas e Desejos possíveis, volume II
Apresentação – Dossiê Outras eróticas e Desejos possíveis, volume II | Miguel Rodrigues de Sousa Netto, Aguinaldo Rodrigues Gomes | 1-5 |
- Dilemas sentimentais e identidade homoeróticauma leitura de Frederico Paciência de Mário de Andrade | Peterson José de Oliveira | 6-27 |
- Identidade de gêneroa masculinidade hegemônica em Tropic of Capricorn | Flávia Andréa Rodrigues Benfatti | 28-46 |
- Queer, identidade e masculinidade em Giovanni, de James Baldwin | George de Santana Mori | 47-64 |
- Cartografias homoeróticasuma leitura de Onde andará Dulce Veiga?, de Caio Fernando Abreu | João Carlos Nunes Ibanhez | 65-82 |
- “Nenhuma malícia será castigada”eróticas no corpo e no palco de Ney Matogrosso | Robson Pereira da Silva | 83-102 |
- Ivanáa grande dúvida no teatro de revista dos anos 1950 | Antonio Ricardo Calori de Lion | 103-120 |
- Madame para uns, Satã para outrosuma leitura do corpo marginal em Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz | Diego Aparecido Cafola | 121-141 |
Artigos
- Crise do regime de historicidade moderno, individualização e confiançaentre os movimentos e as mobilizações | Cássio Rodrigues da Silveira | 142-171 |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 7, n. 13, 2015.
Dossiê: Outras eróticas e Desejos possíveis, volume I
- Apresentação – Dossiê Outras eróticas e Desejos possíveis, volume I | Miguel Rodrigues de Sousa Netto, Aguinaldo Rodrigues Gomes | 1-5 |
- Ativismo político em traços de humoras charges veiculadas no jornal O Lampião da Esquina (1978-1981) | Edvaldo Correa Sotana, Mellany Oliveira Magalhães | 6-24 |
- “Então chegamos”representações do feminino nas páginas d’O Lampião da Esquina (1978-1981) | Débora de Souza Bueno Mosqueira | 25-43 |
- “Prendam, matam e comam os travestis”a imprensa brasileira e seu papel na exclusão da população lgbt (1978-1981) | Victor Hugo da Silva Gomes Mariusso | 44-61 |
- Os primeiros grupos de afirmação homossexual no Brasil contemporâneo | Andrew Feitosa do Nascimento | 62-84 |
- Qual ideologia de gênero?A emergência de uma teoria religiosa-fundamentalista e seus impactos na democracia | Leonardo Nascimento | 85-100 |
- A mecanização do prazersexualidade e corpo no ciberespaço | Aguinaldo Rodrigues Gomes | 101-122 |
- Midiatização, representações, violênciaparadoxos das experiências lgbt no Brasil contemporâneo | Miguel Rodrigues de Sousa Netto | 123-148 |
Artigos
A historicidade do TILS – tradutor e intérprete de lingua de sinaisdo anonimato ao reconhecimento | Bruno Roberto Roberto Nantes Araujo | 149-163 |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 6, n. 12, 2014.
Apresentação | Carlos Martins Júnior
Artigos
- A passagem dos revoltosos por Ponta Porã: um exame de escalas em narrativas coincidentes | Paulo Cezar Vargas Freire |
- A pecuária como determinante econômico da ocupação de Campo Grande, Mato Grosso do Sul: 1870-1929, | Elisa de Ávila Silvestre, Isa Maria Formaggio Marques Guerini |
- Indústrias mineradoras no desenvolvimento de Corumbá | Tchoya Gardenal Fina do Nascimento |
- Os árabes em Corumbá: uma rede de cooperação | Michelle Rosa, Raul Asseff Castelão |
- Migrantes, fronteira, comércio e religião: termos para a fé | Marco Aurélio Machado de Oliveira, Davi Lopes Campos |
- A religiosidade afro-brasileira na fronteira: os terreiros de Umbanda em Corumbá-MS | Ana Claudia Marques Viegas, Sérgio Ricardo Oliveira Martins |
- Os Terena nas memórias e história de Aquidauana | Iára Quelho de Castro |
- Os pesquisadores de índios e os índios pesquisadores: a produção acadêmica sobre os Terena | Vera Lúcia Ferreira Vargas |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 6 n. 11, 2014.
Dossiê: O golpe de 1964: reflexos, desdobramentos e olhares cinquenta anos depois
Apresentação | O Golpe de 1964: Reflexos, Desdobramentos e Olhares Cinquenta Anos Depois | Jorge Christian Fernández
Dossiê
- Comissões da Verdade em Perspectiva comparada: Notas sobre a experiência Uruguaia, Chilena e Argentina | Carlos Artur Gallo |
- História, imprensa e a construção da realidade durante o regime militar no Brasil (1964/1985) | Jefferson Gomes Nogueira |
- O terrorismo de estado (TDE) no Rio Grande do Sul: perseguição, prisão e tortura de militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) | Cristiane Medianeira Ávila Dias |
- A guerra contra as crianças: práticas de sequestro, desaparecimento e apropriação de identidade no século xx | Enrique Serra Padrós |
- Apontamentos acerca da conexão repressiva entre as ditaduras brasileira e chilena | Ananda Simões Fernandes, Sílvia Simões |
- Um passado que não passa: a persistência do crime de tortura na democracia brasileira | Caroline Silveira Bauer |
- Democracia e ditadura no Brasil e na Argentina: o papel dos intelectuais | Claudia Wasserman |
- Los exiliados argentinos en Venezuela ante el inicio de la transición a la democracia en la Argentina | Mario Ayala |
- Agentes e agências no ocaso da ditadura empresarial militar e a reedição do “Milagre” | Monica Piccolo Almeida |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 5, n. 10, 2013.
Apresentação | Editores de albuquerque: revista de história
Artigos
- O Trabalhador Rural e Urbano na Terra dos Coronéis | Valmir Batista Corrêa |
- Um engenheiro expedicionário ou um expedicionário viajante? Alfredo d’Escragnolle Taunay e suas andanças pelos sertões mato-grossenses | Ana Paula Squinelo |
- Embates pelo poder: o cenário político em Mato Grosso após a Proclamação da República | Gilmara Yoshihara Franco |
- Baudelaire e os sujeitos da modernidade | Marcos Antonio de Menezes |
- Os Kinikinau: Trajetória Histórica e a Reivenção do Artesanato | Karolinne Sotomayor A. Canazilles, Gilberto Luiz Alves, Rosemary Matias |
- Acordo e Convenção. Representação das mulheres pioneiras no sul de Mato Grosso | Dolores Pereira Ribeiro Coutinho |
- Mato Grosso do Sul – Paraguai: um olhar fronteiriço. | Cláudio Freire de Souza |
- Uma análise econômica da Província de Mato Grosso na primeira metade do século XIX | Ney Iared Reynaldo |
- Evaluación Sociointercultural para Proyectos de Inversión en Comunidades Indígenas Wixarikas | José G. Vargas-Hernández, Ernesto Guerra García, María Eugenia Meza Hernández |
- Arqueologia da Região do Maciço do Urucum e Pantanal de Corumbá- Ladário/MS | Emilia Mariko Kashimoto, Gilson Rodolfo Martins |
Caderno Especial
- O Diário. Anno 1, n. 62. Campo Grande, 12.07.1932 – A posse do dr. Vespasiano Martins na Interventoria do Estado | Arquivo do I.H.G.M.S. |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 5, n. 9, 2013.
Dossiê: Mídia e Política
Apresentação | Editores de albuquerque: revista de história
Dossiê
- Mídia, poder e a (des)construção da democracia no Brasil contemporâneo | Antônio de Almeida |
- O Integralismo nas páginas do jornal “O Estado de São Paulo” e da revista “O Cruzeiro” | Rogério Lustosa Victor |
- O que os jornais contam sobre a menoridade em Ribeirão Preto no início do século XX | Sérgio C. Fonseca, Cintia R. Czsyz de Castro |
- Imprensa católica no Brasil entre os anos 1928-1940: a revista A Ordem | Cândido Moreira Rodrigues |
- Armas modernas para a guerra santa: Igreja Católia e meio de comunicação em meados dos anos 50 | Daniel Vasconcelos Solon |
- brasil “ Alegria delirante” com o noticiário internacional: a rendição da Alemanha nas páginas dos jornais brasileiros” | Edvaldo Correa Sotana |
- Cristãos, democráticos e anticomunistas: formas simbólicas no universo político rio-grandense de 1947 | Marcos Jovino Asturian |
- Práticas e negociações [políticas] na grande imprensa de Fortaleza (1928-1990) | Matilde de Lima Brilhante |
Artigos
- Impactos sobre o desenvolvimento regional decorrentes do Assentamento Itamarati, Ponta Porã (MS): 2001 -2010 | Maria de Fátima Lessa Bellé, Gilberto Luiz Alves, Celso Correia de Souza |
- Nacionalismo, antifascismo e internacionalismo nas Brigadas Internacionais na Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939) | Jorge C. Fernández |
- Do Tejo ao Rio das Mortes: sobre fazer-se “homem bom” na longínqua Vila de São João Del Rei. Séculos XVIII e XIX | Tarcísio Greggio |
- Relações de trabalho e industrialização recente na periferia | Vitor Wagner Neto de Oliveira |
Caderno Especial
- Tribuna. Corumbá, 27.04.1943 Pedro de Medeiros, por Lobivar de Matos | Lobivar de Matos |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 4 n. 8, 2012.
Dossiê: História e Literatura
Apresentação | Editores de albuquerque: revista de história
Dossiê
- Casas de Papel: livrarias, editoras e tipografias na correspondência trocada entre Capistrano de Abreu e João Lúcio de Azevedo | Paula Virginia Pinheiro Batista |
- O Ateneu e o ocaso da monarquia brasileira: literatura e militância política em Raul Pompéia | Rubens Arantes Correa |
- A formação do integralismo brasileiro e a literatura de Plínio Salgado | Leandro Pereira Gonçalves |
- Uma leitura histórica/ literária para a sala de aula da obra A Retirada da Laguna de Visconde de Taunay | Elisa Maria Balzan, Neimar Machado de Sousa |
- História e Literatura: das ações afirmativas a possibilidade de ensino da cultura afro-brasileira no Rio Grande do Sul | Arilson dos Santos Gomes |
- O imaginário da cidade e do campo na obra de Adolfo Caminha | Manoel Carlos Fonseca de Alencar |
- Hayden White entre a história e a literatura | Gabriella Lima de Assis |
- “Chegou o Governador”: o caso emblemático de um discurso ficcional que buscou subverter o discurso histórico | Leandro Rocha Resende, Fabiane Costa Oliveira |
- A representação da mulher em três poemas de Jorge de Lima | Luciene Lemos de Campos, Luciano Rodrigues Duarte |
- Uma Escrita da Cidade: a Cidade Pré-Modernista e as Transformações Modernizadoras | Mauricio Silva |
- Marquês de Sade: Uma percepção da lei através dos livros “A filosofia na alcova”e “Os cento de vinte dias de Sodoma” | Rafaela Nichols Calvão |
- Metaficção historiográfica – diálogos entre o discurso histórico e o literário nos romances latino-americanos | Weslei Roberto Cândido |
Caderno Especial
- Matto Grosso na Revolução Paulista e as contas de requisição | Cezar Salgado, Portinho Pache & Irmãos |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 4, n. 7, 2012.
Apresentação | Editores de albuquerque: revista de história
Artigos
- El Carácter Evolutivo de los Retos de la Sociedad Civil | José G. Vargas-Hernández |
- De Bar em Bar: Notas etnográficas sobre os Bares da Periferia | Álvaro Banducci Junior, Valdir Aragão do Nascimento |
- Feira livre Central em Campo Grande: Lugar de onsumo material e cultural na cidade que se tranformou em capital | Lenita Maria Rodrigues Calado |
- O processo de emancipação dos escravos na vila de Santa Cruz de Corumbá (1873 – 1888) | Eunice Ajala Rocha |
- A Cidade e a História dos Jovens: Em busca das Heterotopias | Leonardo Brandão |
- A Questão das Forças Produtivas | Elenir Machado de Melo |
- A presença indígena na Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá e seu termo | Loiva Canova |
- A cultura escolar no Colégio Salesiano de Santa Teresa em Corumbá/MS: um olhar por meio das festas (1972 – 1987) | Celeida Maria Costa de Souza Silva |
- A força de trabalho indígena da Aldeia Amambai na Indústria sucroalcooleira em Mato Grosso do Sul (2010 – 2011) | Marina Brun Bucker, Lídia Maria Ribas, Gilberto Luiz Alves |
Caderno Especial
- Manifesto á Nação Brasileira | O Comitê Central da Liga Sul Matogrossense |
Resenhas
- Os Jacobinos Negros | Carlos Alexandre Barros Trubiliano |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 3, n. 6, 2011.
Dossiê: Guerra com o Paraguai
Apresentação | Editores de albuquerque: revista de história
Dossiê
- Desentendimentos no sul da capitania de Mato Grosso: a ocupação e a guarnição da fronteira colonial oeste, 1748 – 1801 | Bruno Mendes Tulux |
- A imprensa vai à Guerra do Paraguai. O uso da caricatura como arma de guerra no século XIX | Edgley Pereira de Paula |
- História social da Guerra do Paraguai: fome, doenças e penalidades | Maria Teresa Garritano Dourado |
Artigos
- O ISEB, Nelson Werneck Sodré e a cultura brasileira: Um testemunho Histórico | Olga Sodré |
- A Relação pela Culatra: como fracassou a tentativa do Império de levar justiça ao Mato Grosso (1874 – 1889) | Marcos Hanemann |
- Os herdeiros de Leverger | Valmir Batista Corrêa |
- Saúde pública na fronteira: as epidemias de Corumbá nos documentos históricos (1856 – 1922) | Lúcia Salsa Corrêa |
- “Enquanto este trem atravessa o litoral central”: Platinidad, poéticas do deslocamento e (des)construção identitária na canção popular urbana de Campo Grande, MS | Álvaro Neder |
Caderno Especial
- III Encontro Internacional de História sobre as Operações Bélicas da Guerra da Tríplice Aliança | Hildebrando Campestrini |
- III Encontro Internacional de História sobre as Operações Bélicas da Guerra da Tríplice Aliança | Referencial Histórico |
- Impressões Pessoais do Dr. Wilson Barbosa Martins a respeito da política no sul de Mato Grosso entre as décadas de 1930 e 1960 | Bruno Torquato Silva Ferreira, Marcos Hanemann |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 3, n. 5, 2011.
Dossiê: A Cidade Como Objeto de Reflexão Interdisciplinar – 2ª Parte
Apresentação | Editores de albuquerque: revista de história
Dossiê
- Monumento e memória no espaço urbano carioca: O exemplo do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial | Olga Maria Figueiredo |
- Algumas considerações geográficas sobre monumentos | Melissa Anjos |
- Etnografia da “Cidade Prisional”: por uma análise das “Favelas” | Helmano de Andrade Ramos, Rosilene Dias Montenegro |
- (Re)pensando os diversos usos do Campo de Santana em tempos pretéritos | Ivo Veneroti |
- Embates discursivos: a modernidade no Recife na primeira metade do século XX | Marcos Alexandre Arraes |
Artigos
- A cerca dos problemas enfrentados pela burocracia do exército na introdução do sorteio militar no estado de Mato Grosso (1916 – 1945) | Bruno Torquato Silva Ferreira |
- Migrantes e migrações: entre a história e a literatura | Luciene Lemos de Campos, Luciano Rodrigues |
Caderno Especial | Relação dos damnos causados pela invasão paragua-ya, nas igrejas da Comarca Ecclesiastica do Baixo Paraguay a meo cargo, na Província de Mato Grosso | Fr. Mariano de Bagnaia, José Antonio dos Reis |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 2, n. 4, 2010.
Dossiê: A Cidade Como Objeto de Reflexão Interdisciplinar – 1ª Parte
Apresentação | Editores de albuquerque: revista de história
Dossiê
- Imagens urbanas assombrosas: controle social nas cidades brasileiras da Belle Epoque | Carlos Martins Júnior |
- A cidade de Rubem Braga: apontamentos sobre o espaço urbano em crônicas de Rubem Braga | Luciano Antonio |
- A aventura na cidade: relações sexuais eróticas no espaço público urbano | Manuela Vieira Blanc |
- Código de Posturas e a modernidade em Campo Grande (1905 – 1930) | Márcia Pereira Silva, Carlos Alexandre Barros Trubiliano |
- A tortura no estado atual: uma breve reflexão da sua origem e suas consequências na produção da subjetividade | Cristiane Ferreira Fraga |
Artigos
- Mato Grosso e Concepción, uma experiência de fronteira no período colonial (século XVIII) | Ney Iared Reynaldo |
- Curumiaí: uma povoação no caminho de Xerez | Paulo Cezar Vargas Freire |
- Campo de Xerez: palco de lutas e conflitos pela exploração da mão-de-obra indígena | Sandra Nara da Silva Novais, Aguinaldo Rodrigues Gomes |
Caderno Especial
- A retomada de Corumbá vista pelos paraguaios | Arsenio Lopez Decoud |
- Repressão ao contrabando no Apa. Instruções. 1917 | Mario B. Cardoso |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 2, n. 3, 2010.
Dossiê: História, Cultura e Linguagens
Apresentação | Editores de albuquerque: revista de história
Dossiê
- Fontes históricas: Olhares sobre um caminho percorrido e perspectivas sobre os novos tempos | José d’Assunção Barros |
- Baudelaire a mulher e ‘Amor Que Não Ousa Dizer Seu Nome’ | Marco Antonio de Menezes |
- Novela: um gênero polêmico | Peterson José de Oliveira |
- Movimento divisionista e as diversas interpretações na historiografia: análise do Movimento Guaicuru | Aline Xavier Cana Verde, Thaís Leão Vieira |
Artigos
- Poder, Saber y subjetividad en los movimientos indígenas | Raúl Prada Alcoreza |
- Cenários do Pantanal: o gado, os peões e as comitivas | Eron Brum |
- As expedições de Karl Von den Steinen ao Xingu e os registros inéditos (desde 1893) da viagem de Cuiabá a Coxim | Ely Carneiro Paiva |
- Charqueadas: uma alternativa na economia pecuária do sul de Mato Grosso (1880-1930/40) | Valmir Batista Corrêa, Lúcia Salsa Corrêa |
- Caderno Especial
- Viagens a Mato Grosso (1887/88) (Segunda Expedição ao Xingu) | Peter Vogel, Maria Alvina Krähenbühl |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 1, n. 2, 2009.
Dossiê: I Encontro de Arqueologia de Mato Grosso do Sul
Apresentação | Editores de albuquerque: revista de história
Artigos
- O boi etnocêntricopercepções e obsessões na introdução da pecuária européia na pecuária tropical brasileira, c. 1880 – 1950 | Robert W. Wilcox | 9-43 |
- A guerra da Tríplice Aliança nos manuais didáticos brasileiros do século XIX | Gilberto Luiz Alves, Carla Villamaina Centeno | 45-68 |
Dossiê
- Apresentação do dossiê | Gilson Rodolfo Martins | 71-72 |
- Histórico da Criação do MuArq – Museu de Arqueologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul | Gilson Rodolfo Martins | 73-88 |
- Exposição Cênica – Arqueologia Histórica de Mato Grosso do Sul | Gilson Rodolfo Martins |
- Arqueologia das Unidades de Defesa | Marcos A. Gomes de Mattos Albuquerque |
- Pesquisas Pré-históricas no Mato Grosso | Águeda Vilhena Vialou |
- Bioarqueologia e Antropologia Forense | Sheila Maria Ferraz Mendonça de Souza |
- Arqueofauna Resgatada no Sítio Arqueológico Maracaju 1 (MS): Implicações no Estabelecimento dos Padrões de Subsistência e Mobilidade das Populações Humanas Pretéritas Locais | Mirian Liza Alves Forancelli Pacheco, Gilson Rodolfo Martins |
- Arqueologia do Leste de Mato Grosso do Sul | Emilia Mariko Kashimoto, Gilson Rodolfo Martins |
- Arqueologia na Região das Grandes Lagoas do Pantanal | José Luis dos Santos Peixoto |
- Caderno Especial
- Quando a ação política, por mais destacada e importante, é considerada uma atividade “normal”. (Trajetória política de José Manoel Fontanillas Fragelli) | Joana Neves |
Albuquerque – Revista de História. Campo Grande, v. 1, n. 1, 2009.
Apresentação | Editores de albuquerque: revista de história | 5-7 |
Artigos
- Imprensa cuiabana de antanho (1910-1920) | Otávio Canavarros | 11-23 |
- Expedição Científica Roosevelt – Rondon. Um aspecto das relações Brasil – EUA e da consolidação do mito Rondon | Carlos Martins Júnior | 25-54 |
- O dilema da produção de tanino na fronteira Brasil – Paraguai | Valmir Batista Corrêa, Lúcia Salsa Corrêa | 55-75 |
- História, identidade e memória localaspectos da Igreja Católica em Campo Grande – MS | Maria Augusta de Castilho | 77-104 |
- Reformas educacionais Mato-Grossenses e a institucionalização dos grupos escolares (1910 – 1930) | Regina Tereza Cestari de Oliveira | 105-129 |
- O pensamento industrialista na formação do Estado Nacional Brasileiro. Análise de um escrito de João Severiano Maciel da Costa (1820) | Lupercio Antonio Pereira | 131-144 |
- Pantanalentre o apego às antigas tradições e o apelo às mudanças | Albana Xavier Nogueira | 145-164 |
- Homens, mulheres e a naturezaa violência e a resistência na luta pela terra no extremo Oeste paulista | Maria Celma Borges | 165-193 |
Caderno Especial
- Relatorio da viagem de Cuiabá ao Forte d’Olimpo e volta a Villa Maria, pelo Sr. Conde de Castelnau, 1845 | Conde de Castelnau | 197-205 |
- As derrotas do Sertanejo | Hildebrando Campestrini | 207-226 |
Resenhas
- Reconstituindo as teias da relação entre o universal e o singular | Silvia Helena Andrade de Brito | 229-235 |
- A fronteira referida à Nação | Carla Villamaina Centeno | 237-244 |
Conjectura | UCS | 2009
O escopo da revista Conjectura – Filosofia e Educação (2013-) é incentivar a investigação e o debate acadêmico acerca da Educação e da Filosofia em seus diversos aspectos, prestando-se como um instrumento de divulgação do conhecimento. Para tal, busca qualificar-se continuamente, observando os critérios indicados pelo Qualis/Capes: publicação mínima de 18 artigos por volume, dos quais 60% de autores vinculados a pelo menos 4 instituições diferentes da que edita a revista com indicação da afiliação institucional. Em cada número publicado, pelo menos 1 artigo será proveniente do exterior.
Periodicidade – Os itens da revista, após serem aprovados, serão publicados em fluxo contínuo, no sistema Ahead of Print.
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
ISSN 0103 1457 (Impresso)
ISSN 2178 4612 (Online)
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HiSTOReLo | UNAL | 2009
HiSTOReLo (Medelin, 2009) ess un espacio de divulgación académica de resultados de investigación elaborados por investigadores, historiadores y personas interesadas en la generación de conocimiento histórico. Promueve también el debate teórico, historiográfico y metodológico en los estudios de historia local y regional. La revista acepta propuestas que propendan por la relación de la disciplina con otras ciencias sociales, con miras a potenciar el diálogo interdisciplinario.
HiSTOReLo es una publicación cuatrimestral —se publica en enero, mayo y septiembre— y de acceso abierto en formato digital (PDF y XML). El contenido está dirigido a profesionales, investigadores, estudiantes de posgrado y académicos interesados en la creación de conocimiento histórico. Ni autores, ni lectores tienen cargo alguno por publicar o tener acceso a nuestra publicación.
HiSTOReLo es pionera como revista digital con un enfoque histórico local y regional. Es editada por la Universidad Nacional de Colombia – Facultad de Ciencias Humanas y Económicas – Sede Medellín.
Periodicidade quadrimestral.
Acesso livre.
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EDaPECI | UFS/UFAL | 2009
A revista Educação a Distância e Práticas Educativas Comunicacionais e Interculturais – EDaPECI (2009-) é um periódico quadrimestral apoiado por organismos de ensino e pesquisa das Universidades Federais de Sergipe (UFS) e de Alagoas (UFAL). O periódico tem como objetivo a divulgação científica nas temáticas apresentadas em seu título. Neste espaço, a educação é o eixo transversal para discutir, divulgar, apontar soluções ou, até mesmo, questionar assuntos relativos às modalidades de educação presencial e a distância, educação e comunicação, formação de professores, informática na educação, inclusão e interculturalismo.
É uma Revista plural por nascimento!
Periodicidade quadrimestral
Acesso livre
ISSN: 2176-171X
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Memória em Rede | UFPEL | 2009
A revista Memória em Rede (Pelotas, 2009-) é um periódico eletrônico [do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural da Universidade Federal de Pelotas] que publica trabalhos inéditos, versando sobre os temas processos de patrimonialização, políticas públicas para o patrimônio, patrimônio material e imaterial, estudos em memória social, estudos sobre memória e identidade ou ainda tratem da organização de acervos, sua conservação e restauro, recuperação e acessibilidade para pesquisa e outros temas relacionados.
Acesso livre
Periodicidade semestral
ISSN: 2177 4120
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Temporalidades | UFMG | 2009
Temporalidades (Belo Horizonte, 2009-) é um periódico quadrimestral dos alunos de Pós-Graduação do Departamento de História da UFMG.
Trata-se de um espaço voltado para a publicação de trabalhos originais produzidos por pesquisadores da área de História, ou que com ela dialoguem, sem restrição de titulação, apesar de voltar-se, preferencialmente, para um público constituído por alunos de pós-graduação de todo o Brasil e também do exterior.
Temporalidades está vinculada ao Departamento de História da UFMG e à revista Varia História, que, através dos seus representantes, apoiaram e financiaram o projeto de criação da revista discente, juntamente com o Programa de Pós-Graduação em História da UFMG, a Faculdade de Filosofia e Ciência Humanas (FAFICH) e a Reitoria dessa instituição.
Apesar de vinculada institucionalmente, Temporalidades conta com um Conselho Editorial composto exclusivamente por alunos da pós-graduação da UFMG, coordenados por um professor do Departamento. A revista goza de total independência editorial, tendo sido concebida e concretizada pelos editores discentes, que, através de um trabalho sério e constante, levaram a cabo este projeto, demonstrando que o alunado é capaz de assumir a dianteira de grandes empreendimentos, com responsabilidade e autonomia intelectual.
O aprimoramento das capacidades acadêmicas dos discentes de todo o país passa, certamente, pelo exercício criativo da escrita, que pode resultar em trabalhos científicos de excelente qualidade. Temporalidades visa abrir um novo campo para a publicação de pesquisas discentes, que, muitas vezes, apesar de sua inquestionável distinção, não têm a oportunidade de serem divulgadas, dado que a maioria dos periódicos institucionais se fecha para a produção dos alunos. Foi pensando nas carências desse público, que os discentes do Conselho Editorial se esforçaram para constituir um periódico dotado de credibilidade, cumpridor de todos aqueles requisitos que garantem excelência, e reconhecimento institucional, às publicações científicas sérias.
Ao entregar a revista Temporalidades para a comunidade acadêmica, os alunos do Conselho Editorial demonstram que os discentes das universidades, em particular aqueles que integram a pós-graduação em História da UFMG, devem ser considerados como parte da solução para os problemas que afligem as instituições públicas de ensino; desafio comum que precisa ser enfrentado no exercício do respeito mútuo entre profissionais formados, e no diálogo franco e fecundo entre o corpo docente e o alunado.
Graças à realização de um trabalho coletivo, forjado na convivência democrática entre iguais, assumindo uma postura ativa e independente, os alunos puderam concretizar o projeto de criação da revista Temporalidades. Estamos certos de termos contribuído para o aprimoramento acadêmico do Departamento de História da UFMG, e esperamos que, a partir de agora, este periódico se consolide como um espaço aberto a todos aqueles que desejarem colaborar para a renovação do conhecimento histórico.
Periodicidade trimestral.
[Acesso livre]SSN 1984-6150 (Online)
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História da imprensa no Brasil / Ana L. Martins e Tania R. de Luca
O livro “História da imprensa no Brasil”, lançado em 23 de julho de 2008, é organizado pelas doutoras em História Social Ana Luiza Martins e Tania Regina de Luca, ambas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Editado pela Contexto, a obra tem 304 páginas e reúne 11 pesquisas. Cada organizadora escreveu um texto, ao lado de mais nove convidados especialistas, entre eles, jornalistas, professores, sociólogos e historiadores. Os textos estão distribuídos em três grandes partes intitulados: “Primórdios da imprensa no Brasil”, “Tempos eufóricos da Imprensa Republicana” e “De 1950 aos nossos dias”. Todos fazem uma reflexão sobre “o singular e rico fazer histórico da imprensa brasileira2” e buscam “o elaborar uma história sistemática e abrangente do fazer jornalístico no Brasil3”, afirmam as historiadoras já na Introdução: pelos caminhos da imprensa no Brasil.
A diversidade do conteúdo prometida pelas organizadoras é cumprida à risca desde a primeira até a última página. A narrativa da obra cativa o leitor. As histórias relatadas são uma viagem ao longo dos 200 anos de imprensa no Brasil, começando lá nos idos de 1808, quando a corte portuguesa chegou ao Brasil. A partir deste fato histórico o primeiro jornal, o rádio, a televisão, as revistas e o surgimento das novas tecnologias como a internet são contextualizadas com os diferentes momentos políticos, sociais, econômicos e culturais ao quais os brasileiros vivenciaram.
O tempo não precisa estar explícito para se entender a narração. Cada página traz informações contadas de maneiras diferentes para quem já conhece alguns fatos ou para quem desconhece completamente. São detalhes de uma história observada por uma outra perspectiva. Trata-se de uma obra historiográfica para quem deseja conhecer a imprensa no Brasil.
A obra relata a história a partir de registros em documentos e de memórias dos bastidores da imprensa – escrita e falada –, dos personagens poderosos, da promiscuidade dos governos e do poder público com a imprensa, da censura e das relações ambíguas ou coniventes entre os meios de comunicação e os políticos. São muitas informações interessantes e curiosas, não reveladas naquela época e agora nesta obra divulgadas.
A Parte I que leva o título de “Primórdios da imprensa no Brasil” reúne dois textos. O doutor em História, professor do departamento de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e jornalista, Marco Morel, escreve “O surgimento da imprensa periódica: ordenar um espaço complexo”, onde relata sobre o surgimento da imprensa no Brasil em 1808 e a influência da Corte portuguesa para que ocorresse a instalação da tipografia da Impressão Régia. O que não significa que a imprensa tenha surgido de repente, já que redatores brasileiros conviviam, mesmo informalmente, “com a imprensa de outros países. Foi o caso dos estudantes brasileiros em Coimbra que circulavam pela Europa ou de emissários enviados pela Coroa portuguesa aos quatro cantos do mundo (…)4”. Já naquela época, ao lado da impressa, estavam a censura prévia e o oficialismo. Mas, ressalta ele, esse marco não significa que não existiram outras tipografias no país. Afinal, várias obras foram imprensas em diferentes regiões do país. Haviam prelos que faziam esse serviço. E as experiências pioneiras – “Correio Braziliense”, “O Patriota” – são reconstituídas por Morel.
A doutora em História Social Ana Luiza Martins traz o segundo texto “Imprensa em Tempos de Império”. Nele, o envolvimento da imprensa com a crise do Absolutismo, com o Segundo Reinado e com as ideologias políticas que predominavam nesse período. Tem informações sobre a Revolução Liberal, a Revolução Farroupilha, os movimentos entre liberais e conservadores e a história do Jornal do Commercio, considerado a principal voz oficial do Império (1826). Era um elo entre as províncias e o governo central e tinha uma função comercial clara perante seus leitores. Ela também menciona outros jornais que criaram novos padrões estéticos, como O Guarani, O Paulistano e A Província de São Paulo (atual O Estado de S. Paulo). Cita revistas femininas e folhetins, que conquistavam muitos leitores. “Coube à crônica, porém, exercer papéis múltiplos, ocupando o lugar do artigo de fundo, fazendo às vezes do que hoje se denomina editorial (…)5”. Veremos também descrições da imprensa propagandística, do jornalismo republicano, jornalismo abolicionista e como se comportava a imprensa que era oposição, até chegarmos ao fim do Império e entrarmos para a República, em 1889. A partir daí, o Brasil passa a viver sob um novo regime que se mantém até os dias de hoje.
A Parte II “Tempos Eufóricos da Imprensa Republicana” reúne o trabalho de quatro especialistas. Maria de Lourdes Eleutério, doutora em Sociologia, reconstitui na “Imprensa a serviço do progresso” o período da Primeira República (1889-1930) com diversos exemplos. Foi uma época de inovação tecnológica onde a ilustração com charges, caricaturas e fotografias foram incluídas na imprensa com força total. Um dos marcos é a revista Kosmos. Haviam jornais a favor do Império e outros da República, entre todos haviam jornalistas perseguidos, redações invadidas e a censura era permanente. Foi quando surgiu a Associação de Imprensa, garantindo assistência à classe e aos direitos dos profissionais da comunicação. Entre os diversos jornais que surgiram, permaneceu o Jornal do Brasil (1891). A imprensa também muda seu ritmo de trabalho e para se tornar ágil na transmissão das notícias, investe na cobertura in loco, com o repórter próximo ao fato. A linguagem mais coloquial e a crônica surgem com mais frequência nos jornais e revistas.
No início do século XX existiram milhares de jornais, alguns oficiais, comerciais, diários, semanais, religiosos, infantis. É o que diz Ilka Stern Cohen, doutora em História Social, no capítulo “Diversificação e segmentação dos impressos”. “A variedade de tendências políticas, contudo, não se repetia na aparência material6”, ou seja, mesmo com os avanços técnicos, os jornais eram parecidos. E geralmente o mercado superava o idealismo de alguns impressos. A autora destaca o entrelaçamento do jornalismo e da literatura e cita autores que conquistaram muitos leitores como Olavo Bilac, Monteiro Lobato, Menotti Del Picchia. A Belle Époque só é deixada de lado com o início da Primeira Guerra Mundial, que influencia a economia de diversos países, entre eles, o Brasil. Entre 1916 e 1925, foi a Revista do Brasil, com uma linha editorial voltada para ser um “núcleo de propaganda nacionalista7”, que se destacou na imprensa. Mudou nas mãos de Monteiro Lobato, a partir de 1918, ampliando um espaço para a literatura. Logo vieram as revistas ilustradas, com diversos temas, separados por muitas seções. Podemos destacar A Cigarra e Fon-Fon. O momento também é da Revista Feminina (1914-1936), que ditava as normas mais cabíveis para as mulheres da época. Foi um sucesso de vendagem e de valores. Cohen também dá detalhes sobre a imprensa que predominou nas comunidades, entre a classe operária – A Lanterna, A Vanguarda (1911) e A Plebe (1917) – com conteúdo político. Ao mesmo tempo, existiam revistas e jornais que pretendiam apenas informar com isenção, neutralidade, sem se posicionar a favor ou contra em determinados assuntos, como a Revista Brasileira (1934).
Com o professor titular de Teoria Literária da Unicamp, Antônio Arnoni Prado, conhecemos a relação “Imprensa, Cultura e Anarquismo”. O título abre caminho para sabermos mais a respeito de periódicos produzidos por e para anarquistas, revolucionários, comunistas e tolstoianos. Misturavam-se proletários, escritores profissionais, críticos, intelectuais e sociólogos a favor de uma causa. A história da Kultur, Spártacus, Renovação, A Vanguarda, Na Barricada e A Vida, por exemplo, é relatada das páginas 131 a 148 da obra. Como era o processo intelectual e a produção de cada jornal e qual era a repercussão que provocava na sociedade é registrada pelo autor neste texto.
Coube a doutora em História Social Tânia Regina de Luca escrever sobre a “A Grande Imprensa na primeira metade do século XX”, quando as máquinas modernas ocupam seus espaços e surgem novos meios de comunicação na sociedade: cinema, máquinas fotográficas, máquinas de escrever e fonógrafos. A vida fica mais dinâmica e a imprensa ganha novo impulso. É hora da publicidade e das agências norte-americanas ocuparem seus lugares dentro e ao lado da imprensa escrita. Surgem inúmeros títulos: Diário de Pernambuco (1825), Jornal do Commercio (1827), Correio Paulistano, Diário da Bahia (1853-1957), O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil (1891), Correio do Povo (1885) e Diário de Minas (1899).
E a história ganha contornos mais políticos quando é relatada no trecho que leva o subtítulo “Imprensa e o movimento de 1930”, com a chegada do presidente Getúlio Vargas a presidência da República. Entram em cena princípios liberais e democráticos e o nacionalismo, as disputas entre patrões e empregados, as influências do comunismo e o anticomunismo, e as propostas do Estado Novo para a nação brasileira, por meios de decretos e de uma legislação originada no autoritarismo e nacionalismo getulista. Um regime de censuras, restrições à liberdade de imprensa e abusos de poder que perdurou de 1937 a 1945.
A Parte III “De 1950 aos nossos dias” tem cinco textos, sendo o primeiro deles “Batalhas em letra de forma: Chatô, Wainer e Lacerda”, escrito por Ana Maria de Abreu Laurenza, jornalista e doutora em Ciências da Comunicação. De forma primorosa, ela descreve a relação entre esses três jornalistas, responsáveis por importantes veículos de comunicação, respectivamente, Diários Associados, que editava a revista O Cruzeiro, Última Hora, e Tribuna da Imprensa. Todos tendo como pano de fundo os governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek e muitas histórias políticas, de negociatas feitas nos bastidores e, depois, muitas vezes, estampadas nas páginas da imprensa. O destaque fica para quem eram os donos desses jornais e revistas e como se comportavam no contexto onde estavam inseridos.
A história das revistas é contada no “A era das revistas de consumo” pelo jornalista e vice-presidente do Conselho Editorial do Grupo Abril, Thomaz Souto Corrêa, que narra o surgimento das primeiras magazines da editora Abril, instalada em São Paulo, contrariando todas as demais editoras que preferiam estar no centro da capital federal, no Rio de Janeiro. Começou editando O Pato Donald (1950), Capricho (1952) e Contigo (1963). As duas últimas ainda estão nas bancas, com uma nova roupagem e uma outra linha editorial. A Capricho, por exemplo, que tinha em suas páginas fotonovelas agora é voltada para os jovens. Mas outras revistas surgiram, entre elas, Quatro Rodas (1960), com serviço para o leitor sobre estradas e carros. Em 1961, a Abril lança a Claudia para concorrer com a Jóia, da editora Bloch, que depois se transformou em Desfile (1969). Segundo Corrêa, uma revista voltada para o público feminino e inteligente. Possuía uma redação com ótimos jornalistas como Rubem Braga, Marina Colasanti, Fernando Sabino e Vinicius de Moraes. Para completar, a jornalista Carmem da Silva escrevia artigos sobre temas que nem eram tratados na intimidade, quanto mais numa magazine. Ele cita também a Realidade, lançada em 1966, que concorreu com O Cruzeiro, Manchete e Fatos & Fotos.
Na página 218 começa a história da revista Veja (1968). O objetivo de Victor Civita era oferecer ao leitor informação rápida e mantê-lo bem informado, uma nova forma de encarar a função de uma publicação semanal. Mais tarde chegaram ao mercado outras revistas que também se mantém nas bancas até hoje: Isto É, da Editora Três (1977), e a Época da Editora Globo (1998). Mais adiante, ele explica sobre a segmentação das revistas e cita números. Em junho de 2007, por exemplo, a Abril detinha 41% dos exemplares vendidos no Brasil.
Da página 233 a 247, cabe a Flavio Aguiar, professor e editor-chefe da agência de noticias virtual Carta Maior, relatar os fatos marcantes da imprensa alternativa com os jornais Opinião, Movimento e Em Tempo. Mas, alerta o autor, as imprensas alternativas sempre existiram, desde 1808. Alguns jornais duraram mais, outros menos.
Pretendiam cumprir a sua missão editorial para ser lido por aqueles que desejavam um veículo isento ou pelo diferente dos existentes. Os alternativos vão além do que se convencionava dizer que são jornais que se opõem a “tendência hegemônica na imprensa convencional brasileira8”. O surgimento deles se justifica também pela falta de espaço para os jornalistas e de liberdade para escrever a partir do golpe de 1964. Como a informação era censurada, criaram-se novos espaços para se escrever e dizer o que pensavam grupos de jornalistas. E foi principalmente por causa do Ato Institucional número 5 e da censura mais ferrenha que muitos jornais, cerceados de noticiar determinados fatos, substituíram espaço por receitas de culinária. Segundo o autor, “Censores foram instalados nas redações dos jornais; circulares eram enviadas a elas, dizendo o que se podia dizer e o que não se podia, vetando assuntos, nomes de pessoas e até palavras, como Brizola, Arraes, ‘comunismo’, ‘tortura’, ‘etc’9”. Aguiar descreve as características e linguagens adotadas pelos três jornais, inserindo-os nos momentos marcantes da política brasileira. Dois deles acompanharam de perto o surgimento do Partido dos Trabalhadores e das centrais sindicais dos trabalhadores, na década de 80.
Foi com a nova Constituição de 1988 e a redemocratização do país que a imprensa alternativa perdeu sentido porque sua articulação, seu fortalecimento e sua sobrevivência se deu principalmente por causa da repressão e da ditadura de 1964, explica Aguiar. Hoje, afirma o autor, a imprensa alternativa está nos sites e blogs, novos meios de comunicação que saem fortalecidos com a nova cultura surgida por causa da internacionalização da mídia.
Sobre as novas tecnologias, quem se aprofunda é Luiza Villanéa, jornalista e mestranda em História pela Universidade de São Paulo. No texto “Revolução tecnológica e reviravolta política” ela descreve cenas de quem viveu na década de 1980 numa redação barulhenta, entre máquinas de escrever e muitos papéis, e se deparam, dez anos depois, com o computador. Um equipamento que era para agilizar a produção jornalística mas, às vezes, causava indignação porque sumia com os nossos textos e tudo por causa de problemas técnicos que não tínhamos controle. E logo veio a internet, acesso rápido a um mundo até então distante. Estávamos inseridos num cenário cada vez mais complexo e, ao mesmo tempo, a favor profissional de comunicação. Afinal, esse equipamento agilizava o trânsito de informações e o acesso às fontes.
A chegada da informática, conta Villanéa, começou no jornal Folha de S.Paulo.
Logo outros seguiram essa onda de modernidade como o Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e Zero Hora. Nessa Era, também, a cobertura ganhou uma dinâmica diferente e os acontecimentos políticos se destacavam. O Brasil vivia a redemocratização e a imprensa estava na cobertura das Diretas-Já, das eleições diretas (1989) e dos escândalos do governo Collor (1990-1992).
O último texto “O meio é a mensagem: a globalização da mídia”, escrito por Cláudio Camargo, jornalista e sociólogo, recupera o pensamento de um dos principais teóricos da comunicação, Marshall McLuhan (1911-1980). O século XXI tornou-se uma nova aldeia global, como ele havia profetizado, e agora por causa da informatização. “A revolução digital rompeu as fronteiras que antes separavam as três formas tradicionais de comunicação: o som, a escrita e a imagem10”. Estava decretado: a internet era o quarto modo de se comunicar e de se informar. Um dos aspectos negativos dessa nova fase para o Brasil é que a mídia eletrônica fica concentrada com poucos e grandes grupos empresariais da comunicação. Citando Venício A. de Lima, o autor diz que essas mudanças começam a partir dos “anos 1990 quando o Brasil passou a adotar uma agenda agressiva de privatizações e abertura ao capital externo para se integrar ao processo de globalização, as comunicações tornaram-se, a partir de 1995, o paradigma dessa nova política11”. O problema aumenta quando é aprovada a emenda constitucional de número 8 e ocorre a quebra do monopólio estatal das telecomunicações e as “leis que permitem a participação do capital estrangeiro nas áreas de telecomunicações e, principalmente, a Emenda Constitucional n. 36, de 2002, que autoriza a participação de pessoas jurídicas no capital social das empresas jornalísticas e de radiodifusão, inclusive de capital estrangeiro, limitado a 30% do total12”. Por causa disso, informa Camargo, ocorrem mudanças nas empresas tradicionais de jornalismo que afetam o controle acionário desses meios. Alguns grupos familiares que detinham o monopólio da grande mídia, exemplifica ele, são a família Marinho (Organizações Globo), Frias (Grupo Folha) e Sirotsky (Rede Brasil Sul). Em 2000, essas empresas registraram uma queda em suas receitas porque a circulação de jornais e de publicidade também diminuiu.
A partir daí, outras transformações ocorreram nos meios de comunicações.
Camargo registra no artigo quando o Grupo Folha cria o Universo On Line (UOL), marcando assim o ingresso da mídia brasileira na era digital, em 1996. Com Fernando Henrique Cardoso, o país vive seu ápice com a privatização e a imprensa acompanha e estampa tudo nas capas e em páginas e páginas, na imprensa escrita e na internet. Os escândalos pululam e contribuem para alterar a maneira de se fazer coberturas políticas.
O jornalista, apoiado pela grande mídia que percebe ser o quarto poder, acaba se transformando num investigador e estampa nas capas de jornais e revistas reportagens mais sensacionalistas do que investigativas, questionadas pelo leitor mais crítico. E esse fenômeno, explica o autor, não é apenas brasileiro, ocorreu nos Estados Unidos após a Guerra do Vietnã e no escândalo político de Watergate. Mais adiante, Camargo chama atenção para esse fato e cita a banalização e “generalização de matérias comportamentais nas grandes revistas, como Veja, Época e Isto É em detrimento das reportagens investigativas que foram a glória das semanais no passado13”.
A obra “História da imprensa no Brasil”, lançada em 2008, reconstitui e contextualiza as principais fases da imprensa do país, desde 1808 até 2008, e é, sem dúvida, essencial para pesquisadores, principalmente, das áreas das Ciências Humanas e Sociais, e para leitores curiosos que se interessam pelos fatos que marcaram o país. Os onze autores narram os acontecimentos desse período, cada um com suas características, com uma riqueza de detalhes que certamente irão empolgar quem conhece e quem desconhece alguns fatos históricos. Um livro para ser lido, relido, e para consultado e utilizado como referência bibliográfica para diferentes trabalhos acadêmicos.
Notas
1. Mestre em História do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. E-mail: izani@brturbo.com.br 2 MARTINS, Ana Luiza, e LUCA, Tânia Regina de. História da Imprensa no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008. p. 9.
3. Idem. Ibidem. p. 9.
4. Idem. Ibidem. p. 28.
5. Idem. Ibidem. p. 70.
6. Idem. Ibidem. p. 104.
7. Idem. Ibidem. p. 108.
8. Idem. Ibidem. p. 236.
9. Idem. Ibidem. p. 238.
10. Idem. Ibidem. p. 270.
11. Idem. Ibidem. p. 271.
12. Idem. Ibidem. p. 272.
13. Idem. Ibidem. p. 284.
Izani Mustafá – Mestre em História do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. E-mail: izani@brturbo.com.br.
MARTINS, Ana Luiza; De LUCA, Tania Regina. (orgs.). História da imprensa no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008, 304 p. Resenha de: MUSTAFÁ, Izani. Em Tempo de Histórias, Brasília, n.14, p.203-211, jan./jun., 2009. Acessar publicação original. [IF].
História em Curso | PUC-MG | 2009
A Revista História em Curso (Belo Horizonte, 2009-), do Departamento de História da PUC Minas, é voltada para submissão de manuscritos de discentes, graduados, pós-graduados na área de História. De fluxo contínuo, visa contribuir como um espaço para publicação de trabalhos e de debates.
A Revista publica textos, resenhas, notícias e outras matérias sobre História Antiga e Medieval, História Moderna e Contemporânea, História da América, História do Brasil, Teoria e Metodologia da História e Ensino de História; além de, avaliação de arquivos e fontes de interesse para a pesquisa nas áreas acima discriminadas.
Os artigos são prioritariamente elaborados por membros do corpo discente da graduação e pós-graduação strictu sensu e lato sensu dos Cursos e Programas da PUC Minas e de outras Universidades do País da área de História.
Periodicidade semestral.
[Acesso livre].ISSN 2178-1044
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Artefilosofia | UFOP | [2009]
Artefilosofia – Revista de Estética e Filosofia da Arte do Programa de Pós-graduação em Filosofia – UFOP foi editada em formatos diferentes durante seus onze anos de existência. Seu início foi como revista impressa, e permaneceu como tal até sua oitava edição. A partir de sua nona publicação tornou-se uma revista eletrônica, por meio da produção de um website que contava com versão digital de com todos os números impressos até então. Este ano sua equipe editorial passou a fazer uso das facilidades e funcionalidades do Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER). A adoção do sistema internacional de gestão de publicação eletrônica possibilitará à Revista Artefilosofia consolidar o reconhecimento e o prestígio que a publicação possui na área de Estética e Filosofia da Arte.
Periodicidade semestral
Acesso livre
ISSN 1809-8274 (Impresso)
ISSN 2526-7892 (Online)
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The Three Trillion Dollar War – The True Cost of Iraq Conflict | Joseph Stiglitz e Linda J. Bilmes.
Num mundo dominado por forças hostis, são sempre muito bem vindas pelos progressistas as obras em que a guerra e o imperialismo são criticados. Porém, a crítica não pode deixar de fazer a “crítica da crítica”, a troco de permitir reforçar as posições dos adversários às custas das próprias perspectivas que se julgam contestadoras – como mostrou uma vez Marx na crítica ao Programa de Gotha.
Chegou ao Brasil, praticamente no mesmo momento de seu lançamento nos Estados Unidos, a obra The Three Trillion Dollar War – The True Cost of Iraq Conflict, de co-autoria de Joseph Stiglitz e Linda Bilmes. Joseph Stiglitz é um economista de renome mundial, e dispensa maiores apresentações. Já ela, além de professora da Harvard University’s Kennedy School of Government, trabalhou em cargos do governo norte-americano, tendo sido, entre outros, secretária do Department of Commerce. Leia Mais
História | UFBA | 2009
A Revista de História (Salvador, 2009-) é uma iniciativa discente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Bahia.
A Revista de História publica anualmente artigos originais que sejam resultantes de pesquisa com fontes primárias, críticas documentais, balanços historiográficos ou reflexões teórico-metodológicas concernentes à História ou a disciplinas correlatas. A partir de 2019, a Revista de História adotou o sistema ahead of print.
Também são veiculadas resenhas de livros de publicação recente (até 3 anos para edições brasileiras e 5 anos para edições estrangeiras, admitindo-se exceções desde que devidamente justificadas), inclusive reedições, e notas de pesquisa.
Periodicidade anual.
Amazônica | UFPA | 2009
Amazônica – Revista de Antropologia da Universidade Federal do Pará (2009) é um periódico científico internacional, voltado a promover o debate, a construção do conhecimento e a veiculação de resultados de pesquisas científicas relativas às populações nativas da região Amazônica, nos quatro campos da antropologia.
Amazônica pretende ser um fórum de debates para integrar cientistas que atuam nos diversos países amazônicos, de forma a romper as barreiras nacionais que têm mantido suas produções científicas isoladas e dificultado o diálogo.
Incentiva-se a publicação de artigos de cunho transdisciplinar e resultados de pesquisas que envolvam equipes interinstitucionais e transnacionais.
São também aceitos trabalhos que, ainda que não versem sobre sociedades amazônicas, tenham importância inequívoca para o avanço do conhecimento científico sobre a região.
Uma vez que essa é uma revista transdisciplinar e transnacional, os autores deverão ser capazes de expor suas idéias de forma compreensível para cientistas das diversas nacionalidades e das diversas disciplinas que estudam a diversidade e variabilidade da experiência humana.
São aceitos artigos em português, inglês, espanhol e francês. A revista publica artigos originais inéditos, relatórios de pesquisa, notícias de pesquisas em andamento, resenhas, traduções, resumos de teses e ensaios fotográficos.
Periodicidade: Semestral, publicada em março e setembro.
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
ISSN 2176-0675 (Online)
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Antropologia Social/Cultural., Arqueologia., Linguística., Antropologia Física/Biológica.
Albuquerque | UFMS | 2009
Albuquerque – Revista de História (Aquidauana, 2009-) é uma publicação semestral de acesso aberto, que objetiva a divulgação da produção nos campos das Ciências Humanas e Sociais, das Linguagens e das Artes, bem como do encontro entre as distintas áreas, na forma de artigos, traduções, resenhas, ensaios, entrevistas.
A revista é editada pelo Programa de Pós-graduação em Estudos Culturais (PPGCult) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS/Câmpus de Aquidauana) e pelos membros do Laboratório de Estudos em Diferenças & Linguagens – LEDLin – UFMS.
Periodicidade semestral
Acesso livre
Tempo & Argumento | UDESC | 2009
A Revista Tempo & Argumento (Florinópolis, 2009-) é uma publicação do Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.
Apresenta como objetivos estabelecer-se como canal de divulgação de estudos recentes e inovadores na área de concentração do Programa de Pós Graduação: História do Tempo Presente; estimular e desenvolver o intercâmbio entre pesquisadores e profissionais atuantes na área de História e/ou áreas afins; fomentar o intercâmbio de informações e experiências entre instituições nacionais e/ou estrangeiras; fomentar o debate de questões teórico-metodológicas referentes à História; divulgar publicações, comentários, entrevistas e documentos concernentes à pesquisa em História.
Periodicidade quadrimestral.
Acesso livre.
ISSN 2175-1803 (Online)
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Estudios Históricos | CDHRPBVR | 2009
Estudios Históricos (Rivera, 2009-) é a revista eletrônica no Centro de Documentación Histórica del Río de la Plata y Brasil Dr. Walter Rela (Rivera-Uruguay).
Es con enorme placer que nos dirigimos a ustedes para hacerles llegar el primer ejemplar de la revista digital Estudios Históricos, medio de comunicación académica que hemos creado en el ámbito del Centro de Documentación Histórica del Río de la Plata y que está abierto a la participación y colaboración de todos ustedes desde este momento.
Estudios Históricos es un nuevo espacio académico destinado a la difusión de los conocimientos, investigaciones, ensayos, seminarios, encuentros, entrevistas, proyectos de investigación en curso, en los campos de la Historia, Geo-Historia y Antropología, en sus aspectos sociales, económicos, políticos y culturales, que se desarrollan en la cuenca del Plata, entendiendo por tal a Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay, sin perjuicio de divulgar trabajos provenientes de América, Europa y otros partes del mundo.
La pluralidad de ideas y miradas sobre los diferentes temas nos anima a pensar que este será un espacio de reflexión crítica, sobre nuestras disciplinas, un punto de encuentro y enlace entre investigadores de diferentes lugares.
[Periodicidade semestral]ISSN 1688 5317
Acesso livre
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Ars Historica | UFRJ | 2009
Ars Historica (Rio de Janeiro, 2009-) é uma publicação científica discente do Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHIS – UFRJ).
Ela é online de acesso aberto (open access), avaliada como Qualis B4 (quadriênio 2013-2016) na área de História e áreas correlatas. A revista trabalha com avaliação por parecer duplo-cego (peer review) e submissão gratuita.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 2178-244X
Historiar | UVA | 2009
A Diretoria do Centro de Ciências Humanas da Universidade Estadual Vale do Acaraú, em parceria com o Curso de História, dispõem para a comunidade acadêmica a Revista Historiar (Sobral, 2009-), cujo objetivo é criar oportunidades para a divulgação das pesquisas do corpo docente das áreas de humanidades da UVA e de outras IES de ensino e pesquisa.
Face à sua concepção inicial, a Revista Historiar estará voltada para a divulgação (online) dos resultados das pesquisas desenvolvidas por profissionais da História, dentro de suas atividades acadêmico-científicas.
Periodicidade semestral.
História & Ciências Sociais | FURG | 2009
A Revista Brasileira de História & Ciências Sociais — RBHCS — (Rio Grande, 2009-) é um periódico científico da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em História, e foi criado para atender a necessidade de maior circulação do conhecimento acadêmico, buscando promover o diálogo entre a História & as Ciências Sociais.
Desenvolvida com o apoio de professores das mais distintas Instituições de Ensino Superior do país e do exterior, a RBHCS vem dar oportunidade para o público acadêmico publicar suas descobertas em um espaço com os pareceristas das mais renomadas revistas de História & Ciências Sociais do Brasil e do exterior.
A RBHCS é uma revista eletrônica de periodicidade semestral que busca promover o diálogo mais próximo entre a História & as Ciências Sociais, não objetivando que Historiadores façam trabalhos de Cientistas Sociais, nem o inverso, mas sim que as áreas do conhecimento sejam enriquecidas pelo diálogo oriundo das trocas de conhecimento e experiência.
Este periódico eletrônico possui quatro grandes eixos temáticos: Arqueologia/Antropologia, Historiografia & Teoria Social, Pensamento Social Brasileiro e Reflexões sobre a Antiguidade, a Modernidade e a Contemporaneidade. Possuindo quatro seções para a publicação de trabalhos: Artigos, Resenhas & Transcrições e Dossiê Temático, possuindo também um espaço para publicação de pesquisas em andamento ou já concluídas no Informe de Pesquisas.
Assim, é o objetivo central da Revista Brasileira de História & Ciências Sociais que ela se torne um instrumento de diálogo e enriquecimento tanto para a História quanto para as Ciências Sociais.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 2175-3423
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Historiografía Lingüística | [?] | 2009
Periodicidade semestral.
Acesso livre
ISSN 1852-1495
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Mundos do Trabalho | UFBA/Unicamp/UFSC/UFRRJ | 2009
A Revista Mundos do Trabalho (Salvador…, 2009-) é uma publicação digital da Associação Nacional de História do Trabalho – “GT Mundos do Trabalho/ANPUH”. Tem por objetivo a divulgação da produção acadêmica brasileira e internacional da área de História Social do Trabalho.
Mundos do Trabalho recebe o apoio da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com a hospedagem de seus serviços no Portal de Periódicos UFSC. A revista é financiada pelos Programas de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Periodicidade contínua.
Acesso livre.
e-ISSN 1984-9222
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América latina no século XXI: em direção a uma nova matriz sociopolítica | Manuel Antonio Garretón
O livro América Latina no século XXI é o resultado de uma série de debates acadêmicos que se iniciaram no seminário Rethinking development theories in Latin America: democratic governance, process of globalization and societal transformations, promovido em 1993 pela University of North Carolina. Esses debates foram retomados em encontros na Universidad de Salamanca e, posteriormente, nos congressos da Latin American Studies Association (LASA) – uma entidade internacional que tem como missão fomentar a discussão intelectual, a pesquisa, o ensino e a “participação cívica através da construção de redes sociais e de debate público”1. A primeira versão desta obra coletiva foi redigida pelo sociólogo Manuel Antonio Garretón (Universidad de Chile) e teve como base vários artigos publicados por ele em revistas acadêmicas. Os demais autores contribuíram com seções e parágrafos ao longo do texto e o cientista político Jonathan Hartlyn (University of North Carolina) coordenou a revisão final.
A obra é dividida em seis capítulos que procuram elaborar um “modelo geral” para a interpretação das transformações sociopolíticas e das tendências históricas da região. A princípio, os autores argumentam que os países latino-americanos estão se dirigindo, ainda que de forma irregular, a novas estruturas políticas e padrões de governança ligados fortemente às mudanças sociais que essas nações têm vivenciado nos últimos anos. Ou seja, ao contrário daqueles que procuram uma análise estrutural fundamentada em grandes paradigmas, os autores defendem um estudo das interrelações entre a economia, a política, a sociedade e a cultura através de hipóteses de médio alcance – capazes, segundo eles, de reagir à “excessiva generalização teórica” e aos modelos que pensavam a América Latina exclusivamente em torno de questões como “desenvolvimento”, “revolução”, “dependência”, “modernização” e “democratização”. Leia Mais
História da Historiografia | UFOP | 2008
Mais uma revista acadêmica. Com a explosão do espaço virtual, não há como ignorar o resmungo de um leitor que constate, com o nascimento de mais uma publicação, o crescimento desmesurado do número de textos para conhecer e informações para assimilar. Portanto, considerando que a multiplicação de artigos científicos parece, em algumas ocasiões, uma perigosa metástase, há uma necessidade de se apresentar ao público, cuja atenção precisa ser valorizada.
Pensamos que parte da sensação de cansaço deve-se a uma evidência na realidade acadêmica brasileira: as revistas estão, em geral, atadas aos programas de pós-graduação; e os programas se estruturam em linhas de pesquisa que precisam ter sua produção contemplada. É justo e prático que assim seja, claro. Há, porém, um preço: a indefinição dos perfis e a dispersão da produção acadêmica. Para o pesquisador especializado – por vezes precocemente especializado – é extremamente difícil encontrar uma referência que lhe permita rastrear e colher os textos de sua bibliografia, sobretudo, aquela produzida no Brasil. É comum termos um interlocutor em nossa língua, quando nos imaginamos isolados em uma área de pesquisa ainda não consolidada.
A proposta de História da Historiografia (Ouro Preto, 2008-), portanto, não consiste em dispersar e fragmentar ainda mais a produção acadêmica, mas em oferecer um espaço de convergência da produção crescente, em volume e qualidade, no campo da teoria e história da historiografia – por isso a vocação interinstitucional da revista. Afinal, foi em uma série de encontros, ocorridos ao longo dos anos e em diferentes cidades do Brasil, que se percebeu que o olhar reflexivo sobre a Historiografia não é tão insólito quanto se poderia imaginar. Claro: esta atividade reflexiva se expressa de várias maneiras, seja por meio da filosofia da história mais tradicional, seja pelo que dela mais se espera, ou seja, ponderações epistemológicas sobre o ofício do historiador e sobre os diferentes modos de se escrever história ao longo do tempo, no Brasil e no Ocidente como um todo.
Afinal, da mesma maneira que criticaríamos uma formação musical que desprezasse Bach e Villa-Lobos, ou o escritor que desconhecesse Machado de Assis e Cervantes, os historiadores procuram cada vez mais perceber a importância da leitura aberta dos clássicos, além de compreender as transformações sofridas por seu ofício. Não se fará aqui uma história canônica. Os trabalhos que o leitor encontrará são tentativas de relembrar e elaborar as diferentes motivações que levaram os seres humanos a pensar e representar suas vidas historicamente. A História da Historiografia aqui debatida ultrapassa – embora não exclua – o debate historiográfico indispensável na discussão especializada e nos projetos de pesquisa; ela procurará, destarte, explorar a riqueza desse campo de pesquisa particular sem isolá-lo do conjunto maior do qual faz parte.
Periodicidade quadrimestral.
Acesso livre.
ISSN 1983-9928
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Café História | 2008-2021
O Café História é um portal de divulgação científica criado pelo historiador Bruno Leal. Toda segunda-feira publicamos o nosso “especial da semana” (artigo, entrevista, bibliografia comentada ou história importada). E de terça a sexta, notícias sobre história. Todos os nossos colaboradores e colaboradoras são especialistas reconhecidos(as) no campo e convidados(as) pelo Café História.
Quem somos nós
Olá! Meu nome é Bruno Leal. Eu sou o fundador e o editor-chefe do Café História. No dia 18 de janeiro de 2008, eu coloquei o Café História no ar com o intuito principal de divulgar a história produzida no meio acadêmico para amplas audiências. O desafio sempre foi produzir conteúdos lúdicos, acessíveis e interessantes, mas sem perder de vista o rigor acadêmico. Mais recentemente, a partir da perspectiva da História Pública, tenho tentado fazer uma história com o público e não somente para o público. Para isso, eu tenho contado com incríveis colaboradores e colaboradoras, leitores e leitoras.
Eu nasci no Rio de Janeiro em 1982, mas vivo em Brasília desde 2018. Sou professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) e do Programa de Pós-Graduação em História desta mesma universidade. Sou historiador formado pela UERJ e jornalista formado pela UFRJ. Fui professor do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e desenvolvo pesquisas sobre divulgação científica, história pública, crimes nazistas e justiça no pós-guerra.
A Ana Paula Tavares é a sub-editora do Café História. Ela entrou no projeto por volta de 2017 e tem atuado como conselheira editorial e editora da produção audiovisual do portal. Ela nasceu no Rio de Janeiro em 1982, é mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais da Fundação Getúlio Vargas (PPHPBC/FGV). Possui graduação em Comunicação Social – habilitação jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (2006). É também formada em teatro pela Casa de Artes de Laranjeiras – CAL (2010). Trabalhou na Fundação Roberto Marinho e na Globosat, no Rio de Janeiro. Desenvolve trabalhos no campo da História Intelectual e Divulgação Histórica. Em sua dissertação discutiu gênero e atuação profissional através da trajetória da jornalista judia Yvonne Jean, que imigrou para o Brasil no final dos anos 1930 fugindo da perseguição nazista na Europa.
Em 2021, a nossa equipe foi reforçada com a inteligência e a vitalidade da Thaís Pio Marques, que atualmente faz estágio voluntário no Café História. Ela é graduada em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Durante a graduação, a Thaís fez parte do Grupo PET Conexões de Saberes – Licenciaturas, voltado para a elaboração e desenvolvimento de Projetos pedagógicos interdisciplinares. Atualmente, organiza o perfil de Instagram “Poesia e oralidade”, onde compartilha textos breves sobre competições de poesia (slams) e seus participantes. No Café História, ela é redatora de notícias, personagens, roteiros de web stories e também realiza entrevistas.
Como funciona
Toda segunda-feira publicamos um texto original e inédito sobre história. Esse texto pode ser um artigo, uma entrevista ou uma bibliografia. Essas são as nossas três editorais. De terça a sexta, publicamos notícias sobre história. Todos os nossos colaboradores e colaboradoras são especialistas reconhecidos(as) no campo e convidados(as) pelo Café História.
Contato
Se você quiser falar conosco, escreva para contato@cafehistoria.com.br. Teremos o maior prazer em receber a sua mensagem. O Café História está localizado na Asa Norte, em Brasília, Distrito Federal.
ISSN: 2674-5917
Antíteses | Londrina, v.12, n.24, 2019 / v.1, n.1, 2008.
Antíteses. Londrina, v. 12, n. 24, 2019.
Dossiê: Francisco e o franciscanismo
Expediente
Editorial | Carolina Amaral de Aguiar |
- Carta de Princípios | Carta de Princípios |
Dossiê
“[…] Que o estudo não extinga o espírito da santa oração e devoção”: reflexões sobre a educação na Ordem dos Frades Menores a partir das primeiras hagiografias em prosa sobre Antônio de Pádua | Victor Mariano Camacho, Andreia Cristina Lopes Frazão da Silva |
- “Qui enim bene facit ex Deo est, qui male facet non novit Deum” Ilustrar la violencia en la Orden de los frailes menores | Paula Castillo |
- Franciscanismo, trabalho e mendicância: o léxico franciscano do século XIII | Ana Paula Tavares Magalhães |
- Conhecimento e mendicância como epicentro do embate entre Boaventura de Bagnoregio e Guilherme de Santo Amor no século XIII | Terezinha Oliveira |
- O frade santo e o clérigo vaidoso: coopetições e propagandas eclesiásticas nas crônicas franciscanas (Itália, c. 1281-1399) | Felipe Augusto Ribeiro |
- In via: Francisco, os franciscanos e seus lugares no mundo | Maria Angélica da Silva |
- O retábulo no seu lugar: uma reflexão sobre a constituição de uma novidade franciscana no século XIII | Angelita Marques Visalli |
Artigos
- Memórias ignoradas: uma narrativa do início de Maringá sob a ótica da habitação popular | Tatiane Boisa Garcia, Fabíola Castelo de Souza Cordovil |
- Elite política regional e formação de um partido nacional: organização interna, desempenho eleitoral e extinção do Partido Republicano Liberal (Estado do Paraná, 1913-1915) | Sandro Aramis Richter Gomes |
- Subúrbio Molotov: criatividade e resistência punk no bairro do Meier, Rio de Janeiro, na década de 1980 | Diego Santos Vieira de Jesus |
- O Peronismo e as iniciativas estatais em um espaço produtivo marginal: problemas agroecológicos, economia e burocracia na província de Eva Perón (1951-1955) | Federico Carmelo Martocci |
- A primeira Legislação agrária republicana riog-randense:aparato legal para controlar o acesso à terra | José Antonio Moraes do Nascimento |
- O Estruturalismo em As Palavras e as Coisas: Uma História Estrutural do Saber | Pedro Ragusa |
- Fomento à pesca e riscos de extinção: uma análise a partir do registro fotográfico do pirarucu (Arapaima gigas) do rio Araguaia em meados do século XX | André Vasques Vital, Francisco Leonardo Tejerina-Garro |
Sociedades cientificas
- Laboratório de Estudo de História das Américas (LEHA-USP): Ensino, pesquisa e intercâmbios | Angela Meirelles de Oliveira, Camila Bueno Grejo, Maria Antonia Dias Martins |
- A mestiçagem na América Latina na primeira metade do século XX | Alejandra Mailhe |
- “O Partido Comunista e a Liberdade de Criação”: frentismo cultural em tempos de democratização | Carine Dalmás |
- Maternidad y movilidad: las mujeres inmigrantes y sus ventas ambulantes en las páginas de las revistas ilustradas porteñas, Buenos Aires 1898-1918. | Elisabet Prudant |
- “Ideologia de gênero”: ofensiva reacionária, pânico e cruzada moral no México (2016) | Edméia Ribeiro |
- “Você será mobilizada(o)!”: gênero e trabalho na Segunda Guerra Mundial – Estados Unidos e Brasil. | Renan Reis Fonseca |
- A comissão de exilados argentinos. A construção de um espaço exterior de política interna entre Argentina e Chile em meados do século XIX. | Affonso Celso Thomaz Pereira |
Primeiros Passos
- Luzes e sombras: a fase inicial da trajetória política de Ivete Vargas (1940-1950) | Douglas Souza Angeli |
- A função dos sacerdotes na doutrina dos indios. Uma exploração do caso de Córdoba (final do século XVIII e início do século XIX) | Inti Yanasu Artero Ituarte |
- O efeito Lúcifer em outros tempos? Reflexões sobre histórias de pessoas que se viram diante do extremo à época das primeiras cruzadas | Carlile Lanzieri Júnior, Francieli Aparecida Marinato |
- Uma montagem caligramática do século XIII: a Benedictio Fratri Leoni Data de Francisco de Assis | André Luiz Marcondes Pelegrinelli |
Resenhas
- Alfred Rosenberg, o intelectual nazista (1893-1945) | João Fabio Bertonha |
Antíteses. Londrina, v. 12, n. 23 (2019)
Dossie: revistas culturales de iberoamérica
Expediente
- Editorial | Gilmar Arruda |
Carta de Princípios | Carta de Princípios dos Editores da revista Antíteses | |
Dossiê
- Apresentação. revistas culturais na Ibero-América | Andrea Fabiana Pasquaré, Maria Marcela Aranda |
- Ilustração limenha e o Peru além dos Andes no periódico Mercurio Peruano (1791-1795) | Fernando Torres Londoño, Sharley josé Cunha |
- Semeie em campos áridos. The Pacific Magazine, a república letrada e a oposição ao governo conservador de Manuel Montt (1858-1861) Sow | Nicolas Arenas Deleón |
- Os escritos de José Enrique Rodó na Revista Nacional de Literatura y Ciencias Sociales, esboço de uma história literária | Elisângela da Silva Santos |
- Da revista: entre livros de história e enciclopédias. Pontes de publicidade para a cultura escrita: Caras y Caretas (1910-1914) | Beatriz Cecilia Valinoti |
- Mundial Magazine (Paris, 1911-1914): editora, modernidade cultural e jornada intelectual dos americanos pelo continente europeu | Andrea Fabiana Pasquare |
- Revistas no Front: aproximações entre Belém Nova e Revista de Antropofagia por meio de manifestos na década de 1920 | Aldrin Moura de Figueiredo, Heraldo Márcio Galvão Júnior |
- Revistas, mapas e tours: a “nova geração literária” na Argentina dos anos 1920 | Karina Vasquez |
- De um órgão de expressão institucional local à publicação de vanguarda regional: as duas épocas da La Revista de El Círculo de Rosario na modernidade cultural dos anos ‘20 | Ronen Man |
- A revista Riel y fomento e seu projeto de modernidade americanista (1922-1928) | Pablo Javier Fasce |
- Mapeando uma cultura profissional transnacional: as revistas (pan)americanas de arquitetura no Cone-Sul (1920-1940) | Leonardo Faggion Novo |
- Aspectos da vida balneária nas revistas A Gaivota e Turismo en el Uruguay, 1930-1950 | Joana Carolina Schossler |
- New Masses e a América Latina: intelectuais e política na luta contra o fascismo (1933-1939) | Angela Meirelles de Oliveira |
- O exílio republicano e a guerra civil espanhola na revista Historia Mexicana | Marcos Gonçalves |
- Arte, história e memória na revista Mundo Nuevo (1966-1968) | Maria Marcela Aranda |
- CHRISTUS: AGGIORNAMENTO CATÓLICO E TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO EM UMA REVISTA JESUÍTICA MEXICANA (1968-1973) | Igor Luis Andreo |
Artigos
- Liderança carismática negócios enfrentados com poder burocrático do estado: o conflito sobre Yerbales entre a empresa Domingo Barthe e o governador Juan José Lanusse (1896-1905) | Alberto Daniel Alcaráz |
- O papel da tradição na construção do mundo histórico | Augusto Bruno de Carvalho Dias Leite |
- Batuque dos negros x Batuque dos brancos: discursos em disputa sobre um “ajuntamento de pretos” na vila de São Salvador de Campos dos Goytacazes, no ano de 1831 | Carlos Eugênio Soares de Lemos |
- O golpe de 1964 no Amazonas e a deposição do governador Plínio Coelho | César Augusto Bubolz Queiros |
Sociedades cientificas
- História e audiovisual: formação e percursos de um grupo de pesquisa | Eduardo Victorio Morettin, Marcos Napolitano |
- Entre a invasão dos “capitais alienígenas” e a consolidação da televisão: Imprensa e debates públicos em torno ao acordo Rede Globo/Time-Life, 1964-1967 | Paula Halperin |
- A malandragem no país da ditadura: humor, deboche e política no cinema realizado por Hugo Carvana | Reinaldo Cardenuto |
- Clube de Cinema da Bahia e a sua participação no campo cinematográfico nos anos 1970 | Izabel de Fátima Cruz Melo |
- Reconciliação impossível. Tensões políticas e estéticas em ¿Ni vencedores ni vencidos? (1972) | Pablo Piedras |
- Perpetradores no cinema sobre as ditaduras do Cone Sul: do arquétipo ao círculo íntimo | Fernando Seliprandy |
- Os curtas-metragens de Paulo Sacramento e o debate sobre a violência no Brasil dos anos 1990 | Rosane Kaminski |
Primeiros Passos
- Soberania e poder nos reinos de Kent e Nortúmbria na Brittania da Antiguidade Tardia | Nathany Andrea Wagenheimer Belmaia |
- O conceito de dignidade humana na realidade jurídica e sociopolítica de Cuba | Sultan Hamade, Karin Reiber |
- Os Annales e a interdisciplinaridade: um balanço da historiografia polemista brasileira | Barthon Favatto Suzano Junior |
- Entre cambios y continuidades. La construcción discursiva de la identidad americana en la independencia de Nueva Granada. El caso de El Redactor Americano (1806-1809). | Nicolás Ventieri | | |
Entrevistas | A elaboração do Atlas Histórico Escolar do MEC. Entrevista com a historiadora Miridan Britto Falci. | Renato Amado Peixoto |
Notas sobre Acervos e Fontes
- Notas sobre Acervos e Fontes: o Porto do Rio de Janeiro no Acervo do Patrimônio da União | Thiago Vinícius Mantuano da Fonseca |
Resenhas
- História da historiografia brasileira: uma apresentação do percurso historiográfico | Letícia Leal de Almeida |
Antíteses. Londrina, v. 11, n. 22 , 2018.
Expediente
Editorial | Gilmar Arruda | |
Apresentação
- As pessoas tentam, mas a história difícil não é facilmente descartada: o lugar dos temas controversos no ensino de história | Maria Auxiliadora Schmidt, Marlene Rosa Cainelli, Pedro Miralles |
Autor Convidado
- Populismo, mídia educacional e escolas em tempos de crise | Christoph Kohl |
- Ser Professor de História em tempos difíceis – início de um processo formativo. | Marilia Gago | |
Dossiê
História, livro didático e formação docente: produção, limites e possibilidades | Erinaldo Vicente Cavalcanti |
- História difícil e etnocentrismo: o ensino de história e o genocídio de Ruanda na web | Danilo Ferreira da Fonseca, Geyso Dongley Germinari |
- O Passado e a História Difícil para o Ensino e Aprendizagem da História | Rita de Cassia Gonçalves |
- Charlie Hebdo: Consciência histórica sobre intolerância religiosa de estudantes de Goiânia | Maria da Conceição Silva, Enelice Milhomem Jacobina Teixeira |
- Estudos sociais para crianças numa democracia: prescrições didáticas para o ensino de história sob o prisma norte-americano | Elisiane da Silva Soares, Eliana Rela |
- Professores pesquisadores e o desafio de trabalhar com a História difícil: uma experiência de estágio supervisionado | Adriane de Quadros Sobanski, Camila Quadros |
- A banda desenhada histórica como um recurso pedagógico no ensino da História | Tiago Cardoso, Glória Santos Solé |
Artigos
- A participação e a influência de Jânio Quadros na política paranaense (1958-1961) | Alessandro Batistella |
- Federalização da Universidade do Paraná: a voz dissonante de Plínio Tourinho | Névio de Campos, Eliezer Felix de Souza |
- Rudolf Brazda e o Parágrafo 175: A luta de um prisioneiro homossexual nos campos de concentração | Luana Pagano Peres Molina, Lucas de Melo Andrade, Pedro Arthur Passos da Silva |
- Um agente do Império brasileiro em Londres: William Henry Clark e o fim da política da escravidão saquarema | Henrique Antonio Ré |
- “Arribadas maliciosas”: redes no comércio de contrabando no porto de Buenos Aires, inícios do séc. XVII | Fernando Victor Aguiar Ribeiro |
- A palavra dos repressores e o problema da verdade na Argentina: reflexões a partir das falas de Eduardo “Tucu” Costanzo | Valentina Isolda Salvi |
Primeiros Passos
- O retorno dos ancestrais: Bon Odori e ritos mortuários no Templo Budista Honpa Honganji em Londrina | Leonardo Henrique Luiz, Richard Gonçalves André |
- A aproximação e a instalação dos aparatos de Controle do Poder Judiciário em Campo Mourão-PR. | Leandro Moreira da Luz, Bruno Flávio Lontra Fagundes |
Resenhas
- Por uma nova leitura de Michelet no Brasil | Renato Fagundes Pereira |
Antíteses. Londrina, . 11, n. 21, 2018.
Dossiê
As reduções da Companhia de Jesus na América Colonial: diálogos de realidades missionárias e debates intelectuais sobre a ação jesuítica
Expediente
Palavras do editor | Gilmar Arruda |
Dossiê
- Las reducciones de la Compañía de Jesús en la américa colonial: una introdución | Maria Cristina Bohn Martins, Carlos Daniel Paz |
- Entrevista a Alexandre Coello de la Rosa | Carlos Daniel Paz |
- Las reducciones jesuíticas de guaranies en el marco teológico jurídico de la Escuela Ibérica de la Paz | Bartomeu Melià |
- La predicacion del evangelio en las INDIAS del padre ACOSTA S.J.: un antecedente teorico de intervencion social | Natalia Aguerre |
- Biobibliografía de los protomártires jesuitas de América: Pedro Correia y João de Sousa | Carlos A. Page |
- “A travessia entre o pecado e a fé”: as aldeias Kiriri e os escritos de conversão jesuíticos (1684-1699) | Ane Luise Silva Mecenas |
- Protagonismo Guarani na porção sul do Brasil Meridional: o ñande reko em territórios das bacias hidrográficas dos rios Iequí e Caií no ano de 1635 | Tuani de Cristo, Luís Fernando da Silva Laroque, Neli Teresinha Galarce Machado |
- O Libro de medicina, cirugía, e botica: um manuscrito anônimo de Matéria médica rioplatense da primeira metade do século XVIII | Eliane Cristina Deckmann Fleck, Franz Obermeier |
- A imprensa católica a serviço da reforma ultramontana: o caso do ´Mensageiro do Coração de Jesus´ | Ana Rosa Cloclet da Silva, Lais da Silva Lourenço |
Artigos
- As vilas de índios dos sertões do Norte: desenho, território e reforma urbana no século XVIII | Esdras Araujo Arraes |
- Monterrey. Correo literario de Alfonso Reyes: a publicação do escritor-embaixador e suas convergências e dissonâncias em relação às diretrizes oficiais da secretaria de relações exteriores do México (1930-1937) | Natally Vieira Dias |
- Nuevas miradas sobre el “Documento final” y las tensiones políticas en torno al “problema de los desaparecidos” en la etapa final de la dictadura argentina | Marina Franco |
- Sob a espada Dâmocles: as eleições de 1933 no Rio Grande do Sul – entre o exílio, repressão e conspiração | Rafael Saraiva Lapuente |
- As autoimagens construídas pelas elites de Miranda durante a visita pastoral do bispo D. Carlos Luiz D’Amour ao sul de Mato Grosso, em 1886 | Jérri Roberto Marin |
- A “moderna Botucatu”: a modernização do espaço urbano no interior paulista (1928-1934) | Eduardo Romero de Oliveira, Luis Gustavo Martins Botaro |
- A influência da Revolução Cubana na história da Ação Popular. | Jean Rodrigues Sales |
- Memórias em torno de Apolônio de Tiana: feiticeiro, homem divino e rival de Jesus Cristo | Semíramis Corsi Silva |
Primeiros Passos
- Os estudos sobre o Ciclo Confederativo e a História da Integração latino-americana no século XIX | Dirceu Junior Casa Grande |
- O samba tinha mais vida: memória de músicos e integrantes das comunidades do samba em Florianópolis/SC | Lisandra Barbosa Macedo Pinheiro |
- Mundos do trabalho no Amazonas: as lideranças operárias socialistas – Joaquim Azpilicueta, Nicodemos Pacheco, Manoel Sérvulo e Cursino Gama (1914-1928) | Luciano Everton Costa Teles |
Notas de Pesquisa
- Nota para estudos teórico-históricos do fenômeno da heresia | Juvenal Savian Filho |
Resenhas
- Nos caminhos da fé: história, religião e religiosidade da Antiguidade ao mundo contemporâneo | Charles Nascimento de Sá, Cintia Goncalves Gomes Oliveira |
Antíteses. Londrina, v. 10, n. 20, 2017.
Dossiê
Cultura Intelectual e Cultura Material (séculos XVII-XIX)
Expediente
- Expediente | |
Editorial | Gilmar Arruda |
Apresentação
- Apresentação dossiê | Maria Renata da Cruz Duran, Isabel Drumond Braga |
Autor Convidado
- As Leguminosas no Portugal Moderno: uma presença constante e discreta | Isabel Drumond Braga | |
Dossiê
- Cultura material en “clausura”: las reliquias del Monasterio de las Descalzas Reales en los siglos XVI y XVII | Esther Jimenez Pablo |
- Notas sobre a influência da cultura portuguesa no Japão (séculos XVII e XVIII): o legado dos missionários europeus | Carlos Pelliccia |
- António José da Silva, as Obras do diabinho da mão furada e a Inquisição Portuguesa – António José da Silva, the Obras do diabinho da mão furada, and the Portuguese Inquisition | Markus Ebenhoch |
- Aprender na clausura: a aula pública do recolhimento da Caridade de Braga, no século XVIII | Maria Marta Lobo de Araújo |
- Alexandre de Sousa e Holstein e a cultura lusitana numa Roma em ebulição (1790-1803) | Francisco Almeida Dias |
- Assistência e cultura material: o património móvel do hospital da Santa Casa da Misericórdia de Pombal na segunda metade do século XIX | Ricardo Pessa de Oliveira |
- Entre palavras e objetos: Cultura material e Abolicionismo no Vale do Paraopeba/MG (1840-1888) | Claudia Eliane Parreiras Marques Martinez |
- Vênus, Crucifixos, Corações e Arcanjos: Arte e reforma católica entre Roma, Paris, Munique, Lisboa e Belém do Pará (1869-1871) | Aldrin Moura de Figueiredo, Silvio Ferreira Rodrigues |
- A política de conciliação nos folhetins: Joaquim Manuel de Macedo e A carteira do meu tio (1855) | Carollina Carvalho R. de Lima |
- Joalheria de Crioulas: Subversão e Poder no Brasil Colonial | Amanda Gatinho Teixeira |
- A“augusta mãe por cima das ondas do oceano”: a corte portuguesa no púlpito brasileiro | Maria Renata da Cruz Duran |
Artigos
- Getúlio Vargas e o Supremo Tribunal Federal: uma análise do habeas corpus de Olga Prestes | Felipe Cittolin Abal |
- Provedoria da Fazenda Real e Alfândega de Pernambuco: Administração e Funcionamento 1701-1725 | Luanna Ventura Santos, Suely Cordeiro Almeida |
- Uma utopia oitocentista: igualdade, trabalho e estado em uma sociedade imaginada por Edward Bellamy | José D’Assunção Barros |
- El negocio del cuero en el Río de la Plata a fines del siglo XVIII | Nicolás Alberto Biangardi, maximiliano camarda |
- Política energética e construção de hidrelétricas na primeira metade do Século XX: reflexões sobre o caso paranaense | Cezar Karpinski |
- Nietzsche e a Historiografia Prussiana: análise de fragmentos póstumos da Primeira Fase de sua obra | Celso Kraemer, Dominique Santos, Aniele Crescêncio |
- Um humanista “além-fronteiras”: um estudo sobre Damião de Góis | Carlos Mauro de Oliveira Júnior |
- Sexualidades nos Atos Apócrifos dos Apóstolos a partir Foucault | Alfredo dos Santos Oliva |
- Em torno do conceito de heresia: o caso de João Cassiano (Provença, século V) | Rossana Pinheiro-Jones |
- “o Altíssimo não habita em obras de mãos humanas: um estudo de possíveis paralelos judaico-helenísticos para o tempo de Jerusalem como idolatria no Ato dos Apóstolos 7:48 | Monica Selvatici |
Primeiros Passos
- Instrução e a prática de Canto Orfeônico em tempos de Estado Novo no Piauí | José de Arimatéa Freitas Aguiar Júnior |
- Política migratória brasileira e a construção de um perfil de migrante desejado: lugar de memória e impasses | Samira Moratti Frazão |
- Mulheres e carnavais no Rio de Janeiro: as representações da imprensa entre 1950 e 1962 | Ellen Karin Dainese Maziero |
Resenhas
- A Grande Estrangeira | Wallas Jefferson de Lima | |
Antíteses. Londrina, v. 10, n. 19, 2017.
História e imprensa
Expediente
Editorial | Gilmar Arruda |
Apresentação
- Apresentação | Tania Maria Bessone da Cruz Ferreira, José Miguel Arias Neto |
Dossiê
- A República da Espanha e os republicanos brasileiros na imprensa ilustrada. Rio de Janeiro, 1873 | Aristeu Elisandro Machado Lopes |
- Um “sistema telefônico” aplicado à composição teatral: Dramaturgia e práticas teatrais no Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX | Silvia Cristina Martins de Souza |
- A construção da identidade internacional argentina nas páginas da Revista de Derecho, Historia y Letras | Camila Bueno Grejo |
- Literatura, imprensa e mundo editorial: intermediações culturais na França da Terceira República | Paulo Rodrigo Andrade Haiduke |
- Lembrar é preciso: as conquistas portuguesas revisitadas por exemplares da imprensa colonial elaborada em Portugal e Moçambique (1922-1937) | Leandro Antonio Guirro |
- Uma missiva contra o peronismo tupiniquim – Carlos Lacerda, Tribuna da Imprensa e a carta Brandi (1955) | Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos |
- Representações de beleza de mulher no jornal Folha do Norte do Paraná: modelos de feminilidades nos anos 1960 | Ivania Skura, Cristina Satiê de Oliveira Pátaro, Frank Antonio Mezzomo |
- Imprensa de nicho e música jovem no Brasil: O Mundo é do Brotos e Revista do Rock (1960-1965) | Marcelo Garson |
- A coluna política de Adalgisa Nery no Jornal Última Hora e a crise pré-1964 no Brasil | Isabela Candeloro Campoi |
- “Menores viram cidade do avesso”: infância pobre nas páginas de um jornal semanal (Criciúma, SC, década de 1970) | Elisangela Silva Machieski, Silvia Maria Fávero Arend |
- Uma narrativa alternativa sobre a Baixada Fluminense: a experiência do Jornal da Baixada | Alvaro de Oliveira Senra, Flávio Anício Andrade |
- “Um ensaio de ficção científica”: história do presente no suplemento Anexo, do jornal Diário do Paraná | Everton de Oliveira Moraes |
- Descaso com a Reforma Agrária e Repressão Contra os Movimentos Sociais: representações do MST sobre Collor (1990-1992) | Fabiano Coelho |
- O suicídio da presidente: a arte da mentira e consenso | Carla Luciana Souza da Silva |
Artigos
30 anos após a lei uruguaia de caducidade,o que é que devemos comemorar e como? | Ana Buriano, Silvia Dutrénit |
- Um novo abolicionismo para a ascensão na nação da Mãe Preta: discursos sobre a fraternidade racial no jornal O Clarim da Alvorada (1924-1932) | Flavio Thales Ribeiro Francisco |
- Mapeando cerceamentos e o lugar da matança animal: o caso do Matadouro Municipal de Ponta Grossa | Lucas Vinicius Erichsen da Rocha, Alessandra Izabel de Carvalho |
- Urbanização e saneamento em Caxias do Sul, RS (1875-1930) | Fabiano Quadros Rückert |
- A reestruturação da Marinha Argentina entre o final do século XX e os começos do século XXI. | Germán Soprano |
- A crítica cinematográfica como campo de disputa política no Uruguai: a repercussão do documentário Elecciones (Mario Handler / Ugo Ulive, 1967) | Mariana Martins Villaça |
- O Estado Laico e a Liberdade Religiosa como proposta eleitoral: Fernando do Ó e as eleições de 1933 | Beatriz Teixeira Weber, Renan Santos Mattos |
Primeiros Passos
- As “Cartas a Cunceição” e o humorismo político cearenses (1919-1930) | Eduardo Lúcio Guilherme Amaral |
- Do Pessach à Pascha: ressignificação dos significantes da Páscoa judaica pela Páscoa cristã | Nathany Andrea Wagenheimer Belmaia |
- Entre versos e polêmicas: Jônatas Batista e a crítica literária em Teresina no início do século XX | Ronyere Ferreira da Silva |
Antíteses. Londrina, v. 9, n. 18, 2016.
Expediente
Editorial | Gilmar Arruda
Apresentação
- Apresentação do Dossiê Didática da História e Ensino de História | Éder Cristiano de Souza, Márcia Elisa Teté Ramos |
Dossiê
- Aprender, pensar e viver História: Contribuições e questionamentos a partir de um estudo com professores e estudantes brasileiros e paraguaios | Éder Cristiano de Souza |
- O conceito da Ditadura: conceitos de estudantes chilenos educação para os media | Gabriela Alejandra Vásquez Leyton, María Sánchez Agustí |
- Manuais de Didática da História: contribuições para entender suas especificidades | Osvaldo Rodrigues Junior, Tânia Maria Figueiredo Braga Garcia |
- Ideias De Jovens Do Ensino Médio Sobre História: Um Estudo na Perspectiva da Educação Histórica | Geyso Dongley Germinari |
- Investigação sobre a transversalidade social, disciplinar e geográfica de um modelo de ensino-aprendizagem da história através de fontes objetuais e criação de museus de aula | Glória Solé, Nayra Llonch |
- Representações de História em Jovens da Escola Básica e da Universidade: um estudo sobre pensamento histórico e identidade | Márcia Elisa Teté Ramos, Ronaldo Cardoso Alves |
- Modelo de educação histórica e formação docente | Gerardo Daniel Mora Hernández, Rosa Ortiz Paz |
- Didática e História Escolar: Dimensões Disciplinares e Culturais | Maria Aparecida Leopoldino |
- O “legado” da aprendizagem histórica: refazendo percursos de leituras | Renilson Rosa Ribeiro, Halferd Carlos Ribeiro Júnior, Mairon Escorsi Valério |
- Os Parâmetros Curriculares Nacionais e o processo de constituição de uma didática da história para os anos iniciais | Tiago Costa Sanches |
- História e Ensino de História das Ditaduras no Brasil e na Argentina | Juliana Pirola Balestra |
Artigos
- Esquerda ou direita? Professores, opção política e didática da história | Caroline Pacievitch, Luis Fernando Cerri |
- Impregnado de eternidade. O Recife em Manuel Bandeira | Flávio Weinstein Teixeira |
- Os diários de viagem do doutor Lacerda; a trama de referências no texto de um astrônomo paulista do final do século XVIII | Magnus Roberto de Mello Pereira, Claudio Denipoti |
- As moedas e o mapa: a fiscalidade no processo de criação de províncias no Brasil Império, primeira metade do século XIX | Vitor Marcos Gregório |
- A nação em jogo: esporte e guerra colonial na Guiné Portuguesa (1961-1974) | Victor Andrade Melo |
Primeiros Passos
- “O movimento hippie nasceu em Moscou”: imaginário anticomunista, contracultura e repressão no Brasil dos anos 1970 | Leon Frederico Kaminski |
- O Discurso Psiquiátrico e a Ideologia Colonial na África britânica. | Gisele Silva Santos |
- A querela dos antigos e modernos: um panorama historiográfico | Luiz César de Sá Júnior |
Antíteses. Londrina, v. 9, n. 17, 2016.
Dossìe: Imagem na Idade Média
Expediente
Palavras do editor | Gilmar Arruda |
Apresentação
Apresentação dossiê: Imagem na Idade Média | Angelita Marques Visalli |
Dossiê
- Exposition des ymages des figures qui sunt: discursos sobre imagens no Ocidente medieval | Maria Cristina Correia Leandro Pereira |
- Para além da religião? Justiça de Deus, justiça do homem e as representações visuais do Juízo Final | Tamara Quírico |
- As batalhas de Utello. O olhar do tempo. Olhar da história | Maria Eurydice de Barros Ribeiro |
- The Devil and its multiple images in illuminations of the Devorous Monster and the Falling Angel (15th century): some examples | Adriana Maria de Souza Zierer |
Artigos
- Muito além da impunidade: quando os réus se tornam vítimas e as vítimas se tornam réus | Adalmir Leonidio |
- Autocríticas e Expurgos nos Círculos Revolucionários Paulistas na Era Vargas | Alzira Lobo de Arruda Campos, Alvaro Cardoso Gomes, Marilia Gomes Ghizzi Godoy |
- Redes, gerações e negócios: uma família de imigrantes portugueses na Amazônia | Cristina Donza Cancela |
- O gênio e as novas formas de representação cinematográfica do sujeito de conhecimento | Fábio de Godoy Del Picchia Zanoni |
- Cabildo, estrategias de poder y conflictos jurisdiccionales en una ciudad periférica de la Monarquía española. Mendoza, siglo XVIII | Inés Elena Sanjurjo de Driollet |
- Do golpe militar a instalação 28 GAS: a ditadura militar na capital do carvão | João Henrique Zanelatto, Janete Trichês, Carlos Renato Carola |
- A história institucional recente da política de patrimônio cultural na cidade do Rio de Janeiro: versões protecionistas, versões empreendedoras. | João Luiz Domingues |
Primeiros Passos
- O persuasor permanente entre a solidão e o alinhamento: o processo de profissionalização da sociologia na Argentina e a construção de um campo intelectual (1955 – 1966) | Alexandra Dias Ferraz Tedesco |
- As fontes digitais no universo das imagens técnicas: crítica documental, novas mídias e o estatuto das fontes históricas digitais | Pedro Telles da Silveira |
- A presença das amas-de-leite na amamentação das crianças brancas na cidade de São Paulo no século XIX. | Robson Roberto Silva |
Antíteses. Londrina, v. 8, n. 16, 2015.
Dossiê: Identidades cristãs no mundo romano
Expediente
Notas do Editor | Gilmar Arruda |
Apresentação
- Apresentação | Monica Selvatici, Paulo Augusto de Souza Nogueira |
Autor Convidado
- Identidades e relações de poder nos cristianismos originários: as cartas de Cícero e Paulo em perspectiva comparada | André Leonardo Chevitarese, Daniel Brasil Justi |
Dossiê
- O cristianismo primitivo como objeto da história cultural: delimitações, conceitos de análise e roteiros de pesquisa. | Paulo Augusto de Souza Nogueira |
- Identidades religiosas no mundo romano: o caso de judeus e cristãos na Ásia Menor dos séculos I e II d.C. | Monica Selvatici |
- Religião, política e ordem social nos Atos Apócrifos dos Apóstolos | José Adriano Filho |
- A Recepção dos Códices de Nag Hammadi: Gnose e Cristianismo no Egito Romano da Antiguidade Tardia | Julio Cesar Dias Chaves, Louis Painchaud |
- Do boato à lenda. Comunicação informal e fronteiras identitárias nas origens da controvérsia donatista | Julio Cesar Magalhães de Oliveira |
- Os limites da basileia segundo João Crisóstomo: reflexões sobre o tratado Uma comparação entre o rei e o monge | Gilvan Ventura da Silva |
Artigos
- Entre hipóteses de conflito e sociedade comercial Puerto Quequén (Argentina) e os portos do Brasil, 1929-1955. | José Antonio Mateo |
- Entre o terror e o desbunde: A oposição aos governos militares brasileiros na visão de Carlinhos Oliveira em “Um novo animal na floresta” (1968-1981) | Jean Carllo de Souza Silva, Márcia Pereira da Silva |
- Revisitando a história da imigração e da colonização no Paraná provincial | Joseli Maria Nunes Mendonça |
- Árvores de boa semente: silvicultura, preservação da natureza e agricultura na Primeira República | Roberta Barros Meira, Mariluci Neis Carelli |
Primeiros Passos
- Percepções sobre a linguagem museológica do Museu Histórico de Londrina: a exposição “Cuidar, Curar, Lembrar – memória da saúde em Londrina” e as representações de mulheres. | Bruno Sanches Mariante da Silva |
- A Tradição em Dois Escopos: Patrimônio Cultural e Sambas de Roda | Marcus Bernardes de Oliveira Silveira |
- “Sou quem sou, e não sou nada, sou uma história já contada”: sujeitos cênicos – expressão erótica na obra audiovisual de Ney Matogrosso no contexto de autoritarismo (1975-1982) | Robson Pereira da Silva |
- Juarez Távora e a organização do estado Brasileiro: racionalismo administrativo, sindicalismo-cooperativista e cristianismo social no pensamento militar pré-golpe de 1964 | Luiz Felipe Cezar Mundim |
Resenhas
- POLIMENE, María Paula (Coord.) Autoridades y prácticas judiciales en el Antiguo Régimen: problemas jurisdiccionales en el Río de la Plata, Córdoba, Tucumán, Cuyo y Chile | Ariel Mamani Cotonat |
- Alejandro Grimson. Los límites de la cultura. Crítica de las teorías de la identidad. | José Ignacio Roca |
- O século XX em conceitos | Felipe Ziotti Narita |
Antíteses. Londrina, v. 8, n. 15 Esp. 2015
Dossiê: 50 anos do golpe: arte, cultura e poder(Parte II)
Expediente
Editorial | Gilmar Arruda | |
Apresentação
- Apresentação Dossiê – Parte II | Miliandre Garcia, Rodrigo Czajka |
Autor Convidado
- Recordar é vencer: as dinâmicas e vicissitudes da construção da memória sobre o regime militar brasileiro | Marcos Napolitano | |
Dossiê
- La nación representada en los héroes. Las estrategias de legitimidad de las dictaduras de Brasil (1964-1985) y Argentina (1976-1983): visiones del tiempo y ejercicio del poder | Florencia Lederman, Verónica Giordano |
- O governo Geisel (1974-1979): o ápice da disputa pelo poder entre ‘duros’ e ‘moderados’ e sua expressão memorialista entre os militares. | Maria Gabriela Silva Martins da Cunha Marinho, Sonale Diane Pastro de Oliveira |
- A conformação do Cone Sul em espaço transnacional de exílio e vigilância anticomunista: uma perspectiva a partir da análise dos telegramas diplomáticos (1935-1966) | Adrianna Cristina Lopes Setemy | SEM TÍTULO
- Reflexiones acerca de las Dictaduras del Cono Sur como proyectos refundacionales | Hernán Ramírez |
- Silêncios da Historiografia Brasileira: O Golpe Civil-Militar em Experiências de Pesquisa no Pará | Jaime Cuéllar Velarde, Agenor Sarraf-Pacheco |
- Brizola e os comunistas: os Comandos Nacionalistas na conjuntura do golpe civil-militar de 1964 | Carla Brandalise, Marluza Marques Harres |
- Formas de militancia en el Partido Comunista argentino durante la última dictadura miliar (1976-1983) | Natalia Casola |
- Sob o signo da suspeita. As loucuras do poder ditatorial | Daniel Faria |
- Carlos Santos e os usos da ideologia da democracia racial na ditadura civil-militar brasileira | Arilson dos Santos Gomes |
- Repressão e violência de Estado contra os segmentos populares durante os governos militares. Rivail Carvalho Rolim | Rivail Carvalho Rolim |
- “Todo artista tem de ir aonde o povo está”. O movimento político das Diretas Já no Brasil ? 1983-1984 | Vicente Saul Moreira dos Santos |
- O Golpe de 1964 e a repressão ao movimento de “trabalhadores favelados” de Belo Horizonte | Samuel Silva Rodrigues de Oliveira |
- Repressão política contra trabalhadores rurais: reflexões a partir de um estudo de caso em Magé (RJ) | Marco Antonio dos Santos Teixeira |
- A reforma agrária em projeto: o uso do espaço legal para garantir o acesso a terra no Pará (1960-1962). | Edilza Joana Fontes |
- Maringá no nascimento da ditadura civil-militar de 1964: análise do processo movido contra o vereador Bonifácio Martins e seus desdobramentos. | Reginaldo Benedito Dias |
Antíteses. Londrina, v. 8, n. 15, 2015.
Anos de golpe: arte, cultura e poder
Expediente
Editorial | Zueleide Casagrande de Paula |
Autor Convidado
- Clara Crocodilo” e “Nego Dito”: dois perigosos marginais? | Walter Garcia da Silveira Junior |
Apresentação
Apresentação | Miliandre Garcia, Rodrigo Czajka | APRESENTAÇÃO
Dossiê
- Sabiá no III Festival Internacional da Canção: vaia e ocaso da estética bossa novista de Tom Jobim. | Fabio Guilherme Poletto |
- Autoritarismo versus liberdade de expressão: o teatro brasileiro dribla a censura com perspicácia | Sandra de Cássia Araújo Pelegrini |
- Sylvio Back nas tensões entre cinema e estado: anos 1960-70 | Rosane Kaminski |
- Paulo Emilio: crítica de cinema no Brasil, Urgente (1963) | Pedro Plaza Pinto |
- A tessitura dos fios de Ariadne: arquivo e censura cinematográfica no Brasil | Meize Regina de Lucena Lucas |
- Quando a literatura política sobe o morro: grupos de oposição, favelas e cultura a partir da análise de um livro sobre o Borel | Mauro Amoroso |
- Outros lugares do “fazer e ensinar História”: uma leitura sobre os impressos do MST na transição democrática | Fernando Perli |
- Cultura e costumes: um campo em disputa | Carla Reis Longhi |
- “Esses chamados intelectuais de esquerda”: o IPM do PCB e o fenômeno do comunismo na produção cultural do pós-golpe | Rodrigo Czajka |
- A intervenção de intelectuais na reforma educacional do governo militar: discursos e práticas nas escolas municipais de Curitiba | Iêda Viana |
- Extensão Universitária no período da ditadura: concepções e relações com a Doutrina de Segurança Nacional e Desenvolvimento | Nadia Gaiofatto Gonçalves, Carina Silva Vieira |
Artigos
- Efectos de la afluencia humana durante la etapa de auge algodonero en el Chaco (1920-1944). Un abordaje a partir de información oficial, y testimonios de época | Oscar Ernesto Mari |
- Homens da província, políticos da nação: a questão provincial no Parlamento, 1829-1834 | Carlos Eduardo França de Oliveira |
- A gênese e os anos iniciais do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Paraná (1945-1948) | Alessandro Batistella |
- A institucionalização do funk carioca e a invenção criativa da cultura | Mylene Mizrahi |
- A reconstrução histórica das instituições escolares étnicas no Paraná | Vera Lucia Martiniak |
- Narrativa e escrita da história: sobre a não castidade do historiador | Antonio Paulo Benatte, César Leonardo Van Khan Saad |
Primeiros Passos
- Combates pela historiografia: a história política das ideias de Franco Venturi | Breno Ferraz Leal Ferreira |
- As promessas da revista ‘Em Guarda’ para o Brasil no pós-guerra (1939-1945). | Aline Vanessa Locastre |
- A elevação do funk carioca a “patrimônio cultural”: cotidiano e embates sociais e políticos em torno da implementação da Lei 5543/2009 | Reginaldo Aparecido Coutinho |
Resenhas
- Texto e contexto: Gramsci e a História | Cézar de Alencar Arnaut de Toledo, Jarbas Mauricio Gomes |
Antíteses. Londrina, v. 7, n. 14, 2014.
Histórias e Antropologias dos Patrimônios Culturais
Expediente
Editorial | Zueleide Casagrande de Paula |
Autor Convidado
- Ser historiador no século XXI | Raquel Glezer |
- O museu como patrimônio, a república como memória: arte e colecionismo em Belém do Pará (1890-1940) | Aldrin Moura de Figueiredo |
Dossiê
- Apresentação | Zueleide Casagrande de Paula, Izabela Tamaso |
- O campo do patrimônio cultural e a história: itinerários conceituais e práticas de preservação | Antonio Gilberto Ramos Nogueira |
- Institucionalização das práticas de preservação do patrimônio cultural no Brasil e na Argentina e suas relações com as atividades turísticas | Leila Bianchi Aguiar, Márcia Regina Romeiro Chuva |
- La exhibición del otro: tradición, memoria y colonialidad en museos de México | Mario Ruffer |
- Nos trilhos do Museu de Artes e Ofícios Exposição e público em Belo Horizonte/MG | Claudia Eliane Parreiras Marques Martinez |
- Fabricando a “alma da cidade” e a história da nação; embates e instabilidades nos processos de patrimonialização | Daniel Reis |
- Transformações da Paisagem e a Memória em Camorim | Luz Stella Rodriguez Cárceres |
- Patrimônio, agência e memória: a demolição da sede da Sociedade Italiana de Espírito Santo do Pinhal (SP) | Izabela Maria Tamaso |
- Paisagens do Bosque Rodrigues Alves, Belém (PA): considerações sobre a conservação do patrimônio urbano no contexto amazônico | Flávio Leonel Abreu da Silveira |
- Objetos indígenas: do artificial ao imaterial | Analucia Thompson |
- História e Antropologia nas fronteiras do extremo norte do Brasil: o patrimônio cultural dos Wajãpi e uma reflexão sobre as artes indígenas | Giovani José da Silva |
Artigos
- Conselho Supremo Militar e de Justiça e a interiorização de uma cultura jurídica de Antigo Regime no Rio de Janeiro (1808-1831) | Adriana Barreto de Souza |
- O Integralismo, de Hélgio Trindade, quarenta anos depois: uma reflexão crítica sobre sua recepção | Alexandre Pinheiro Ramos |
- Do palacete ao cortiço: o emprego do ladrilho nas construções paulistanas da passagem do século XIX para o século XX | Solange de Aragão, Thais Souza |
- Configurações de um cenário territorial: o eixo rio Doce/bairro São Tarcísio/ribeirinhos (Governador Valadares/MG) | Patrícia Falco Genovez, José Bispo Ferreira Filho |
- Trabalhadores rurais e senhores de terra: nos campos da agroindustrialização – Oeste do Paraná na segunda metade do século XX e início do século XXI | Sheille Soares de Freitas, Carlos Meneses de Sousa Santos |
- A criminalização do MST e a formação dos operadores do sistema de justiça no Brasil | Adalmir Leonidio |
- Uma só ordem religiosa, duas coroas: os colégios da Companhia de Jesus do Rio de Janeiro e de Córdoba (séculos XVI-XVIII) | Eliane Cristina Deckmann Fleck, Marcia Sueli Amantino |
Primeiros Passos
- A cidade de Londres nas canções da experiência de William Blake: uma interpretação das transformações ocorridas na sociedade industrial inglesa nas últimas décadas do século XVIII. | Flavia Maris Gil Duarte |
- Narrar e reinventar a história por meio das imagens: Glauber Rocha e o seu discurso fílmico dos anos de 1960 | Rodrigo Poreli Moura Bueno |
Resenhas
- Peronismo y Juventud; Volviendo a los orígenes; | Maria Luz Silva Calleja |
- Missionários franciscanos em Goa | Rubens Leonardo Panegassi |
- Noticias de livros eventos | Pauline Bitzer Rodrigues |
Resumos de Dissertações
- A “Revolução” é uma árvore de vida secular: O Jornal do Brasil e a invenção da democracia e da legalidade do golpe civil-militar e do governo militar (1964-1968). | Dayane Cristina Guarnieri |
- Narrativas de Professores de História em Londrina-Paraná: seus saberes e práticas. | Eline Andréa Dornelas |
- O Rio Tibagi e suas representações: A polêmica da água e o desenvolvimento do Projeto Tibagi (1970 – 2000). | Eliane Aparecida Biasetto |
- Pensamento histórico de jovens sobre “gênero” a partir da revista Capricho (2005-2006) | Flavia Mantovani |
- A construção do sagrado: benzedeiras e práticas religiosas em Cambé/Paraná | Gabriela Cristina Maceda Rubert |
- Levantes religiosos e o combate ao diabo: concepções e práticas sociais no Norte da África entre os séculos IV e V. | Juliana Marques Morais |
- Uma máquina do tempo movida à imaginação: RPG e empatia histórica no ensino de história. | Juliano da Silva Pereira |
- Implantação do Estado de Israel e a gênese dos conflitos israelo/árabes | Luciano Kneip Zucchi |
- A guerra do Iraque: história oficial e oficiosa | Marcelo Garcia Bonfin |
- Do lixão ao aterro: uma história socioambiental de Guarapuava/PR (1971-2011) | Vladson Paterneze Cunha |
Antíteses. Londrina, v. 7, n. 13, 2014.
Dossiê
Cultura Marítima
Expediente
Editorial | Silvia Cristina Martins de Souza |
Autor Convidado
- O Contraponto Paulista: Florestan Fernandes, Oracy Nogueira e o Projeto Unesco de relações raciais | Marcos Chor Maio |
Apresentação
- Apresentação | Francisco Eduardo Alves de Almeida, José Miguel Arias Neto |
Dossiê
- Os marinheiros nacionais e a ideia republicana: circulações, revolta e apropriações (anos 1910) | Sílvia Capanema P. de Almeida |
- C.S Forester e a criação do herói Horatio Hornblower: uma incursão na literatura naval britânica | Francisco Eduardo Alves de Almeida |
- A Marinha Brasileira no inicio do século XX: tecnologia e política | José Miguel Arias Neto |
- A Biblioteca da Real Academia dos Guardas-Marinha: a constituição e organização de um acervo especializado mediada pela formação profissional do oficialato militar- | Carlos André Lopes da Silva |
- Entre barcos e telegramas: a crise do asilo diplomático depois do fim da Revolta da Armada (1894). | João Júlio Gomes dos Santos Júnior |
- Marinha do Brasil: uma trajetória do enfardamento | Elizabeth Espindola Halpern, Ligia Costa Leite |
- A Flecha e o Alvo – As origens, as transformações e a função do curso de História da Cartografia lecionado por Jaime Cortesão no Ministério das Relações Exteriores | Renato Amado Peixoto |
- Uma ponte sobre o Atlântico: os exilados e as relações entre as polícias políticas brasileira e portuguesa (1950-1970) | Alexandre Felipe Fiuza |
- O oceano Ártico: oportunidades da nova fronteira marítima | Marcos Valle Machado da Silva |
- O Estreito de Magalhães redescoberto: ciência, política e comércio nas expedições de exploração nas décadas de 1820 e 1830 | Gabriel Passetti |
- Visões do comandante Thomas Jefferson Page (U.S. Navy) sobre a América do Sul: cultura marítima e o discurso imperial na narrativa de viagem, “La Plata, The Argentine Confederation and Paraguay (1853 – 1860)” | Marília Arantes Silva Moreira |
- Toneladas de Diplomacia num mar sem fronteiras: discussões sobre os poderes navais de Argentina, Brasil e Chile, no início do século XX | Fernando Ribas De Martini |
Artigos
- As relações de Michel Foucault com Clio: os historiadores, o filósofo, a história-disciplina e a ontologia histórica | Igor Guedes Ramos |
- A presença indígena no vale do Rio Tibagi/PR no início do século XX | Lucio Tadeu Mota |
- Usos de Foucault na Argentina (1958-1989) | Mariana Canavese |
- Práticas de natureza: movimento e contemplação nas montanhas do Marumbi | Alessandra Izabel de Carvalho |
- Performatividad y representación fotográfica. Dimensiones para reflexionar sobre la producción de sentido a través de las imágenes | Cleopatra Barrios |
- Desmobilização e reintegração social das tropas brasileiras e americanas da Segunda Guerra Mundial: um estudo comparativo | Francisco Cesar Alves Ferraz |
- Estatuto da Terra: debates políticos e as disputas pela forma da reforma agrária no primeiro governo militar | Carmem Lúcia Gomes De Salis |
- Identidades instáveis: um padre português no império dos Felipes. | José Carlos Vilardaga |
Notas de Pesquisa
- Navegando em águas brasileiras: notas sobre a viagem do francês Pyrard de Laval à colônia brasileira (1610-1611) | Maria Isabel de Siqueira, Thiago de Souza dos Reis |
Antíteses. Londrina, v. 6, n. 12, 2013.
Dossiê História e Ensino
Editorial
- Conselho Editorial
Expediente
Autor Convidado
- Historia oficial y memoria obrera: Argentina 1976-1983 | Pablo A. Pozzi |
Dossiê
- Mil horas para quê? A prática como componente curricular na Licenciatura em História | Álvaro Pereira do Nascimento |
- O Ensino de História no século XXI: a perspectiva dos professores participantes do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná (PDE) em relação às Diretrizes Curriculares da Educação Básica de História (DCEs) | Maria Paula Costa |
- Ensino de História e consciência histórica de alunos da Educação de Jovens e Adultos: notas investigativas | Wilian Junior Bonete |
- Itinerários do livro didático como objeto central no ensino de História | Jeferson Rodrigo da Silva |
- Escola e conhecimento de História e Geografia: uma disciplina acadêmica e a educação das sensibilidades. | Maria Carolina Bovério Galzerani |
- Entre Paulas, Martas, Pedros, Anas… para entender as complexas relações sujeitos/saberes no contexto da aprendizagem histórica | Flávia Eloisa Caimi, Sandra Regina Ferreira de Oliveira |
- Representações e Atitudes em Sala de Aula quanto às Questões Étnico-Raciais: um estudo de caso | Jussara Cristina Barboza Tortella, Eliete Aparecida de Godoy, Artur José Renda Vitorino, Rosana Paes de Santana |
Artigos
- Biografías de jesuitas realizadas por jesuitas. La edición de Guillermo Furlong sobre Ladislao Orosz y su “Nicolás del Techo”. | Josefina Guadalupe Cargnel |
- Proyectos urbanos en disputa: los debates en torno al proyecto de la Alameda en Buenos Aires (1766-1768) | Bettina Laura Sidy |
- O cirurgião, o físico e as quebraduras: tratamento e cura de fraturas ósseas em dois manuais de medicina do século XVIII | Christian Fausto, Monique Palma, Rafael Dias da Silva Campos |
- Pregando sobre o amor aos frágeis corações de cera: o Sermão do Mandato do Padre Antônio Vieira (Lisboa, 1643) | Eliane Cristina Deckmann Fleck, Mauro Dillmann Tavares |
- Turismo, natureza e história ambiental: chácaras de lazer na represa de Capivara-PR | Gilmar Arruda |
- HENRI PIRENNE – Considerações sobre sua obra historiográfica | José D’Assunção Barros |
- Autoritarismo, controle e vigilância: Jacob Gorender na mira da repressão (1940-1980) | Lucileide Costa Cardoso |
- Entre la unión y la diferencia. Las representaciones de los intelectuales en las revistas culturales de Bahía Blanca en las primeras décadas del siglo XX | María de las Nieves Agesta |
- Diário da Tarde e Cruzeiro: querelas entre anticlericais e católicos no Paraná (1931-1932) | Névio de Campos |
- Poeiras: experiências literárias e invenções de história | Eudes Fernando Leite, Frederico Augusto Garcia Fernandes |
- “Teatro Nacional”: a construção de uma ideia no século XIX | Raquel Barroso Silva |
Debates
- Democracia Representativa | Frank Ankersmit |
- A trajetória intelectual de Frank Ankersmit | Alfredo dos Santos Oliva, Jonathan Menezes |
Primeiros Passos
- Gênero, Sexualidade e Ensino de História nas vozes de adolescentes | Luana Pagano Peres Molina |
- O crime popular: publicidade literária e regeneração na Primeira República | Lucas Trazzi de Arruda Mendes |
- “Monumento aos Pracinhas”: narrativa histórica e memorialística sobre a Força Expedicionária Brasileira | Pauline Bitzer Rodrigues |
- O uso de fontes em sala de aula: a obra de Maria Firmina dos Reis (1859) como mediadora no estudo da escravidão negra no Brasil | Janaína Santos Correia |
- As máscaras do crime: o representativo da inteligência e da fatalidade brasileira nas Memórias de um rato de hotel | Lucas Trazzi de Arruda Mendes |
- Patrimônio cultural no âmbito escolar no município de Primavera do Leste/MT (1990-2012): entre a experiência e o institucional | Janaina Rodrigues Pitas |
- We Insist! Freedom Now Suite: O Ativismo Político de Max Roach no Movimento de Direitos Civis através do Jazz (Estados Unidos, 1950-1960) | Edimar Luciano Silva |
Notícias de Eventos e Livros | Notícias de Eventos e Livros |
Antíteses. Londrina, v. 6, n. 11, jan./jun. 2013.
Dossiê: História, Literatura e Literatos
Expediente
Editorial | Silvia Cristina Martins de Souza |
Autor Convidado
- Antes da Corte: população e pobreza no Rio de Janeiro, c.1763-c.1808 | Renato Pinto Venancio |
Dossiê
- Apresentação | Célia Regina da Silveira |
- Sobre os meios e modos de fazer jornalismo na Primeira República: Lima Barreto entre a história e a ficção | Denilson Botelho |
- Mistérios do Rio de Janeiro: em torno das Memórias de um sargento de milícias e seu público | Jefferson Cano |
- Padre Belchior de Pontes no universo folhetinesco dos jornais campineiros da década de 1870 | Célia Regina da Silveira |
- Hamlet acabará Narciso? Associação Brasileira de Escritores 1941-1945 | Ana Paula Palamartchuk |
- Da revolução à regeneração: crônicas de Machado de Assis e de Olavo Bilac sobre a Argentina | João Paulo Coelho de Souza Rodrigues |
Artigos
- Comemorações num (in)certo Eldorado: etnicidade e festas no Sul do Brasil (1980-2002) | Emerson César Campos |
- Os “Demetrios”: trotskistas, peronistas, nazistas? | Juan Pedro Denaday |
- Memórias da luta armada na Argentina | Laura Margarita Pasquali |
- A historiografia isidoriana: teologia e política | Sergio Alberto Feldman |
- Alguns debates intelectuais sobre política e cultura: o Colegio Libre de Estudios Superiores em Bahia Blanca, Argentina (1940 – 1955) | Juliana Lopez Pascual |
- A caricatura política na concepção libertária do periódico A Plebe (1947-1949) | Zélia Lopes Silva |
- Depoimento | Licks e sua parceria com Lavechia: à guisa de introdução | Alexandre Felipe Fiúza, Geni Rosa Duarte |
- A noite na embaixada (Minha parceria com José Lavechia) | José Rogério Licks |
- Ensino de história, consciência histórica e a educação de jovens e adultos | Wilian Junior Bonete |
- A participação de mulheres nos círculos gnósticos cristãos nos séculos II e III | Carlos Almir Matias |
- Identidades e Memórias: A greve dos professores do Estado do Paraná de 1988 | Fabiane Luzia Menezes |
- O cinema como mediação na produção do conhecimento histórico sobre a Ditadura no Brasil (1964-1985) | Fernando Rossi |
- A gênese da nação brasileira na iconografia do século XIX | Verediana C. da Silva |
- Narrativas armadas: a guerrilha urbana no testemunho de Alex Polari e Herbert Daniel | João Sinhori |
Notícias de Eventos e Livros | Noticias de eventos e livros |
Antíteses. Londrina, Vol. 5, n. 10, jul./dez. 2012.
Dossiê: Educação Histórica, Teoria da História e Historiografia
Apresentação
- Desafios teóricos e epistemológicos na pesquisa em educação histórica | Marlene Cainelli, Maria Auxiliadora Schmidt |
Dossiê
- Formando a Consciência Histórica – Por uma Didática Humanista da História | Jörn Rüsen |
- Historical agency as a problem for researchers in History Education | Peter Seixas | (PORTUGUÊS)
- O ensino de História nos anos iniciais: como se pensa, como se faz | Kátia Maria Abud |
- Sentidos do passado no museu: concordância e dissonância de vozes | Lana Mara Castro Siman, Edson Nascimento Campos, João Carlos de Andrade |
- Conceito substantivo escravidão africana no Brasil: uso e apropriações das narrativas do manual didático pelos alunos e professora | Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd |
- Os currículos para o ensino de história: entre a formação, o prescrito e o praticado | Olavo Pereira Soares |
- O lugar a cultura política do aluno do Ensino Médio | Denilson Roberto Schena |
- O estudante de Ensino Médio nas comunidades virtuais “eu amo história” e “eu odeio história” e uma questão antiga: para quê serve a história? | Márcia Elisa Teté Ramos |
- A transferência da família real portuguesa para o Brasil: explicação histórica em estudantes brasileiros e portugueses | Ronaldo Cardoso Alves |
- Limites, escolhas e expectativas: horizontes metodológicos para análise dos livros didáticos de História | Jean Carlos Moreno |
- A cognição histórica situada: expectativas curriculares e metodologias de ensino | Geyso D. Germinari, Marcos Roberto Barbosa |
- O conceito de passado e sua significância histórica para professores de história e os livros didáticos recebidos no PNLEM | Rita de Cássia Gonçalves Pacheco dos Santos |
Artigos
- O DOPS e a repressão política contra militantes comunistas no Estado do Paraná (décadas de 1940 e 1950) | Angelo Aparecido Priori, Luciana Regina Pomari |
- O percurso de uma pesquisa em História | Maria Siqueira Santos |
- Narrativas sobre o espaço: o pesquisador, o narrador e a cidade | Nilson Almino de Freitas |
Primeiros Passos
- A Imprensa libertária: jornalismo operário e resistência anarquista na primeira década do século XX | Carlos Marques |
Entrevistas | Isabel Barca: caminhos trilhados pela Educação Histórica | Nucia Alexandra Silva de Oliveira |
Traduções
- Foucault, Experiência, Literatura | Timothy O’Leary, João Rodolfo Munhoz Ohara |
Resumos de Dissertações
- Narrativas escolares dos alunos do Colégio São Domingos – Faxinal – PR da obra de José Ferraz de Almeida Junior (1850 – 1899). | Arnaldo Martin Szlachta Junior |
- A Força Expedicionária Brasileira: um olhar à esquerda (1942-1952). | Carlos Henrique Lopes Pimentel |
- História do cotidiano e ensino de história: concepções teóricas presentes em livros didáticos para o ensino fundamental II (1980-2000) | Elisa Vermelho Morales |
- A história como heterologia: do conceito de história em Michel de Certeau | João Rodolfo Munhoz Ohara |
- Roberto Piva: poesia viva na metrópole e a contracultura no Brasil (1960-1970) | Kátia Mayra Lopes Batista |
- Vozes de uma história: as narrativas a partir de conhecimentos prévios de alunos sobre gênero e sexualidade (Cambé/PR) | Luana Pagano Peres Molina |
- Arqueologia e história: da passagem do método arqueológico ao método genealógico. | Pedro Ragusa |
- O artista e a cidade: Eugênio de Proença Sigaud em Jacarezinho-PR (1954-1957). | Luciana de Fátima Marinho Evangelista |
- A marcha mundial das mulheres no contexto dos movimentos sociais e sua construção visual (Brasil, 2000-2010) | Alexandra Pingret |
Antíteses. Londrina, Vol. 5, n. 9, jan./jun. 2012.
Dossiê: Humor Gráfico
Editorial | Gilmar Arruda |
Dossiê
- Sobre la definición imposible del humor o la fluidez de la palabra | Laura Vazquez |
- Un modelo a imitar: Disney en Ezeiza y el proyecto empresarial de Dante Quinterno | Laura Vazquez |
- Dos presidentes bajo la mirada del dibujante satírico: el caso de la caricatura política y sus recursos en dos producciones de Francia y Argentina | Ana Pedrazzini |
- A burguesia enquadrada: Mafalda e sua turma criticam elementos da sociedade burguesa (a naturalização das diferenças, a desumanização e a competição) na aula de História | Carlos Eduardo Rebuá Oliveira |
- Entre a comicidade, o senso comum e a disidência. A revista Humor como espaço controversial (1978-1980) | Eduardo Raices |
- El humor y la guerra. Tiras cómicas y cartoons en el diario Clarín durante el conflicto por las Malvinas | Florencia Paula Levín |
- El lugar de lo cómico: algunos desplazamientos en el humor gráfico | Federico Reggiani |
- Recorridos de La mujer sentada. Las tiras cómicas de Copi entre París y Buenos Aires. | Isabel Plante |
- La historieta y la representación de la masacre. Algunas hipótesis a partir del uso de la metáfora del dolor animal. | José Emilio Burucúa, Nicolás Kwiatkowski |
- “Sisebutas” en Buenos Aires. Family strips de los años veinte | Marcela Gené |
- As andanças de Zé: representações do povo nas revistas curitibanas de humor do início do século XX | Marilda Lopes Pinheiro Queluz |
- O uso interessado do humor político nas charges da imprensa de Fortaleza | Matilde de Lima Brilhante |
- El humor después del humor: conceptos en torno a Edén de Pablo Holmberg | Pablo Turnes |
- Da literatura gauchesca para as histórias em quadrinhos: Uma leitura do poema telúrico Inodoro Pereyra, el renegau | Priscila Pereira |
- Campo de la historieta argentina: competencias por posicionamientos, canonización y recepción | Roberto von Sprecher, Sebastian Gago |
Artigos
- El desierto como representación del territorio septentrional de México | Enrique Rajchenberg, Catherine Héau-Lambert |
- El viejo problema del analfabetismo sigue en pie: el escenario educativo en la provincia de Buenos Aires durante la década del ’40 | Eva Mara Petitti |
- Historicismo: notas sobre um paradigma | José D’Assunção Barros |
- Os rumos da centralização agrícola e industrial no Brasil | Roberta Barros Meira |
- Modernización capitalista y pobreza en Mendoza, Argentina. Desarrollo agroindustrial y condiciones de vida de los sectores populares, 1890-1918 | Rodolfo Richard-Jorba |
Resenhas
- Da proximidade ao distanciamento: antiniponismo e intelectuais brasileiros | Alexandre Pinheiro Ramos |
Resumos de Dissertações
- Projeção do Brasil para o pós-guerra: a ‘Boa Vizinhança’ estadunidense no Brasil segundo a revista ‘Em Guarda’ (1941-1945). | Aline Vanessa Locastre |
- A Canção como Mediação nos Livros Didáticos de História na Coleção História e Vida Integrada de Nelson e Claudino Piletti (1997-2007 | Érica da Silva Xavier |
- Narrativas de futuros professores de História sobre os afrobrasileiros no contexto do pós-abolição: um estudo em meio a Lei Federal 10.639/03. | Gláucia Ruivo Murinelli |
- A História dos Cristãos-Novos no Brasil Colonial e a Escrita nos Livros Didáticos: um Estudo Comparativo | Helena Ragusa |
- Artes de fazer o ensino de História: o professor, o aluno e o livro didático entre os saberes admitido e inventivo. | Jeferson Rodrigo da Silva |
- Letras dos Poetas Esquecidos: a Boemia Literária na Belle Époque Paulistana. | Karen Cristina Leandro |
- Tensões sonoras: embates entre dois discursos sobre o nacionalismo musical no Brasil – Mário de Andrade e o grupo Música Viva (1920 – 1950). | Lucas Dias Martinez Ambrogi |
- A produção historiográfica nas páginas dos periódicos “Estudos Históricos” e “Anais de História”. | Robson Carlos de Souza |
- Diego Velázquez e os retratos de Felipe IV: A pintura Barroca e a idéia de tempo na sociedade espanhola do século XVII | Susana Aparecida da Silva |
- “Venha o teu reino”: representações do tempo na Igreja Evangélica Assembléia de Deus do Brasil (1995-2005). | Vinicius Emanuel Rodrigues |
Antíteses. Londrina, Vol. 4, n. 8, jul./dez. 2011.
Dossiê: Representaciones en Torno al Territorio y Relaciones Sociales en las Fronteras Iberoamericanas, siglos XVIII y XIX
Editorial | Gilmar Arruda |
In Memoriam | Las viejas fronteras revisitadas: problematizando la formación territorial de los bordes de los Estados-nación latinoamericanos a través del caso de la Norpatagonia Argentina | Pedro Navarro Floria | |
Apresentação
- Representaciones en torno al territorio y las relaciones sociales en las fronteras iberoamericanas, siglos XVIII y XIX | Sara Ortelli |
Autor Convidado
The representations of San Francisco (California): a portable harbor in the fragile geography of the North Pacific | Salvador Bernabéu Albert, José María García Redondo | -ESPANHOL – INGLES |
Dossiê
- Settlement, border and desert: the configuration of a regional space in the center-north of the Septentrión novohispano | Sara Ortelli | -ESPANHOL -INGLÊS
- Mapas y narrativas de desplazamiento: memorias mapuche-tehuelche sobre el sometimiento estatal en Norpatagonia | Ana Ramos, Walter Delrio |
- Pulso entre poderes en el Nuevo Reino de León, 1723-1731: el gobernador Arriaga y el regidor García de Pruneda | Ascensión Baeza Martín |
- Vínculos sociales y prácticas políticas en la frontera sur de Córdoba en una década clave: 1870-1880 | Celia Cristina Basconzuelo |
- Imperial rivalry and frontier commerce: some aspects of contraband between Spanish missions of Mojos and Chiquitos and Portuguese capitania of Mato Grosso (c. 1767-1800) | Francismar Alex Lopes de Carvalho | -ESPANHOL -INGLÊS
- Etnogénesis en las fronteras entre Brasil, Surinam y Gua-yana Francesa, siglos XVII-XX: más aproximaciones | Flávio Gomes |
- Llanquitruz and the Mapuche-Tehuelche “war machine”: continuities and discontinuities in the Patagonian indigenous geopolitics (1850-1880) | Julio Esteban Vezub | -ESPANHOL -INGLÊS
- Construyendo el territorio tras Caseros: los jueces de paz y la administración pública en la formación del Estado de Buenos Aires | Mariana Canedo |
- La introducción a la Historia Natural de Tadeo Haenke y las representaciones de la naturaleza en la conformación del Alto Perú | Tatiana Navallo |
- Territorialidad indígena y políticas oficiales de colonización: los casos de Azul y Tapalqué en la frontera sur bonaerense (siglo XIX) | Sol Lanteri, Silvia Ratto, Ingrid de Jong, Victoria Pedrotta |
- Expediciones, narrativas y utopías: nuevas miradas sobre el “espacio guaraní-misionero” hacia fines del siglo XVIII | Lía Quarleri |
Artigos
- De Menino Voador, Sabá e Iluminismo: notícias da Inquisição no Sertão do Ceará | Antonio Otaviano Vieira Junior |
- La renovación peronista en cuestión: una aproximación a la experiencia del peronismo durante la década del ’80 | Germán Basso |
- El mercado de tierras, la circulación de la propiedad y el latifundio en una espacio de la región pampeana argentina en la segunda mitad del siglo XIX | Luis Alberto Tognetti |
- Inventions to many voices: poetry, music and politics in Nicolás Guillén | Geni Rosa Duarte | -PORTUGUES / -INGLÊS
- La ruptura de la proximidad en una sociedad polarizada: el caso del Convento de Santa Clara en Mérida-Venezuela | Luis Alberto Ramírez Mendez |
- A máquina helênica de fazer guerra | Luiz Alexandre Solano Rossi |
- Primeiros Passos
- O Estadão e as eleições: análise da campanha presidencial de 1945 com base na leitura do jornal O Estado de S. Paulo | Jeovane Aparecido Amorim |
- A homossexualidade e a historiografia e trajetória do movimento homossexual | Luana Pagano Peres Molina |
- A assistência caritativa a infância abandonada e desvalida na cidade de São Paulo no século XIX | Robson Roberto Silva |
Debates
- Las transformaciones de la relación salarial durante los noventa y su impacto en las convenciones colectivas de trabajo del Sindicato Unido Petroleros del Estado (SUPE) | María Lorena Capogrossi | |
Notas sobre Acervos e Fontes
- A Contribution to the comparative history: the Monastery of San Jerónimo de Valparaíso (Cordoba, Spain) in their written report during the old regime | Soledad Gómez Navarro |
Resenhas
- GRANDIN, Greg. Fordlândia: ascensão e queda da cidade esquecida de Henry Ford na selva. | Roger Domenech Colacios |
- MORGENTHAU, Henry. A história do embaixador Morgenthau: o depoimento pessoal sobre um dos maiores genocídios do século XX | Rogério Fernandes da Silva |
Antíteses. Londrina, Vol. 4, n. 7, jan./jun. 2011.
Dossiê : Diálogo Europa América. Passado e Presente
Editorial
- Silvia Cristina Martins de Souza | |
Apresentação
- Apresentação | Gabriela Dalla-Corte Caballero |
Autor Convidado
- Por um braqueamento mais rápido: identidade e racismo nas narrativas do álbum do cinqüentenário da imigração italiana no sul do Brasil | Luis Fernando Beneduzi |
- Deshacerse del primogénito para conservar la familia: mediación comunal y dimensión jural de la casa catalana en contextos de ruptura colonial (1790-1820) | Gabriela Dalla-Corte Caballero |
Dossiê
- La conformación de una identidad en el barrio del Puerto de Mar del Plata a través de sus protagonistas: inmigración, iglesia y beneficencia | Bettina Alejandra Favero |
- Los inmigrantes alemanes y la ‘prehistoria’ del socialismo argentino (1888-1894) | Lucas Poy, Daniel Gaido |
- SER imigrante, ESTAR colono: o processo de transformação dos imigrantes em colonos na Província do Paraná | Reinaldo Benedito Nishikawa |
- Entre a expansão e a sobrevivência: a viagem de Albert Thomas ao Cone Sul da América | Norberto Osvaldo Ferreras |
- El asociacionismo gallego en Buenos Aires y las posibilidades que ofrece para el estudio de la integración de los migrantes: un análisis a partir del archivo de la FAGA-MEGA | Ruy Farías |
- Británicos en la sociedad de Buenos Aires (1804-1810) | Roberto Dante Flores |
Artigos
- A problematização dos saberes de gênero no ambiente escolar: uma proposta de intervenção à formação docente | Fabiane Freire França, Geiva Carolina Calsa |
- El lugar de los trabajadores portuarios en la historia laboral (Argentina, 1880-1930) | Natalia Paula Fanduzzi Ciancaglini |
- Desde la margen del Bravo, hasta el valle donde se alza el Soconusco elevado: la geografía en las revistas para niños (la década de1870) | Rodrigo Antonio Vega y Ortega |
- O governo de Juscelino Kubitschek e o mito da democracia representativa: a vigilância do Serviço Secreto do DOPS-SP nas agremiações democráticas 1956-1960 | Nilo Dias de Oliveira |
- Sor María de Ágreda y la orden franciscana en América | Ana Morte Acín |
- Indagaciones teórico-metodológicas sobre la construcción de ciudadanía cultural de comunidades de origen inmigrante en la Provincia de Río Negro (Argentina) | Patricia Dreidemie, Eduardo J. Vior |
- Dissonância cultural? o trabalho em Brasília | Marcia de Melo Martins Kuyumjian |
- História da cidade, consciência histórica e jovens escolarizados: o caso de Curitiba | Geyso Germinari |
Primeiros Passos
- Dom Samuel Ruiz García em Chiapas: do anticomunismo à Teologia Indígena (1960-1968) | Igor Luis Andreo |
Resumos de Dissertações
- Londres dos limpadores de chaminés: literatura e experiência histórica nos poemas London e The Chimney Sweeper de William Blake (1789-1794). | Flavia Maris Gil Duarte |
- A canção como mediadora cultural no processo de produção do conhecimento histórico em sala de aula. | Julho Zamariam |
- Natureza e Agricultura em Itu: a concepção de Carlos Ilidro da Silva (1860 – 1864) | Karina Barbosa Sousa Quiroga |
- Os jogos de interpretação de personagem e suas perspectivas no ensino de história | Ricardo Jeferson da Silva Francisco |
- Comércio de Almas & Política Externa: a Diretriz Atlântico-Africana da Diplomacia Imperial Brasileira, | Gilberto da Silva Guizelin |
Antíteses. Londrina, Vol. 3, dez. 2010 (Edição Especial).
Dossiê: Cem Anos da Revolta da Chibata
Editorial
- Silvia Cristina Martins de Souza |
Apresentação
- Apresentação | Marco Morel, Sílvia Capanema Pereira de Almeida, ?Tania Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira, José Miguel Arias Neto |
Dossiê
- A imprensa e o contexto da Revolta da Chibata: história e historiografia | Tania Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira |
- A Revolta da Chibata faz cem anos | Mário Maestri |
- Aspectos internacionais da Revolta da Chibata | Joseph L. Love |
- A criação de um mito | Hélio Leoncio Martins |
- Por tantos mares: trajetória de pesquisa e reflexões na rota da revolta da chibata | Álvaro Pereira do Nascimento |
- A Revolução dos Marinheiros | José Miguel Arias Neto |
- Vidas de marinheiro no Brasil republicano: identidades, corpos e lideranças da revolta de 1910 | Sílvia Capanema Pereira de Almeida |
Antíteses. Londrina, Vol. 3, n. 6, jul./dez. 2010.
Dossiê: História e Ensino. Teorias e Metodologias
Editorial |Hernán Ramiro Ramírez |
Apresentação
- Apresentação | Maria de Fátima da Cunha |
Autor Convidado
- Pensando a paz entre as guerras: o lugar do ensino de história nas relações exteriores | Juçara Luzia Leite |
Dossiê
- Teoria historiográfica e prática pedagógica: as correntes de pensamento que influenciaram o ensino de história no Brasil | Crislane Barbosa Azevedo, Maria Inês Sucupira Stamatto |
- A construção do pensar histórico: questões da formação histórica no Ensino | Claudia Moraes de Souza |
- História local, historiografia e ensino: sobre as relações entre teoria e metodologia no ensino de história | Maria Aparecida Leopoldino Tursi Toledo |
- Os saberes da história: elementos para um currículo escolar contemporâneo | Ricardo de Aguiar Pacheco |
- Educar a la lectura. Educar en la lectura: Unas calas en la obra docente de Camila Henríquez Ureña | Fátima Rodríguez, Carla Fernandes |
- El instrumentalismo de Dewey y la educación en derechos humanos (EDH). Una propuesta pedagógica para abordar la problemática de la violencia escolar a partir de la noción de la experiencia educativa | Mónica Beatriz Fernández |
- Pensar bem através da assimilação e contextualização de conceitos: uma proposta para o ensino de história na atualidade | André Wagner Rodrigues |
- O discurso histórico presente no livro didático: uma abordagem ideológica e historiográfica | Natalia Aparecida Tiezzi Martins dos Santos, Dolores Pereira Ribeiro Coutinho |
- A importância da temática de História e Cultura Africana e Afro-brasileira nas escolas | Juliana Souza Krauss, Julio César da Rosa |
- A Escravidão em sala de aula: a desvitimização de cativos como humanização das populações de origem africana | Willian Robson Soares Lucindo |
- Jóvenes, educación y el desafío de convivir con la diversidad cultural y la desigualdad socioeconómica en América Latina | Pablo Christian Aparicio |
- Jogos digitais e outras metanarrativas históricas na elaboração do conhecimento histórico por adolescentes | Cristiani Bereta da Silva |
- Educación y Democracia en Córdoba / Argentina. Las “huellas” de la tradición reformista en el discurso educativo provincial | Juan Pablo Abratte |
- La formación del profesor de historia en la universidad argentina. La creciente distancia entre investigación/ docencia y teoría/ práctica | Mariela Alejandra Coudannes Aguirre |
- La enseñanza primaria en el marco del Estado de Bienestar: los planes de obras y la expansión de los servicios educativos en dos municipios de Mendoza/Argentina (1946-1955) | Ivana Hirschegger |
Artigos
- Rompendo paradigmas através da luta: a greve das/os tecelãs/ões em setembro de 1919 (Salvador-Bahia) | Vanessa Cristina Santos Matos |
- Hacer crecer un niño (Mitã ñemongakuaa): el cuidado de la salud de los niños y las transformaciones en el Mbya reko | Carolina Remorini |
- Los conceptos de raza y nación en perspectiva histórica. Sus influencias en el surgimiento del nacionalismo israelí | Martín Alejandro Martinelli |
Primeiros Passos
- O uso das fontes históricas como ferramentas na produção de conhecimento histórico: a canção como mediador | Érica da Silva Xavier |
Notas de Pesquisa
- A interpretação na história: um depoimento sobre a experiência de pesquisa acerca do Integralismo | Giselda Brito Silva |
- La construcción de un sentido común sobre la “derecha peronista” de los años ’70 | Juan Luis Carnagui |
Resenhas
- Peter Linebaugh e Marcus Rediker. A hidra de muitas cabeças: marinheiros, escravos, plebeus e a história oculta do Atlântico revolucionário | Martín Pedro González |
- Niels Brügger (ed.). Web History | Nicolás Quiroga |
Resumos de Dissertações
- O imaginário em traços: progresso, modernização e cultura de consumo no cartum Amigo da Onça (1956-1961) | Ana Flávia Dias Zammataro |
- Parque Municipal Arthur Thomas em Londrina–PR: conflitos políticos e socioambientais em um território de diversidade (1975-2009) | Carlos Roberto Ballarotti |
- Fotografia e revolução: Tina Modotti e o México pós-revolucionário | Fabiane Tais Muzardo |
- Do terreiro ao púlpito – apropriação e ressignificação de elementos de crença das religiões afro-brasileiras pela liderança da Igreja Universal do Reino de Deus (1977-2010) | Marco Antonio Barbosa |
- A produção do conhecimento histórico escolar mediada pelo uso da imagem fotográfica: o governo de Getúlio Vargas e a relação com a classe trabalhadora (1930-1945) | Natalia Germano Gejão |
- Um inventário de fontes: as estampas e as artes mineiras entre os séculos XVIII-XIX | Pedro Queirós Leite |
- Identidades e memória de imigrantes japoneses e descendentes em Londrina: 193 | Priscila Martins Fernandes |
- Prazeres fraternais: o outro lado da cidade de Assis através dos processos criminais entre 1930 a | Renan Saab Rodrigues Manaia |
- As práticas de poder nas igrejas-base da diocese de Apucarana (1968-1982) | Ricardo Mendes |
Expediente
Notícias de Eventos e Livros | Notícias de Eventos e Livros
Antíteses. Londrina, Vol. 3, n. 5, jan./jun. 2010.
Dossiê: Manifestações Culturais. Perspectivas da Diversidade
Editorial | Hernán Ramiro Ramírez |
Apresentação
- Apresentação | Silvia Cristina Martins de Souza e Silva |
Autor Convidado
- Em torno do passado escravista: as ações afirmativas e os historiadores | Martha Abreu, Hebe Mattos, Carolina Vianna Dantas |
Dossiê
- Los Inkas frente al problema de la Interculturalidad. Una introducción al estudio de la configuración del Tawantinsuyu en contextos de diversidad étnica y cultural. Siglos XIV-XVI | Horacio Miguel Hernán Zapata |
- El discurso normativo “sobre” y “para” las doctrinas de indios: la construcción de la identidad católica en el indígena colonial del Nuevo Reino de Granada (1556-1606) | John Jairo Marin Tamayo |
- La convivencia religiosa en una localidad indígena: el caso de Mecayapan, México | Felipe R. Vázquez Palacios |
- Cultura e identidad migratoria en la frontera México-Estados Unidos. Inmediaciones entre la comunidad chicana y la comunidad transfronteriza | Roxana Rodríguez Ortiz |
- A história entre o oficial e o lendário: interações culturais no Oiapoque | Carlo Romani |
- Interculturalidad resbalosa en materiales escolares para indígenas en México | Jill R. Gnade-Muñoz |
- Marcas de identidad en y a través de la fotografía. Aproximaciones a la memoria y el imaginario del nordeste argentino | Alejandra Reyero, Cleopatra Barrios |
- Território, Direito e Identidade: uma análise da comunidade quilombola da Olaria em Irará, Bahia | Jucélia Bispo dos Santos |
- La relación intelectual entre Ángel Rama y Antonio Candido: la constitución de un lenguaje crítico de cuño latinoamericano | Pía Paganelli |
- O veneno de Tinhorão: reflexões sobre a coluna “Música Popular” (1974-1982) | Luisa Quarti Lamarão |
- Os direitos humanos como marco político das filosofias de acolhida: a não observância nos contextos das redes migratórias | Rafael Tassi Teixeira |
- Cultura e Diversidade. Considerações sobre a multiplicidade das manifestações | Milton Araújo Moura |
- Odes mórbidas, metáforas inertes: práticas de sacralização da morte e re-invenção dos sujeitos a partir do estudo das manifestações arquetípicas | Francisco Chagas O. Atanásio |
- Tradição e experiência: uma inversão cultural do pensável pelas práticas | Jonathan M. Menezes |
Artigos
- La teoría de los Cuatro Imperios como elemento opositor al Helenismo y a Roma | Laura Bizzarro |
- Sob sol, chuva e moscas: os quiosques na cidade de São Paulo (1880-1910) | Daisy de Camargo |
- Novas estratégias políticas no pós-1930: a prefeitura de Pedro Ernesto Baptista no Rio de Janeiro | Thiago Cavaliere Mourelle |
- Manifestações da Cultura Política paraibana: a campanha estadual de 1960 | Railane Martins de Araújo |
- Arte y memoria colectiva. Representaciones de la militancia política y la represión de la década del ’70 en Bahía Blanca (Argentina), 1995-2009 | Ana Vidal |
- The imprint of exile through the plot of the narratives | Silvia Dutrénit Bielous |
- Prosopografía e historia política. Algunas aproximaciones | Marcela Ferrari |
Primeiros Passos
- As margens do progresso. A expansão urbana de Londrina nas representações de moradores de um bairro popular às margens da cidade | André Camargo Lopes |
- Usos e leituras da obra de um Barão: percepções sobre Motins Políticos nos séculos XIX e XX | Luciano Demetrius Barbosa Lima | | | Clássicos | SENNETT, Richard. O Declínio do Homem Público: as tiranias da intimidade | Fernando Bagiotto Botton |
Resumos de Dissertações
- Entre dois mundos: etnicidade, identidade e finitude entre os refugiados da Shoah em Rolândia – PR | Marcos Ursi Corrêa de Castilho |
- O museu e a escola: memórias e histórias em uma cidade de formação recente | Gilberto Hildebrando |
- Educação profissional: história e ensino de história | Francinne Calegari de Souza | |
Expediente
Notícias de Eventos e Livros | Notícias de Eventos e Livros
Antíteses. Londrina, Vol. 2, n. 4, jul./dez. 2009.
Dossiê: História e Defesa
Editorial
- Hernán Ramiro Ramírez |
Autor Convidado
- O trote no Colégio Naval: uma visão antropológica | Celso Castro | |
Dossiê
- Literatura Wushia, Budismo, marcialidade e ascese: da arte da guerra à historiografia sobre o mosteiro de Shaolin | José Otávio Aguiar |
- Pequenos soldados do Fascismo: a educação militar durante o governo de Mussolini | Cristina Souza da Rosa |
- A visão militar brasileira da Guerra do Chaco: projeção geopolítica e rivalidade internacional na América do Sul | Helder Gordim da Silveira |
- La Patagonia argentina en el período de entreguerras. Acerca de los orígenes de la Zona Militar de Comodoro Rivadavia | Gabriel Carrizo |
- Científicos alemanes en la Argentina peronista. Límites y potencialidades de una política de transferencia científico-tecnológica | Hernán Comastri |
- As Forças Armadas na mira do Serviço Secreto do DOPS-SP: golpe e contragolpe (1955-1956) | Nilo Dias de Oliveira |
- Discursos de los organismos de inteligencia argentinos sobre el Movimiento Nacionalista Tacuara durante la Guerra Fría (1958-1966) | Maria Valeria Galvan |
- Quando o ataque é a melhor defesa: interrogatórios políticos da Oban e do DOI-CODI | Mariana Joffily |
- When attack is the best defense: Political interrogations of Oban and DOI-CODI | Mariana Joffily |
- A reformulação da Doutrina de Segurança Nacional pela Escola Superior de Guerra no Brasil: a geopolítica de Golbery do Couto e Silva | Ananda Simões Fernandes |
- La “seguridad nacional” como política estatal en la Argentina de los años setenta | Marina Franco |
- “Homeland security” as a State policy in 1970’s Argentina | Marina Franco |
- Metodologia de Terror de Estado no sequestro e cárcere dos uruguaios Lilián Celiberti e Universindo Rodríguez Díaz (1978-1983) | Ramiro José dos Reis |
- Cotidianeidad y guerra. Experiencias de los integrantes del Apostadero Naval Malvinas en el conflicto del Atlántico Sur | Andrea Belén Rodriguez |
- “E no final ninguém é vencedor”: a mobilização de conhecimento histórico na resolução de situações de conflito. Ideias de jovens portugueses sobre paz e guerra | Claudia Marques Amaral |
Artigos
- Reglamentación jurídica vs. usos y costumbres en el Paraguay colonial temprano | Macarena Perusset |
- Por los senderos del epistolario: las huellas de la sociabilidad | Paula Caldo, Sandra Fernández |
- Textos escolares: las Malvinas y la Antártida para la “Nueva Argentina” de Perón | Amelia Beatriz Garcia |
- El Frente Estudiantil Nacional (FEN): juventud y estudiantado en el proceso contestatario de los años sesenta en Argentina | Marina Alejandra Reta |
Primeiros Passos
- Memória e justiça: o negacionismo e a falsificação da história | Odilon Caldeira Neto |
Clássicos | Oliveira, Fernando. A Arte da Guerra do Mar | Thiago Rodrigo da Silva |
Resenhas
- CASTRO, Celso e LEIRNER, Piero. Uma antropologia dos militares – Reflexões sobre pesquisas de Campo | José Miguel Arias Neto |
Resumos de Dissertações
- O adeus às violas: as Companhias de Reis da região dos Cinco Conjuntos no município de Londrina/ PR – Estudo histórico-sociológico acerca do catolicismo tradicional popular brasileiro e a formação dos mestres rituais a partir da mobilidade social da região | Andre Camargo Lopes |
- Entre resignação e resistência: as fábulas de Fedro como perspectivas sobre as relações sociais ao início do principado romano | Milton Genésio de Brito |
- “Até que a morte nos separe!”. Reflexões sobre a morte de São Francisco de Assis | Vandergleison Judar |
- A representação visual da mulher na imprensa comunista brasileira (1945/1957) | Juliana Dela Torres |
- Hannah Arendt: entre a história e a política | Márcia Raquel Branco de Almeida |
Expediente
Notícias de Eventos e Livros | Notícias de Eventos e Livros
Antíteses. Londrina, Vol. 2, n. 3, jan./jun. 2009.
Dossiê: História e Ensino. A Produção de Conhecimento
Editorial | Hernán Ramiro Ramírez |
- História e Ensino. A Produção de Conhecimento | Cristiano Gustavo Biazzo Simon |
Autor Convidado
- O historiador, o ensino de História e seu tempo (Notas sobre a problemática da Ditadura no Brasil – 1964/1985) | Marcos Silva |
Dossiê
- Sarmiento: entre Juana Manso y las maestras de los EEUU. Recuperando mensajes olvidados | Silvia N. Roitenburd |
- Los niveles de la memoria: la nación, la provincia y la ciudad en la visión de tres responsables de la educación de fines del siglo XIX en la cosmopolita Santa Fe argentina | María Gabriela Micheletti |
- Los futuros profesores y las lecturas de historia en las aulas de Argentina | Gonzalo de Amézola, Sergio Carnevale, María Paula González |
- Experiências pessoais e suas implicações nas práticas de ensino | Rejane Silva Penna, Gilberto Ferreira da Silva |
- Recortes e organizações de conteúdos históricos para o ensino | Luis Fernando Cerri |
- As sociedades indígenas, a história e a escola | Maria Cristina Bohn Martins |
- Incursões de Clio na Terceira Margem do Ocidente: experiências de pesquisa sobre o ensino de história do Oriente em uma escola pública de Campina Grande -PB | Catarina de Oliveira Buriti, José Otávio Aguiar |
- A Construção do mito de Tiradentes: de mártir republicano a herói cívico na atualidade | Carlos Roberto Ballarotti |
- La Historia que debía enseñarse durante la última dictadura militar en Argentina (1976-1983) | Laura Graciela Rodríguez |
- A fotografia como mediador cultural na construção do conhecimento histórico escolar | Natalia Germano Gejão |
- O Conjunto fotográfico no ensino de História: algumas possibilidades de abordagem com a imigração polonesa | Jonathan Oliveira Molar |
- Conocimiento y agricultura: los agentes estatales de la modernización técnica en el Oasis Sur de Mendoza, Argentina, 1908-1920 | Florencia Rodriguez Vázquez |
Artigos
- Adolescentes escolares de la Comuna de Cabrero, región del Bío-Bío, Chile: fragmentos de una identidad rural en transición | Isabel Barrera Sandoval, Alonso Gormaz Bravo |
- A Companhia de Reis Santa Luzia, Londrina/PR: considerações acerca do catolicismo tradicional popular brasileiro e o papel de seus mestres-rituais | André Camargo Lopes |
- Entre la autonomía y la subordinación: gobiernos y parlamentos en los espacios locales. El caso de la provincia argentina de Córdoba entre 1890 y 1930 | Javier Moyano |
- Oralidad y cultura radicalizada en el interior de la provincia de Córdoba, Argentina. Los casos de San Francisco y Río Cuarto en las décadas de 1930 y 1940 | Mariana Mastrángelo |
Primeiros Passos
- As representações de classe operária na produção acadêmica brasileira | Igor Guedes Ramos |
Notas sobre Acervos e Fontes
- El problema del acceso a los fondos documentales de las cooperativas eléctricas | Beatriz R. Solveira |
Notas de Pesquisa
- Entre a fé e o fruto do conhecimento: o ensino religioso no Colégio Progresso Campineiro, Campinas-SP (1900-1937) | Priscila Kaufmann Corrêa |
Resenhas
- PRINGLE, Heather. El Plan Maestro. Arqueología fantástica al servicio del régimen nazi | Adrián Viale |
- DEVOTO, Fernando y FAUSTO, Boris. Argentina-Brasil, 1850-2000. Un ensayo de historia comparada | Nancy Romina Escobar |
- Costumbrismo, hispanismo e caráter nacional em Las mujeres españolas, portuguesas y americanas: imagens, textos e política nos anos | Edméia Aparecida Ribeiro |
- O ensino de história na revista Nova Escola (1986-2002): cultura midiática, currículo e ação docente | Márcia Elisa Teté Ramos |
Resumos de Dissertações
- Manuel González Prada (1844-1918): História, Debate e Pensamento | Pedro Francisco Cataneli |
- As metamorfoses do sagrado no Protestantismo Brasileiro: o caso da Igreja Presbiteriana Independente Filadélfia. Londrina (1972-2008) | Jonathan M. Menezes |
- O messianismo acadêmico: redenção pela classe operária. Uma análise da produção acadêmica das décadas de 1970 e | Igor Guedes Ramos |
- Possibilidades e limites na construção do conhecimento histórico em conexão com o mundo virtual. | Cyntia Simioni França |
- O ensino de História nos primeiros anos do Ensino Fundamental: o uso de fontes | Susana Barbosa Ribeiro Bernardo |
- Entre fatos e artefatos: literatura e ensino de História nos encontros acadêmicos nacionais (1979-2007) | Ademar Firmino dos Santos |
- O uso da imagem no ensino médio: uma avaliação sobre essa contribuição para a aprendizagem dos conteúdos em História | Érica Ramos Moimaz |
Notícias de Eventos e Livros | Notícias de Eventos e Livros
Expediente
Antíteses. Londrina, Vol. 1, n. 2, jul./dez. 2008.
Dossiê: Intolerâncias
Editorial | Hernán Ramiro Ramírez |
Dossiê
- “Todos desterrados, & espalhados pelo mundo”: a perseguição inquisitorial de judeus e de cristãos-novos na Índia Portuguesa (séculos XVI e XVII) | Patrícia Souza de Faria |
- A confissão como um dilema: cristãos-novos letrados do Rio de Janeiro – século XVIII | Carlos Eduardo Calaça |
- Shall they overcome?… Ayer y hoy del Moderno Movimiento por los Derechos Civiles de los Afro-norteamericanos en los Estados Unidos | Valeria Lourdes Carbone |
- A longa Novela do Racismo. Comparando história e literatura no Brasil e na África do Sul | Elaine Pereira Rocha |
- Em nome de Deus, da democracia e da terra: representações anticomunistas na década de 1960 no Piauí | Marylu Alves de Oliveira |
- O Integralismo e sua influência no anticomunismo baiano | Cristiano Cruz Alves |
- Memorias de intolerancia política: las víctimas de la Triple A (Alianza Argentina Anticomunista) | Alicia Servetto |
- Discriminação e intolerância: os indesejáveis na seleção dos oficiais do Exército Brasileiro (1937-1946) | Fernando da Silva Rodrigues |
- Existências em transfiguração: olhares sobre a vadiagem e vidas transgressoras | Rodrigo Poreli, Gabriel Giannattasio |
Artigos
Um estudo teórico na perspectiva historiográfica: articulando gênero e classe no processo de produção e reprodução da força de trabalho | Vanessa Cristina Santos Matos |
Resenhas
- DE LA FUENTE, Ariel. Los hijos de Facundo. Caudillos y montoneras en la provincia de La Rioja durante el proceso de formación del estado nacional argentino (1853-1870) | Victoria Baratta |
- SANTOS, Juan José. El Tata Dios. Milenarismo y xenofobia en las pampas | Leonardo C. Simonetta |
- Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos no Ensino Médio | Regina Célia Alegro |
Expediente
Antíteses. Londrina, Vol. 1, n. 1, jan./jun. 2008.
Dossiê : Perspectivas em História Social | Palavras do Coordenador | José Miguel Arias Neto
Editorial | Hernán Ramiro Ramiro Ramírez |
Autor Convidado
- Memória e experiência vivida: a domesticação do tempo na história | Estevão Chaves de Rezende Martins |
Dossiê
- História, narrativa, imagens: Desafios contemporâneos do discurso historiográfico | José D’Assunção Barros |
- A questão social no Rio Grande do Sul: positivismo, borgismo e a incorporação do proletariado à sociedade moderna | César Augusto B. Queirós |
- Reestruturação produtiva e novas formas de controle no local de trabalho: a experiência da indústria de fumo em Uberlândia-MG | Fabiane Santana Previtalli, Andréia Farina de Faria |
- Breve relato histórico da luta por moradia em Salvador: O caso da ocupação Quilombo de Escada | Luciana da Luz Silva |
- Memórias do olhar: as favelas do Rio de Janeiro na lembrança dos repórteres fotográficos | Mauro Amoroso
- “A mulher é seu útero”. A criação da moderna medicina feminina no Brasil | Patrícia de Freitas |
- Alcoolismo, discurso científico e escrita de si no Diário do Hospício de Lima Barreto | Raul Max Lucas da Costa |
- Carnaval em Porto Alegre: mulheres, entrudo, perseguição e repressão | Caroline P. Leal |
Notas sobre Acervos e Fontes
- El retorno de los Documentos de las Temporalidades de Córdoba al Archivo General e Histórico de la Universidad Nacional | Nancy E. Juncos |
Resenhas
- RIVERA MEDINA, Ana María. Entre la cordillera y La Pampa: la vitivinicultura en Cuyo, Argentina (S. XVIII). San Juan: Editorial de la Universidad Nacional de San Juan, Argentina, | Nora Siegrist |
- DUARTE, Luiz Fernando; HEILBORN, Maria Luiza; BARROS, Myriam Lins de; PEIXOTO, Clarice (Orgs.). Família e Religião. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, | Ana Claudia Ribas |
Expediente
Escritas | UFT | 2008
A Escritas (Araguaína, 2008-) é uma publicação on-line vinculada ao Curso de História da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Araguaína. Criada em 2008, a Escritas teve os seus dois primeiros números anuais publicados em versão impressa. Desde 2013, a Escritas passou a ser semestral. A meta da Revista é a divulgação da produção de historiadores, e demais profissionais das áreas afins, que investigam temas relacionados às ações e representações humanas no tempo e no espaço. Recebemos submissões de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, que abordem temas relativos aos campos teórico, educacional, histórico e historiográfico.
A Escritas é um periódico semestral, de publicação on-line, cuja missão é veicular a produção, a inovação e a transformação do conhecimento, especifico e pedagógico, na área de História e áreas afins, e promover pesquisas que utilizam metodologias, teorias, fontes, práticas, objetos, temas e problemas que tratam, prioritariamente, da inserção do homem nos espaços-temporais globais, regionais e locais. A Escritas publica artigos, resenhas, conferências, traduções e ensaios, desde que expressem relevância e profundidade de análise e interpretação históricas.
Periodicidade semestral
Acesso livre [Coletar 2008-2014]
ISSN 2238-7188
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Izquierdas | SPBU | 2008
Revista Izquierdas (Santiago, 2008-) es una publicación científica (peer reviewed) en acceso abierto y de edición continua (ahead of print o adelanto de edición) editada por Ariadna Ediciones con el auspicio de Saint-Petersburg University (Center for Iberoamerican Studies).
Su propósito principal es difundir la producción historiográfica sobre los hechos e ideas del conjunto de las manifestaciones sociales, políticas, intelectuales y estéticas de las agrupaciones, organizaciones y personas relacionadas con el pasado y presente de lo que social y tradicionalmente ha sido o son reconocidas como constitutivas de las izquierdas y el socialismo latinoamericanos, en una perspectiva de diálogo con realidades similares de otras regiones del mundo.
Su púbico objetivo es la comunidad de especialistas e historiadores/as vinculados/as o relacionadas/as con la temática de la historia del socialismo latinoamericano. No obstante ello, busca satisfacer consultas e interrogantes de un público amplio no necesariamente adscrito a la academia.
Periodicidade [?]
Acesso livre.
ISSN 0718-5049
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BOLÍVIA jakaskiwa / Marilea M. L. Caruso e Raimundo Caruso
Antonio Caubi Ribeiro Tupinambá – Universidade Federal do Ceará.
CARUSO, Mariléa M. Leal; CARUSO, Raimundo C. BOLÍVIA jakaskiwa. Florianópolis: Inti Editorial, 2008. 292p. Resenha de: TUPINAMBÁ, Antonio Caubi Ribeiro. Revista Trajetos, Fortaleza, v.7, n.12, p.197-202, 2008. Acesso apenas pelo link original. [IF].
Museu do Ceará, 75 anos / Antônio L. M. Silva Filho e Francisco R. L. Ramos
Júnia Sales Pereira – Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.
SILVA FILHO, Antônio Luiz Macêdo e. RAMOS, Francisco Régis Lopes (org.). Museu do Ceará, 75 anos. Fortaleza: Associação Amigos do Museu do Ceará, 2007. Resenha de: PEREIRA, Júnia Sales. Revista Trajetos, Fortaleza, v.7, n.12, p.93-95, 2008. Acesso apenas pelo link original.
Intus-Legere Historia | UAI | 2008
Intus-Legere Historia (Viña del Mar, 2008-) es una revista académica internacional arbitrada, que publica investigaciones originales en el ámbito de la historia universal, de América y de Chile. Se aceptan contribuciones en español, inglés, francés, italiano y portugués. [..]. Su gestión editorial está al cuidado del Departamento de Historia de la Facultad de Artes Liberales de la Universidad Adolfo Ibáñez.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 0718-5456
ISSN: 0719-8949
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Antíteses | UEL | 2008
A revista Antíteses (Londrina, 2008-) é um periódico semestral eletrônico on-line em Open Access, no sistema ahead of print e volume fechado, do Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Estadual de Londrina. Publica, após processo de avaliação entre pares, contribuições multidisciplinares inéditas a partir da perspectiva histórica, nos idiomas português, espanhol e inglês.
Periodicidade semestral.
Acesso livre
ISSN 1984-3356
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Aedos | UFRGS | 2008
Aedos (Porto Alegre, 2008-) é a revista eletrônica discente de circulação semestral do Programa de Pós-Graduação em História da Universidaade Federal do Rio Grande do Sul (PPGH-UFRGS). Seu principal objetivo é proporcionar um espaço de divulgação e debate de trabalhos acadêmicos inéditos na área de História no formato de artigos, resenhas de livros e entrevistas.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
Diacronie | UniBo | 2008
Diacronie – Studi di Storia Contemporanea (Bologna, 2008-), è stata creata il 29 gennaio 2008 da un gruppo di studenti di storia contemporanea dell’Università di Bologna. A partire dall’ottobre 2009 ha incluso fra le sue attività la pubblicazione di una rivista. Diacronie si configura come una risorsa digitale a libero accesso attraverso cui si intende raccogliere e promuovere studi e ricerche scientifiche di carattere storico e storiografico. Il sito si propone anche come strumento informativo su eventi, pubblicazioni e risorse informatiche legate alle scienze storiche.
Rete
Questo progetto nasce dalla convinzione che lo sviluppo del web abbia comportato cambiamenti sostanziali all’interno degli studi in campo umanistico, sia per la produzione, sia per la divulgazione della ricerca. Il nostro vuole essere un contributo all’esplorazione delle possibilità che il web offre alla ricerca storica, soprattutto per quanto riguarda la legittimazione di studi, materiali e fonti che non sempre ottengono pieno riconoscimento attraverso i circuiti di diffusione più tradizionali. Ma, soprattutto, vuole essere un tentativo di esplorazione delle potenzialità legate al concetto di rete e, quindi, di collegamento e interazione. L’ambizione è quella di dare vita a una “socializzazione allargata” – fra gli studiosi, ma anche fra ricercatori e società – che consenta alla pagina web di non configurarsi come una semplice pubblicazione o come un raccoglitore, ma anche come una guida, un supporto, per quanto riguarda gli strumenti di ricerca e le fonti. Infine, la rete consente di esercitare una funzione critica delle conoscenze prodotte che, per sussistere, si deve fondare sulla massima libertà di accesso e di discussione dei contenuti.
Interdisciplinarità
Diacronie incoraggia l’adozione di un approccio attento a tutte le tematiche e le metodologie di ricerca e che possa metterne in risalto gli aspetti interdisciplinari. Lo studio della storia non può prescindere dall’apporto delle altre scienze – umanistiche e non – per affrontare le sfide che pone l’evoluzione del mestiere di storico nell’era digitale.
Condivisione
La dimensione esclusivamente informatica, la gestione redazionale democratica e condivisa e la libertà di accesso ai contenuti sono i principali caratteri di originalità del sito. La scelta del libero accesso ai contenuti intende garantire un’ampia diffusione dei documenti, nella convinzione che gli argomenti proposti possano e debbano interessare non solo una piccola cerchia di specialisti, ma un pubblico ampio, che sia portatore di interessi, curiosità, punti di vista esterni e alternativi. L’adozione di un medium interattivo non esclude, però, il rigore scientifico e metodologico con cui sono svolte le ricerche. La volontà di condivisione della ricerca storica e la fiducia riposta nei lettori sono il fondamento del progetto. Si auspica per questo il riconoscimento da parte del fruitore dell’operato e della proprietà intellettuale degli autori.
Buona lettura.
Periodicidade quadrimestral.
Acesso livre.
ISSN: 2038-0925
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Geografia | UFG | 2008
O Boletim Goiano de Geografia é um periódico do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais da Universidade Federal de Goiás (IESA/UFG) que adota a modalidade de publicação em fluxo contínuo. Seu objetivo é difundir conhecimento sobre a geografia e áreas afins por meio de artigos originais e ensaios teóricos resultantes de pesquisas de reconhecido mérito técnico-acadêmico.
O Boletim Goiano de Geografia foi uma publicação semestral até dezembro de 2012. Entre 2013 e 2018, a periodicidade passou para quadrimestral e, em 2019, foi adotada o fluxo contínuo. A meta, nessa modalidade de publicação, é publicar entre 30 e 40 artigos por ano. O Boletim Goiano de Geografia não publica dossiês, resenhas e trabalhos apresentados em eventos acadêmicos.
Este periódico oferece acesso livre ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
Difundir conhecimento sobre a geografia por meio da publicação de artigos científicos e ensaios teóricos de pesquisadores de instituições científicas de reconhecido mérito técnico-acadêmico, com o propósito de contribuir com o debate sobre o desenvolvimento social, é a missão do Boletim Goiano de Geografia.
Fluxo contínuo
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Subdesenvolvimento Sustentável | Argemiro Procópio
Subdesenvolvimento sustentável, assim Argemiro Procópio sugestivamente descreve o modelo de desenvolvimento predominante na região amazônica compartilhada por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Ao longo de sua exposição Procópio desnuda a realidade dos “oito amazônicos” ao apontar que a Hiléia, em pleno século XXI, ainda carrega consigo vários problemas estruturais, herança de um longo passado colonial.
Neste contexto, o autor nos apresenta a região como produtora de commodities e manufaturados com baixo valor agregado. Cita a mineração, a exploração madeireira e de metais preciosos, as redes do agronegócio da soja, da carne, do couro e, atualmente, da cana-de-açúcar como protagonistas do “continuum da sustentabilidade do subdesenvolvimento em novas versões da economia colonial nos oito países amazônicos”. Leia Mais
Alétheia | Unipampa | 2008
Alétheia – Revista de Estudos sobre Antiguidade e Medievo (Jaguarão, 2008-) é um periódico eletrônico vinculado ao curso de História-Licenciatura do Campus de Jaguarão da Universidade Federal do Pampa.
Este periódico foi por pesquisadores de pós-graduação inicialmente vinculados à Universidade Federal de Goiás. Ao longo dos últimos anos, temos buscado promover esse espaço enquanto um local de promoção de pesquisas sobre Antiguidade e Medievo.
A partir de 2016, a revista está incorporada à base de periódicos da Universidade Federal do Pampa, que conta com dois de seus membros do quadro efetivo como editores da publicação.
Durante o ano de 2019, temos reorganizado as atividades e o funcionamento deste periódico de modo a restabelecer uma periodicidade e número de publicações mais adequado. Acreditamos que o resultado dessas modificações será mais bem perceptível a partir de 2020.
Atualmente, nosso objetivo consiste na divulgação de produções acadêmicas universitárias empreendidas por graduandos, pós-graduandos e doutores na área da História Antiga, História Medieval, Filosofia Antiga, Filosofia Medieval, e Letras Clássicas.
Nosso periódico tem como objetivo principal a disseminação de artigos científicos e resenhas de publicações recentes sobre a área de Antiguidade e Medievo.
Periodicidade anual
Acesso livre
ISSN 1983-2087
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Cordis | PUC-SP | 2008
Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade (São Paulo, 2008-), vinculada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em História e ao Departamento de História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), é uma revista acadêmica semestral e temática, disponibilizada de forma gratuita pela internet, que se propõe discutir a História e sua integração com os diversos ramos do conhecimento.
O periódico publica artigos, entrevistas, traduções, resenhas e pesquisas de graduação, em particular de assuntos das Ciências Humanas e Sociais.
Sua missão é publicar escritos que problematizem questões referentes à História e à historiografia, em especial a das cidades, primando por contribuir com os campos histórico e da cultura dos sujeitos analisados e, não obstante, também da sociedade em geral.
[Periodicidade anual]. [Acesso livre].ISSN: 2176-4174
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Tefros | UNRC | 2008
Revista TEFROS (Rio Cuarto, 2008-) publica trabajos originales, documentos y reseñas de libros sobre problemáticas fronterizas (históricas, sociales, lingüísticas, territoriales, culturales) que, desde diferentes planos, aporten de manera significativa a la comprensión de los procesos étnicos.
También pretende desarrollar la interdisciplinariedad necesaria en este tipo de estudios, reuniendo a especialistas nacionales y extranjeros de todos los campos del saber. La Revista busca constituirse en un ámbito de interacción permanente, confiable y actualizado, acorde con la demanda actual de la producción científica. Espera las contribuciones de especialistas, estudiantes de grado y posgrado abocados a los procesos fronterizos. Está dirigida a expertos y lectores interesados en la temática. [Universidade Nacional de Río Cuarto].
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
ISSN 1669-726X
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La insubordinación fundante: breve historia de la construcción del poder de las naciones / Marcelo Gullo
La insubordinación fundante, de Marcelo Gullo, é obra que se propõe original em pelo menos dois aspectos: a perspectiva analítica e a criação de conceitos. Para tanto, percorre a trajetória dos casos de sucesso no processo de desenvolvimento econômico e construção do poder nacional, desde o século XIV – Portugal, Espanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Alemanha, Japão e China –, em uma perspectiva periférica; e propõe novos conceitos para serem aplicados aos atuais países emergentes, principalmente o de umbral de poder. Nos últimos capítulos, o autor analisa a presença de novos atores no jogo político internacional e os desafios que se lhes apresentam na busca pelo desenvolvimento socioeconômico, e desenvolve análise prospectiva, incluindo a atual posição dos Estados Unidos no cenário internacional. Dessa forma, Gullo se lança em um estudo de caráter multidisciplinar, situado na interface da História Moderna e Contemporânea com a Economia Política e a Teoria do Desenvolvimento.
No prefácio do livro, Hélio Jaguaribe destaca que o conceito de periferia utilizado pelo autor apresenta duas dimensões, a de uma perspectiva e a de um conteúdo, ou seja, de um autor sul-americano que analisa as condições de possibilidade de um país periférico deixar de sê-lo. Ao longo do texto, a tese central – que todos os processos de crescimento comercial e/ou industrial exitosos resultaram da conjugação de uma atitude de insubordinação ideológica em relação ao pensamento dominante com um impulso estatal eficaz – é construída em perspectiva comparada. Aproxima-se, assim, de forma explícita, da interpretação cara ao neoestruturalismo econômico latino-americano referente às estruturas hegemônicas de poder e à necessidade de superá-las.
Na realização do duplo intento do autor, os dois primeiros capítulos, de natureza essencialmente teórica, discutem a teoria da subordinação e o conceito de umbral de poder. A teoria da subordinação considera que a igualdade jurídica entre os Estados é uma ficção e que as regras criadas no jogo do sistema internacional expressam os interesses das grandes potências, disfarçados na forma de princípios éticos e jurídicos universais. Para enfrentar as estruturas hegemônicas e as regras do jogo internacional, os países periféricos precisariam acumular recursos de poder e alcançar o umbral que se redefine a cada conjuntura histórica distinta. Por exemplo, Portugal e Espanha alcançaram o papel de pioneiros na expansão europeia dos séculos XV e XVI por intermédio da capacitação tecnológica, da vantagem estratégica (a opção por buscar outra rota para as Índias que não o Mediterrâneo) e do impulso estatal, com base na organização administrativa do Estado moderno e da racionalidade que o sustentava. Em linhas gerais, foi o mesmo processo seguido pelo Japão com a Revolução Meiji e com a China das últimas décadas do século XX e início do XXI.
Quanto ao conceito de umbral de poder, Gullo o conceitua como o quantum mínimo de poder necessário para se alcançar o desenvolvimento socioeconômico e a construção da potência, abaixo do qual cessa a capacidade de autonomia de uma unidade política. Em outras palavras, é o poder mínimo que necessita um Estado para não cair na subordinação, em um momento determinado da história. Os Estados que, historicamente, se transformaram em potência obtiveram em determinado momento o quantum mínimo de poder para atuar de maneira autônoma no cenário internacional e projetar o seu poder. Na verdade, do estudo aprofundado da história da política internacional se revela que, na origem do poder nacional dos principais Estados que conformam o sistema internacional, se encontra sempre presente o impulso estatal. Por impulso estatal entende o autor todas as políticas realizadas por um Estado para criar ou incrementar quaisquer dos elementos que conformam o poder desse Estado. Com efeito, o conceito de impulso estatal envolve todas as ações levadas a cabo por uma unidade política para estimular o desenvolvimento ou o fortalecimento dos elementos de poder nacional. O exemplo utilizado como paradigmático pelo autor foi a Lei de Navegação inglesa, de 1651, segundo a qual era permitido importar somente mercadorias transportadas em navios ingleses que estivessem sob comando inglês e cuja tripulação fosse de maioria inglesa. Assim, ao tratar da noção de impulso estatal, Gullo se aproxima nitidamente da corrente realista das relações internacionais, em diálogo indireto com o historiador Edward Carr e seus ensinamentos na obra Vinte anos de crise, publicada originalmente na conjuntura do início da Segunda Guerra Mundial.
Nos capítulos 3 a 9, são percorridas as experiências dos países bem sucedidos em seu processo de desenvolvimento, com a preocupação voltada para o momento no qual tais Estados decidiram pela insubordinação diante da ideologia predominante em determinada época e, por meio de forte ação estatal, envidaram esforços no sentido da construção do poder nacional. O mais importante exemplo contemporâneo de processo de construção do poder nacional é o da China que, a partir de Deng Xiaoping, iniciou uma mudança metodológica e, na visão do autor, não uma ruptura com o passado, na busca da construção – ou reconstrução – do poder da nação chinesa.
No caso da China, a ênfase da análise recai sobre a figura política de Sun Yat-Sen que, nascido em 1866, se converteu progressivamente, após a revolta nacionalista dos Boxers (1900-1901), na figura chave dos revolucionários chineses que lutavam contra a monarquia Manchú e na defesa da democracia e do fim da dependência chinesa em relação às potências estrangeiras.
A revolução contra a monarquia eclodiu em outubro de 1911 e, no início do ano seguinte, uma assembleia constituinte elegeu Sun Yat-Sen como presidente da nascente República da China. No entanto, o general pró-monarquia Yuan She-Kai, com um golpe de mão, provocou a renúncia de Sun Yat- Sen e assumiu o cargo de presidente.
Foi após esses episódios que Sun Yat-Sen desenvolveu um conjunto de concepções que afirmavam que uma revolução, para ser vitoriosa na China, precisaria da aproximação com operários, camponeses e com a burguesia nacional. Tais ideias orientaram, sob sua liderança, a fundação do Kuomintang – partido nacional e popular – que aspirava organizar uma frente única para a libertação da China, mas que enfrentou uma conjuntura interna politicamente caótica. Sun Yat-Sen faleceu em 1925 e deixou o Kuomintang firmemente organizado como um partido policlassista, dotado de um exército eficaz e reforçado pelos comunistas. Sua doutrina política, porém, encontrou terreno fértil para se desenvolver, tendo por base a ideia dos três princípios, utilizada pela primeira vez por Sun Yat-Sen em 1905 e significando a integração, em um mesmo projeto político e revolucionário, de suas teses sobre o naci que tais princípios devem ser adaptados a cada conjuntura histórica.
É nesse sentido que Marcello Gullo sustenta que a influência de Sun Yat-Sen chega a Mao Zedong e seus sucessores, sob o princípio da adaptação da teoria à realidade e não a realidade à teoria. A trajetória do modelo chinês de desenvolvimento, desde sua abertura no final da década de 1970, confirma a presença dos três princípios e revela extraordinária capacidade de adaptação a cada conjuntura histórica, além de um modelo planejado e gradual de desenvolvimento. Se até os anos noventa o governo chinês orientou a maior quantidade de capitais estrangeiros para a produção em setores intensivos em mão de obra, a partir de então, tratou de orientá-lo para os setores intensivos em capital e tecnologia. A nova estratégia ficou conhecida como desenvolvimento em paralelo, que consiste em desenvolver simultaneamente a indústria “tradicional” e a intensiva em conhecimento.
São esses exemplos de desenvolvimento econômico que, analisados em perspectiva histórica, podem auxiliar países emergentes, como os latinoamericanos, a encontrar seus próprios caminhos. Para tanto, Gullo sugere que líderes políticos, jornalistas especializados e estudiosos das relações internacionais na América Latina devem procurar ultrapassar a agenda, o debate e o vocabulário produzidos nos grandes centros de excelência acadêmica dos Estados Unidos. Significa pensar as relações internacionais desde a periferia latino-americana, para gerar ideias, conceitos, hipóteses e, certamente, um vocabulário próprio, capaz de dar conta da nossa própria realidade e dos nossos problemas específicos no sistema internacional. Na visão do autor, o pensar desde a periferia não deve levar à repetição das lamentações do passado, mas à ação no sentido da superação da condição periférica. Nosso debate teórico principal deveria ser cómo alcanzar el nuevo umbral de poder.
É justamente em sua análise prospectiva que Gullo deixa de contemplar o que tem sido o debate regional mais recente, voltado para a discussão em torno da existência ou não de consensos nacionais em relação ao tema do desenvolvimento e, no caso de resposta afirmativa, a discussão sobre os limites políticos enfrentados pela maioria dos países latino-americanos em seus esforços de desenvolvimento econômico e social. Gullo não aborda a questão das alternativas de desenvolvimento apresentadas por países como Bolívia e Equador, tomando o desenvolvimento econômico como um valor em si, principalmente quando o toma apenas como caso de crescimento e não de desenvolvimento em seu sentido amplo.
Outro aspecto a ser destacado é o fato de o autor não fazer referências a uma obra muitíssimo próxima da sua, o livro Chutando a escada, de Ha-Joon Chang (CHANG, Ha-Joon. Chutando a escada: a estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica. São Paulo: Editora UNESP, 2004). Chang analisou a trajetória histórica de potências como a Grã-Bretanha e retirou dessas experiências algumas lições, principalmente a necessidade de se rever algumas das ideias fartamente divulgadas na década de 1990, como a de que os países em desenvolvimento têm que seguir as sugestões dos desenvolvidos, a de que devem fazê-lo porque é o desejo dos investidores internacionais e a de que há um “padrão mundial” de desenvolvimento institucional das nações.
O diálogo com Chang daria condições a Gullo de aprofundar a dimensão institucional do desenvolvimento, tanto nos aspectos que freiam o desenvolvimento dos países periféricos quanto na busca de alternativas.
Não obstante as observações acima, La insubordinación fundante – livro premiado em Buenos Aires como melhor livro de 2008 – é obra original que consegue cumprir os objetivos de sustentar uma visão sul-americana dos casos históricos de êxito no processo de desenvolvimento e de propor novos conceitos nos estudos sobre o desenvolvimento. Os conceitos de umbral de poder e de insubordinação fundante trazem, indubitavelmente, novo vigor ao tema do desenvolvimento latino-americano.
Carlos Eduardo Vidigal – Professor Adjunto do Departamento de História da Universidade de Brasília.
GULLO, Marcelo. La insubordinación fundante: breve historia de la construcción del poder de las naciones. Buenos Aires: Biblos, 2008. Resenha de: VIDIGAL, Carlos Eduardo. Textos de História, Brasília, v.16, n.2, p.307-311, 2008. Acessar publicação original. [IF]